Discipulado Mensal - 16 09 17

Participação: só DCAs, Discípulos Servidores e Discípulos Vocacionados



08:00h - Chegada
Acolhimento e presença

09:00h - Invitatório e louvor

09:30h - Súplica ao Espírito Santo

10:00h - Lanche

10:30h - Adoração a Jesus - Palavra

Gênesis, Capítulo: 12

1. O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar.2. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos.3. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti.”4. Abrão partiu como o Senhor lhe tinha dito, e Lot foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos, quando partiu de Harã.5. Tomou Sarai, sua mulher, e Lot, filho de seu irmão, assim como todos os bens que possuíam e os escravos que tinham adquirido em Harã, e partiram para a terra de Canaã. Ali chegando,6. Abrão atravessou a terra até Siquém, até o carvalho de Moré. Os cananeus estavam então naquela terra.7. O Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: “Darei esta terra à tua posteridade.” Abrão edificou um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido.8. Em seguida, partindo dali, foi para a montanha que está ao oriente de Betel, onde levantou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Hai ao oriente. Abrão edificou ali um altar ao Senhor, e invocou o seu nome.9. Continuou depois sua viagem, de acampamento em acampamento, para Negeb.



Hebreus, Capítulo: 11

1. A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.2. Foi ela que fez a glória dos nossos, antepassados.3. Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível.8. Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu não sabendo para onde ia.9. Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa.10. Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos (eternos), cujo arquiteto e construtor é Deus.11. Foi pela fé que a própria Sara cobrou o vigor de conceber, apesar de sua idade avançada, porque acreditou na fidelidade daquele que lhe havia prometido.12. Assim, de um só homem quase morto nasceu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como os grãos de areia da praia do mar.13. Foi na fé que todos (nossos pais) morreram. Embora sem atingir o que lhes tinha sido prometido, viram-no e o saudaram de longe, confessando que eram só estrangeiros e peregrinos sobre a terra (Gn 23,4).14. Dizendo isto, declaravam que buscavam uma pátria.15. E se se referissem àquela donde saíram, ocasião teriam de tornar a ela...16. Mas não. Eles aspiravam a uma pátria melhor, isto é, à celestial. Por isso, Deus não se dedigna de ser chamado o seu Deus; de fato, ele lhes preparou uma cidade.17. Foi pela sua fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac, seu único filho,18. depois de ter recebido a promessa e ouvido as palavras: Uma posteridade com o teu nome te será dada em Isaac (Gn 21,12).19. Estava ciente de que Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos. Assim, ele conseguiu que seu filho lhe fosse devolvido. E isso é um ensinamento para nós!



11:00h - Formação


Vocação de Abraão

O livro do Gênesis nos ensina que

Devemos ler as entrelinhas da Bíblia e da vida para perceber a presença de Deus e escutar a sua voz

Existe um Deus "que existe"

Ele criou tudo o que existe 

E a nós criaturas humanas criou-nos à sua imagem e semelhança

Para que existamos por Ele, com Ele e para Ele

Ele nos chama e nos envia assim como chamou Abraão, Isaac e Jacó

Interessante que a história da salvacão inicia com um chamado e um envio

Deus chamando um homem para ser pai de um povo

Um povo que descenderá dele mediante a fé

E na vivência desta fé o mundo será preparado para receber o Salvador

Tudo tem um sentido

Trata-se de requerer a participação do homem na sua própria salvação

E esta participação inicia-se com Abraão e continua com sua descendência, aqueles que viverão à luz da sua mesma fé

Sabemos o quanto custa praticarmos a fé e gerarmos e formarmos outros na fé

É por isso que passaram tantos anos

Para Abraão escutar o chamado e partir

Depois para Abraão viver totalmente da fé

E gerar filho na fé (só um)

E depois que Isaac nasce, ainda assim será provado

Só depois Isaac vai gerar dois filhos: Esaú e Jacó

Só depois os descendentes de Abraão vão se multiplicando

Até ficar incontável como as estrelas do céu

Numa primeira vista esta descendência é contada na perspectiva sanguinea

Mas depois Jesus vai dizer que verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que herdam não tanto o seu sangue, mas a fé, e o recebem como Salvador

O tempo que passa entre o chamado de Deus e a realização da promessa é grande

Pensamos nós que é por pura brincadeira de Deus

Mas não é

A demora de Deus na verdade é a nossa demora para escutarmos o chamado, respondermos, sair/ renunciar, viver a fé, gerar filhos na fé, depois formá-los e estes depois vão ter um tempo para escutar o seu próprio chamado, viver a fé etc etc etc e gerar e formar novos filhos na fé e assim por diante

Então o tempo da demora na Biblia pra vontade de Deus acontecer não e leseira dele, mas necessidade nossa que precisamos realmente de um tempo para crescer e frutificar 

Mas é interessante observar que a historia da salvação começa com um chamado e caminhará seguindo o ritmo da resposta a este chamado e vivencia do mesmo

O chamado que Deus nos faz, a nossa vocaçao, está desta forma intimamente ligada a nossa salvaçao e a salvaçao dos outros

Abraão hoje somos nós

Tambem somos chamados a responder a Deus, viver a sua vontade e gerar filhos que tambem vivam a sua vocaçao e gerem outros filhos

É assim que vai sendo gerado um povo, o povo de Deus, donde saira a bencao de Deus para toda humanidade

Ser e fazer discipulos missionarios é uma vocaçao abraamica para deixar tudo / renunciar tudo para ser de Deus e formar um povo que canalize a salvaçao para o mundo de hoje

Por isso o exemplo de Abraao é sempre muito atual

Toda vez que a Biblia fala de fe e geraçao de filhos na fe ela lembra de Abraao


Hebreus, Capítulo: 11

1. A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.2. Foi ela que fez a glória dos nossos, antepassados.3. Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível.8. Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu não sabendo para onde ia.9. Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa.10. Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos (eternos), cujo arquiteto e construtor é Deus.11. Foi pela fé que a própria Sara cobrou o vigor de conceber, apesar de sua idade avançada, porque acreditou na fidelidade daquele que lhe havia prometido.12. Assim, de um só homem quase morto nasceu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como os grãos de areia da praia do mar.13. Foi na fé que todos (nossos pais) morreram. Embora sem atingir o que lhes tinha sido prometido, viram-no e o saudaram de longe, confessando que eram só estrangeiros e peregrinos sobre a terra (Gn 23,4).14. Dizendo isto, declaravam que buscavam uma pátria.15. E se se referissem àquela donde saíram, ocasião teriam de tornar a ela...16. Mas não. Eles aspiravam a uma pátria melhor, isto é, à celestial. Por isso, Deus não se dedigna de ser chamado o seu Deus; de fato, ele lhes preparou uma cidade.17. Foi pela sua fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac, seu único filho,18. depois de ter recebido a promessa e ouvido as palavras: Uma posteridade com o teu nome te será dada em Isaac (Gn 21,12).19. Estava ciente de que Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos. Assim, ele conseguiu que seu filho lhe fosse devolvido. E isso é um ensinamento para nós!



E se eu tivesse a mesma fé 
Que motivou Pai Abraão
A mesma fé dos patriarcas 
E dos profetas de Israel
Eu falaria mais com Deus

E se eu falasse mais com Deus
Igual Jesus e sua mãe
E se eu levasse esses mistérios
Guardados no meu coração
Eu viveria bem melhor

Foi por ter fé que Abraão
Tornou-se pai de multidão
Foi por ter fé que tanta gente
Viu florescer sua semente

E contra toda esperança esperou
Pela fé foi que o vencido 
Em vencedor se transformou

E se eu tivesse fé 
E se eu tivesse fé
O mundo mudaria ao meu redor!





HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II 
NA CELEBRAÇÃO EM RECORDAÇÃO
DE ABRAÃO, "PAI DE TODOS OS CRENTES"

Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2000


1. "Eu sou Javé, que te fez sair de Ur dos Caldeus, para te dar esta terra como herança... Nesse dia, Javé estabeleceu uma aliança com Abraão nestes termos: "À tua descendência darei esta terra, desde o rio do Egipto até ao grande rio, o Eufrates"" (Jo 15, 7.18).

Antes de Moisés ter ouvido no monte Sinai as célebres palavras de Javé: "Eu sou Javé teu Deus, que te fez sair da terra do Egipto, da casa da escravidão" (Êx 20, 2), o Patriarca Abraão já ouvira estas palavras: "Eu sou Javé, que te fez sair de Ur dos Caldeus". Portanto, devemos dirigir-nos com o pensamento rumo a esse importante lugar na história do Povo de Deus, para ali buscar os primórdios da aliança de Deus com o homem. Eis por que, neste ano do Grande Jubileu, enquanto com o coração remontamos ao início da aliança de Deus com a humanidade, o nosso olhar se volta para Abraão, para o lugar onde ele ouviu a chamada de Deus e lhe respondeu com a obediência da fé. Juntamente connosco, também os judeus e os muçulmanos olham para a figura de Abraão como para um modelo de incondicional submissão à vontade de Deus (cf.Nostra aetate, 3).

O autor da Carta aos Hebreus escreve: "Pela fé Abraão, chamado por Deus, partiu para um lugar que deveria receber como herança. E partiu sem saber para onde" (11, 8). Eis que Abraão, que o Apóstolo Paulo denomina "nosso pai na fé" (cf. Rm 4, 11-16), acreditou em Deus e confiou n'Aquele que o chamava. Acreditou na Sua promessa. Javé disse à Abraão: "Sai da tua terra, do meio dos teus parentes e da casa de teu pai, e vai para a terra que Eu te mostrar. Farei de ti um grande povo e abençoar-te-ei; tornarei famoso o teu nome, de modo que seja uma bênção... Em ti, todas as famílias da terra serão abençoadas" (Gn 12, 1-3). Estamos porventura a falar do trajecto de uma das múltiplas migrações, típicas de uma época em que a pastorícia era uma fundamental forma de vida económica? Provavelmente sim. Porém, sem dúvida não se tratava só disto. Na vicissitude de Abraão, com quem teve início a história da salvação, já podemos captar outro significado da chamada e da promessa. A terra, rumo à qual começa a caminhar o homem guiado pela voz de Deus, não pertence exclusivamente à geografia deste mundo. Abraão, o crente que recebe o convite de Deus, é aquele que caminha na direcção de uma terra prometida que não é deste mundo.

2. Na Carta aos Hebreus, lemos: "Pela fé Abraão, colocado à prova, ofereceu Isaac; e justamente ele que havia recebido as promessas ofereceu o seu único filho, do qual fora dito: "De Isaac sairá uma descendência que terá o teu nome"" (11, 17-18). Eis o apogeu da fé de Abraão. Ele é posto à prova por aquele Deus em quem depositara a própria confiança, por aquele Deus de quem recebera a promessa concernente ao longínquo futuro: "De Isaac sairá uma descendência que terá o teu nome" (Hb 11, 18). Porém, é chamado a oferecer em sacrifício a Deus precisamente Isaac, o seu único filho, a quem estava ligada toda a sua esperança, conforme de resto à promessa divina. Como poderá cumprir-se a promessa que Deus lhe fez de uma descendência numerosa, se Isaac, o seu filho unigénito, deverá ser oferecido em sacrifício?

Mediante a fé, Abraão sai vitorioso desta provação, uma prova dramática que punha em questão directamente a sua fé. "De facto, Abraão pensava escreve o autor da Carta aos Hebreus que Deus é capaz de ressuscitar os mortos" (11, 19). Nesse momento humanamente trágico, em que já estava pronto a infligir o golpe mortal contra o seu filho, Abraão não cessou de acreditar. Pelo contrário, a sua fé na promessa de Deus alcançou o ápice. Ele pensava: "Deus é capaz de ressuscitar os mortos". Assim pensava este pai provado, humanamente falando, para além de toda a medida. E a sua fé, o seu total abandono em Deus, não o desiludiu. Está escrito: "Por isso, Abraão recuperou o seu filho" (Ibid.). Recuperou Isaac, porque acreditou em Deus até ao fim e de maneira incondicional.

Aqui o autor da Carta parece exprimir algo mais: toda a experiência de Abraão lhe se manifesta como uma antologia do evento salvífico da morte e da ressurreição de Cristo. Este homem, que se encontra na origem da nossa fé, faz parte do eterno desígnio divino. Segundo uma tradição, o lugar onde Abraão estava prestes a sacrificar o próprio filho é o mesmo lugar em que outro pai, o Pai eterno, teria aceite a oferta do seu Filho unigénito, Jesus Cristo. Assim, o sacrifício de Abraão apresenta-se como anúncio profético do sacrifício de Cristo. "Pois Deus escreve São João amou de tal forma o mundo que entregou o seu Filho único" (Jo 3, 16). Sem o saber, o Patriarca Abraão, nosso pai na fé, introduz de certa forma todos os crentes no desígnio eterno de Deus, no qual se realiza a redenção do mundo.

3. Certo dia, Cristo afirmou: "Garanto-vos: antes que Abraão existisse, Eu sou!" (Jo 8, 58), e estas palavras surpreenderam os ouvintes, que objectaram: "Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?" (Ibid., v. 57). Quem reagia assim, raciocinava de maneira meramente humana, e por isso não aceitava quanto Cristo dizia. "Acaso és maior que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem é que pretendes ser?" (Ibid., v. 53). Jesus retorquiu-lhes: "Abraão, vosso pai, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria" (Ibid., v. 56).

A vocação de Abraão, parece estar inteiramente orientada para o dia de que Cristo fala. Aqui, não contam os cálculos humanos; é preciso aplicar a medida de Deus. Só assim podemos compreender o justo significado da obediência de Abraão que, "esperando contra toda a esperança... acreditou" (Rm 4, 18). Esperou tornar-se pai de numerosas nações, e hoje sem dúvida alegra-se connosco porque a promessa de Deus se realiza ao longo dos séculos, de geração em geração.

O facto de ter acreditado, esperando contra toda a esperança, "foi-lhe creditado como justiça" (Ibid., v. 22), não só em consideração dele, mas também de todos nós, seus descendentes na fé. Nós "acreditamos n'Aquele que ressuscitou dos mortos, Jesus nosso Senhor" (Ibid., v. 24), condenado à morte pelos nossos pecados e ressuscitado pela nossa justificação (cf. v. 25). Abraão não o sabia; todavia, mediante a obediência da fé, dirigia-se para o cumprimento de todas as promessas divinas, animado pela esperança de que estas se realizassem. E existe por ventura maior promessa do que aquela que se cumpriu no mistério pascal de Cristo? Verdadeiramente, na fé de Abraão, Deus todo-poderoso entreteceu uma aliança eterna com o género humano, e o cumprimento definitivo dessa é Jesus Cristo. O Filho unigénito do Pai, da sua mesma substância, fez-Se homem para nos introduzir, mediante a humilhação da Cruz e a glória da ressurreição, na terra de salvação que, desde o princípio, Deus rico de misericórdia prometeu à humanidade.

4. Modelo insuperável do povo remido, no caminho rumo ao cumprimento desta promessa universal, é Maria, "Aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu" (Lc 1, 45).

Filha de Abraão segundo a fé e a carne, Maria participou pessoalmente na sua experiência. Também Ela, como Abraão, aceitou a imolação do Filho, mas enquanto a Abraão não foi pedido o sacrifício efectivo de Isaac, Cristo bebeu até à última gota o cálice da amargura. E Maria participou pessoalmente na provação do Filho, acreditando e esperando com firmeza aos pés da cruz (cf. Jo 19, 25).

Era o epílogo de uma longa expectativa. Formada na meditação das páginas proféticas, Maria pressentia o que estava à sua espera e, exaltando a misericórdia de Deus, fiel ao seu povo de geração em geração, exprimia a pronta adesão ao seu desígnio de salvação; expressava de modo especial o seu "sim" ao evento central daquele projecto, o sacrifício daquele Menino que Ela trazia no seio. Como Abraão, aceitou o sacrifício do Filho.

Hoje, unimos a nossa voz à sua e, juntamente com Ela, a Virgem Filha de Sião, proclamamos que Deus se recordou da sua misericórdia, "conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e da sua descendência para sempre" (Lc 1, 55).

João Paulo II


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13:00h - Almoço

14:00h - Formaçao crista

A Vocação de Abraão e a Consagração de Vida

Abraão foi o primeiro homem que Deus chamou a sair de si, a deixar tudo e segui-lo para uma nova terra, a terra que Deus tinha preparado.

“O Senhor disse a Abraão: Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai, vai para a terra que eu te mostrar” (Gn 12,1). 

O Senhor diz a todo aquele que é chamado a consagrar sua vida a Deus: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai, vai para a terra que eu te mostrar”. 

Entramos num momento em que Deus decide por em prática seu plano de Salvação. Deus começa a preparar uma família entre os homens, na qual nascerá o salvador prometido.

O que significa “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai, vai para a terra que eu te mostrar?” 

Observe a presença do pronome possessivo: ‘teu’, a primeira coisa que o Senhor pede ao consagrado é ‘deixa’ as tuas propriedades, as tuas posses, as tuas dominações, os teus costumes de resolver tudo sozinho; muda de terra, muda o ambiente geográfico de teu interior e vai para a terra que eu te mostrar.

‘Deixa tua terra’

Deus pede a Abraão que deixe sua terra, porque deseja incutir em Abraão uma nova mentalidade, longe dos costumes, vícios e deuses antigos. Para que isso acontecesse Abraão precisa deixar sua terra e ir para longe.

Hoje quando Deus pede a alguém para deixar sua terra, significa que esta pessoa possui um chamado semelhante ao de Abraão, esse tipo de chamado não é tão comum assim, pois  são muitos os convidados e poucos os escolhidos (Mt, 22,14), dado que os convidados dificilmente aceitam, e muitos que aceitam se recusam a deixar seus apegos, ou retomam depois de um tempo, como dizem as Escrituras:“O cão que volve ao próprio vômito” (Pv 26,11); e, “A porca que volta ao lamaçal” (II Pd 2,22).

Aos que aceitam o convite de Deus, lhes é proposto um grande desafio: É preciso sair de casa, afastar-se da cultura ateia, dos costumes idólatras, das amizades fúteis, dos maus hábitos adquiridos e principalmente do barulho e do colorido do mundo. 

Deixar a terra é deixar tudo para ouvir a voz do amado (Ct 5,2), que chama… É preciso afastar-se das mídias sociais, das notícias corriqueiras, sem falar de programas abusivos de TV, e buscar Jesus que é fonte de toda a sabedoria.

‘Deixa tua família’

Abraão tinha direito de levar todos os seus bens, mas Lot, filho de seu irmão não se tratava de um ‘bem’, Lot representa para Abrão uma ‘segurança’, ou que sabe um ‘sonho’, uma ‘reserva’, uma ‘garantia’ caso ele tivesse se enganado, ou Deus o traísse.

Os laços de sangue podem tornar-se grande armadilha na vocação. A família é um lugar para onde sempre se pode voltar. 

Santa Brígida ensina a rezar assim: “Por esta preciosa morte eu Vos suplico, ó Rei dos Santos, que me deis força e me socorrais, para resistir ao demônio, a carne a ao sangue, afim de que, estando morto(a) para o mundo, eu possa viver somente para Vós….” (XIV oração de santa Brígida). 

A santa pede a Deus a força para resistir ao ‘sangue’, ou seja, ela fala da tentação de se refugiar na família quando as dificuldades inerentes a um autêntico chamado aparecem; trata-se do “Lot”, o sobrinho que Abraão levou junto, é preciso separar-se de nosso ‘Lot’, se não quisermos acabar de volta ‘nas barras da saia de nossa mãe’, como tantos fazem.

‘Deixa a casa de teu pai’

Jesus é o principal ícone daquele que deixa a casa do Pai, Jesus deixou o Céu, deixou Sua glória e seus direitos… Como está escrito: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” (Fl 2,6-7).

Se o consagrado é chamado a ser outro Cristo no mundo, deve imitar o seu Senhor. Deixar a casa do Pai para o consagrado significa deixar o ‘céu’ aqui na terra, deixar os privilégios, as comodidades, as glórias, todas as delícias que este mundo pode oferecer para aniquilar-se como Jesus. 

Quem deixa realmente a ‘casa do Pai’ neste mundo, mesmo tendo direitos a privilégios, deve buscar sempre o último lugar e ser aquele que serve.

‘vai para a terra que eu te mostrar’

 O salmista diz: “Senhor, vós sois minha parte de herança e meu cálice; vós tendes nas mãos o meu destino”. (Sl 15,5); saber colocar-se nas mãos do Senhor é um dom divino, é puríssima graça dada aos que fazem pouco ‘caso’ de si mesmo (Jo 12,25), daqueles que sabem dar pouca atenção para sentimentos, pensamentos, ilusões e fantasias do ego.

Saibamos orar e ouvir: ‘vai para a terra que eu te mostrar’, saibamos responder: eis-me aqui Senhor.

Ir. Madalena Sales



16:00h - Lanche


17:00h - Santa Missa 
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