Temario da revelação divina

Coluna e sustentáculo da Verdade

Em continuidade ao que meditamos semana passada, queremos enfocar a necessidade de sermos católicos que conhecem a Verdade de Deus e da sua Igreja. Diante de tantas investidas ideológicas do mundo e do relativismo de tantas seitas inventadas  pelos homens, somos membros da Igreja fundada por Jesus. Uma Igreja fincada na pedra angular, que é o próprio Senhor Jesus e na pedra da fé professada por Pedro (Mt 16,16). As portas do inferno nunca vão prevaler sobre a nossa Igreja, porque ela é a Igreja do Deus Vivo, coluna e sustentáculo da Verdade (1Tm 3,15). 

A barca de Pedro nunca naufragará. Porém, se o católico não conhece a Verdade, ele é enganado, abandona a Igreja e naufraga nas ilusões do mundo e mentiras dos falsos profetas que vão fundando suas igrejas nas esquinas da sociedade. Por isso, queremos enfocar esta semana sobre a necessidade de sermos católicos conhecedores da Verdade. Será uma reflexão repetitiva porque almejamos a mudança de mentalidade. Somos a Igreja fundada por Jesus, a Igreja completa, mas o católico precisa amar, conhecer e amar esta Igreja, e ter consciência que precisa conhecer a Palavra de Deus, tanto para praticar esta Palavra como para ensiná-la aos outros. Nada de bate boca com quem não é católico. Mas amar, conhecer e amar a Palavra de Deus e a Igreja, e ensinar, porque esta é uma caridade que todos devemos realizar no mundo de hoje.   


Do costume para a convicção


Sabemos que o homem é influenciado pelo meio em que vive. Por influência cultural aprendemos uma língua, incorporamos tradições, associamo-nos ao senso comum. A criança, mesmo quando adotada, assimila os gestos e posturas dos familiares, inclusive a entonação da voz e o modo de interagir com os outros.
Também os costumes religiosos e os valores morais são passados de geração em geração, de pai para filho, e fincam raízes profundas nas pessoas. Esta influência, com exceção das tradições intrinsecamente ruins, em si mesma, é boa. É até necessária, pois precisamos de um aparato sócio-cultural que dê contexto e cosmovisão à nossa existência.
Porém, a fé e a Verdade não podem ser reduzidas a um costume adquirido, a uma tradição familiar, pois o fundamento da mesma transcende a história: DEUS.
A fé deve ser uma convicção da razão enraizada no coração, nascida de um encontro vivo e pessoal com Jesus Cristo. Mais que um costume adquirido, a fé de um cristão adulto é convicção e opção que geram engajamento e compromisso com o Reino de Deus.
Diante das diversas investidas que partem de todos os lados, muitos católicos dizem prontamente: “Nasci católico, cresci católico e vou morrer católico!” Quando esta resposta nasce de uma convicção amadurecida na Meditação Orante da Palavra de Deus e na Doutrina dos Apóstolos, ela manifesta um católico que conhece as razões da sua fé e sabe o que Deus e a Igreja esperam de um católico verdadeiro. Nada poderá destruí-lo. Sua vida cristã não foi construída sobre a areia, mas sobre a rocha da fé professada por Pedro. Porém, quando é uma resposta apenas por costumes adquiridos, é motivo de preocupação. Qualquer vento contrário poderá abalar esta fé e gerar um grande estrago.
Conhecemos muitos católicos “de costume” da zona rural que, ao morar na cidade grande, afastaram-se da Igreja porque aí não encontraram o mesmo contexto cultural recheado de catolicismo popular. Os costumes precisam de um contexto para sobreviver. Em meio a dificuldades afetivas, crises financeiras e existenciais, encontraram acolhimento e apoio em qualquer lugar que primeiro lhes apareceu. Na maioria das vezes, esse lugar mina de cheio aquilo que eles tinham como verdadeiro. Às vezes é um centro espírita, uma seita, uma escola ou até mesmo uma organização atéia. Além do mais, muitos católicos não só se afastaram da Igreja, mas se tornaram rígidos combatentes da mesma, julgando a sua ex-Igreja Católica como sendo a culpada pelos seus muitos fracassos na vida. É a busca covarde e psíquica de um “bode expiatório” para despejar a culpa dos próprios erros.
Ninguém vence as crises que normalmente aparecem na vida de qualquer pessoa apenas com costumes adquiridos, mesmo que estes sejam a tradição de toda uma família. A realidade nos mostra que não é suficiente ser católico só porque nasceu católico e cresceu como católico. Os costumes católicos recebidos da família em si mesmos são bons, mas não são suficientes. O católico deve viver a sua fé católica de modo adulto, com convicção e compromisso. O católico deve conhecer a Verdade de Jesus e da Igreja, pois esta verdade será a rocha firme da sua fé. Quanto mais conhecer, mais amará. É isto que lhe manterá salvo e livre de toda mentira e engano de Satanás. 




Dar a razão da nossa esperança

É necessário sair do costume de ser católico para a convicção de ser católico. E isto se faz pelo conhecimento mistagógico da Verdade. É o Apóstolo Pedro quem nos exorta para dar as razões da nossa fé e esperança: “Reconheçam de coração o Cristo, como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês, mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa” (1Pd 3,15-16). Importante esse lembrete de Pedro. O católico deve ser convicto da sua fé, pois a mesma não é fruto da mente de uma pessoa, mas da própria Verdade que vem de Jesus. E deve estar pronto para dar a razão de sua esperança aos outros, explicar a sua fé para os outros, "mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa". 
O mundo de hoje precisa de católicos assim, que sejam apologetas, defensores da fé, amantes e servidores da Verdade. Católicos que não são bobocas diante das investidas do mundo e das seitas. Mas católicos que fazem a caridade de explicar a sua fé para os outros, sem bater boca com ninguém,  "mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa". "Para aprender precisamos ser atraídos pela suavidade da verdade; para ensinar, precisamos ser animados pela necessidade da caridade" (Santo Agostinho).
Dar a “razão da nossa esperança” quer dizer mostrar o sentido e a veracidade da nossa fé. A nossa fé não é cega, pois desta forma ela não seria luz, mas escuridão.
Sabemos que nos momentos difíceis, a primeira pessoa a quem devemos “dar a razão da nossa esperança” é a nós mesmos. Nas profundezas da alma perguntamos com sinceridade se a nossa fé tem sentido ou não. Questionamo-nos sobre a existência de Deus e se aquilo que Ele nos manda fazer ou deixar de fazer é razoável ou não. E não nos conformamos com uma resposta qualquer, pois o que está em jogo não é algo elementar, mas a nossa vida como um todo.
A pior crise é a crise da fé. Quando a fé entra em crise tudo o mais entra em parafuso. Por isso, a fé pede uma resposta, ela busca a “razão da sua esperança”.
Quando um católico não consegue dar a razão da sua esperança para si mesmo, ou passa a viver um “cristianismo faz de conta”, ou abandona tudo por completo. É um cristianismo de superfície, que não interfere em nada na sua vida, missão, trabalho, decisões e comportamento.
Por isso existem tantos católicos que “são de nome, mas não de fato”. Vivem num ateísmo prático. A fé que professam não molda a sua existência e o seu modo de agir. Católicos que sequer vão à Igreja, não meditam o Evangelho, não se comprometem com a causa do Reino, mas têm todo tempo e atenção para o mundo, para o dinheiro e muitas outras coisas que se contrapõem à Palavra de Deus.
Quando um católico não tem razão para a sua esperança, também perde a própria esperança e vive só para este mundo, para o aqui e agora. Tudo isto é muito perigoso e frustrante.
A pior crise é a crise da fé. Quando não sabemos dar a razão da nossa esperança para nós mesmos, a fé entre em crise, a vida entra em parafuso... Mas o católico inserido no contexto da modernidade não precisa ter medo. Se o mundo plural de hoje pede razões para tudo, temos razões de sobra acerca daquilo que acreditamos e vivemos. Se pararmos para meditar, haveremos de compreender que Deus sempre tem razão em tudo o que Ele fala e faz. E que a Doutrina da Igreja Católica é totalmente fundamentada na Palavra de Deus.
Neste temário da Revelação Divina vamos refletir sobre os fundamentos da nossa fé católica tendo como pano de fundo o contexto da modernidade. Nosso desejo é ajudar cada católico a ser um católico de convicção, pronto para dar as razões da sua esperança e ser testemunha da Verdade, viver cada vez mais intensamente a sua fé e fazer a diferença no mundo de hoje.
Os primeiros cristãos perseveravam na Doutrina dos Apóstolos e por isso eram centrados na Eucaristia, oravam com fervor, viviam em comunidade, eram solidários, fraternos e missionários. Quanto mais conhecemos aquilo em que acreditamos, mais amamos. E quanto mais amamos, mais obedecemos e praticamos aquilo em que acreditamos. O amor salva! A Verdade liberta!



1 - Na senda da Verdade




Tivemos a oportunidade de meditar sobre o amor de Deus que cura, salva e liberta. Este amor foi derramado abundantemente no nosso coração pelo Espírito que nos foi dado. Porém, além do amor no coração, o homem também precisa da verdade na sua mente. É por isso que, port amor e para além do amor, Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade (1Tm 2,3-4).

O Amor sacia, a Verdade ilumina. No seu regaço, a boa mãe que amamenta é a mesma que também ensina. Por isso, por prudência e caridade, não por mera curiosidade e vaidade, iniciamos este Temário da Revelação Divina em busca da Verdade que edifica a nós e nossos irmãos. Era Santo Tomás de Aquino quem fazia esta bela e oportuna exortação: "Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade. São Tomás de Aquino, rogai por nós!



1 - A humildade conduz à Verdade

A verdade é a realidade, ou seja, é o contrário de tudo que é mentira, falsidade, engano e ilusão. Trata-se de "dizer daquilo que é, que é, e daquilo que não é, que não é, é verdadeiro; dizer daquilo que não é, que é, e daquilo que é, que não é, é falso" (Aristóteles). Deus é a Verdade porque não existe ninguém mais verdadeiro que Deus. Ele é o Ser necessário de todos os outros seres, conhece tudo e tudo o que ele faz e fala é justo, correto e bom.

Tendo como ponto de partida essas considerações metafísicas e ontológicas sobre a Verdade, sem cair no pragmatismo, precisamos considerá-la no concreto do dia a dia, a fim de que ela seja luz na nossa vida.

A Verdade vem de fora, vem de Deus, é algo lógico. Ela não depende de nós, não depende das nossas opiniões. A Verdade é a realidade e, como diz o povo, se não cairmos na real, quebramos a cara, damos murro em ponta de faca, somos passados para trás, derrapamos, perdemos oportunidades. Tudo porque não enxergamos, tudo porque não amamos e conhecemos a Verdade.

A falta da Verdade nos torna ignorantes, ingênuos, cegos e escravos. Quantas pessoas dizem: quebrei a cara, fiz e isto e aquilo, confiei demais, porque eu não enxergava. Em outras palavras, nos damos mal quando não conhecemos a Verdade. 

Com esses exemplos acima, queremos enfatizar como a Verdade é importante pra nossa felicidade, para sermos prósperos e vivermos plenamente. E como a falta da Verdade gera tantos prejuízos. Isto acontece na nossa vida individual, mas também na nossa família e na sociedade em geral. Enquanto não conhecemos a Verdade não conseguimos avançar, porque ninguém consegue caminhar na escuridão, sem rumo, sem direção. O conhecimento da verdade é fundamental pra avançarmos. Só somos felizes na liberdade. Mas até a liberdade depende da verdade.

Se a Verdade é a realidade, é o que é realmente real, isto significa que só conhece a Verdade e avança na vida quem é humilde. Por isso Jesus dizia: "!Quem se eleva é humilhado. Quem se humilha é elevado" (Lc 14,11). Não é que Deus exalta uns e derruba a outros, porque Deus ama todos seus filhos e não discrimina ninguém. Porém quem é humilde é elevado porque vai crescendo na vida com os pés no chão da realidade. Já o orgulhoso, o orgulhoso vive na ilusão, a começar por si mesmo. Pensa que sabe tudo, que pode tudo, que é perfeito, que não tem defeito. O orgulhoso se sente um deus ao ponto de, se preciso for, corrige o próprio Deus. O orgulhoso não cai na real, então cai na vida. Quanto maior o coqueiro do orgulho pior a queda.  

Humildade vem de húmus, de chão, de terra. Santa Tereza dizia  que  "O humilde caminha na verdade". Caminha com os pés no chão da realidade, porque a realidade é a verdade.

A verdade é que a criatura humana tem valores e limitações. Humildade não é humilhação. O humilde sabe dos seus valores e limitações. Não tem um valor de si mesmo nem de menos e nem de mais. Sabe dos seus talentos, dons e carismas. E também sabe dos seus erros e limitações. Nem de de mais, e nem de menos. Assim é o humilde. Caminha com pés no chão da realidade. Caminha na Verdade.

Falsa humildade é ser desleixado ou pensar que não presta pra nada, que é um zé ninguém. Isto é falsa humildade, porque isto é mentira. A verdade é nem de mais, e nem de menos! A humildade gera o justo equilíbrio pra pessoas crescer e ser feliz de verdade.

Humildade humaniza. O humilde sabe o que é e o que não é. Busca ser cada vez mais próximo da vontade de Deus a seu respeito. O humilde é pobre em espirito.

O orgulhoso é ignorante, ingênuo e altaneiro. Pensa que é mais que os outros, que sabe tudo, que pode tudo, que manda em tudo. É prepotente, autossuficiente. Torna-se ranzinza, ganancioso, soberbo e humilha os outros. O orgulhoso é cego e narcisista. Só o remédio da humildade poderá curá-lo e então será feliz e livre na luz da Verdade. 

Eclo 3,20 Quanto mais fores elevado, mais te humilharás em tudo, e perante Deus acharás misericórdia; porque só a Deus pertence a onipotência, e é pelos humildes que ele é verdadeiramente honrado. 26 Muitos foram  enganados pelas próprias opiniões. Seu sentido os reteve na vaidade. 30 Não há nenhuma cura para os orgulhosos, pois, sem que o saibam (por permanecerem na ilusão), o caule do pecado se enraíza neles.

A pessoa pode se tornar doente e escrava do mal por falta de amor? Pode. Meditamos longamente sobre isto no primeiro temário do DJC. Por isso Deus derrama o seu amor no nosso coração através do Espírito Santo. Mas a pessoa também pode ficar doente e escrava do mal pela falta da verdade. Se os pais amam os filhos, mas se por causa desse muito amor não lhes ajudam a caminhar na verdade de si mesmos, dos outros e de Deus, serão filhos mimados, soberbos, com o rei na barriga e vão sofrer muito. Amor e verdade não se contrapõem e nem se contradizem. Amor e verdade se exigem mutuamente, complementam-se. Deus mesmo é amor e verdade e todos os seus caminhos são amor e verdade (Sl 25,10).

A ignorância gera um circulo vicioso que só pode ser quebrado pela humildade que conduz à Verdade. O ignorante torna-se orgulhoso. Quanto mais orgulhoso, mais ignorante e ingênuo. Só a humildade poderá ajudá-lo a parar um pouco, colocar os pés no chão e deixar a luz da Verdade iluminar as trevas da sua escuridão. Então vai enxergar e dar passos de cura e libertação, rumo à verdadeira vida, rumo à verdadeira felicidade.    

Santo Agostinho dizia que o "primeiro passo na investigação da verdade é a humildade. O segundo, a humildade. O terceiro, a humildade. E o último, a humildade. Naturalmente, isso não significa que a humildade seja a única virtude necessária para a descoberta e usufruto da verdade. Contudo, caso as outras virtudes não vierem precedidas, acompanhadas e seguidas pela humildade, o orgulho abrir-se-á passagem entre elas e, mais cedo ou mais tarde, acabará por destruir suas boas intenções."

Terminamos enfatizando: A humildade é necessária para a Verdade e Verdade faz a pessoa ser humilde e por isso, verdadeiramente livre e feliz. A verdade brilhando na nossa mente concede luz interior, bom senso, juízo, discernimento que conduzem a liberdade, a verdadeira vida, a felicidade.

Salmo 25




2 - Vaidade das vaidades


Começamos a nossa reflexão considerando a Verdade bem presente nas situações concretas da nossa vida. Porque abarcar a Verdade apenas como abstração intelectual é uma forma de apresenta-lá como algo inútil. Vimos que a verdade vem de fora, vem de Deus, mas é muito necessária para bem vivermos no aqui e agora da nossa história. A Verdade alcançada no caminho da humildade gera o justo equilíbrio do discernimento, liberta de todo engano e ilusão e nos ajuda a enxergar o verdadeiro sentido da vida.

A Palavra de Deus, que é a Palavra da Verdade, vem do céu como inspiração e se mistura com as experiências da vida. Daí temos muita sabedoria. O Senhor nos ensina que não devemos ser idólatras, porque a idolatria gera muitas vaidades que tornam a vida uma vaidade, ou seja, algo vazio, passageiro como um vento ou como uma folha que logo murcha e vira pó. 

Por ignorância, somos apegados a muitos ídolos materiais e esquecemos de viver intensamente com Deus e os irmãos. Jesus falava isto no evangelho, quando dois irmãos estavam destruindo toda paz da família por conta da divisão da herança. Ou seja, em vez de viverem felizes e em paz como irmãos, com seus outros irmãos, filhos e sobrinhos, a idolatria dos bens materiais estava destruindo tudo. 


Lucas 12,13 Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. 14 Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” 15 E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 16 E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.


O idólatra é ignorante e ganancioso. Entesoura muitos bens materiais, mas não é rico diante de Deus. O rei Salomão, também chamado de Eclesiastes por conta da sua grande sabedoria, também refletiu sobre isso. Ele concluiu que trabalhar pra conquistar muitos bens materiais e não viver intensamente com Deus e os irmãos é mera vaidade, fruto da ignorância, fruto da falta de luz da Verdade. Quem vive a vida só pra possuir é vaidoso, é vazio, é folha que logo seca e vira pó:


Ecl 1,2 "Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. 2,21 Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça. 22 De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol? 23 Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade. 


Aprendamos a lição com esses dois sábios, Jesus e Salomão. A vida vale a pena, desde que a vivamos com sabedoria, desde que a vivamos intensamente. Sempre vigiando contra a cobiça e a ganância pra não perder a sobriedade diante dos bens materiais, porque a cobiça é uma idolatria (Col 3,5), e toda idolatria é fruto da ignorância.


"Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há do mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberda da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade Deus permanece eternamente!" (1Jo 2,15-17)


Viver intensamente não é viver para o mundo, mas para Deus. O mundo é vícios, libertinagem, baixaria. É um chiqueiro aonde os filhos amados de Deus passam a viver como porcos entre porcos. Enquanto o Reino de Deus é paz, justiça e vida plena para todos. Se pararmos pra pensar um pouquinho, veremos que Deus sempre tem razão em tudo que faz e ensina. Por isso vivamos a vida intensamente sempre de acordo com a Verdade, sempre de acordo com a Palavra de Deus. "O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade Deus permanece eternamente!" (1Jo 2,17)



Eclesiastes 2,1-25


3 - Andar na luz

Depois de considerarmos a Verdade numa forma mais pragmática, mas sem termos caído no pragmatismo, queremos abordá-la agora numa perspectiva mistagógica.
Para ser plenamente realizado o discípulo, uma vez salvo pela misericórdia de Deus, precisa cooperar com o Espírito Santo através da obediência da verdade (1Pd 1,5). Necessita ir crescendo na “graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pd 3,18), por que Jesus mesmo é a Verdade que liberta de todos os males: “Conhecereis a Verdade a Verdade vos libertará!” (Jo 8,32)
A experiência do amor de Deus nos cura interiormente e nos concede a graça e a paz. Porém, a Bíblia ensina que a graça e paz também nos são concedidas pelo conhecimento de Deus (1Pd 1,2), de modo que amor e verdade se complementam na perfeição do homem novo. 
O salmista rezava: "Senhor, guia-me com tua verdade. Ensina-me, pois tu és o meu Deus Salvador, e em ti espero o dia todo. As veredas do Senhor são todas amor e verdade, para os que guardam sua aliança e seus preceitos" (Sl 25,5.10). As veredas do Senhor são todas amor e verdade... Uma pessoa curada pelo amor de Deus, mas que depois não cresce no conhecimento de Deus, facilmente será envolvida por trevas e voltará a ferir-se ou ser ferida, pois quem caminha na escuridão tropeça, cai e se quebra. Muita gente faz uma profunda experiência do Espírito Santo, mas depois para no meio do caminho ou se desvia pelo erro porque não aprofunda o conhecimento de Deus e da sua Palavra. Por isso, Deus deseja ardentemente que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade (1Tm 2,3-4). Deseja que o conhecimento da Verdade se espalhe por toda terra (Is 11), todos sejam discípulos de Jesus, tenham a paz e produzam muitos frutos (Is 54,13; Jo 15,1ss).
O conhecimento e obediência a Verdade são fundamentais dentro do projeto salvífico de Deus porque “na sequência daquele misterioso pecado de origem, cometido por instigação de Satanás, que é ‘mentiroso e pai da mentira’ (Jo 8,44), o homem é continuamente tentado a desviar o seu olhar do Deus vivo e verdadeiro para o dirigir aos ídolos (cf. 1Ts 1,9), trocando ‘a verdade de Deus pela mentira’ (Rm 1,25); então também a sua capacidade para conhecer a verdade fica ofuscada, e enfraquecida a sua vontade para se submeter a ela. E assim, abandonando-se ao relativismo e ao ceticismo (cf. Jo 18,38), ele vai à procura de uma ilusória liberdade fora da própria verdade” (João Paulo II).
Quatro séculos antes de Jesus vir salvar a humanidade o maior filósofo da antiguidade, Platão, dizia que "Deus é verdade e a luz é a sua sombra". Isto significa que, se a sombra de Deus é luz, é porque nele não há treva alguma. De modo que, se dizemos ter comunhão com Deus mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado  (1Jo 1,5-7). 
Deus deseja ardentemente que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade (1Tm 2,3-4) Porque foi para a liberdade que Jesus nos libertou. Fora da Verdade a liberdade vira loucura, libertinagem e escravidão. A Verdade é a realidade. Quem conhece a Verdade ama o que é verdadeiro e permanece verdadeiramente livre. Deus é a verdade e a sua sombra é luz. Mas o Maligno, o Pai da mentira e príncipe das trevas faz de tudo para desviar o homem de Deus e da Verdade através dos seus enganos e ilusões. Por isso, uma vez salvo no amor de Deus, o homem precisa caminhar na luz da Verdade para crescer mais e mais na vida nova e nunca retornar para a casa da escravidão.    

Primeira Carta de São João 1,1-10




4 - Provai e vede como Deus é bom

Santo Tomás de Aquino dizia que a "verdade é a conformidade do intelecto à realidade, seja do mundo físico, seja do mundo espiritual". A Verdade é a realidade, aquilo que é real, aquilo que não é falso, mentira, engano e ilusão. Por isso Deus é a Verdade, pois ele é o fundamento da realidade, ele é o Ser de tudo o que existe de verdade. Sem Deus nada do que existe não existiria. Sendo assim, a Verdade não depende da razão humana, do que o homem acha ou deixa de achar. A Verdade não é subjetiva, mas objetiva. 



A Verdade é absoluta, porque Deus é Absoluto. A verdade é uma só, porque só existe um Deus Verdadeiro, o Deus de Moisés, o Eu Sou Aquele que Sou. Isto faz cair por terra todo relativismo tão presente no mundo de hoje. Um relativismo que gera confusão, niilismo e sectarismos, seja no mundo em geral, seja dentro do próprio cristianismo. Trocam a verdade de Deus pela mentira, pelo engano, pela ilusão (Rm 1,25).


A verdade é o alicerce seguro sobre o qual podemos e devemos construir a casa da nossa vida. O que não é verdadeiro é falso, é escorregadio, é arenoso. Devemos ser cristãos seguros na Verdade que emana do próprio Deus. Uma Verdade que não muda ao sabor dos ventos do mundo, porque o que é verdadeiro é eterno: "Céus e terra passarão mas as minhas palavras não passarão!" (Mt 24,35) Para tanto, precisamos conhecer a Verdade na perspectiva ensinada por Jesus: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!" (Jo 8,32)  

O conhecimento da Verdade a que estamos nos referindo não é uma simples abstração intelectual. Na Bíblia o conhecimento inclui, mas vai além do intelecto. Envolve todo psiquismo e sentidos do homem, é místico, vivencial, transformador e libertador. Conhecer é o mesmo que experimentar e saborear. Desta forma, saber de Deus é antes de tudo, saborear Deus, experimentar Deus, mergulhar no mistério profundo do seu amor e da sua verdade. 

Como dizia o Salmista, “provai e vede como Deus é bom, feliz o homem que nele se abriga!” (Sl 34,9) Desta forma, sendo experiência mística, o conhecimento de Deus já é vida eterna que começa neste mundo e se prolonga por toda eternidade: “Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3). 
Dadas as considerações acima, no decorrer da Caminhada Discipular, vamos aprofundar o conhecimento da Verdade na linha do que o Apóstolo Pedro dizia aos primeiros cristãos: 

“O poder divino deu-nos tudo o que conduz à vida e à piedade, por meio do conhecimento daquele que nos chamou com sua glória e mérito. Com elas nos deu as maiores e mais valiosas promessas, para que por elas participeis da natureza divina e escapeis da corrupção que habita no mundo pela concupiscência. Portanto, não poupeis esforços para acrescentar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a paciência, à paciência a piedade, à piedade o afeto fraterno, ao afeto fraterno o amor. Se possuirdes esses dons em abundância, não ficareis inertes nem estéreis para conhecer o Senhor nosso Jesus Cristo. E quem não os possui está cego e caminha às apalpadelas, esquecido de que o purificaram de seus velhos pecados. Por isso, irmãos, esforçai-vos por consolidar vossa vocação e eleição. Se agirdes assim, não tropeçareis; pelo contrário, generosamente vos farão entrar no reino eterno do Senhor nosso  e Salvador Jesus Cristo” (2Pd 1,3-11).


Vemos que o conhecimento vivencial de Deus gera piedade e é deificante, pois nos faz participantes da natureza divina. Um conhecimento que nos liberta da corrupção do mundo, em sinal de que a ignorância produz o efeito contrário da verdade. O amor salva, a verdade liberta! O Apóstolo nos exorta ao esforço para consolidar a nossa vocação e eleição. Precisamos renunciar ao demônio da preguiça do conhecimento espiritual. Ele tenta o homem a não crescer na verdade, enquanto que Jesus deseja que todos que foram salvos também cheguem ao conhecimento da verdade, pois ninguém ama aquilo que não conhece. O conhecimento da Verdade nos faz amar o que é verdadeiro e repudiar o que é falso, o que é mentira, engano e ilusão. Por isso o conhecimento da verdade é libertador, enquanto que a ignorância gera escravidão. 


Segunda Carta de São Pedro 1,3-11




5 - Mistagogia, a pedagogia de Deus

O caminho para que o conhecimento de Deus não nos deixe inertes e nem estéreis é o da mistagogia. Porque se for um conhecimento do tipo estudo seco, carnal e frio de Deus, só por mera curiosidade ou especulação metafísica, de nada nos servirá. 
Deus é um Mistério profundo de Amor e Verdade. Um verdadeiro oceano de graça, luz e misericórdia. Mistagogia significa mergulhar neste Mistério Infinito de Deus através da fé, da oração e da meditação. Quanto mais mergulhamos, mais vamos conhecendo. Quanto mais conhecemos, mais temos a conhecer. E neste mergulho nas profundezas de Deus, vamos sendo deificados, agraciados e iluminados.
A mistagogia faz a gente conhecer Deus experimentando-O, saboreando-O, amando-O e sendo por Ele amado. Deus é glorificado e adorado. Nós somos restaurados, reintegrados na nossa personalidade. Perdemo-nos no mistério infinito de Deus como homens velhos e nos reencontramos neste mesmo Mistério como novas criaturas. A mistagogia promove de modo muito profundo aquilo que os Homens da Bíblia experimentaram na sua vida e que se tornou a força da sua convicção, fé e perseverança na missão. Todos os homens da Bíblia eram mistagógicos. 
A mistagogia é um mergulho no Mistério profundo do Deus Uno e Trino. Mas também acontece o contrário. Quando mergulhamos em Deus, o amamos e guardamos a sua Palavra, Jesus, o Pai e o Espírito Santo também vêm ao nosso encontro e fazem de nós a sua morada, o seu templo sagrado. Desta forma, além de favorecer o nosso mergulho em Deus, a mistagogia também promove a inabitação trinitária em nós. Mas do que nos conceder a sua graça, o próprio Deus vem habitar o nosso coração. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,23).
No decorrer da Caminhada Discipular todos nossos encontros sempre serão mistagógicos. Ou seja, tudo favorecerá o conhecimento vivencial e místico de Deus: a ambientação, o altar, a sala ventilada e silenciosa, os equipamentos de som, as músicas, a condução das orações, as pregações, partilhas e meditações da Palavra, o modo como a Palavra será proclamada, o estudo dos Temários do DJC, os vídeos, o clima de fraternidade, de paz e de alegria serena e tranquila, os celulares desligados, etc Façamos a nossa parte tanto individualmente como comunitariamente. Mergulhemos de corpo e alma, e Deus também irá fazer a parte dele.


João 14,22-31





6 - Orar pela Verdade

"Quem busca a Verdade busca a Deus!" (Santa Edith Stein)

"O humilde caminha na Verdade!" (Santa Tereza)

"O primeiro passo na investigação da verdade é a humildade. O segundo, a humildade. O terceiro, a humildade. E o último, a humildade. Naturalmente, isso não significa que a humildade seja a única virtude necessária para a descoberta e usufruto da verdade. Contudo, caso as outras virtudes não vierem precedidas, acompanhadas e seguidas pela humildade, o orgulho abrir-se-á passagem entre elas e, mais cedo ou mais tarde, acabará por destruir suas boas intenções." (Santo Agostinho)

Seguindo o exemplo desses grande Santos, Santa Edith, Santa Tereza e Santo Agostinho, que encontraram a Verdade em Jesus Salvador, ore pedindo a Deus a virtude da humildade e a graça da Verdade, tanto para a sua edificação, como para a edificação dos irmãos. O homem precisa do amor de Deus no coração e da Verdade do Evangelho na sua mente. 

Com humildade, deixe a luz da Verdade brilhar na sua vida, revelando os seus valores, mas também as sua limitações, defeitos e pecados. Se você quebrou a cara porque não enxergava, hora de colocar tudo nas mãos de Deus e começar a dar passos, pedindo perdão, superando defeitos e avançando na vida nova. Este é o caminho do amor, humildade e da Verdade, que gera maturidade, santidade, liberdade e a verdadeira felicidade.



João 8,31-47






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Vivência ____/ ____/ ____

Condições de
Possibilidade da
existência de Deus e
ateísmo no contexto da modernidade

Como meditamos anteriormente, Santo Tomás de Aquino dizia que a "verdade é a conformidade do intelecto à realidade, seja do mundo físico, seja do mundo espiritual". A Verdade é a realidade, aquilo que é real, aquilo que não é falso, mentira, engano e ilusão. Por isso Deus é a Verdade, pois ele é o fundamento da realidade, ele é o Ser de tudo o que existe de verdade. Sem Deus nada do que existe não existiria. Sendo assim, a Verdade não depende da razão humana, do que o homem acha ou deixa de achar. A Verdade não é subjetiva, mas objetiva. 

A Verdade é absoluta, porque Deus é Absoluto. A verdade é uma só, porque só existe um Deus Verdadeiro, o Deus de Moisés, o Eu Sou Aquele que Sou. Isto faz cair por terra todo relativismo tão presente no mundo de hoje. Um relativismo que gera confusão, niilismo e sectarismos, seja no mundo em geral, seja dentro do próprio cristianismo. Trocam a verdade de Deus pela mentira, pelo engano, pela ilusão (Rm 1,25).


A verdade é o alicerce seguro sobre o qual podemos e devemos construir a casa da nossa vida. O que não é verdadeiro é falso, é escorregadio, é arenoso. Devemos ser cristãos seguros na Verdade que emana do próprio Deus. Uma Verdade que não muda ao sabor dos ventos do mundo, porque o que é verdadeiro é eterno: "Céus e terra passarão mas as minhas palavras não passarão!" (Mt 24,35) Para tanto, precisamos conhecer a Verdade na perspectiva ensinada por Jesus: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!" (Jo 8,32) 

O homem foi criado para a Verdade porque foi criado para Deus. Sinal de que sua felicidade está na Verdade. O primeiro passo na busca da verdade é o passo da filosofia, o passo da razão. Por isso estudaremos um pouco sobre a busca de Deus no contexto da modernidade e os desafios do ateísmo. Não podemos ser indiferentes a esta realidade porque nós também somos chamados a dar as razões da nossa esperança para nos mesmos e para os outros. 

Este texto é repleto de colocações filosóficas gerais. Não é necessário decorar tudo. Basta ter uma visão geral, a qual poderá ser aprofundada posteriormente. Preferimos colocar esses assuntos aqui porque não temos medo da Verdade, nós a amamos.



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Deus existe? Esta é a grande pergunta que emerge da consciência humana. Do mesmo modo como o cérebro não consegue deixar de pensar, também não consegue descartar a idéia de Deus. Nem os ateus! E isto já não seria uma prova da existência de Deus ???
Indubitavelmente, a religião surgiu quando o homem apareceu sobre a face da terra. O homem é naturalmente um ser religioso. Prova disso é que todas as culturas possuíram ou possuem algum tipo de religião. Desde o amanhecer da história, o homem manifestou uma necessidade intrínseca de viver ligado ao Ser Superior que é o grande “Mistério” que o envolve e dá sentido à sua existência, mas que ao mesmo tempo interroga a sua consciência.
De fato, Deus existe? A dimensão religiosa do homem não seria apenas o reflexo de uma fase primitiva da evolução da humanidade? (Auguste Comte) Ou apenas uma projeção dos sentimentos e dos ideais do homem num ser superior imaginário? (Ludwig Feurbach) Ou mera expressão da mentalidade escravocrata a qual o homem fraco se submeteu, de modo que para ser livre o homem deve matar Deus? (F. Nietzche) Ou apenas uma sublimação de traumas oriundos da paternidade? (Sigmund Freud) Sendo Deus uma ilusão, a religião não seria o ópio do povo? (Karl Marx) Talvez você não se faça esses questionamentos conscientemente. Porém, em várias circunstâncias da nossa vida, temos necessidade de dar as razões da nossa fé e esperança, sobretudo para nós mesmos (1Pd 3,15). É próprio do homem se perguntar pelo sentido e pela veracidade das coisas. Categoricamente, ninguém gosta de ser enganado. Ninguém fia a sua vida numa mentira ou ilusão.
O contexto da modernidade é prova mais que suficiente da religiosidade constitutiva de todo ser humano. Mesmo os mais radicais não negam esta dimensão humana, embora expliquem-na num plano meramente horizontal. Por isso falar da “experiência de Deus pode parecer, atualmente, um anacronismo ou um desafio. Anacronismo aos olhos de uma época que se proclama pós-teísta e na qual o problema de Deus perde, aparentemente, sua especificidade teológica e admite apenas uma formulação que se crê ‘honesta” quando articulada em termos etnológicos, sociológicos, psicológicos ou mesmo políticos. Desafio ao veredicto que parece aceito sem discussão em amplos setores da cultura contemporânea e segundo o qual a assim chamada experiência de Deus não pode ser senão a persistência ou a sobrevivência de uma ilusão.” (Henrique C. Lima Vaz)
Ante os desafios da modernidade, sejam dos que vêm da mentalidade técnico-científica materialista, sejam os promovidos pela própria religiosidade pragmatizada, faz-se necessária uma resposta que possa ser discutida por todos mediante argumentos racionais elaborados sobre a existência de Deus. Precisamos mostrar a “sensatez” de pensar o emergir da existência humana como fenômeno na história totalmente direcionado para o Ser, para Deus. Demonstrar a razão subjacente à fé em Deus, “a razão da nossa esperança”, e à autêntica vivência da mesma. Nossa primeira pretensão será trabalhar a experiência de Deus numa perspectiva transcendental e, por ela, argumentar as razões da vida na fé e o substrato humana da experiência do Deus Uno e Trino.
Quando Deus se revelou a Moisés, fez questão de dizer o seu Nome: “EU SOU AQUELE QUE SOU!” (Ex 3,14). Porém, vemos que mais do que um nome, como qualquer outra realidade possui, o nome de Deus é uma afirmação sobre a essência dele mesmo, realidade que ultrapassa a simples compreensão humana, porque Deus é sempre maior do que a nossa razão. Porém, na própria formulação do seu Nome, o Deus de Moisés, que é o mesmo Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus que se revela na história e que é acolhido através da fé, já apontava para o desejo de também querer dialogar com os filósofos e todos os homens de todos os tempos e lugares. Porque todos foram criados por Ele à sua imagem e semelhança. Livre e consciente, todo o homem pode fazer a experiência transcendental daquele que é a fonte de todo ser e de toda a existência.
Diante desta revelação do Nome Divino, os primeiros teólogos da Igreja perceberam logo de início a importância do diálogo entre fé e filosofia ao ponto de acreditarem que Platão, além da luz natural da razão, também era guiado pela luz divina. Embora a sua filosofia não fosse uma revelação divina, Deus mesmo tinha orientado a sua reflexão pelos caminhos da sua divina providência.  “Não era o caso de ver aí uma espantosa confirmação da unidade de fé e filosofia? Com efeito, a patrística viu revelar-se aí a mais profunda unidade de pensamento e fé, de Platão e Moisés, de espírito grego e bíblico. Sentiu tão completamente a identidade entre a busca filosófica e a aceitação do que se lhe oferecia na fé de Israel, que chegou a defender a tese de que Platão não seria capaz de chegar a semelhante conhecimento por seus próprios recursos, tendo seguramente conhecido o Antigo Testamento donde haurira suas idéias” (Joseph Ratzinger).
Diante da revelação divina “EU SOU AQUELE QUE SOU!”, devemos dizer: “DEUS É AQUELE QUE É!” Deus não precisou de um ser maior que Ele para existir e ser o que É, como eu e você precisamos d’Ele para existir e ser o que somos. “A grandeza de Deus supera todo conhecimento” (Jó 36,26). Deus é “Mais”, “Sempre Mais” que a nossa compreensão. Ele não é uma “coisa” no tempo e no espaço que pode ser analisada por diferentes ângulos, mas um “Mistério” que vai além da história e da investigação empírica. Uma “coisa” é limitada. Deus é eterno e infinito. Por isso falamos que Deus é um “Mistério”. Ele não é complexo nem confuso. Mas é ao mesmo tempo tão grande, que quando mais o conhecemos, mas temos a conhecer. Moisés conheceu Deus, mais um Deus que vai além de toda compreensão, um mistério inesgotável. Por isso, dizia Santo Agostinho, “Deus não é (tanto) para se compreendido, mas para ser adorado!” Este “Deus”, este “Mistério Profundo”, o “Ser”, torna-se “Presença” na história e na experiência cotidiana de cada homem.

A experiência transcendental
do “Mistério”

Nossa razão pode não compreender totalmente o “Mistério” de Deus, mas também não pode se enganar dizendo que Ele não existe, porque as evidências da sua existência não podem ser descartadas. O próprio homem, nas profundezas do seu ser e nos acontecimentos do dia-a-dia se depara com este “Ser Maior e Perfeito” que lhe deu o ser. Quando menos esperamos, às vezes no nascimento do filho e às vezes mesmo na hora de um ente querido, simplesmente sentimos a sua “Presença” que nos enche de sentido e esperança. De fato, “é nele que somos, nos movemos e existimos”(At ).  Não podemos fugir da sua “Presença”. Como experimentava o Salmista: “Para onde me afastarei de teu alento? Para onde fugirei de tua presença? Se escalo o céu, aí tu estás; se me deito no abismo, aí estás. Se eu disser: que a treva me sorva, e a luz se faça noite ao meu redor, nem mesmo a escuridão é escura para ti, e a noite é clara como o dia: treva ou luz são a mesma coisa.” (Sl 139,7s)
Sobre o conhecimento de Deus Edward Schillebeeckx enfatiza que quando procuramos pôr as mãos sobre ele, no sentido de analisá-lo como um objeto simplesmente no mundo, é sempre o mundo finito que agarramos, e nunca Deus. Porém, justifica a possibilidade de percebermos a existência de Deus a partir da nossa história: “Desde o momento em que o homem tem a coragem de olhar deveras o mundo e a si mesmo como um fato, como uma realidade ali lançada, como uma presença por si mesmo inexplicável, nesta presença descobre o testemunho de uma outra Presença que se revela obscuramente. Quando nos colocamos diante de nós mesmos e do mundo, não como ‘homo faber’ ou como ‘homo economicus’, mas simplesmente como homem, e aceitamos o testemunho espontâneo desta realidade, então descobrimos que estamos inseridos no mistério mais profundo de uma realidade pessoal e absoluta”, que chamamos de Deus.
Para J. Maritain, o “conhecimento de Deus, antes de ser desenvolvido em demonstrações lógicas e perfeitamente conceptualizadas, é em primeiro lugar e acima de tudo, fruto da natural intuição da existência, e que se impõe ao nosso espírito pela força imperativa dessa intuição”. A razão humana se aproxima de Deus mediante um raciocínio natural. Não é uma “intuição” pura e nem um raciocínio filosófico de feição técnica. Tal raciocínio é de “feição intuitiva”, irresistivelmente sustentado e vitalizado, de um a outro extremo, pelo lampejo intelectual da intuição da existência. E em parte alguma se acha implicado qualquer problema, porque o poder esclarecedor dessa intuição se apodera do espírito e o obriga a ver.
Este conhecimento, que J. Maritain chama de natural, intuitivo ou pré-filosófico, enquanto se diferencia da tentativa humana de sistematizar a intuição natural da existência é, pois, um raciocínio com feição intuitiva, embebido na intuição primordial da existência. Ele é muito mais profundo que “qualquer processo lógico já elaborado”. A linguagem sobre Deus esbarra na própria limitação humana de falar do Absoluto.
O animal homem não tem espírito. Ele é espírito. O homem não tem corpo. Ele é corpo. O corpo é a exteriorização do espírito na história e o espírito vai sempre além da história, transcendendo-a. O homem tem matéria e é o único animal sobre a face da terra que olha para o céu, em busca da fonte e do sentido último da sua existência.
Ao priorizar a experiência transcendental na sua reflexão sobre o conhecimento natural de Deus, Karl Rahner, para quem o homem é o “ouvinte da palavra” e lugar do encontro com Deus, conseguiu fundamentar seu discurso de forma inovadora e convincente. Por experiência transcendental entende-se a “a consciência subjetiva, atemática, necessária e insuprimível do sujeito que conhece, que se faz presente conjuntamente a todo ato de conhecimento, e o seu caráter ilimitado de abertura para a amplidão sem fim de toda realidade possível” (K. Rahner).
Pelo próprio ato de perguntar, do qual não pode excluir-se, o homem lança-se à infinitude e já se percebe como ser de transcendência. Porém, ao estipular um conhecimento sobre um ente particular, ele auto-afirma, mesmo que implicitamente, uma pré-apreensão do Ser e demonstra que é espírito, é sujeito com “abertura apriorística” para o Ser em geral.  Esta pré-apreensão tem respaldo na racionalidade. Trata-se de uma experiência onde o Absoluto se torna presença inesgotável da experiência humana e o sujeito também é absorvido por este Absoluto. Nossa experiência do “Mistério Absoluto” dá-se dentro do mundo, da história, da contingência, “onde o conhecimento de algo, do que é do que não é”, deparamo-nos com a amplitude da existência infinita que nos envolve, no qual existimos e da qual não podemos fugir.
O homem não pergunta só pelo ente, mas pelo ser do ente em questão e isto é exemplificado de forma bem simples pela pergunta natural de todo espírito humano: “O que é isto?” O homem pergunta pelo “uno”, um último fundamento do real, pelo “ser” de todo ente concreto. Como não é possível alguém perguntar pelo irreal ou pelo totalmente desconhecido, pois sequer teria condições de formular a questão, conclui-se racionalmente que o homem possui uma pré-comprensão do ser ou conhecimento preconceptual. O que é isto? É, na verdade, Porque isto é isto? Quem deu o ser a isto? De onde veio isto? Ao perguntar pelo “ser das coisas”, o homem tem uma pré-compreensão d’Aquele que É por si mesmo, Deus. O homem pode não ter todas as respostas, mas tem perguntas profundas e sérias no dia-a-dia que remetam a realidade do Ser, de Deus. “Sábio é quem faz as perguntas. Uma boa pergunta já tem metade da resposta.” (A. Einstein)
  Como o homem pergunta pelo sentido último, ele é ser transcendental que vai ao encontro das condições ontológicas que existem no sujeito e que vai além do mundo simplesmente das coisas; é o mediador de sentido, pois tudo só tem significância a partir da sua pergunta universal e, por fim, pergunta e se direciona para algo que não é coisa no mundo, embora seja a condição de sentido deste mundo e da história.
A experiência transcendental, que se verifica em todo ato do sujeito cognoscente e livre, aponta para um “Aonde” que lhe dá sentido, pois o homem sabe estar voltado para o mistério, real e não ilusório, inefável, jamais capaz de ser analisado completamente, pois desponta como sendo Absoluto e cujas respostas alcançadas pelo conhecimento jamais esgotam o seu mistério. Este “Aonde” nós denominamos de Deus. “Portanto este Aonde da transcendência, a um exame mais preciso, não é em seu caráter misterioso conceito simplesmente contrário e evidente. Em nosso conhecimento  só é evidente para nós o que em si se entende por si mesmo” (K. Rahner).
Perante o “Mistério Presente” o homem sabe que ele próprio não é o Ser, mas procede dele e depende dele, e que tudo mais tem sua origem nele.  O ser não é o homem e tampouco seria o “nada”, pois o “nada” não funda nada. Embora não possa dizer empiricamente o que é o Ser, pois sempre pergunta por ele, sabe que este Ser, que é “mistério” cognoscível mas que se mantém questionalidade, e que é o próprio fundamento de sua existência. Pode perfeitamente ser reconhecido como sendo Deus, do qual tem uma idéia,, mas que só sabe o “significado” do que seja este Deus na medida que permite a sua transcendentalidade, situada além de tudo o que se possa identificar objetivamente.
O conhecimento de Deus é a posteriori, pois se dá mediante a experiência transcendental. “Nosso conhecimento ou experiência transcendental tem de ser chamado a posteriori à medida que toda experiência transcendental é medida por encontro categorial com realidades concretas do nosso mundo, o mundo das coisas e o mundo das pessoas” (K. Rahner).
A experiência originária do “Mistério” é atemática, impossível de ser conceituada, embora a realidade interponha a necessidade da linguagem, mas a linguagem  sobre o “Mistério” é sempre mediadora (media duas realidades: Deus e o homem) e analógica. Da realidade transcendental da experiência humana, as “provas” sobre Deus se tornam uma questão secundária, pois o conhecimento filosófico é sempre uma tentativa própria do espírito para abarcar  o “Mistério” a partir da história onde está inserido (do onde para o Aonde), mas tentativa que nunca conseguirá deixar de “perguntar pelo ser” e que sempre terá como ponto de partida a própria experiência transcendental que o remete para um “Aonde”. Então, “uma prova teórica da existência de Deus somente visa, portanto, transmitir consciência reflexa sobre o fato de que o homem em sua existência espiritual tem que haver-se com Deus” (K. Rahner).
A experiência humana de Deus não é sensível e nem intelectual, mas transcendental e preconceptual. É claro que sentidos e inteligência não são excluídos da experiência religiosa. Porém, a linguagem sobre Deus é sempre analógica. O intelecto só se aproxima de Deus por meio de analogia. Deus é um mistério permanente para o homem, e o homem “sabe” de Deus de forma que não sabe propriamente “como sabe”.
A experiência preconceptual de Deus é pois, operação do espírito com conhecimento “tácito”  ou preconceptual. Não se sente Deus simplesmente, não o compreendemos totalmente, porém, experimentamos algo de absoluto e de mistério em nossas vidas, que dá sentido à nossa existência, o que chamamos de Deus. O ser humano tem a experiência do Mistério, o qual é o que “volta-se para aquela dimensão da experiência humana que foge à compreensão e o transcende completamente”. Por experimentar o Mistério em sua vida “o homem é um ser transcendente na medida em que todo o seu conhecimento e toda a sua atividade consciente fundamenta-se em uma pré-compreensão (Vorgriff) do ‘ser’ como tal, em conhecimento não temático, mas sempre presente, da infinitude da realidade” (K. Rahner apud D. Edwards).
Perante o “Mistério”, o homem confronta-se consigo mesmo e também luta com Ele, como aconteceu com Jacó, aquele que venceu Deus, mais ao mesmo tempo foi vencido por Ele. Jacó perguntou pelo seu Nome, querendo delimitá-Lo e manipulá-Lo. Deus não lhe revelou. Mas ao mesmo tempo Jacó o agarrou até que conseguiu bênção e tornou-se Israel, aquele que lutou com Deus, e venceu. Interessante como em muitas passagens a revelação bíblica entra em sintonia com a ontologia, a filosofia do ser. Isto demonstra para a razão que o Deus de Israel não é mito, ilusão ou projeção humana. É o Ser, o Sentido Último da existência e a Grande Resposta para a pergunta do homem transcendental. A luta de Jacó com Deus é também a luta de todo ser humano com Ele. Deus se manifesta. O homem foi criado em condição de escutá-lo, mas ferido pelo pecado em vez de adorá-Lo, quer dominá-lo. Então Deus não lhe revela o seu nome e continua sendo um Mistério, mais sempre presente. Um Mistério que se faz próximo e distante, um Mistério que interroga a consciência humana mais ao mesmo tempo abençoa o homem. Vence o homem, não se deixa dominar, mais ao mesmo tempo de seixa vencer pelo homem e o abençoa, faz bem à sua vida. Teologicamente, antes do pecado original o homem vivia na amizade direta com o Criador. O pecado trouxe um véu sobre os seus olhos, sua mente e seu coração. No céu, no retorno ao paraíso, o homem voltará a vê-lo face a face. Enquanto o homem é peregrino na história, Deus sempre vai ser um “Mistério Profundo” que se dá a conhecer em parte, seja através da experiência transcendental, seja através, sobretudo, da fé.
Porque que Deus, o Ser, é “Presença” e ao mesmo tempo “Mistério Profundo” para o homem? Porque o homem ainda tem as sequelas do pecado original, sua natureza foi danificada, neste tempo escatológico a Graça de Deus ainda está no processo de salvação e plena humanização e cristificação do seu ser. Evolução (Darwim) rumo ao Ponto Ômega (Chardim)?. Por isso o homem já é capaz de Deus, e ao mesmo tempo ainda não é capaz de Deus totalmente. “Já” e “ainda não”...

A consciência

Nossa consciência não é perceptível, mas ela é a realidade mais profunda do nosso ser, corresponde ao nosso “eu” profundo. E dentro dela existem leis naturais, princípios éticos e normas morais comuns a todos os seres humanos que não foram colocadas ali por nós mesmos. Alguém as colocou e sabemos que devemos segui-las (Rm 2,14-15). É a voz da consciência, a voz de Deus. Quando não a obedecemos, sabemos que estamos indo contra a algo conatural ao nosso ser e que por isso estamos errados. E quando uma pessoa sequer tem consciência de que tem uma consciência a que deve obedecer, então isto é anormal, é doentio, é loucura, própria, por exemplo, dos psicopatas.  Quem colocou essa “voz” dentro de nós foi um Ser Superior, e este ser é Deus. Negar a consciência é negar o seu “eu” profundo e Aquele que o criou e lhe dá diretrizes. Pela via da consciência, quem nega a Deus cai, portanto, em contradição performativa, pois nega a si mesmo.
“A emoção mais bela que podemos experimentar é o sentimento do mistério. É a emoção fundamental que está no berço de toda a verdadeira arte e ciência. Aquele que desconhece essa emoção, aquele que não consegue mais se maravilhar, ficar arrebatado pela admiração, é como se estivesse morto; é uma vela que foi apagada. Sentir que por trás de qualquer coisa que possa ser experimentada há algo que nossa mente não consegue captar, algo cuja beleza e solenidade nos atinge apenas indiretamente: essa é a religiosidade. Nesse sentido, e apenas nesse sentido, sou devotamente religioso” (A. Einstein).

O Ser e a Verdade

A filosofia de Santo Tomás de Aquino é realista, é feita a partir da realidade das coisas, não propriamente de idéias imaginadas pelo filósofo. É a filosofia do Ser, da Verdade. Por isso o Papa Bento XV dizia: “Aprovamos e fazemos nosso tudo que disseram Leão XIII e Pio X sobre a necessidade de seguir a doutrina de S. Tomás. Nem os nossos predecessores nem nós temos que nos esforçar para recomendar e ordenar outra filosofia, senão a que é segundo Cristo, e por isso exigimos que nossos estudos filosóficos se façam em completo acordo com o método e os princípios da filosofia de S. Tomás, porque nenhuma outra serve para expor, defender vitoriosamente a verdade revelada”.
Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico tão amado pelo Magistério da Igreja, resumia os seus profundos argumentos sobre a existência de Deus em cinco provas. Depois poderemos aprofundá-las. Mas o que é comum a todas as provas, é que tudo conduz a Deus, ao Ser. Negar a lógica da razão a partir do que se obeserva na realidade é negar a própria realidade, o que é irracional.

1ª - A primeira força ou o primeiro motor imóvel
O movimento existe na extensão do universo. Além da evidência, hoje mais do que nunca sabemos pela ciência que o universo está em expansão. Tudo que se move é movido por outra força, ou motor. Não é lógico que haja um motor antecedido por outro infinitamente. A lógica exige a existência de uma força primeira e onipotente que coloca tudo em movimento, um primeiro motor que move sem ser movido. Este primeiro motor é Deus.

2ª - A causa primeira
No universo e na história da humanidade toda causa é causada por outra causa. Porém a nossa razão exige que é necessária uma primeira causa que não é causada. Deus é a primeira causa, a Causa não causada.

3ª - O Ser necessário
Todos os seres, todas as criaturas, são finitos e contingentes (são e deixam de ser). Se tudo fosse assim simplesmente, todos os seres deixariam de ser e, um dia, nada mais do que existe existiria. O “nada” é absurdo. Logo, a existência dos seres finitos e contingentes implica a existência do Ser Infinito, Absoluto e Necessário, que é Deus. Deus Onipotente criou os seres, Deus continua mantendo e Deus continua criando novos seres conforme lhe apraz. 

4ª - O Ser perfeitíssimo
Vemos graus de perfeição nos seres finitos. Uns são melhores ou mais belos que outros. Mas nenhum possui a perfeição absoluta. Sempre existe algo a desejar, algo a melhorar. Porém, nossa razão aponta para a existência de um Ser Sumamente Perfeito, em quem tudo já está bom, onde não existe nada para melhorar. Este Ser que satisfaz a nossa idéia de perfeição e que também é a referência para discernirmos os graus de perfeição dos seres finitos é Deus.

5°- A inteligência ordenadora
Todos os seres tendem para uma finalidade, para um fim. Este fim é justamente o que dá sentido à existência dos seres finitos. Alcançar o fim, a finalidade, em vez de frustração, significa realização. Por isso os seres não são guiados para a sua finalidade específica por conta do acaso, mas por uma inteligência que ordena tudo e os dirige. Este ser que ordena a natureza e dirige tudo para o seu fim é Deus.

A natureza

A natureza, com todas as suas maravilhas que surpreendem infinitamente a nossa inteligência e os nossos sentidos é uma prova incontestável de que Deus existe, de que Ele é Bom e Todo-poderoso.
Como uma obra de arte revela o artista e os raios solares remetem ao sol, a natureza testemunha a existência de Deus (Sl 19,1; Sb 13,1-9; At 14,16). “Aquilo que é possível conhecer de Deus, foi manifestado aos homens; e foi o próprio Deus quem o manifestou. De fato, desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, tais como seu poder eterno e sua divindade, podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que ele realizou” (Rm 1,19-20). 
Diante da evidência da natureza, Voltaire acreditava na existência de Deus, o “ser necessário, eterno, supremo, inteligente”. “Deus existe como a coisa mais verossímil que os homens podem pensar e a proposição contrária como uma das mais absurdas” (Voltaire). Para Voltaire Deus é o grande Engenheiro ou Mecânico do Universo: “Quando vejo um relógio cujo ponteiro marca as horas, disso concluo que um ser inteligente montou as engrenagens desta máquina para que o ponteiro marque as horas. Assim quando considero as engrenagens do corpo humano, concluo que um ser inteligente montou os órgãos para serem recebidos e nutridos por nove meses na matriz: que os olhos nos são dados para ver, às mãos para segurar, e assim por diante”. "O mundo me intriga, e não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro."

Ateísmo irracional e idolátrico

Vemos que a experiência transcendental do homem, a beleza e a ordem da natureza, a consciência e a razão humana nos mostram que Deus existe. Portanto, negar a existência de Deus é negar a existência de si mesmo, é fugir da realidade, é algo extremamente irracional. Negar a realidade é falta de razão, é loucura. “O ateísmo é a opção mais irracional” (Francis Collins, cientista coordenador do Projeto Genoma Humano). “São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando as suas obras” (Sab 13,1).
O ateísmo nega a existência de Deus afirmando categoricamente a inexistência de um Ser Supremo que chamou à existência os outros seres. Ao afirmarem isso, os ateus caem no absurdo. A existência do Criador do Universo é a verdade mais evidente entre todas as verdades, se bem que não existem várias verdades, mas uma só, porque é uma só a realidade. Só não vê quem não quem enxergar... Contra fatos não há argumentos. Nós mesmos somos prova da sua realidade inegável, cujo mistério ultrapassa nossa razão, mas que se manifesta no nosso cotidiano em verdadeiras experiências transcendentais.
Os ateus preferem dizer que a existência dos seres é fruto do acaso, como se para existir um acaso de tal porte não precisasse de premissas objetivas que funcionassem como pressupostos para que o mesmo pudesse ocorrer na história. A história, este tempo que a gente vive e este espaço que a gente ocupa não é uma ilusão, é real. Não é fruto do caos, pois o caos não gera ordem. Não foi principiada no nada, pois o nada não cria nada. No início de tudo, existe um Ser Superior que criou tudo e permitiu a marcha da evolução e da civilização, ate chegar até nós: Deus. É esta a história que tem sentido. Só o real tem sentido. E o fundamento da realidade histórica é a fonte do próprio ser, o Ser. Ele ultrapassa a história, pois é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Mas a história toda está contida n’Ele e somente n’Ele encontra sentido, pois “nele somos, nos movemos e existimos” (At ).
Porém, quando uma pessoa se fecha no seu mundinho de orgulho e autosuficiência, mesmo olhando o mundo em volta não professa a crença no Deus que o criou. Todos argumentos racionais são insuficientes para convencer uma pessoa que decidiu não querer acreditar em Deus. É como se tivesse passado por uma lavagem cerebral. Ou então porque, intransigente, não professa que acredita em Deus, porque antes já desejou que Deus não exista e mesmo indo contra a realidade e a razão, insiste em afirmar que ele não existe. Sobretudo no mundo de hoje quando em alguns setores, para dizer que é inteligente, tem, que se proclamar ateu.
Idolatria, fundada em uma noção errada de Deus, é o ato de adorar aquilo que não é Deus, é reconhecer e cultuar falsos deuses... Por incrível que pareça, no fundo, todo ateísmo é uma idolatria. O princípio é o mesmo: forçar a razão a não acreditar no Deus Único e Verdadeiro cuja existência é evidente na nossa consciência, na nossa experiência transcendental e nas obras que Ele criou. E coloca-se algo para ocupar o lugar de Deus na própria vida, seja um astro do universo, a natureza no seu conjunto, deuses inventados, demônios, coisas, valores, ideologias ou o próprio homem, ou a si mesmo. A Bíblia não fala muito do ateísmo, mas aborda a idolatria longamente, justamente por isso. Porque todo ateísmo é idolatria. Os ateus não acreditam que Deus não existe. Apenas eles desejam que ele não exista e decidem que ele não existe, mesmo tendo que fugir da lógica da razão e beirar a loucura. Tiram o Deus verdadeiro e colocam deuses falsos no seu lugar. 
Ao negar a existência de Deus, os ateus também negam o seu primeiro ato salvífico, a nossa criação, a sua graça e a sua providência. Negar é não aceitar e rejeitar, o que é muito pior, pois quem a Deus rejeita, abraça ídolos, sejam de que tipos forem. E toda idolatria gera escravidão e morte, a curto, médio ou longo prazo, seja na perspectiva individual ou coletiva. Porque a essência da idolatria é colocar o Deus Verdadeiro no canto e viver como se ele não existisse. Por isso que, na essência o ateísmo é uma idolatria: coloca-se Deus de lado, mas os próprios ateus, mesmo que não o digam, têm os seus próprios deuses, ritos, dogmas e crenças. Comte, por exemplo, depois de negar a existência de Deus, no final do seu pensamento dizia que a Humanidade é o próprio Deus e que os heróis da humanidade devem ser cultuados como santos.

Consequências da incredulidade

Quando uma pessoa diz que Deus não existe, no fundo, é porque deseja que ele não exista. Porque não gostaria de viver a vida de acordo com a Vontade Superior, e sim de acordo com a sua própria vontade. Quando diz que Deus não existe, é porque gostaria de ser deus para si mesmo e não depender do Criador (pecado da auto-suficiência), nem ter que obedecer ao Criador (pecado da desobediência) e não ter que considerar o Criador (pecado do orgulho).
“O conhecimento da existência de Deus está naturalmente infundido em todos. Logo, a existência de Deus é por si evidente” (Santo Tomás de Aquino). Todas essas evidências da existência de Deus são irrecusáveis, de modo que quem não acredita em Deus não tem desculpa e peca contra o próprio Deus. Todo incrédulo e todo idólatra nas profundezas do seu ser sabe que o Deus Verdadeiro existe. Porém, não admite a sua existência porque a raiz do orgulho está fincada no seu ser. É ver e não querer enxergar, é escutar e não querer ouvir, é sentir e não querer experimentar, é trocar a verdade pela mentira e isso logicamente gera muitas consequências negativas. Por isso não têm desculpa e são considerados culpados: “O que se pode conhecer de Deus lhes é manifesto, já que Deus se manifestou a eles. Desde a criação dom mundo, sua condição invisível, seu poder e divindade eternos, se tornam acessíveis à razão para as criatura. Por isso, não têm desculpa. Pois, embora conhecessem a Deus, não lhe deram glória nem graças, mas se perderam em raciocínios vãos e sua mente ignorante ficou às escuras. Alardeavam de sábios, resultaram néscios, trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens de homens corruptíveis, de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus os entregou a seus desejos imundos, que degradam seus próprios corpos. Visto que mudaram a verdade de Deus pela mentira, veneraram e adoraram a criatura em lugar do Criador – bendito seja ele para sempre, amém! – por isso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Suas mulheres substituíram as relações naturais por outras antinaturais. O mesmo aconteceu com os homens: deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo mútuo, cometendo infâmias homens com homens e recebendo em sua pessoa a recompensa merecida por seu extravio. E visto que não aprovaram reconhecer a Deus, Deus os entregou a uma mente reprovada, para que fizessem o que não é devido. Estão cheios de injustiça, maldade, cobiça, malignidade; estão cheios de inveja, homicídios, discórdias, fraudes, perversão; são difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, soberbos, arrogantes, fanfarrões, criativos para o mal, rebeldes a seus pais, sem juízo, desleiais, cruéis, sem piedade. E, embora conheçam a sentença de Deus, que os que assim agem são réus de morte, não somente o praticam, mas aprovam os que agem assim” (Rm 1,19-32).   (Ver também Sab 14,12.22-31) 

O coração tem razões
que a razão desconhece!

Blaise Pascal nasceu em 1623. Foi um brilhante cientista, matemático e filósofo. Criou teoremas matemáticos que são usados ainda hoje. Com apenas 12 anos de idade descobriu sozinho (!) que “a soma dos ângulos de um triângulo é igual a dois ângulos retos”. Aos 14 anos, passou a participar das reuniões da atual Academia Francesa das Ciências. Aos 18 anos, com o objetivo de ajudar o pai, inventou a primeira máquina de calcular. Como a máquina de calcular pascalina foi a precursora da informática, na década de 1960 deram o seu nome à linguagem de programação dos computadores.
Todos esses fatos históricos comprovam a inteligência, a praticidade e a atualidade desse cientista francês. Porém, o mais interessante é que apesar de tanta técnica e de tanta inteligência, foi um homem de fé que conseguiu entender que também o coração tem razões que a própria razão não conhece. Deste modo, a existência de Deus não passou despercebida na sua vida, conforme ele mesmo testemunha a sua experiência pessoal da sarça ardente no ano de 1654:

Segunda-feira, 23 de Novembro, dia de são Clemente, papa mártir, e de outros no martirológio. Vigília de São Crisógono, mártir, e de outros. Das dez horas e meia da noite, mais ou menos, até cerca de meia-noite e meia. FOGO!

Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob e não dos filósofos e dos sábios.

Certeza, certeza, sentimento, alegria, paz. Deus de Jesus Cristo. Deum meum et Deum vestrum (Meu Deus e vosso Deus).

Esquecimento do mundo e de tudo, menos de Deus. Não se encontra fora das vias ensinadas no Evangelho.

Grandeza da alma humana. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci. Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria.

Eu me separei dEle. Derliquerunt Me fontem aquae vivae (Abandonaram a Mim, fonte de água viva). "Abandonar-me-ias vós, meu Deus?" Que eu não me separe dele pela eternidade. A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e aquele que enviaste, Jesus Cristo.

Eu me afastei dele, evitei-O, reneguei-O, crucifiquei-O. Que eu jamais me separe dEle. Não se converta senão pelas vias ensinadas no evangelho.

Renúncia total e doce. Submissão completa e Jesus Cristo e ao meu diretor.

Alegria eterna por um dia de provação na terra. Non obliviar sermones tuos. Amen (Não me esquecerei das tuas palavras. Amém)

Pascal escreveu esse testemunho em uma cédula (Mémorial), que depois costurou no forro da roupa, para nunca esquecer que o conhecimento de Deus vai além do intelecto, passa pelo coração e é sempre experiencial. “Em oposição a um Deus totalmente remergulhado no mundo da matemática, Pascal viveu a experiência da sarça ardente, compreendendo que o Deus, que é a eterna geometria do cosmos, só pode sê-lo por ser amor criador, por ser sarça ardente de onde soa um nome, com que ele penetra no mundo do homem. Portanto, neste sentido existe a experiência de que o Deus dos filósofos é todo diferente da imagem que eles dele fizeram, sem cessar de ser o que eles constataram. Este Deus só se torna realmente conhecido, quando compreendemos que, sendo a verdade por excelência e o fundamento de todo o ser, é, inseparavelmente, o Deus da fé e o Deus dos homens” (Joseph Ratzinger).
A realidade “Deus”, pode ser focalizada somente por quem se incluir na experiência com Deus – experiência que denominamos fé. Só entrando, consegue-se saber; só participando da experiência, consegue-se perguntar; e só quem pergunta, recebe resposta. Pascal exprimiu isto em seu famoso argumento da aposta, com uma clareza quase monstruosa e com uma agudeza que chega a roçar as raias do suportável. O debate com o parceiro incrédulo atingiu um ponto em que ele reconhece dever decidir-se por Deus. Mas gostaria de evitar o salto, de possuir uma clareza matemática:
"Não existirá algum meio de iluminar a treva e suspender a incerteza do jogo?"
"Sim, há um meio e mais de um: a Sagrada Escritura e todos os outros argumentos em favor da religião".
"Mas, tenho as mãos atadas, os lábios mudos... Meu feitio é assim, não posso crer. Que fazer?"
"Então você confessa que a impossibilidade de sua fé não se origina da razão; pelo contrário: a razão conduz à fé; portanto, a sua recusa tem outro motivo. Por isto não adianta convencê-lo mais ainda, mediante um amontoado de provas da existência de Deus; antes de tudo, impõe-se que você combata as suas paixões. Você deseja alcançar a fé e não conhece o caminho? Quer ficar curado da descrença e não conhece o remédio? Aprenda daqueles que, outrora, foram acossados por dúvidas, como você... Imite-lhes o proceder, faça tudo o que a fé exige, como se já fosse crente. Frequente a Missa, use água benta, etc. Isto, certamente, o fará humilde e o conduzirá à fé".  (Joseph Ratzinger)

20:30h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Ex 3,11-15): ____________
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2º Dia (Jó 36,26-32): ____________
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3º Dia (Sl 139): ____________
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4º Dia (Rm 2,12-16): ____________
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5º Dia (Mt 11,25-30): ____________
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6º Dia (Sb 13,1-9): ____________
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7º Dia (Sl 14): ____________
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3ª Vivência ____/ ____/ ____

Revelação Divina

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Gênesis 12,1-9; ou Salmo 19; ou João 1,1-14

20:00h – Reflexão

Meditando a própria experiência da nossa vida e contemplando a natureza, não temos dúvida: a bondade e a existência de Deus são evidentes e racionais. “Os céus proclamam a glória de Deus, o firmamento apregoa a atividade de suas mãos” (Sl 19,2). “Interroga... (Santo Agostinho).
Apesar desta manifestação natural de Deus o homem tornou-se incapaz de encontrá-lo sozinho. É verdade que nos inícios a criatura humana vivia na amizade do Criador. Mas o pecado fez o homem virar as costas para ele, gerou a ignorância, o sofrimento e a morte. Com o pecado nasceu a idolatria a qual é, por sua vez, princípio, causa e fim de todo mal (Sb 14).  Sendo Deus a origem, o sustento e o sentido de toda criatura humana, não conhecê-lo ou adorar algo no lugar dele, significa viver perdido, como um barco em alto-mar numa noite escura sem bússola para orientar.
Incapaz de conhecer a Deus por suas próprias capacidades, perdido em meio à ignorância e trevas do mundo, o Bom Deus veio ao encontro do homem para falar de si mesmo e manifestar o seu projeto de salvação para a humanidade. A esta vinda de Deus ao homem para lhe revelar a verdade e iluminá-lo nós chamamos de Revelação Divina. Deus revela a realidade e ao mesmo tempo Deus tira o véu de si mesmo, aquilo que não deixava o homem enxergar com nitidez como acontecia no paraíso antes do pecado original. Deus também tira as escamas dos olhos do homem, as mentiras e ignorâncias do seu coração e da sua mente, as impurezas e todas as trevas que lhe faziam ficar cego e míope. Toda Revelação Divina é, portanto, o recado, a mensagem de Deus para a humanidade. É a sua Palavra de Vida que salva e liberta.
Embora as obras da natureza e outras vias demonstrem a existência de Deus, melhor e mais infalível ainda é quando o próprio Deus entra na história da humanidade e fala aos homens como a amigos (Ex 3; Jo 15,15; Br 3,18; DV 2). Deus se dá a conhecer e convida o homem a viver em comunhão com Ele, para que o conheça cada vez mais profundamente e seja cheio do seu amor e da sua graça.
Se a idolatria é a origem de todo mal (e todo ateísmo é na verdade um tipo de idolatria), o conhecimento de Deus é a justiça perfeita e o acatamento do seu poder é a raiz da imortalidade (Sb 15,3). Quanto mais o conhecemos, mais o amamos e compreendemos os seus ensinamentos que se tornam “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho” (Sl 119,105). Deus não se revelou, Deus não tirou o véu de si mesmo e a escama dos olhos do homem porque necessitasse aparecer, mas por necessidade do próprio homem se reencontrar na sua luz e renascer no seu amor. Antes, o homem via, mas não enxergava; ouvia, mas não escutava; caminhava, mas não encontrava a felicidade e a paz; lutava mais não alcançava a liberdade; cultuava, mas não participava do verdadeiro culto de adoração que todo universo faz ao Criador. Revelando-Se, Deus falou-lhe ao seu coração e à razão, iluminou sua estrada e o segurou pela mão, como um Pai conduz o filho pelas estradas da vida.

O Deus de Abraão
se revela salvando

Deus se revelou, mas não foi só falando, pois não nos comunicamos apenas com palavras, mas também através de gestos, símbolos, sinais e atitudes. Deus se revelou salvando e salva revelando-se. Tudo começou com Abraão, o pai da fé.
O primeiro conhecimento que Abraão teve de Deus foi natural, à luz da razão. A partir da sua própria experiência de vida e dos pressupostos da criação, Abraão fez um raciocínio lógico, não se perdeu em raciocínios vazios, concluiu acerca da existência do Criador, rejeitou necessariamente todo tipo de ateísmo, agnosticismo, henoteísmo e politeísmo, o glorificou e lhe deu graças. Pois, como vimos, “as perfeições invisíveis de Deus, tais como o seu poder eterno e sua divindade, podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que ele realizou” (Rm 1,20).
Podemos imaginar Abraão olhando para a sua experiência interior e ao mesmo tempo para a beleza do universo e dizendo: “Tudo isso tem que ter um proprietário, tudo isso tem que ter um Criador”. Então Deus se revelou a Ele dizendo: “Ei Abraão, Sou Eu. Eu estou aqui!” Como a realidade objetiva de Deus é muito, mas muito maior que a razão humana, Abraão não compreendeu totalmente o Deus único e Verdadeiro. Mas a certeza da sua existência e de que Ele É o Bondoso Criador e que se manifesta na nossa história, ele guardou no coração e teve fé. Esta fé foi o começo de tudo. No decorrer da história do seu povo, e sempre na esteira desta fé, Deus vai continuar se revelando gradualmente e o seu povo vai cada vez compreendendo quem é Ele, também gradualmente.
Acatamento reverencial, esta foi a primeira atitude de Abraão ao constatar a verdade da existência de Deus. Não sufocou a verdade e nem se perdeu em raciocínios vazios. Ver o rosto do Deus Único e Verdadeiro, louvá-lo e servi-lo, torna-se a sua aspiração mais profunda. Porque, “dotada de uma alma espiritual, de inteligência e de vontade, a pessoa humana é, desde a sua concepção, ordenada para Deus e destinada à eterna bem-aventurança” (CIC 1711).
Para Abraão Deus não é uma essência abstrata ou uma energia cósmica, mas uma entidade viva, um ser pessoal. É Javé, “o Deus Altíssimo que criou o céu e a terra” (Gn 14,22). Ele não se confunde com energia mental, nem com energia, nem com os falsos deuses dos pagãos e tampouco com a natureza.
O Deus Vivo e Verdadeiro de Abraão, que habita uma luz inacessível (1Tm 6,16), se revela na criação e na história. Ele vem ao encontro do homem para salvá-lo. Salvando, revela-se e o atrai para o seu amor. Como uma mãe se revela ao seu filho como “sua mãe” amando-o e agindo em seu benefício, dando-lhe sua vida, amamentando, protegendo, tratando das suas feridas, orientando, corrigindo quando se faz necessário, abraçando com muita ternura, assim Deus também se revela salvando e salva revelando-se. “Em virtude desta Revelação, Deus invisível (cf. Cl 1,15; 1Tm 1,17), na riqueza do seu amor, fala aos homens como a amigos (cf. Ex 33,11; Jo 15,14-15) e conversa com eles  (cf. Br 3,38), para os convidar e admitir a participarem de sua própria vida” (DV 2).
O amor da mãe em ação é a revelação, é a palavra da mãe para o seu filho que ele vai compreendendo desde os primeiros dias de sua vida. Assim Deus também se revela e nos fala salvando-nos, amando-nos. O primeiro ato salvífico foi a criação, quando Ele nos salvou do nada e chamou-nos à existência. Deus se revelou primeiramente como Pai/Mãe Criador e como Deus Único e Verdadeiro. Depois continuou salvando no decorrer da história e foi se revelando e falando cada vez mais, apesar das infidelidades e ignorâncias dos homens.




Jesus, a plenitude
da Revelação Divina

A experiência religiosa de Abraão motivada pela sinceridade do seu coração e sua perseverança na verdadeira fé monoteísta foi o começo e a referência de toda história da salvação que culminou em Jesus de Nazaré (Gn 12,1-4; 26,5; Gl; Hb). Abraão foi o começo. Jesus é a Palavra definitiva do Pai. Tudo já está revelado. Não aconteceu e nem acontecerá outra revelação como querem algumas seitas modernas. Só resta mergulhar e conhecer cada vez mais o Deus de Abraão e de Jesus e amá-lo com todo coração, alma, entendimento e força, e ao próximo como a si mesmo (Dt 6,4-9; Mc 12,28-).
Jesus é a plenitude da revelação de Deus para a humanidade, porque “muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. No período final em que estamos, falou a nós por meio do Filho. O Filho é a irradiação da sua glória e nele Deus se expressou tal como é em si mesmo” (Hb 1,1-3).
Jesus é a Palavra de Deus em pessoa. Nele, a Palavra se fez homem e habitou no meio de nós (Jo 1,14).  Quem vê Jesus, vê o Pai e recebe o Espírito Santo. Quem o segue não caminha nas trevas porque possui a Luz da Vida!
Sendo Jesus a plenitude da Revelação de Deus, significa que tudo que Deus revelou antes dele vir ao mundo, o que está escrito no Antigo Testamento, deve ser entendido e interpretado em referência a ele. Houve um progresso na Revelação. Deus foi se revelando gradualmente e o homem foi compreendendo cada vez mais profundamente até chegar Jesus. Você não entende um filme no começo, mas só quando chega ao final. O Antigo Testamento também só é entendido a partir do Novo testamento. O Antigo Testamento, sob a pedagogia da Lei, preparou a vinda do Salvador. O Novo testamento, sob a égide da Graça, realizou as promessas e ilumina toda História da Salvação.
Jesus não veio para abolir a Lei e os Profetas, mas para levá-la à perfeição, concedendo aos seus discípulos o entendimento profundo de toda Revelação Divina desde os tempos de Abraão (Lc 10,21-24; At 3,17-26; Hb 1,1; 1Pd 1,10-12) O Salmista já dizia: “Na tua luz veremos a luz”. Jesus é a Luz de Deus que no faz ver a grande Luz que também é o próprio Deus. Ele é o rosto divino do homem e o rosto humano de Deus. Nele o homem se encontra e é iluminado. Quem o Vê, vê o Pai porque ele e o Pai são UM. Por isso, apesar de ter vido 1.800 anos antes de Cristo, diz a Bíblia que Abraão viu o dia de Cristo, o tempo que ele viria ao mundo, e se alegrou. Abraão se alegrou porque Deus lhe ajudou a entender que toda revelação que estava iniciando com ele ia culminar no Filho dele, Jesus de Nazaré.
Sendo Jesus a plenitude da Revelação Divina significa também que tudo o que o Pai Celeste queria nos comunicar, Ele já nos comunicou. Tudo já foi dito na pessoa de Jesus Cristo. Ele á Luz da Vida que veio ao mundo. Não existe outra Luz. Não temos que esperar ou acreditar em outra revelação, como dizem os espíritas, mórmons e adeptos de seitas da nova era.  Os apóstolos, fiéis ao mandamento de Cristo, guardaram os seus ensinamentos e transmitiram sem nada mais a acrescentar. Eles não são a Revelação, mas servos escolhidos para a sua transmissão (Gl 1,11-12; 1Jo 1,1-4).
Ainda hoje na Igreja Católica, nenhuma aparição de Nossa Senhora é tida como uma nova revelação, como por exemplo, a aparição de Nossa Senhora em Fátima. A Igreja entende que a Mãe de Deus não traz uma nova revelação, mas é autorizada por Jesus a vir a terra para relembrar justamente o que Ele já ensinou e está no Evangelho e na Doutrina da Igreja. Em outras palavras, Nossa Senhora vem para evangelizar, para lembrar a Palavra de Deus, que é Palavra de Salvação. Por isso, no processo de discernimento se uma aparição é falsa ou verdadeira, quando aquele que se diz vidente fala algo que vai contra a Revelação Divina, a Igreja logo afirma que tal aparição é falsa e nem continua o processo de discernimento. Porque para a Igreja, ela prefere deixar mil aparições de Nossa Senhora no esquecimento do que afirmar que uma só seja verdadeira enquanto que na verdade é falsa. Porque para Igreja, tudo que vai contra o Evangelho não vem de Deus, é algo demoníaco.
Hoje, mais do que nunca, quando existem muitas seitas espalhadas por aí e muitas pessoas que dizem ter recebido aparições do céu, devemos renunciar todas as falsas revelações e ensinamentos que queiram acrescentar algo ao Santo Evangelho. A Revelação Divina, plenificada, centrada e encarnada em Jesus de Nazaré, transmitida pelos Apóstolos e ensinada fielmente pela Igreja Católica é a única norma normativa não normada da nossa fé. Existem grupos religiosos que dizem ter recebido uma nova revelação, ou interpretam a Palavra de Deus totalmente por fora da Doutrina dos Apóstolos. É necessário orar e vigiar, pois “são pessoas que estão gerando confusão e querem deturpar o Evangelho de Cristo!” (Gl 1,7).

20:30h – Oração final

21:00h – Avisos / Despedida


Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Gn 12,1-9): ____________
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2º Dia (Sl 19): ____________
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3º Dia (Sb 15,1-6): ____________
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4º Dia (Col 1,9-12): ____________
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5º Dia (Jo 1,1-14): ____________
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6º Dia (Gl 4,1-10): ____________
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7º Dia (Gl 1,11-24): ____________
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4ª Vivência ____/ ____/ ____

Fé e razão

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Provérbios 3,13-20; ou Salmo 119; ou João 14,1-14

20:00h – Reflexão

Deus se manifesta na natureza, mas só se revela na sua Palavra: Jesus Salvador. A nossa resposta a esta revelação de Deus se dá através da fé. Quem acredita em Jesus tem a vida eterna e também recebe a graça de nascer como filho de Deus, porque não só passa saber sobre Deus, mas, sobretudo, coloca-se sob a sua salvação. Não é um nascimento da carne nem da vontade humana, mas dom de Deus (Jo 1). A fé em Jesus é necessária para salvação. Sem fé é impossível agradar a Deus. Deus se revela para salvar e salva revelando-se. Por isso a fé na revelação é simultaneamente passaporte para a salvação.
Sendo a fé luz da vida, ela orienta para Deus e esclarece a realidade, porque o homem anseia pela Verdade. “Encontrei muitos com desejos de enganar outros, mas não encontrei ninguém que quisesse ser enganado” (Santo Agostinho).
Em vez de ser cega, a fé acolhe tudo o que é verdadeiramente racional, uma vez que a razão também é uma bênção de Deus para a criatura humana. “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio” (cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3;Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2) (João Paulo II, Encíclica Fides et ratio).
Entre fé e razão existe uma harmonia natural com muitos benefícios para toda humanidade (Santo Tomás de Aquino). A razão, através da filosofia e da ciência, ajuda o homem a compreender a dimensão natural e material, uma vez que este é o seu campo específico de investigação. A fé, fundamentada na Palavra de Deus, acolhe todo conhecimento produzido pela razão e o ilumina, ajudando-a a transcender até onde ela não consegue ir, a realidade sobrenatural. A origem do mundo, o sentido e o destino da vida, a personalidade de Deus só encontram resposta satisfatória na fé. “Não há dúvida de que a inteligência humana é capaz de encontrar uma resposta para a questão das origens. Com efeito, a existência de Deus Criador pode ser conhecida com certeza pelas suas obras, graças à luz da razão humana, mesmo que tal conhecimento muitas vezes seja obscurecido e desfigurado pelo erro. E é por isso que a fé vem confirmar e esclarecer a razão na compreensão exata desta verdade: ‘Pela fé, sabemos que o mundo foi organizado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê provém de coisas invisíveis’” (Heb 11, 3) (CIC 286).
Na história, a fé nasceu de mãos dadas com a razão. Foi assim desde os inícios. Abraão sempre foi amigo da sabedoria (filósofo). Com coração sincero e desejo ardente, lia o grande o livro da natureza e refletia a sua própria existência (busca racional). Quando Deus se revelou, Ele acolheu a Palavra, acreditou, obedeceu, confiou e esperou (fé), e tudo que buscava como que às apalpadelas, tornou-se conhecido, foi esclarecido. Isto tudo é muito significativo. Sinal de que, se somos filhos de Abraão na linhagem da fé, também devemos seguir o seu exemplo no bom uso da razão que o Bondoso Criador nos concedeu. Isto faz com que sejamos pessoas equilibradas, crentes humanos e coerentes.
Fé que pensa, razão que crê
De uma fé que pensa e uma razão que crê nasce a sabedoria, aquele conhecimento saboroso gerado no coração do homem no decorrer da caminhada, simultaneamente, na teoria e na prática, na oração e na reflexão, na meditação orante da Palavra de Deus e nos estudos. O sábio sabe de Deus, saboreia Deus e enxerga com os olhos de Deus. O sábio sabe bem viver. “Adquira a sabedoria, adquira a inteligência... O princípio da sabedoria é adquirir sabedoria!” (Prov 4,5)
A fé e a razão geram a sabedoria no coração pela graça do Espírito Santo. Somos salvos pela sabedoria (Eclo 9,18). Ela amadurece o homem, arranca as escamas, muda a mentalidade, alarga os horizontes, humaniza os sentimentos. Em tudo isso o homem deve cooperar com Deus, fazer a sua parte, pois “a graça supõe a natureza” (Santo Tomás de Aquino).

Sabedoria para a vida

“Na sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, imóvel, penetrante... Ela é reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem da sua bondade” (Sab 7,22-26). “A sabedoria tudo sabe e tudo compreende” (Sab 9,11), porque ela vem de Deus mediante a fé, a razão e se aloja no coração.
A título de exemplo, com muita sabedoria Abraão e seus descendentes fizeram uma grande meditação sobre as questões fundamentais que surgem dentro do coração humano, como o sentido da vida, a realidade do mal, a morte e a desordem social. As respostas a estas perguntas constituem o que hoje conhecemos como os onze primeiros capítulos do livro do Gênesis.
Com as duas asas da fé e da razão, Abraão olhou para o passado com sabedoria para compreender o presente e construir o futuro. Gênesis 1 a 11 possui um arcabouço literário bem definido e o conteúdo sapiencial é muito profundo. “O Gênesis não é mito, embora utilize expressões e referências míticas, desmitificando-as” (A. Schokel).
Resumidamente, pela fé e pela razão, portanto, com muita sabedoria, Abraão e seus descendentes concluíram:
- Tudo foi criado por Deus, inclusive o homem e a mulher (Gn 1 – 2,4a).
- O mal entrou na história por tentação de Satanás e o pecado do homem (Gn 3).
- Depois o mal foi se expandindo, destruindo a fraternidade familiar e fazendo da natureza e da própria sociedade um caos: assassinato de Abel, dilúvio e torre de Babel (Gn 4 – 11).
- Protoevangelho: O Criador promete a salvação pela descendência da mulher (Gn 3,14).
Vemos que a fé a razão juntas dão sábias respostas para a nossa vida. De modo que, na presença de Deus, entendemos a sua vontade, sabemos como colocá-la em prática e vivemos com dignidade junto com os nossos semelhantes.
Saber pela fé e pela razão da vontade de Deus, do seu projeto nos ajuda a viver de bem com a vida, a viver com dignidade, tanto individualmente como coletivamente. A fé e a razão não são abstratas, mas muito consequentes. Elas geram a sabedoria. Somo salvos pela sabedoria. De igual forma, a idolatria e a incredulidade também são consequentes e causam muitos desastres. Por isso o Inimigo investe tanto contra a fé, procura deturpar a razão, a consciência e a moral. Porque ele sabe que desta forma destrói a humanidade e faz da sociedade um inferno. Era o que São Paulo dizia: por causa da incredulidade deles, Deus os entregou a sua ignorância e surgiram muitos males e vícios na sociedade (Rm 1).
Quando Abraão e seus descendentes procuram as respostas para as questões levantadas pela existência, eles também estão procurando os direcionamentos do Criador para viverem de acordo com a dignidade própria do ser humano. Por isso, cada conclusão se transforma automaticamente num imperativo moral, numa forma como devem viver e agir. Ou seja:
- Se tudo foi criado por Deus, inclusive o homem e a mulher (Gn 1 – 2,4a), isto significa que devemos adorar o Criador, obedecê-Lo, agradecê-Lo e confiar no seu amor, misericórdia e providência. Se Deus criou homem e a mulher, abençoou a união dos dois e os constituiu como pais de família, quer dizer que o matrimônio tem em vista a felicidade do casal e da família, que o matrimônio verdadeiro só existe entre homem e mulher, que o matrimônio deve ser respeitado, que fornicação, divórcio e adultério contrariam o seu projeto original.
- Se o mal entrou na história por tentação de Satanás e o pecado do homem (Gn 3), isto significa que devemos orar e vigiar para não ser enganado e cair em tentação novamente, que o pecado ofende o coração de Deus e gera a morte.
- Se o mal originado no pecado original foi se expandindo, destruindo a fraternidade familiar e fazendo da natureza e da própria sociedade um caos (assassinato de Abel, dilúvio e torre de Babel – Gn 4 – 11), então temos que cooperar com Deus na restauração de tudo que ajudamos a estragar, não podemos matar, não podemos ser corruptos e tampouco querer  chegar ao céu, vencer na vida, prescindindo da graça de Deus e confiando somente nas nossas próprias forças. Sem a graça de Deus, a desgraça do pecado só aumenta.
- Se o Criador é Bom, além de ser Justo, Ele também é Misericordioso. Por isso, apesar do pecado original que gerou a morte e o mal no mundo, Deus nos oferecerá uma segunda chance para que o pecado seja perdoado, o mal seja definitivamente destruído e a morte ceda lugar à vida. Mas como nos criou livres, então espera a nossa cooperação na nossa própria salvação. Precisamos acreditar nele e nos colocar livre e conscientemente através da fé sob a graça da salvação e todas as bênçãos que ela comporta.
Na hora que Adão e Eva viraram as costas para Deus, vemos nisso um passo de ateísmo irracional e idolátrico, veio a morte, o sofrimento, a discórdia, a violência. O paraíso foi perdido. Desta forma, todas as vezes que não temos fé e nem paramos para meditar que Deus tem sempre razão em tudo que faz, fala e nos ordena fazer, também vamos entrando nas trevas da ignorância e adentrando no lamaçal da morte. O ateísmo, a idolatria são muito prejudiciais, pois afastando o homem de Deus, afasta-o da vida, da virtude, da salvação. O homem fica à mercê do mal, dos demônios e de tudo o que não presta no mundo. Mas toda vez que cultivamos a fé e colocamos a nossa razão para meditar, vamos nos reencontrando na luz, sabemos caminhar e o que fazer. Somos salvos pela graça de Deus. Como fé e razão são dons de Deus que unidas geram a sabedoria para a nossa vida, somos salvos pela sabedoria.
É triste ver uma pessoa que só vive na novela, a música que escuta é cheia de baixaria, as conversas que tem com os amigos é de baixo calão, um livro que lê é folhetim de nova era. É triste porque o mundinho dela se torna muito pequeno, cheio de ignorância e não vai conseguir enxergar um palmo depois do nariz. Nasce o orgulho. Pensa que sabe tudo e nem sabe que não sabe. Facilmente se revolta contra Deus, contra Igreja, por que nada entende, nada compreende e a sua luz na verdade são trevas. “O néscio pensa: Deus não existe. O Senhor assoma no céu sobre os filhos de Adão, para ver se há alguém sensato que busque a Deus. Corrompem-se, cometendo abominações, não há quem pratique o bem. Todos se extraviam igualmente obstinado, não há um que aja bem, nem sequer um só” (Sl 14,1).
Deus nos quer sábios, deseja que o busquemos pela fé e pela razão porque somente desta forma nossa inteligência vai se aprofundando na Verdade e encontrado o bem e a virtude. Quando ele é descartado pelo homem, tudo se esvai, porque sem Deus a criatura se esvai (GS). A Sabedoria é um eflúvio do poder de Deus, emanação puríssima da glória do Todo-Poderoso; por isso nada de impuro pode nela insinuar-se. É reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem de sua bondade (Sb 7,25-26). A sabedoria é mais bela que o sol, supera todas as constelações. Comparada à luz do dia, sai ganhando, pois a luz cede lugar à noite, ao passo que, sobre a Sabedoria o mal não prevalece (Sb 7,29-30). Enamorei-me de sua formosura (Sb 8,2).

20:30h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!

Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Jo 14,1-14): ____________
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2º Dia (Pv 3,13-20): ____________
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3º Dia (Eclo 1,1-18): ____________
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4º Dia (1Tm 1,12-17): ____________
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5º Dia (1Tm 1,18-20): ____________
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6º Dia (Sb 7,22-26): ____________
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7º Dia (1Pd 1,22-25): ____________
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5ª Vivência ____/ ____/ ____

Bíblia e
Tradição Apostólica

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): 2 Tessalonicenses 2,13-17; ou Salmo 119; ou Mateus 5,17-20

20:00h – Reflexão

A plenitude da Revelação Divina é Jesus de Nazaré (Hb 1,1-3). Jesus mesmo é a Palavra de Deus em pessoa. Nele, a Palavra se fez homem e habitou no meio de nós (Jo 1,14).  Ele é o Verbo da Vida contemplado pelos Apóstolos e por eles anunciado, para que todos tenham a mesma alegria que eles tiveram (1Jo 1). Todas as Escrituras apontam para Cristo, de modo que, como dizia São Jerônimo, desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo.


Depósito da Fé

Através da Revelação Divina centrada em Jesus Deus “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Por isso, para que esta Revelação não se perdesse, Deus providenciou que ela fosse conservada e transmitida através de dois meios, primeiro a Tradição Apostólica e depois a Bíblia. Desta maneira, “Deus dispôs com suma benignidade que aquelas coisas que revelara para a salvação de todos os povos, permanecessem sempre íntegras e fossem transmitidas a todas as gerações” (DV 7).
Só existe uma Revelação Divina, ou seja, só existe uma Palavra de Deus. Mais a mesma foi conservada e transmitida através de dois meios: A Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição Apostólica.
A Sagrada Tradição Apostólica e a Bíblia Sagrada são, no seu conjunto, o “bom depósito da fé” que deve ser guardado e acatado com reverência e respeito (1Tm 6,20; 2Tm 1,14), pois nas duas encontramos a única e eterna Palavra de Deus. Estão estreitamente unidades entre si. “Promanam ambas da mesma fonte divina, formam de certo um só todo e tendem para o mesmo fim” (DV 9).



A Sagrada Escritura

A Bíblia Sagrada, a Revelação Divina posta por escrito, via de regra, nasceu assim: primeiro as Revelações e maravilhas de Deus misturadas nos acontecimentos da vida do povo de Israel. Este povo foi celebrando e transmitindo a sua experiência de Deus de pai para filho, de geração em geração. Por fim, tudo foi sendo posto por escrito, sempre por inspiração e com a assistência do Espírito Santo. Ao longo de séculos de história foram nascendo os livros sagrados.
Um exemplo bem claro de tudo isso, do modo como foram redigidos os livros da Bíblia, encontramos no início do Evangelho de Jesus segundo Lucas. “Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se passaram entre nós. Elas começaram do que nos foi transmitido por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra. Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever para você uma narração bem ordenada, excelentíssimo Teófilo. Desse modo, você poderá verificar a solidez dos ensinamentos que recebeu” (Lc 1,1-4). A forma como Lucas redigiu o Evangelho de Jesus não esconde nada. Ele foi movido pelo Espírito Santo. Mas escreveu como pessoa humana, procurando informar Teófilo, e depois todos os outros leitores, a fim de que pudessem verificar a solidez dos ensinamentos que recebemos. Lucas fala que outras pessoas tentaram escrever antes dele, que precisou fazer pesquisa de campo, coletar informações orais, discernir e estudar cuidadosamente, juntá-las em um mesmo texto etc Isto mostra que no cristianismo a Revelação vem de Deus, mas com a participação do homem e dentro de um determinado contexto histórico. Hoje acolhemos e aclamamos o Evangelho de Jesus segundo Lucas como Palavra de Deus, como Palavra de Salvação. E de fato é. Mas a redação do Evangelho, como a de todos os outros livros da Bíblia, não caiu pronta do céu. Foram pessoas de carne e osso, membros de uma comunidade de fé e assistidas pelo Espírito Santo que colocaram todos os seus talentos e esforços para pesquisar, conservar e transmitir a Palavra de Deus. Mas tudo feito com muito amor, zelo e seriedade, de modo que Lucas garantia a Teófilo: “Desse modo, você poderá verificar a solidez dos ensinamentos que recebeu”.
Apesar da simplicidade dos autores sagrados (hagiógrafos), as Sagradas Escrituras comunicam a Palavra de Deus de um modo correto e seguro, pois além do zelo e da seriedade dos escritores, “foram consignadas sob inspiração do Espírito Santo” (DV 11). Por isso, elas “têm o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra” (2Tm 3,15-16).

A Sagrada Tradição

Logicamente, a Revelação de Deus não coube nos livros da Bíblia, sobretudo naqueles tempos em que era muito mais difícil e dispendioso para se escrever do que nos dias atuais. Prova disso é que Lucas começou a redação do Evangelho falando diretamente para Teófilo como se faz numa carta a um amigo. Porque Teófilo era rico e foi ele quem patrocinou o trabalho de pesquisa, viagens, pergaminhos, tintas e todas despesas que Lucas teve que arcar para redigir o Evangelho de Jesus com toda fidelidade e clareza.
O evangelista João falou-nos desta realidade de que a Revelação de Deus em Jesus é muito mais do que aquilo que eles conseguiram escrever. Ele reconhecia a sua limitação e dizia: “Jesus realizou diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Fez muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que não caberiam no mundo os livros que seriam escritos” (Jo 20,30; 21,25). Isto demonstra que além da Palavra de Deus estar na Bíblia, ela também se encontra na Tradição Apostólica, um conjunto de ensinamentos, verdades, ritos e costumes que remontam aos apóstolos e ficaram conservados na Igreja e por ela continuaram sendo repassados de geração em geração até os dias de hoje sempre sob a assistência e guia do Espírito Santo. O mesmo Espírito que auxiliou os escritores sagrados na redação dos livros da Bíblia é o mesmo que ajudou a Igreja a conservar e transmitir os ensinamentos que os apóstolos fizeram ou de viva voz, ou pelo modo como direcionaram as comunidades cristãs, ou pelo modo como se comportavam diante de diversas questões da vida. A Sagrada Tradição Apostólica também contém, portanto, a Revelação Divina. Em outras palavras, a Palavra de Deus não está só na Bíblia, mas também na Tradição Apostólica.
Esta transmissão viva da Palavra de Deus, sempre realizada no mesmo Espírito que inspirou a redação da Bíblia, é chamada de Tradição Apostólica enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Não existem duas Revelações Divinas... Não existem duas Palavras de Deus... Existe uma só, embora transmitida através de dois meios: um escrito e outro oral. Não podemos rasgar a Bíblia e ficar só com as páginas que nos interessam, como fazem algumas seitas. Da mesma forma, não podemos acolher a Palavra de Deus só pela metade, ficando com a Bíblia e rejeitando a Tradição Apostólica. Ser fiel a Deus, acolher a sua Revelação plenificada em Jesus, implica acolhê-la por completo nos dois meios que Ele providenciou para que chegasse até nós. Por meio da Tradição, a “Igreja em sua doutrina, vida e culto, perpétua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê” (CIC 78).

A Bíblia está dentro
da Tradição Apostólica

Esta Tradição que contém a Palavra de Deus da mesma forma que a Bíblia Sagrada não é uma tradição qualquer, mas uma tradição com T maiúsculo, que é diferente de tradições eclesiais, teológicas ou devocionais que também surgem no decorrer da história da Igreja. É uma Tradição que, como o nome já diz, vem dos apóstolos, aqueles que foram escolhidos diretamente por Jesus para apascentar e confirmar a sua Igreja na fé, ensinando tudo que Ele ensinou.
Jesus mesmo iniciou a Tradição Apostólica quando disse: “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10,16). “Ide e ensinai o Evangelho a todas as criaturas” (Mt 28,19). Portanto, ao colocar em prática a ordem de Jesus, os Apóstolos iniciaram a Tradição que Jesus quis que se perpetuasse na sua Igreja até a sua segunda vinda. Devemos pois diferenciar sempre esta Tradição Apostólica, a que deve ser OBRIGATORIAMENTE acolhida e respeitada por todos cristãos, de outras tradições que nasceram na Igreja, para não gerar confusão. Embora outras tradições da Igreja também devam ser respeitadas, pois não nasceram por acaso, elas não são consideradas como depósito da Palavra de Deus como a Bíblia e a Tradição Apostólica o são. Aliás, é sob a luz da grande Tradição Apostólica que estas outras tradições eclesiais “podem ser mantidas, modificadas ou mesmo abandonadas”.
Ao bem da verdade, não é bem a Tradição Apostólica que está dentro da Bíblia, mas a Bíblia é que está dentro da Tradição Apostólica. Jesus mesmo, apesar de ser a Palavra de Deus em pessoa – ninguém melhor do que Ele para escrever a mensagem de Deus – não escreveu nenhum livro da Bíblia. Ele revelou Deus pelo modo como falava e agia. Depois que Jesus subiu para o céu, primeiro os Apóstolos transmitiram o Evangelho oralmente, somente depois é que foram escrevendo cartas para as comunidades por eles fundadas, para resolver problemas que surgiam ou para lembrar pontos que tinham ensinado e que estavam caindo no esquecimento. Ou seja, antes da Bíblia ser escrita, os primeiros cristãos já transmitiam de viva voz para os novos convertidos aquilo que ouviram e viram Jesus falando e fazendo. Os Apóstolos também já anunciavam o Evangelho da Salvação oralmente. Eles não carregavam o Evangelho escrito no papel, mas gravado dentro da sua mente e do seu coração. Além do mais, o ensino oral da Palavra de Deus não só começou antes da redação dos livros da Bíblia, mas continuou após a conclusão dos mesmos, pois todos os Apóstolos morreram evangelizando, dando o testemunho da sua fé, mesmo sofrendo terríveis perseguições. E depois deles a transmissão do Evangelho continuou através da Igreja que Jesus fundou e que passou a ser pastoreada pelos sucessores dos Apóstolos, o Papa e os Bispos. Foi para salvaguardar toda fidelidade na transmissão do Evangelho, sempre na esteira dos Apóstolos, que a Igreja passou a se chamar de Igreja Católica APOSTÓLICA Romana.
O arco da Tradição Apostólica é, portanto, bem maior que a coleção dos livros da Bíblia, e inclui todos eles. A Tradição começou com Jesus, continuou com os Apóstolos, dentro dela os livros da Bíblia foram sendo escritos e permaneceu inalterada na Igreja até os dias de hoje.
A Tradição Apostólica conservada fielmente na Igreja, nos seus ritos, orações, diretrizes, costumes e ensinamentos, nos liga diretamente a Jesus e aos Apóstolos. A história, a catolicidade e a unidade da Igreja são a grande prova desta verdade. Portanto, além de nos dar a conhecer a Palavra de Deus que não foi consignada por escrito nas páginas da Bíblia, esta Tradição também nos ajuda inclusive a discernir e separar quais livros são realmente inspirados, chamados de canônicos, daqueles outros conhecidos como apócrifos, que foram escritos como sendo Palavra de Deus, mas que não tinham o crivo nem de Jesus e de nenhum dos seus Apóstolos. Se existisse um vazio entre nós e os Apóstolos, se não existisse a Tradição Apostólica conservada na Igreja, hoje não saberíamos que este livro que se chama Bíblia é mesmo a Palavra de Deus posta por escrito.
“Foi a Tradição Apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (DV 8). De fato, apareceram muitos livros apócrifos se intitulando como sendo Palavra de Deus escrita por algum Apóstolo. Alguns cheios de heresias e mitos, sem veracidade. Apoiada na Tradição, nos Concílios de Roma (382), Hipona (393) e Cartago (397) a Igreja Católica fez a lista completa dos livros canônicos (canôn) e colocou definitivamente de lado os livros falsos (apócrifos). A Bíblia que temos hoje foi discernida pela Igreja, na força da autoridade que Jesus lhe concedeu, tendo por base a Tradição dos Apóstolos e sob a luz do Espírito Santo. Podemos dizer que só existe Bíblia hoje porque a Igreja Católica cumpriu com a sua missão de conservar os ensinamentos dos Apóstolos e separar o joio do trigo, os livros canônicos dos apócrifos. Por isso Santo Agostinho, o grande doutor dos inícios do cristianismo, já dizia: “Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica". Ele não estava dizendo que a Igreja é maior que o Evangelho. Ele estava se referindo justamente ao fato de que foi a Igreja quem esclareceu e estabeleceu quais escritos eram verdadeiramente inspirados. Como foi a Igreja fundada por Jesus quem discerniu quais eram os livros verdadeiramente inspirados por Deus, então ele os acolhia com fé e veneração.
Junto a este grande discernimento, a Igreja também teve a preocupação de fazer muitas cópias fiéis dos originais da Bíblia escritos em pergaminhos. São Jerônimo, para quem desconhecer as Escrituras era desconhecer a Cristo, prestou um grande serviço traduzindo os livros bíblicos do hebraico, grego e aramaico para o latim, que era a língua mais falada naquela época. Por isso que o Dia da Bíblia é no dia de São Jerônimo, 30 de setembro, porque ele foi o grande servo da Palavra de Deus.
Foi a Igreja quem separou o joio do trigo, separando os livros canônicos dos apócrifos... Mas este serviço da Igreja à Palavra de Deus continua nos dias de hoje, sobretudo em duas linhas. A primeira é na tradução da Bíblia para a língua de cada país. O tradutor de qualquer livro corre muito o risco de ser um traidor do autor. Porém, quando se trata da Palavra de Deus, esse risco aumenta ainda mais. Existem muitas seitas que fazem questão de traduzir a Bíblia de modo errado, para que a fé seja fragmentada e a doutrina cristã seja destruída na base, como fazem, por exemplo, as Testemunhas de Jeová. Por isso a Igreja tem o cuidado de acompanhar cada Tradução da Bíblia e, após ter certeza de que tal tradução é fiel aos textos originais, ela dá o seu “Imprimatur” através de algum Bispo. Se você quiser saber que uma Bíblia foi traduzida sob o acompanhamento da Igreja, basta verificar se ela possui o “Imprimatrur” nas páginas iniciais, seguido da assinatura de algum Bispo. Isto é importante para não ser enganado e nem vir a divulgar alguma Bíblia falsa inocentemente. Pode acontecer que alguma Bíblia da Igreja não tenha esta costumeira palavra “Imprimatur”, porque as vezes  a palavra é “Imprima-se” ou “Com Aprovação Eclesiástica”.
Outro cuidado da Igreja nos dias atuais é continuar orientando os fiéis sobre livros que são lançados como se fossem uma nova revelação ou continuidade do Evangelho de Jesus. Por isso, devemos desconsiderar como sendo Palavra de Deus o Evangelho Segundo o Espiritismo (de Alann Kardec) e o Livro dos Mórmons, além de outros que aparecem nas prateleiras de tempos em tempos.
Em tudo isso, vemos a mão da divina providência fazendo com que tudo acontecesse para que o Evangelho da Salvação chegasse integralmente a todas as criaturas espalhadas sobre a face da terra. Vemos que, tanto ontem como hoje, existe uma ligação muito grande entre Palavra de Deus, Tradição Apostólica, Bíblia e Igreja Católica, porque todas essas realidades encontram a sua nascente no próprio Cristo Jesus e não poderia ser diferente. Vemos também que, mesmo quando os protestantes renegam a Igreja e usam passagens soltas da Bíblia para destruí-la, fazem isso usando justamente a Bíblia que, se não fosse pela fidelidade da Igreja à sua missão ao longo da história, eles jamais teriam conhecido e tampouco poderiam usá-la, mesmo que muitas vezes de forma errônea e sem caridade.



A Tradição Apostólica
confirmada na Bíblia

Vemos que a grande Tradição Apostólica confirma a veracidade da Bíblia como sendo Palavra de Deus. Mas a Bíblia também confirma a autenticidade da Tradição Apostólica. Elas estão intimamente ligadas estre si e, como vimos, formam um único depósito da fé. “Por consequência, não é só da Escritura que a Igreja tira a sua certeza, a respeito de todas as coisas reveladas. Ambas – Sagrada Escritura e Sagrada Tradição Apostólica – devem portanto ser recebidas e veneradas com igual afeto e piedade” (DV 9).
Além do que João disse – “Jesus fez muitos outros milagres que não estão escritos neste livro” – o que pressupõe que muitos feitos e ensinamentos de Jesus não foram escritos, mas ficaram conservados na Tradição Oral, o Apóstolo Paulo também falava da Tradição Apostólica e sua importância na carta que escreveu aos Colossenses: “Irmãos, ficai firmes; guardai as tradições que vos ensinamos oralmente ou por escrito” (Col 2,15). O mesmo apóstolo que condenava as tradições humanas ou ideológicas que aprisionavam e desviavam da Verdade, ensina que os cristãos colossenses deveriam guardar as tradições que ele e os outros apóstolos ensinaram oralmente ou por escrito. Aqui ele estava se referindo, portanto, sobre a Tradição Apostólica, que deve ser guardada, ou seja, acolhida e respeitada como Palavra de Deus, como suprema regra de fé.
Sobre a Bíblia confirmando a importância da Tradição Apostólica, na qual ela mesma está incluída, podemos ler também: Jo 20,30-31; Jo 21,24-24; 1Cor 11,2; 1Tes 4,1-2; 1Tm 6,20; 2Tm 1,13-14; Tt 2,1; 2Jo 12; 3Jo 13 e 2Tm 2,2: “Timóteo, o que você ouviu de mim na presença de muitas testemunhas, transmita-o a homens de confiança que, por sua vez, estejam em grau de ensiná-lo a outros”.

O fundamento da fé católica

Tudo o que a Igreja Católica crê e ensina é fundamentado na Palavra de Deus (Bíblia + Tradição Apostólica). A nossa Igreja se submete a vontade Deus revelada na sua Palavra, e nunca submete Deus à sua vontade. Este é o princípio que regra toda vida e missão da nossa Igreja. A nossa Igreja é Católica, ou seja, é conforme o TODO da Palavra de Deus. Em contraposição a nossa Igreja não é herética, ou seja, ela não escolhe só o que lhe interessa. Igreja Católica significa Universal, Completa, do TODO, não da metade. Somos Igreja, não seita.
Por isso a nossa Bíblia Católica é completa. Possui todos os 72 livros aceitos ou chancelados por Jesus e os Apóstolos. Não rasgamos sete livros e alguns capítulos da Bíblia (Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, 1 e 2 Macabeus, Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14) como fazem os protestantes, e nem inventamos novos livros sagrados, como fazem os Espíritas e os Mórmons.
De igual forma, além da Bíblia Completa, seguimos tudo o que Deus revelou e que chegou até nós oralmente através da Tradição Apostólica. Acolhemos, portanto, todo o Depósito da Fé.
- Foi dentro da Tradição Apostólica que a Igreja discerniu a lista dos livros verdadeiramente inspirados (canônicos), colocou os falsos livros de lado (apócrifos) e continua zelando pela fidelidade à Palavra de Deus, para que nada seja perdido ao longo da história, mas ao mesmo tempo para que nada de errado também seja acrescentado;
- Foi e é dentro do grande arco da Tradição Apostólica que a nossa Igreja interpreta fielmente a Bíblia Sagrada e ensina a Palavra de Deus para os seus filhos, sobretudo no que se refere à fé e à moral;
- Em continuidade com toda Tradição Apostólica, a Igreja Católica, sob o pastoreio do sucessor de Pedro, batiza as crianças, celebra a Santa Missa diariamente, zela pelo Sacramento do Matrimônio, venera a Virgem Maria concebida sem a mancha do pecado original e assunta ao céu;
- A partir dos princípios eternos da fé, a Igreja procura responder com sabedoria aos novos desafios que vão surgindo na sociedade, sempre tendo em vista a salvação do homem todo e de todos os homens, fiel à missão que Jesus lhe confiou.
A nossa Igreja é Católica, é Completa. A nossa Igreja não brinca de Palavra de Deus, mas a venera e obedece. A nossa Igreja não inventa Deus, mas acolhe com amor o Deus que se revela na sua Palavra. “É claro, portanto, que a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo plano de Deus, estão de tal maneira ligados e unidos que uma coisa sem as outras não se mantém, mas juntas, cada uma a seu modo, sob a ação de um Espírito Santo, colaboram eficazmente para a salvação das almas” (DV 10).

20:30h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!








Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (2Tes 2,13-17): ____________
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2º Dia (Col 2,6-8): ____________
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3º Dia (2Tm 2,1-7 ou 2Tm 3,1-17): ___
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4º Dia (Jo 20,30-31): ____________
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5º Dia (1Tm 6,20-21): ____________
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6º Dia (2Jo 12-13): ____________
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7º Dia (1Tes 4,1-8): ____________
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6ª Vivência ____/ ____/ ____

Magistério da Igreja

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): 1 Timóteo 3,14-16; ou Salmo 23; ou João 21,15-19

20:00h – Reflexão

Para contextualizar, iniciemos a reflexão sobre o Magistério da Igreja fazendo um resumo do que estudamos nos encontros anteriores:
- Historicamente, toda Revelação Divina começou com Abraão e na esteira dele Isaac, Jacó e Moisés, os Sábios e os Profetas continuaram sendo  “usados” pelo Espírito Santo para escutar e comunicar a Palavra de Deus para o povo. A mesma fé de Abraão ia orientando a caminhada do povo de Deus e, tendo por base esta fé, o mesmo povo ia escutando e discernindo a Palavra de Deus.
- Na plenitude dos tempos, a preparação do povo eleito culminou na pessoa de Maria e Jesus então veio ao mundo para salvá-lo e iluminá-lo. “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós” (Jo 1,14). Tudo o que Deus quis falar para a humanidade, falou-nos plenamente através do seu Filho, que por sua vez escolheu os Apóstolos para dar início à sua Igreja e continuar a sua missão.
- A exemplo de Jesus, os Apóstolos acolheram como Palavra de Deus todos os livros do Antigo Testamento e continuaram ensinando-a, porém, sempre segundo a interpretação do seu Mestre e Senhor, à luz da páscoa.
- Este anúncio oral do Evangelho, de viva voz, é o começo da Tradição Apostólica. Depois os Apóstolos colocaram por escrito parte daquilo que tinham aprendido de Cristo e estavam anunciando, e assim foram surgindo os livros do Novo Testamento, sobretudo os quatro Evangelhos.
- Como nem tudo foi possível de ser colocado por escrito, muitas coisas que os apóstolos ensinaram realmente ficou conservado na liturgia, nas orações e nos costumes da Igreja. Toda esta transmissão da Palavra de Deus, desde os tempos de Abraão até os Apóstolos de Jesus, seja oralmente, seja por escrito, é Palavra de Deus que por sua vez é a regra suprema para todos os cristãos.
- Ao conjunto de toda Revelação Divina conservada na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição Apostólica damos o nome de Depósito da Fé.
- No decorrer dos anos, tendo por base a Tradição vinda dos Apóstolos, a Igreja discerniu o cânon da Bíblia, ou seja, a lista dos livros verdadeiramente inspirados pelo Espírito Santo, colocando os apócrifos de lado.
- Tudo o que a Igreja Católica crê e ensina é fundamentado na Palavra de Deus (Bíblia + Tradição Apostólica). A nossa Igreja se submete a vontade Deus revelada na sua Palavra, e nunca submete Deus à sua vontade. Este é o princípio que regra toda vida e missão da nossa Igreja. A nossa Igreja é Católica, ou seja, é conforme o TODO da Palavra de Deus. Em contraposição a nossa Igreja não é herética, ou seja, ela não escolhe só o que lhe interessa. Igreja Católica significa Universal, Completa, do TODO, não da metade. Somos Igreja, não seita.
- A nossa Igreja é Católica, é Completa. A nossa Igreja não brinca de Palavra de Deus, mas a venera e obedece. A nossa Igreja não inventa Deus, mas acolhe com amor o Deus que se revela na sua Palavra. “É claro, portanto, que a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo plano de Deus, estão de tal maneira ligados e unidos que uma coisa sem as outras não se mantém, mas juntas, cada uma a seu modo, sob a ação de um Espírito Santo, colaboram eficazmente para a salvação das almas” (DV 10).
Que isto fique gravado no seu coração: tudo na Igreja Católica está de acordo com a Palavra de Deus. Toda doutrina da Igreja é fundamenta na Bíblia e na Tradição Apostólica. O mesmo Deus que se revelou, providenciou a Bíblia e a Tradição Apostólica. Mas também providenciou a sua Igreja, para que o ensino fosse sempre fiel e nunca deturpado. O Deus Sábio sabia que no decorrer da história iriam aparecer muitos falsos mestres e falsos profetas para desviar os seus filhos, muitas vezes usando o seu nome em vão, dizendo coisas que Ele nunca revelou. É claro que Deus, com a sua inteligência perfeitíssima haveria de proteger os seus filhos do erro e da mentira de Satanás.
As seitas desobedecem a vontade de Deus de três maneiras:
- Rasgam a Bíblia. Ficam somente com os livros que lhes interessam;
- Rejeitam a Tradição Apostólica;
- Interpretam a Palavra de Deus à sua maneira, não do modo como Jesus ensinou e os Apóstolos transmitiram. E o erro se espalha pelo mundo, quando um iludido vai iludindo outro, quando falsificadores do Evangelho encantam pessoas com a sua lábia e as conduzem cegamente para onde bem querem. Usam o nome de Deus em vão. Ensinam coisas em nome dele que Ele mesmo jamais pensou em ensinar. Em nome de Deus, ensina-se por aí tudo o que você possa imaginar: reencarnação, comunicação com os mortos, racismo, aprovação do aborto, homossexualismo, rejeição à Eucaristia, ao pastoreio do Papa, à divindade de Jesus Cristo e do Espírito Santo etc
Porque tanta rejeição ao conjunto da Palavra de Deus? Porque preferem ficar a com a Revelação Divina só pela metade e a ainda interpretam de uma forma deturpada? Isso porque eles querem agradar aos homens e não a Deus, tem os seus próprios interesses e não os interesses de Deus, fazem a sua vontade em vez de se adequarem à vontade de Deus.
Porque existe uma raiva subjacente, uma cegueira de ódio contra tudo o que for ou estiver relacionado com a Igreja Católica Apostólica Romana? Têm que ter algo a dizer, para atrair, e ao mesmo tempo têm que ter algo para contradizer a Igreja de Jesus, embora sobre falsas premissas. Eles sabem que acolher a Palavra de Deus por completo e interpretá-la na mesma mentalidade de Jesus e dos apóstolos, ou seja, na esteira da Tradição Apostólica, entre outras coisas, deverão acatar que a Igreja Católica é a única fundada por Jesus e que, no decorrer da história, nunca a sucessão apostólica foi perdida dentro dela. Cada Papa é um sucessor legítimo de outro Papa até chegar a São Pedro. Cada bispo católico não se fez bispo, como alguns bispos de seitas por aí se dizem bispos por sua própria conta. Todo bispo católico foi sagrado por um outro bispo e este por outro até chegar a algum dos apóstolos de Jesus. Então se verifica na história da Igreja Católica, apesar de alguns erros cometidos por alguns de seus membros, a providência de Deus em ação, o Espírito Santo sempre conduzindo-a e socorrendo nos momentos mais difíceis, a doutrina sendo ensinada com toda fidelidade como há dois mil anos atrás, a Palavra de Deus iluminando as novas situações e desafios que vão surgindo na sociedade. Mas tudo isso sem nunca a Igreja se desviar pelo erro. Maria é nossa Mãe, modelo e intercessora. O Espírito Santo é alma da Igreja. De modo que as portas do inferno nunca irão prevalecer sobre a Igreja de Jesus e no dia da segunda vinda de Cristo ela será arrebatada para a glória da Jerusalém Celeste.
Acatar o conjunto da Palavra de Deus por completo, implica reconhecer a Igreja Católica como legítima e o Papa como Vigário de Cristo na terra, aquele cuja missão primeira é apascentar as ovelhas de Jesus e confirmar os fiéis na fé. O orgulho, a cegueira, a ignorância enraizada não deixa a pessoa acolher tudo isso. Por isso, só pela graça de Deus que é amor e verdade um herético pode se converter e acolher Jesus e a sua Igreja.
Fica certo que respeitamos todas as pessoas, independentemente de religião, raça ou nacionalidade. Porém, afirmar a verdade da Igreja Católica e a sua importância é um dever e ao mesmo tempo uma grande alegria. Porque realmente é por causa da Palavra de Deus quer amamos a Igreja. A Palavra confirma a Igreja Católica, e a Igreja está a serviço da Palavra. Este nosso amor pela Palavra de Deus na sua inteireza e pela autêntica Igreja de Jesus é um incentivo a mais para que os iludidos abram os olhos e voltem para casa, pois a vontade de Cristo é que haja um só rebanho e um só pastor.
A Igreja de Jesus é a única que pode interpretar a Palavra de Deus, o Depósito da Fé e ensinar com autoridade. Ela não é a verdade, mas aqui na terra ela é coluna e sustentáculo da verdade.

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São atuais as exortações do Apóstolo Paulo sobrea importância da Doutrina Cristã:
- “Ensine o que é conforme a sã doutrina” (Tt 2,1).
- “O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, para dar atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas. Serão seduzidos por homens hipócritas e mentirosos, que têm a própria consciência como que marcada a ferro quente. Vigia a ti mesmo e a doutrina. Persevera nestas disposições porque, assim fazendo, salvarás a ti mesmo e aos teus ouvintes” (1Tm 4,1-2.16).
Vemos acima que o Apóstolo enfatiza a importância de não só perseverar na fé, mas também na doutrina da fé. A fé, como tudo mais que existe de bom, pode ser desviada do seu verdadeiro sentido. É pela fé que nos associamos a Jesus e nele temos a salvação. Mas muitas vezes o Inimigo semeia joio no trigo e engana a pessoa com heresias, apostasias, crendices e superstições. Por isso o cristão deve permanecer na doutrina da fé, ser capaz de aconselhar a partir da mesma e também refutar quando a contradizem (Tt 1,9).
Definitivamente, não basta uma fé qualquer. Tem que ser a verdadeira fé cristã, que é sempre dom do Espírito Santo, fundamentada na Palavra de Deus (Bíblia + Tradição Apostólica) e confirmada pela Igreja. Muitos, por falta de doutrinação, abraçam qualquer fé ou ideologia. Às vezes parece ser genuinamente cristã, mas na essência, o conteúdo é anticristão e por isso não conduzem ao Deus único e Verdadeiro. Quando o Anticristo se manifestar no final dos tempos, vamos perceber como ele já estava usando esses erros na concretização do seu plano diabólico. É preciso orar e vigiar, pois a “força oculta da iniquidade já está agindo... O Iníquo se apresentará por força de Satanás, com todo tipo de milagres, sinais e falsos prodígios; com todo tipo de fraudes iníquas para os que se perdem, porque não aceitaram o amor à verdade para salvar-se” (2Tes 2,7ss).
Hoje mais do que nunca existem muitas pessoas usando o Nome de Jesus para passar ensinamentos que ele mesmo nunca ensinou. E muitos acabam acolhendo esses ensinamentos e fazendo deles a norma da sua vida. Infelizmente, quem não conhece a Doutrina da Fé, quem não ama a verdade é facilmente enganado e desencaminhado. “Virá tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como que sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-os para as fábula” (2Tm 4,3).
É neste sentido maior da Doutrina da Fé para o autêntico seguimento de Jesus que entendemos a importância do Magistério da Igreja. Somente a Igreja tem autoridade para interpretar e ensinar de modo seguro e oficial a Palavra de Deus contida na Bíblia e na Tradição Apostólica. “O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo”.
O Magistério da Igreja é formado pelo Papa e pelos bispos em comunhão com ele. “Todavia, tal Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço dela, não ensinando senão o que foi transmitido, no sentido de que, por mandato divino, com a assistência do Espírito Santo, piamente ausculta aquela palavra, santamente a guarda e propõe para ser crido como divinamente revelado”. “Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas” (CIC 84ss).
Vemos a seriedade como a nossa Igreja trata a Palavra de Deus, a sua transmissão e o seu ensino. Ela é o grande tesouro que Deus confiou e que a Igreja tem o prazer de anunciar para toda humanidade. Por isso a Igreja zela a fé com tanto cuidado, sistematiza toda uma doutrina decorrente da mesma, porque a fé é o começo de toda vida cristã e a garanti de que a mesma vai ser plenamente realizada na graça de Deus.
Todo cristão pode e deve meditar a Palavra de Deus na sua oração pessoal e comunitária, e ir vivendo de acordo com ela e praticando-a. Porém, o ensino oficial, a sistematização da doutrina da fé a partir da Palavra de Deus, os princípios e dogmas que são comuns a todos os católicos, somente a Igreja tem autoridade para formular e propor aos fiéis. A nossa interpretação da Bíblia é sempre dentro do horizonte maior da interpretação oficial da Igreja. A nossa fé que professamos é sempre a fé da Igreja, a qual está resumida no Símbolo dos Apóstolos (Credo).  Diferente das seitas que pregam a livre interpretação da Bíblia, a deturpam de todas as maneiras e isto faz um estrago muito grande na vida das pessoas.
Os protestantes querem a livre interpretação da Bíblia. Mas, por causa disso, muitos já caíram em heresias e geraram terríveis sofrimentos e divisões no Corpo Místico de Cristo. Não é por acaso que existem tantas seitas por aí, cada qual com a “verdade” do seu fundador. Sabendo eles que só a Igreja Católica foi fundada por Jesus e recebeu autoridade plena para ensinar em seu Nome, eles falam numa só voz que o importante é Jesus e não a Igreja. Porém, ao mesmo tempo que falam isso, fazem de tudo para que seus templos fiquem cheios e brigam bastante entre si mesmos.
Mas a Bíblia ensina que Jesus mesmo foi quem iniciou o Magistério da Igreja (Lc 10,16; Mt 16) e que nenhuma profecia da Escritura resulta de interpretação particular” (2Pd 1,20). Ninguém pode interpretar a Bíblia a seu bel-prazer e ensiná-la a outros como bem entende, desconsiderando toda Tradição Apostólica e o Magistério da Igreja, ou, pior ainda, entrando em contradição com ela. Quem faz isto é porque não obedece a vontade de Jesus. O Espírito quer inspirou a Bíblia é o mesmo que continua orientando a Igreja na compreensão da Verdade e não pode cair em contradição.
A Palavra de Deus ensina que a Igreja Católica, a Igreja do Deus Vivo, é a “coluna e o sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Na Igreja, navegamos com segurança rumo ao porto seguro do Reino de Deus.  A barca de Jesus confiada a Pedro nunca vai afundar e as porta do inferno nunca prevalecerão contra ela. Mesmo que não compreendamos toda Palavra de Deus, porque ela é muito profunda, temos a Mãe Igreja que nos orienta conforme a mesma e nunca vai deixar de nos orientar. Confiemos em Deus, confiemos na sua Igreja e no seu Magistério, o Papa e os bispos em comunhão com eles. Caminhemos de mãos dadas com a Mãe e nunca erraremos o Caminho que conduz para a Verdade e a Vida. Ao mesmo tempo fiquemos prevenidos para que o erro de homens sem princípios não nos arraste e percamos a estabilidade (2Pd 3,16-18).


Orientações de Santo Irineu no seu livro Contra as heresias (ano 202):

Ora, todos esses hereges são de muito posteriores aos bispos, aos quais os Apóstolos entregaram as Igrejas [particulares]… Necessariamente, pois, tais hereges, cegos para a verdade, mudam sempre de direção e disseminam as doutrinas de modo discordante e incoerente. Ao contrário, o caminho dos que pertencem à Igreja cerca o universo inteiro e, possuindo a firme tradição dos apóstolos, faz-nos ver que todos possuímos a mesma fé”.
Foi inicialmente na Judéia que [os apóstolos] estabeleceram a fé em Jesus Cristo e fundaram igrejas, partindo em seguida para o mundo inteiro a fim de anunciarem a mesma doutrina e a mesma fé. Em todas as cidades iam fundando Igrejas das quais, desde esse momento, as outras receberam o enxerto da fé, a semente da doutrina, e ainda recebem cada dia para serem igrejas. É por isso mesmo que sejam consideradas como apostólicas, na medida em que forem rebentos das igrejas apostólicas.
É necessário  que tudo  se  caracterize segundo a sua origem. Assim, essas igrejas, por numerosas e grandes que pareçam, não são outra coisa que não a primitiva Igreja apostólica da qual procedem. São todas primitivas, são todas apostólicas e todas uma só.  Para atestarem a  sua  unidade, comunicam-se reciprocamente na  paz, trocam entre si o nome de irmãs, prestam-se mutuamente os deveres da hospitalidade… Desde o momento  em  que  Jesus  Cristo,  nosso Senhor, enviou os apóstolos para pregarem, não se podem acolher  outros  pregadores  senão os que Cristo instituiu. “Pois ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho tiver revelado.”
Nestas condições, é claro que toda doutrina em acordo com a dessas igrejas apostólicas, matrizes e fontes originárias da fé, deve ser  considerada autêntica, pois contém o que tais igrejas receberam dos apóstolos, os apóstolos de Cristo, e Cristo de Deus.

Os primeiros cristãos diziam: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia; ubi Ecclesia, ibi Christus.” (Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Jesus Cristo).

20:30h – Oração final

21:00h – Avidos / Despedida












Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (1Tm 6,3-10): ____________
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2º Dia (2Tm 4,1-5): ____________
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3º Dia (Tt 2,1-10): ____________
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4º Dia (Mt 16,13-20): ____________
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5º Dia (2Pd 1,19-21): ____________
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6º Dia (1Tm 3,14-16): ____________
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7º Dia (Jo 21,15-19): ____________
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7ª Vivência ____/ ____/ ____

Jesus, autor e
consumador da fé

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Hebreus 12,1-3; ou Salmo 119; ou João 8,48-59

20:00h – Reflexão

Iniciamos nosso estudo sobre a Revelação Divina considerando as condições de possibilidade da existência de Deus e o ateísmo no contexto da modernidade. Desta forma, a partir da experiência transcendental do homem como espírito na história, como ser naturalmente aberto à Revelação de Deus, enumeramos vários outros argumentos racionais sobre a existência de Deus. Embora de forma resumida, falamos das provas da existência de Deus na consciência, nas leis e obras da natureza e na própria história da humanidade. A partir desses pressupostos, concluímos sobre a razoabilidade da existência de Deus e o ateísmo como algo intrinsecamente irracional e idolátrico.
Depois de considerar a experiência natural de Deus, passamos a refletir sobre a Revelação Divina iniciada com Abraão e centrada e plenificada em Cristo Jesus, ou seja, a experiência cristã de Deus. Deus vem ao encontro do homem e lhe fala como a amigos. A Palavra de Deus foi conservada e transmitida através da Sagrada Tradição Apostólica e da Sagrada Escritura. Uma só fonte: a Revelação Divina. Mas dois meios de transmissão: A Tradição Apostólica e a Bíblia, sendo que uma confirma a autenticidade da outra. Ambas formam um só Depósito da Fé confiado por Jesus à sua Igreja e é donde ela tira toda certeza para aquilo que crê, vive e ensina. Desta forma, toda Doutrina da Igreja Católica é fundamentada na Palavra de Deus.
A nossa resposta à Revelação Divina dá-se através da fé, que não se contrapõe à razão. Mas inclusive acolhe tudo o que a razão pode lhe oferecer no conhecimento da Verdade. De uma fé que pensa e uma razão que crê nasce a sabedoria para a vida, porque somos salvos pela sabedoria.
Por fim, refletimos sobre a importância, necessidade e atualidade do Magistério da Igreja, que é um ministério eclesial a serviço da Palavra de Deus, formado pelo Papa e pelos bispos em comunhão com ele. A Palavra de Deus interpretada de modo individualista e subjetivista criou muitas heresias e seitas que espalham o erro pelo mundo e prejudicam bastante no trabalho de evangelização da humanidade. Por isso Jesus, na sua infinita sabedoria, fundou a Igreja Católica Apostólica Romana para continuar a sua missão, falar em seu nome e ensinar a sua doutrina de modo completo, correto e fiel.  O Papa e os bispos em comunhão com ele são os sucessores dos Apóstolos e continuam a pastorear as ovelhas de Jesus. Os primeiros cristãos tinham consciência desta vontade de Cristo ao longo da história, de modo que afirmavam entre si: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia; ubi Ecclesia, ibi Christus!” (Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Jesus Cristo).
Na primeira reflexão satisfazemos os anseios da modernidade, que só tem como verdadeiro aquilo que pode ser provado pela razão. Porém, apesar de provarmos racionalmente, mesmo que resumidamente, que Deus existe, não conseguimos dizer que este Deus alcançado pela razão é o Deus Uno e Trino revelado por Jesus. A razão conclui que Deus, o Ser Superior, existe. Mas, quem é este Deus? Por isso, nosso intento agora é provar não que Deus existe, mas provar que o Deus Único e Verdadeiro é o Deus revelado por Jesus. Nossa crença na existência de Deus é fundamentada na razão. Já a nossa fé no Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, o mesmo Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus de Israel, é fundamentada em Jesus Cristo, “o autor e consumador da nossa fé” (Hb 11).
Jesus Cristo é a pedra angular, ele é a plenitude da Revelação Divina. Porém, este Jesus não seria um mito, uma lenda, um fantasma? Jesus não seria um mentiroso, um charlatão ou até mesmo uma invenção dos primeiros cristãos? Jesus merece a nossa credibilidade? A nossa fé cristã, com todas as suas implicações na nossa cosmovisão e na nossa vida, é realmente razoável e consistente? Como estamos no contexto da modernidade, vamos às ciências para responder, mesmo que resumidamente, as questões que se levantam em torno da nossa fé.

O Cristo da fé é
o mesmo Jesus histórico

A história é uma ciência. Como toda e qualquer ciência, ela possui os seus métodos, fontes, faculdades, escolas e professores. Pois bem, para a ciência histórica, Jesus Cristo e as suas biografias principais, os quatro Evangelhos, são históricos e merecem toda nossa credibilidade.
Se existe uma coisa que os primeiros cristãos fizeram questão de fazer desde os inícios foi estabelecer com toda precisão daquela época que Jesus Cristo foi realmente um acontecimento na história da humanidade. Por isso, desde o começo se fez questão de informar o lugar e o tempo em que ele nasceu: na pequena Belém, quando Herodes Magno era governador e César Augusto era o imperador romano. Não existe uma precisão de dia, mês e ano, porque este não era costume naquela época. Porém, o certo é que Jesus veio ao mundo num determinado momento da história, que a Bíblia chama de “plenitude dos tempos”, “para que recebêssemos a adoção filial” (Gl 4,4-5). Ele se fez acontecimento, fato histórico, como vai lembrar Mateus, retomando a profecia de Isaías: “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e seu nome será Emanuel, Deus Conosco” (Mt 1,18ss). Depois os evangelhos vão falar que Jesus foi morar em Nazaré após uma estadia nas terras do Egito. Tendo cumprido com a sua missão, foi crucificado em Jerusalém sob o procurador Pôncio Pilatos, durante o reinado do imperador Tibério. Estas informações são suficientes para enquadrar um personagem na história e livrá-lo da pecha de ser uma lenda que nasceu no meio do povo e que depois foi crescendo e ganhando corpo no decorrer dos anos. Estas informações históricas acerca de Cristo Jesus são suficientes para a ciência histórica analisá-lo como um personagem real, muito mais do que outros grandes conhecidos da antiguidade, como Aristóteles e Platão.
Os quatro Evangelhos e outros escritos cristãos antigos, como as cartas paulinas, as cartas joaninas e os Atos dos Apóstolos, todos eles são obras literárias redigidas com todo rigor da época. Lucas nos fala sobre isso no início do seu Evangelho de Jesus. A exege prova que todos foram escritos no máximo até 70 anos depois da morte de Jesus, por volta do ano 100. Os autores fizeram toda uma pesquisa de campo a procura de informações acerca de Jesus e seus ensinamentos junto as fontes autenticas, as testemunhas oculares, e depois elaboraram a redação dentro de um só arco teológico. Apesar de que tolos eles tenham se espalhado em lugares diferentes, obrigados pelas perseguições ou pelas necessidades do trabalho de evangelização, apesar das dificuldades da época, as informações dos evangelistas são muito próximas umas das outras. As poucas divergências existentes são tão pequenas que quase não são percebidas. Trata-se mais de ângulo ou perspectivas diferentes do que contradição de informações propriamente ditas.
Nenhuma pessoa antiga teve tantas obras falando a seu respeito como Jesus. E isto era feito de forma espontânea, de modo que ninguém conseguia fazer as pessoas calarem, tamanho foi o impacto do acontecimento Cristo.
Um ponto que chama muito a atenção dos especialistas era o de que os evangelistas, no seu desejo de serem fiéis aos acontecimentos que envolveram a vida de Jesus, não escondiam dos seus relatos nem mesmo as brigas, fraquezas e ignorância dos apóstolos, que eram as principais autoridades dos cristãos. Por questão de honra, eles bem que poderiam ocultar agnus momentos mais difíceis. Mas não foi assim que fizeram.
Além do testemunho dos primeiros cristãos, temos também os de outros escritores que não eram cristãos.
No ano de 112, Plínio, conhecido como o Jovem, numa carta ao imperador romano, Trajano, fala dos cristãos: "Todas as suas faltas ou todos os seus erros, confessaram eles, resumir-se-iam a reunir-se habitualmente numa data fixa e a cantar entre eles um hino a Cristo como se fosse um Deus".
O historiador Tácito informa que após o próprio imperador Nero ter colocado fogo em Roma no ano de 64, jogou a culpa nos cristãos para que o povo passasse a odiá-los e persegui-los: "Nero considerou culpados e infligiu tormentos àqueles que eram detestados pelas suas abominações e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome vem de Cristo, que foi entregue ao suplício no pontificado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos".
Suetónio, por volta do ano 120, na sua obra Vida dos Doze Césares, faz de um certo "Chrestus" o perturbações entre os judeus que habitavam em Roma em 48, no tempo do imperador Cláudio, que os teria expulsado.
Flávio Josefo participou na "Guerra dos Judeus", entre os anos 66 a 70 nos tempos dos imperadores Vespasiano e Tito. Conta a morte do apóstolo Tiago e fala de Cristo. Shlomo Peres fez uma "versão mínima" da história escrita por Flávio Josefo: "Nesse tempo vivia um sábio chamado Jesus. Comportava-se de uma maneira correta e era estimado pela sua virtude. Muito foram os que, tanto Judeus como pessoas de outras nações, se tornaram seus discípulos. Pilatos condenou-o a ser crucificado e a morrer. Mas aqueles que se tinham tornado seus discípulos não deixaram de seguir a sua doutrina. Contaram que ele lhes tinha aparecido três dias depois da sua crucifixão e que estava vivo. Provavelmente ele era o Messias sobre quem os profetas contaram tantas maravilhas".
A arqueologia também ajuda a comprovar a existência histórica de Jesus e a autenticidade dos Evangelhos. Por exemplo, foram encontradas vestígios da cidade de Nazaré, a piscina dos cinco pórticos, a piscina de Bethesda, o Gabbatha (Jo 19,13), o nome de Pilatos gravado numa pedra com o seu título: praefectus.
Tudo isso demonstra a existência histórica de Jesus. E tudo com muito mais provas do que em relação a outros grandes nomes. Porém, mesmo assim, por questões ideológicas, há quem diga que Jesus nunca existiu e que tudo não passa de uma grande invenção da Igreja para fundamentar a sua doutrina. Rousseau dizia: "Conseguir inventar ou criar a história de uma vida como a de Jesus seria um milagre maior do que foi sua existência real." Napoleão, o temível conquistador da Europa, escreveu em seu diário: "Com todos os meus exércitos e generais, por um quarto de século não consegui subjugar nem um único continente. E esse Jesus, sem a força das armas, vence povos e culturas por dois mil anos."
O historiador Kenneth Scott Latourette afirmou: "Quanto mais o tempo passa, mais óbvio se torna que Jesus, por sua influência na história, viveu neste planeta a vida de maior significado para a humanidade. E sua influência parece aumentar mais e mais". Como um mito poderia ter um impacto tão grande na conjuntura da sociedade mundial? Como uma Igreja fundada sobre uma invenção teria tanta força para forçar tanta gente e países para acreditar na sua mentira e viver de acordo com ela? Uma igreja com este poder não teria que ter sido ela mesma fundada por alguém maior que ela, e por isso haveria de ser alguém real e não imaginário? O conhecido historiador H. G. Wells, “considerando a grandeza de uma personalidade conforme os aspectos históricos” diz que Jesus Cristo foi a pessoa que mais influenciou a humanidade.
O psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Cury, que escreveu toda uma coleção “que tem por objetivo promover uma abordagem do lado psicológico e comportamental de Jesus com aplicação nas diversas áreas do conhecimento humano”, conclui o seu árduo estudo dando o seu testemunho:
Segundo o próprio autor, ele mesmo teria sido um ateu convicto antes de empreender os seus estudos sobre a análise psicológica de Jesus. Cury, anteriormente, acreditava que Jesus nunca existiu e que suas biografias foram invenções criadas pelos discípulos.
Augusto Cury compartilha sua inclinação em estudar a personalidade de pessoas que influenciaram a história e, por viver intrigado com a pessoa de Jesus, passou a estudá-lo através dos quatro Evangelhos, concluindo ao final que uma personalidade tão complexa assim jamais poderia ter sido inventada. Devido ao empreendimento de suas pesquisas, Cury teria mudado o seu modo de pensar, conforme ele mesmo conta no final do último livro da coleção: “Eu analisei a inteligência de Cristo criticando, duvidando e investigando as quatro biografias de Jesus, os evangelhos, em várias versões. Estudei as intenções conscientes e inconscientes dos autores das suas quatro biografias. O primeiro resultado é que descobri que o homem que dividiu a história não poderia ser fruto de uma ficção humana. Ele não cabe no imaginário humano. Ele andou e respirou nesta terra.” (O Mestre Inesquecível, Academia da Inteligência, pp. 249 – 250)

A personalidade de Cristo

Tendo contextualizado Jesus na história e demonstrado a autenticidade dos Evangelhos, e por tabela a credibilidade de todos os outros livros da Bíblia, podemos agora refletir sobre a sua personalidade.
Antes de tudo, como vimos acima no testemunho do psiquiatra Augusto Cury, é possível que a partir dos registros históricos, antropólogos, psicólogos e psiquiatras tracem o perfil da personalidade de uma pessoa, sobretudo quando as informações acerca da mesma provenham de diferentes fontes e diversos lugares. Os cientistas coletam os dados e a partir dos pressupostos e da análise do contexto histórico da época, fazem as suas conclusões. Isto acontece, por exemplo, no que se refere a Adolf Hitler. Praticamente todos os cientistas concluem que ele era um psicopata, uma mente doentia e fria que sabia convencer e com mais frieza ainda colocava os seus macabros planos em ação.
As conclusões acerca de A. Hitler são tão assustadoras e incontestáveis que quando alguém traça um outro perfil da sua personalidade e concorda com a sua ideologia nazista, tal pessoa ou é tida como doente, ou como pseudocientista ou até mesmo como um grande perigo para a humanidade. Para que a maldade nazista de Hitler não volte a acontecer, muitas nações taxam como crime qualquer defesa do mesmo, diante da atrocidade histórica que o mesmo significou. Ou seja, defender Hitler e o nazismo de forma livre e consciente, é o mesmo que dizer que tudo que ele fez foi certo e que se alguém quisesse repetir não teria nenhum problema moral e ético. Isto é um perigo, porque mentes rasas podem ser incentivadas e realmente comecem a fazer o que Hitler fez. Por isso, defender Hitler é um crime.

Equilíbrio emocional

Quando os cientistas sérios se debruçam sobre a personalidade de Jesus com todo rigor da ciência, a primeira coisa que eles concluem é que nunca ninguém na história da humanidade foi mais equilibrado no campo das emoções, dos sentimentos, dos afetos e do amor como Jesus de Nazaré. Para a ciência Jesus é por excelência o homem equilibrado emocionalmente, o homem da paz e do amor, o homem da vivência correta da sexualidade, o homem sóbrio, pacífico, manso, humilde, mais ao mesmo tempo sociável, crítico, seguro das suas decisões, mesmo quando estas encontravam os mais diferentes tipo de adversários e dificuldades.
Jesus sabia conciliar o amor ao próximo e ao mesmo tempo o cumprimento fiel da sua missão.
Jesus sabia conviver, ser amigo, dar atenção. Ele era misericordioso, não ficava julgando e condenando, ao mesmo tempo que suas palavras provocavam uma reflexão interior na vida dos ouvintes. Uns acolhiam e se convertiam. Outros se zangavam e com mais ódio ainda procuravam formas para condená-lo e matá-lo.
O equilíbrio emocional de Jesus, a sua paz e o seu amor incondicional se manifestam no fato dele sempre acolher a todos indiscriminadamente, ricos ou pobres, pessoas tidas como boas mas também aqueles que eram taxados como pecadores públicos. Ele amava a todos antes que fosse amado. Ele toma a iniciativa de amar, e pronto.
A opção preferencial pelos pobres, que ele fez desde quando nasceu na manjedoura de Belém, demonstra o quanto o seu amor era puro, verdadeiro e desinteressado. Amava os pobres porque era digno de amor, eram seus irmãos, independentemente de receber alguma ajuda ou recompensa financeira.
Era um homem de compaixão. Movido por este nobre sentimento, era solidário, chorava com quem estava passando dificuldade, ia ao encontro dos miseráveis, evangelizava e servia as ovelhas, lhes dava pão e peixe para comer, porque muitas vezes viviam desgarradas, feridas e desorientadas “como ovelhas que não têm pastor”.
Um homem paciente e misericordioso. Dava quantas oportunidades fossem necessárias. Deixava de andar apressadamente para poder igualar os seus passos aos passos muitas vezes inseguros e desconcatenados dos seus discípulos. Quantas vezes teve que explicar a mesma coisa várias vezes porque seus discípulos não conseguiam se livrar imediatamente da mentalidade do mundo e da ideologia dos fariseus! Quanto teve de amar para conviver com Judas Iscariotes, pois sabia das suas falsidades, mentiras e ganâncias. Jesus confiou em Judas. Não fpoi algo faz-de-conta. Confiou mesmo, e depois lhe chamou para fazer parte do grupo dos Doze. Como sofreu vendo alguém da sua intimidade arquitetando a sua morte. Mas por amor, confiou e esperou que se convertesse. Infelizmente, Judas desprezou tudo, traiu e entregou o melhor homem da humanidade para sofrer as atrocidades dos pecados e maldades dos seus opositores. A convivência com Judas é a grande prova do amor e do equilíbrio emocional de Jesus. É difícil suportar uma pessoa doente e pecadora como aquele homem.
Mas a grande prova mesmo dá-se na sua paixão e sacrifício na cruz. No momento que mais precisava do apoio dos amigos, chegava a suar gotas de sangue, tamanha era a sua angústia no Getsêmani, estes dormiam e não vigiavam com ele. Mas mesmo assim, quando os soldados chegam acompanhados de Judas Iscariotes para prendê-lo, ele manifesta sua identidade profunda e se entrega livremente para beber o cálice da salvação da humanidade. Cura a orelha de Malco cortada pela espada de Pedro. Durante a madrugada do injusto julgamento, quando Pedro lhe nega por três vezes, ele olha para o seu amigo com muito amor e lhe perdoa sinceramente. Pedro nunca mais se esqueceu daquele olhar que cura e liberta. Quando a multidão ignorante, insuflada pela propaganda dos poderosos contra ele, grita pela sua condenação e ao mesmo tempo pede a libertação de Barrabás, ele permanece firme e sóbrio e perdoa. Já a caminho do Calvário, enfraquecido pelos escárnios, humilhações, açoites e o peso da cruz, consola as mulheres que foram lhe consolar. No alto do Calvário, salva Dimas, o ladrão arrependido, faz de Maria, a sua querida e terna Mãe a Mãe dos seus discípulos e perdoa todos os que estavam lhe causando tantas dores e sofrimentos. Quando qualquer outra criatura humana, por amor que tivesse e pior mais equilibrada que fosse iria esbravejar, gritar e amaldiçoar, ele perdoa e entrega a sua vida para remissão dos pecadores.
Olhando tudo isso, a ciência, mesmo sem uma perspectiva de fé, ninguém na terra mais amou e foi mais equilibrado como Jesus. No meio do inferno que criaram em sua volta ele permaneceu em paz e não perdeu o equilíbrio emocional e nem a sanidade mental. Mesmo sem professar uma fé sobrenatural, a ciência faz a mesma conclusão dos evangelistas : “Tendo amado os seus, amou-os até o fim!”
Isto é conclusão da ciência a partir dos registros históricos de Jesus. Se Hitler foi, por exemplo, um homem totalmente desequilibrado e mal, Jesus, por sua vez, foi o homem mais equilibrado e sumamente bom!

Pensamento revolucionário

A filosofia é ciência no sentido que busca a verdade e dá respostas lógicas e racionais às grandes questões da humanidade tendo por base um método de conhecimento, pressupostos, argumentos e conclusões. De modo geral, a razão filosófica favorece o progresso da humanidade, ajudando-a a não se limitar ao que é experimentável, pois a realidade vai muito além do que é sensível.
Quem pensa que filosofia é perda de tempo, é porque não consegue entender que quem manda no mundo são os que pensam, que toda transformação social que atinge a sociedade em geral, seja no campo da política, da economia, da cultura e mesmo da tecnologia, antes começa na filosofia. Você se lembra do comunismo materialista soviético? Antes da sua implantação, a ideologia que gerou a revolução dos camponeses começou no pensamento socialista de K. Marx. Você sabe o que significa o sistema capitalista, que vigora hoje no mundo inteiro, dos Estados Unidos à China? Tudo começou na filosofia liberal bem antes da Revolução Industrial na Inglaterra. Você está a par das mudanças de paradigmas da sociedade atual, quando muitas coisas antes tidas como erradas (homossexualismo, aborto, divórcio) agora são postas como certas e naturais? Antes da mentalidade ir se enraizando e se transformando em leis civis, tudo começou com os filósofos dos últimos 150 anos. No Brasil, por exemplo, quem dizia que filosofia era perda de tempo eram os militares no período da ditadura, lá pelos anos 60 e 70 do século XX. Mas eles não diziam isso inocentemente. Muito pelo contrário, eles bem sabiam que a filosofia nas escolas era tão importante, que com o seu ensino nas escolas públicas eles estariam formando pessoas com consciência suficiente para não serem alienadas e que iriam se articular pelos seus direitos.  
Como todos os outros cientistas, o filósofo não parte do zero quando se põe a caminhar em busca da verdade do Ser e do sentido último da existência. Por isso, é lógico que uma pessoa que se põe a refletir sobre a realidade, mergulhe no conhecimento filosófico da humanidade que já foi cultivado e elaborado por outras pessoas que lhe antecederam, quer ele venha a concordar com estes pensadores, ou não. O importante é considerar o que já foi dito antes, desde que isso tenha coerência, lógica, argumentação e sentido. Por isso que na Filosofia existe uma disciplina que se chama História do Pensamento da Humanidade, aonde os grande pensadores de cada período são estudados sobretudo naquilo em que eles mais se destacaram. O Pensamento da Humanidade é a consciência que a humanidade adquiriu de si mesma e da realidade ao longo de séculos de reflexão e experimentação. A humanidade caminha por onde o pensamento vai encaminhando-a. Por isso, quer as pessoas entendam ou não, quer as pessoas queiram ou não, a filosofia que gesta o pensamento é tão importante e sempre antecede as grandes mudanças e revoluções.
Jesus não se preocupou em escrever livros e em sistematizar um pensamento filosófico. Sua maior preocupação era revelar a Verdade libertadora e manifestar o Amor salvífico de Deus para as pessoas. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. E depois concluía: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” E realizava a sua missão com palavras e atitudes, como Mestre que ensina com o seu próprio modo de viver. Da vida e do ministério de Cristo emanava o seu grande ensinamento, o seu pensamento, a sua mentalidade. Porém, Jesus não era alienado, nem no que se refere às realidades espirituais e nem no que se refere às realidades históricas da economia, da política e da sociedade. 
Quando os filósofos sérios, a partir dos registros históricos e com todo rigor da razão, se põem a refletir sobre Jesus, eles concluem que foi um homem portador de uma inteligência extraordinária, muito superior à de qualquer outra pessoa que já viveu na terra, mesmo os principais filósofos que se destacaram na História do Pensamento.
A inteligência de Cristo se manifesta na sabedoria e na praticidade com que ele lidava com as pessoas no seu dia-a-dia, mesmo quando tais pessoas criavam situações difíceis, verdadeiras armadilhas para lhe colocar na parede e ter provas para condená-lo diante das autoridades do império ou para torná-lo desacreditado pelas pessoas simples do povo. Literalmente, Jesus era tão inteligente e tão rápido, que quando seus opositores iam, ele já estava voltando. Um dia lhe perguntaram se era lícito pagar o imposto ao Império. Se falasse que não, cometeria crime e seria preso e condenado à morte. Mas a sua hora ainda não tinha chegado. Se falasse que sim, agradaria às autoridades, mas ganharia o ódio dos concidadãos judeus, que nutriam grande raiva contra o Império e seus agentes fiscais, os coletores, porque eram muito explorados através dos impostos e dos poucos serviços públicos que recebiam em troca. Então Jesus pede uma moeda, pergunta de quem é a face impressa na mesma, ao que respondem que é do imperador César. Ele responde então com sabedoria: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!” Com esta resposta tão sábia, nem cometeu crime, nem desagradou seus concidadãos e ainda colocou seus opositores num verdadeiro vexame popular.
Outra vez lhe trouxeram uma mulher flagrada em adultério. Pela lei de então deveria ser apedrejada até a morte. Logo de início Jesus se perguntou em silêncio: “Só trouxeram a mulher. Onde está o homem?” E se pôs a escrever no chão os pecados de todos os acusadores. Depois disse: “Quem não tiver pecado que jogue a primeira pedra!” Todos foram saindo um após a outro, a começar pelos mais velhos. Olhou para a mulher com muito amor e lhe disse: “Filha, eu também não te condeno. Vá e não peques mais!” Com muita sabedoria, Jesus revela a misericórdia de Deus, tira a máscara das leis hipócritas, mas ao mesmo tempo perdoa a pecadora e condena o pecado: “Vá e não peque mais!”
O cientista A. Harnack, o chefe do racionalismo alemão, diz no seu livro Dos Wesen des christentums: “A grandeza e a força da pregação de Jesus estão em que ela é, ao mesmo tempo, tão simples e tão rica; tão simples, que está encerrada em cada um dos pensamentos fundamentais por ele expressados, tão rico que cada um dos seus pensamentos parece inesgotável, dando-nos a impressão de que jamais chegamos ao fundo de suas sentenças e parábolas – Além disso – Pôs à luz, pela primeira vez, o valor de cada alma humana e ninguém pode desfazer o que Ele fez. Qualquer que seja a atitude que, diante de Jesus Cristo, se adote, não se pode deixar de reconhecer que, na História, foi Ele quem elevou a Humanidade a esta altura” (A. Harnack). De fato, além da grande inteligência do dia a dia, Jesus revolucionou o pensamento da humanidade revelando o Deus Uno e Trino e a dignidade de cada pessoa, ensinou uma nova forma de se relacionar com Deus, a amar o próximo, a perdoar os inimigos, a viver a castidade e toda uma vida virtuosa.
Jesus iluminou o homem para si mesmo quando trouxe uma nova compreensão da dignidade humana: todos são filhos de Deus, portanto, todos devem ser iguais perante a lei, devem ter as mesmas oportunidade para viver, devem ser respeitados na sua consciência e na sua liberdade. O pensamento de Cristo é a base da democracia moderna.
O pensamento de Cristo impactou milhares de homens e mulheres. A moral cristã se enraizou nas culturas e promoveu a humanização, a civilização e o progresso dos direitos humanos, dos hospitais e da própria ciência. Foi uma grande revolução. Existe um antes e um depois de Cristo na história da humanidade. “O cristianismo representa incontestavelmente o maior e mais feliz esforço até agora realizado para elevar moralmente a humanidade” (Loisy).
Quando a filosofia moral aborda a pessoa de Cristo, conclui facilmente que ele é um homem sumamente correto, virtuoso e ético. Um humanista, um símbolo, o grande modelo que todos devemos imitar para sermos plenamente realizados. “Curvo-me diante de Jesus Cristo como diante da revelação divina do princípio supremo da moralidade” (Goethe).
 
Conclusão racionalista:
O Homem Jesus é Deus

Para a filosofia e para a ciência racionalista, o Jesus dos Evangelhos foi, com todas as letras, um homem muito sábio e muito ético em toda a sua vida, em cada palavra, em cada comportamento... Na conclusão de José A. de Laburu, depois de aprofundados estudos científicos, psicológicos, filosóficos e teológicos, para a ciência séria, que não nega os fatos e a verdade por conta de ideologias, Jesus é:
- “A pessoa histórica de superioridade máxima na Humanidade”;
- “A inteligência mais sublime e mais profunda, da qual recebeu a Humanidade a doutrina mais prática e mais bela, mais simples e mais rica em conteúdo, mais consoladora e reabilitadora”;
- “O homem-cume e a flor da Humanidade, que jamais terá quem a supere. O homem com a consciência exata de sua dignidade sobre-humana aliada à simplicidade e à lhaneza mais sincera”;
- “A pessoa sem o mínimo desequilíbrio entre suas qualidades, todas sublimes, e em que reina a máxima harmonia intelectual, afetiva, moral”; 
- “Aquele em quem se concentra tudo o que há de nobre, puro e elevado em nossa natureza”;
- “Por todas as sublimes, harmônicas e únicas qualidades que possui, a pedra angular da Humanidade, cuja retirada sacudiria os alicerces do mundo da vida”;
- O “máximo em sabedoria e moral, o máximo em retidão, o máximo em justiça, o máximo em verdade”.
Dados os pressupostos lançados pela ciência, façamos uma reflexão lógica e tiremos a conclusão racional:
1 - Com a História comprovamos, demonstramos com provas racionais, que Jesus existiu realmente e que os Evangelhos são autênticos.
2 - Com a filosofia e a ciência racionalista comprovamos que Jesus é o “máximo em sabedoria e moral, o máximo em retidão, o máximo em justiça, o máximo em verdade”. Ou seja, demonstramos com provas racionais, que Jesus é o Homem Perfeito. Nele a nossa mente se satizfaz com a idéia de Perfeição. Nele tudo já é o máximo, nada tem a melhorar. Em Jesus tudo já é perfeito. Ele é a Perfeição, conclui a nossa razão.
3 – Com a teologia, demonstramos com provas racionais que Jesus Cristo, que é o “máximo em sabedoria e moral, o máximo em retidão, o máximo em justiça, o máximo em verdade”, o Homem Perfeito sempre disse que É Deus. Jesus sempre disse que Ele é mais do que um profeta, mais do que um homem bom, mais do que um homem ético, justo e honesto. Ele é mais do que sábio. Jesus sempre disse que Ele é Deus. Que Ele é a Verdade e a Vida. Que Ele, por ser Deus, tem poder para perdoar os pecados. Que Ele é um com o Pai. Que quem o vê, vê o Pai. Que antes que Abraão existisse, Ele já existia, porque é Onipotente, Onisciente e Onipressente.
“Antes que Abraão existisse, EU SOU!”, disse Jesus diante dos judeus que, enfurecidos, recolheram pedras para apedrejá-lo, pois com esta afirmação estava dizendo que era Deus. Mas como ainda não tinha chegado a sua hora, Jesus se escondeu e saiu do templo (Jo 8,58). Os Apóstolos foram compreendendo o recado de Jesus e depois vão ensinar que Jesus é Deus, que Ele é o Senhor da nossa vida e merece da nossa parte toda honra, glória, obediência e adoração. A divindade de Jesus faz parte do núcleo central da mensagem do Evangelho. Negar a sua divindade é negar todo o Evangelho da Salvação.
4 - Então, a conclusão final é esta: Se qualquer outro homem aparecesse dizendo que era Deus, logo concluiríamos que tal homem seria louco, doente, mentiroso ou charlatão. Porém, quem disse que era Deus, foi Jesus Cristo que, conforme vimos, é o máximo de tudo de bom e completamente saudável do corpo, da alma, do espírito e da mente. Quem disse que era Deus foi Jesus, o Homem Perfeito. Se este Jesus dissesse que era Deus e de fato não fosse Deus, então Ele não seria o máximo de tudo de bom, ele não seria Perfeito. Mas como comprovamos que Ele de fato é o Homem Perfeito e que Ele disse que é Deus, então é porque realmente Ele é Deus. Não podemos negar que Jesus é o Homem Perfeito, pois a filosofia e a ciência racionalista afirmam esta verdade, da mesma forma como não podemos negar que dois mais doiz são quatro. Não podemos negar que Jesus disse que é Deus, pois a teologia afirma esta verdade a partir do estudo profundo da Revelação Divina. Então, realmente, Jesus, o Homem Perfeiro, é Deus.  
De duas, uma: Ou acreditamos com a filosofia e a ciência que Jesus é o máximo de tudo de bom e completamente saudável, que ele é o Homem Perfeito, e acreditamos que Ele é Deus, porque Ele disse que era Deus. Ou não acreditamos que Jesus é o máximo de tudo de bom e completamente saudável e também não acreditamos que Ele é Deus. Portanto, Ele é mentiroso, charlatão ou doente. Não posso acreditar que Jesus seja o máximo de tudo de bom e completamente saudável e não acreditar que Ele é Deus, porque Ele disse que era Deus. Isto seria uma contradição performativa, porque como posso acreditar que uma pessoa seja o máximo de tudo de bom e completamente saudável se ela diz que é Deus, mas na verdade não é Deus. Ele seria um mentiroso, e um mentiroso não poderia ser o máximo de tudo de bom. Como usamos a razão, vemos claramente com a filsofia e a ciência que Jesus é de fato o máximo de tudo de bom e que também é completamente saudável. Então concluímos e testemunhamos com toda alegria e segurança que Jesus é Deus, porque Ele disse que é Deus. Isto nos basta. Porque Aquele que diz ser Deus, é o máximo de tudo de bom e completamente saudável, é o Hoem Perfeito. Ele tem consciência profunda da sua natureza e disse que é Deus, que antes que Abraão existe, Ele já existia.
5 - Por tudo isso, tanto tem sentido e fundamentação racional que Deus existe, como também tem sentido e fundamentação racional de que Jesus é Deus. Desta forma, crer em Jesus é racional. A nossa fé é fundamentada em Jesus. Ele é o autor e consumador da nossa fé. Por tanto, a nossa fé não é cega, ela também é racional. Diante de tantas provas e argumentações da História, da Filosofia, da Ciência e da Teologia, não acreditar que Deus existe e que Jesus é o Deus único e Verdeiro é algo irracional e conduz para a idolatria, para a cegueira, para a escravidão da ignorância, para a insensatez. Já o acreditar em Jesus, além de ser algo racional, conduz para a adoração, para a Verdade e a Vida.

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Além de tudo isso, Jesus realizou e continua realizando milagres que a Igreja verifica com muito cuidado e prudência. Os milagres são intervenções de Deus nas leis da natureza e na história para ajudar a nossa razão a ter fé, a acreditar que Ele existe e de que Jesus é Deus. Também são as suas assinaturas naquilo que a sua Igreja ensina como dogma ou verdade de fé. Por isso, se apesar de tudo, uma pessoa ainda não acredita que Jesus é Deus, ele diz no Evangelho: “Já que vocês não acreditam na minha palavra, acreditem ao menos pelas obras que faço. Não tenham o coração  endurecido e a mente fechada. Acreditem em Deus, acreditem em  mim também!”
 Nas águas da piscina de Siloé (Jo 9) Jesus curou um cego de nascença. O homem foi “mergulhando” cada vez mais e de pouco em pouco, de claridade em claridade, vendo e experimentando tudo o que aquele bom homem era (v.11), ele foi compreendendo que Jesus era mais que um homem bom, era um profeta (v. 17). Depois que era mais que um profeta, era o Cristo, o Enviado de Deus (v. 30). E por fim, que Jesus era Deus (v.38). Desta forma, entregou completamente a sua vida a Jesus professando publicamente a sua fé: “Creio, Senhor. E prostrou-se diante de Jesus”.
Mais do que saber através das provas da natureza e conclusões da ciência e da filosofia que Deus existe e de que o Deus único e Verdadeiro é Jesus, o mais importante é professar a fé e prostrar-se em adoração diante da sua presença. O estudo e as conclusões da nossa razão são importantes. Mas é através da fé e da oração que a nossa vida é colocada na Graça do Senhor Jesus que se revelou única e exclusivamente para que sejamos seus discípulos e tenhamos a vida em plenitude. Pois o Pai Celeste é glorificado quando somos discípulos de Jesus e produzimos muitos frutos.
20:30h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!


Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Col 1,13-20): ____________
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2º Dia (Col 2,9-15): ____________
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3º Dia (Jo 1,1-14): ____________
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4º Dia (Ex 3,11-15): ____________
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5º Dia (Jo 8,48-59): ____________
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6º Dia (Fil 2,5-11): ____________
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7º Dia (Jo 10,22-42): ____________
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8ª Vivência ____/ ____/ ____

Teofania

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Gn 32,23-32

20:00h – Reflexão

Apesar da Palavra de Deus ser bem clara e objetiva, porque ela é a norma normativa não normada da nossa fé – “Céus e terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” – a Revelação Divina alcança o sujeito na forma de experiência mística. Com este tema da Teofania queremos ressaltar este aspecto vivencial da Palavra de Deus que é muito presente na Bíblia Sagrada e em toda história da Igreja.

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A partir dos pressupostos da criação Abraão fez um raciocínio lógico, não se perdeu em raciocínios vazios, concluiu acerca da existência do Criador, rejeitou necessariamente todo tipo de ateísmo, agnosticismo, henoteísmo e politeísmo, o glorificou e lhe deu graças. Pois “as perfeições invisíveis de Deus, tais como o seu poder eterno e sua divindade, podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que ele realizou” (Rm 1,20).
Acatamento reverencial, esta foi a primeira atitude de Abraão ao constatar a verdade da existência de Deus. Não sufocou a verdade e nem se perdeu em raciocínios vazios. Ver o rosto do Deus Único e Verdadeiro, louvá-lo e servi-lo, torna-se a sua aspiração mais profunda. Porque, “dotada de uma alma espiritual, de inteligência e de vontade, a pessoa humana é, desde a sua concepção, ordenada para Deus e destinada à eterna bem-aventurança” (CIC 1711).

Deus se revela salvando

Para Abraão Deus não é uma essência abstrata, mas uma entidade viva. É Javé, “o Deus Altíssimo que criou o céu e a terra” (Gn 14,22). Ele não se confunde com energia mental, nem com energia cósmica, nem com os falsos deuses dos pagãos e tampouco com a natureza.
O Deus Vivo e Verdadeiro de Abraão, que habita uma luz inacessível (1Tm 6,16), é um ser pessoal que se revela na criação e na história. Ele vem ao encontro do homem para salvá-lo. Salvando, revela-se e o atrai para o seu amor. Como uma mãe se revela ao seu filho como “sua mãe” amando-o e agindo em seu benefício, dando-lhe a vida, amamentando, protegendo, tratando as feridas, orientando, corrigindo quando se faz necessário, abraçando com muita ternura, assim Deus também se revela salvando e salva revelando-se. “Em virtude desta Revelação, Deus invisível (cf. Cl 1,15; 1Tm 1,17), na riqueza do seu amor, fala aos homens como a amigos (cf. Ex 33,11; Jo 15,14-15) e conversa com eles  (cf. Br 3,38), para os convidar e admitir a participarem de sua própria vida” (DV 2).
O amor da mãe em ação é a revelação, é a palavra da mãe para o seu filho que ele vai compreendendo desde os primeiros dias de sua vida. Assim Deus também se revela e nos fala salvando-nos, amando-nos. O primeiro ato salvífico foi a criação quando nos salvou do nada e chamou-nos à existência. Deus se revelou primeiramente como Pai/Mãe Criador e como Deus Único e Verdadeiro. Depois continuou salvando no decorrer da história e foi se revelando e falando cada vez mais, apesar das infidelidades e ignorâncias dos homens.
A experiência religiosa de Abraão motivada pela sinceridade do seu coração e sua perseverança na verdadeira fé monoteísta foi o começo e a referência de toda história da salvação que culminou em Jesus de Nazaré (Gn 12,1-4; 26,5; Gl; Hb). Abraão foi o começo. Jesus é a Palavra definitiva do Pai. Tudo já está revelado. Não aconteceu e nem acontecerá outra revelação como querem algumas seitas modernas. Só resta mergulhar e conhecer cada vez mais a Deus e amá-lo com todo coração, alma, entendimento e força, e ao próximo como a si mesmo (Dt 6,4-9; Mc 12,28-).

Conhecimento de Deus

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!” (Jo 8,32)
Na Bíblia o conhecimento vai além do intelecto, envolve todo psiquismo e sentidos do homem e transforma a sua existência. É sempre a experiência de uma Presença. Uma vez que envolve toda a vida, tal conhecimento só pode ser aceito e obedecido pelo sujeito, visto que não lhe resta nenhuma dúvida de que aquilo que experimentou (conheceu) é real e verdadeiro. Conhecer é o mesmo que experimentar e saborear. Desta forma, saber de Deus é antes de tudo, saborear, experimentar Deus. “Provai e vede como Deus é bom, feliz o homem que nele se abriga” (Sl 34,9).
O intelecto sozinho pode delirar e se enganar. Os sentidos e os sentimentos também. Mas o conhecimento com o intelecto, o coração, o espírito e todas as outras faculdades humanas, incluindo o tato, o paladar, a imaginação e a linguagem é profundo e seguro, pois não se experimenta uma ilusão, somente o que é real. Isto vale, sobretudo quando se trata do conhecimento de Deus, visto que Ele veio ao encontro do homem justamente para se tornar acessível a Ele: “Eu sou o Bom Pastor. Conheço minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem” (Jo 10,14).
Sendo experiência de uma Presença – Emanuel, Deus Conosco – o conhecimento de Deus já é vida eterna que começa neste mundo e se prolonga por toda eternidade. Por isso, para Jesus, tal conhecimento nunca pode ser negligenciado: “Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3).

Teofania

Nas teofanias da Bíblia (sentido largo) temos a relação entre desejo natural de Deus, revelação divina, conhecimento de Deus e vida espiritual. As mesmas iluminam a nossa própria experiência de Deus, uma vez que, consignadas pelo Espírito Santo nas Sagradas Escrituras, também são “norma normativa não normada”.
A narrativa das teofanias faz uso de símbolos. Apesar de terem sido “fatos históricos”, as mesmas falam de encontros com o Eterno. Nem sempre é possível narrar com conceitos o que vai além do físico e do natural. Se até o amor de um casal de namorados precisa de metáforas para ser comunicado (meu docinho de coco), quanto mais uma experiência de Deus.
Na teofania o Deus que se revela na história da humanidade entra na história particular da pessoa e se torna presença de salvação para ela. Na teofania a Revelação Divina torna-se uma experiência mais pessoal (por isso o antropomorfismo) que propicia um relacionamento mais amoroso e deificante entre Criador e a criatura.
As teofanias são dons da Divina Providência. Na Bíblia elas iam iluminando o caminho da história da salvação. Sobretudo nos momentos mais difíceis, quando os seus escolhidos estavam para desanimar, Deus se manifestava de uma forma mais pessoal de tal modo que o conhecimento era aprofundado, a fé era reavivada, as forças eram redobradas e a aliança era renovada. A teofania é mais direcionada para a vida concreta do sujeito, sua vocação e missão. Lembremo-nos de Abraão. Não poucas vezes Deus o visitou, sobretudo nos momentos mais difíceis e de provação.


De Jacó para Israel

Jacó (Gn 25,19–36) nasceu agarrando o calcanhar de Esaú, já procurando lhe dá uma rasteira e deixá-lo para trás. Daí o seu nome Jacó (ya’aqob) que significa embusteiro, arteiro e trapaceiro. Esaú se tornou homem do campo, ao passo que Jacó se tornou honrado beduíno, homem tranquilo morando sob tendas. O pecado dele não eram os sonhos – é necessário sonhar – mas o modo como agia para alcançá-los. Jacó era pobre de caráter e muito esperto para maquinar.
Oportunista e determinado, Jacó passou na frente do primogênito. Conseguiu comprar o direito de primogenitura de Esaú por apenas um pedaço de pão e um prato de lentilhas, aproveitando-se de um momento quando ele estava “morrendo de fome”. Depois, passando-se por seu irmão com muita esperteza e astúcia, enganou o seu próprio pai Isaac, que já estava cego, fraco e idoso, e lhe roubou a bênção patriarcal. Quando Esaú chegou para pedi-la foi tarde demais. Além disso, Jacó também enganou o seu tio Labão.
Sem querermos nos deter em nenhum juízo moral da cultura de então, porque de fato Esaú foi muito ingênuo e Labão era muito esperto também, o certo é que a Bíblia quer mostrar um Jacó muito materialista, oportunista e trapaceiro. Se fez isso com seus familiares, quanto mais com os de fora... Mostrando a miséria de Jacó, a Bíblia quer evidenciar o poder, a misericórdia e a fidelidade de Deus na transformação de uma pessoa e no cumprimento da sua promessa. Inclusive que Ele pode tirar bens até de males.
Jacó fez o que fez com Esaú, mas sofreu as consequências. Seu irmão, depois da bênção roubada, gritou de ódio e jurou matá-lo. O crime não compensa. O esperto sempre se espeta... Fugindo de Esaú, Jacó parou em Luza quando a noite o alcançou e foi dormir tendo uma pedra por travesseiro. Pedra dura aquela... dormiu em cima do medo, insegurança, angústia e vícios. Era quase impossível dormir daquele jeito, muito menos sonhar. Tudo estava para pesadelo. Mas Deus providenciou que conseguisse dormir e então, sonhou. Sonhou vendo uma grande escada que ligava o céu e a terra (figura de Jesus). No alto da escada, Javé. Acordou, entendeu qual era a essência da religião do seu avô Abraão (ligar o homem com Deus e ser porta do céu); que devia ser sábio, não esperto; religioso, não materialista; crente, não supersticioso. Fez um altar em honra de Javé e chamou aquele lugar de Betel (Casa de Deus).
Mesmo assim a teofania de Betel não foi suficiente para lhe converter totalmente, tomar logo posse da bênção, voltar para junto dos seus e viver com dignidade. Seguiu viagem rumo ao seu destino incerto. Uma vez na casa de Labão, durante vinte anos foi explorado, enganou e foi enganado. Mas no final, venceu em esperteza o seu tio. Desviou boa parte das suas riquezas e por cima, ainda levou duas filhas junto com ele.
Apesar de ser um homenzinho torto, a semente da Palavra semeada por Isaac estava em ação. O Deus de Abraão não estava morto. Por fim, depois de vinte anos, Jacó decide voltar para Canaã, a Terra Santa, para reconhecer, confessar e reparar os seus erros. Tinha conseguido muitos bens materiais, mas lhe faltava a bênção de Deus para viver com dignidade.
No regresso tremeu de medo quando soube que Esaú vinha ao seu encontro com mais de quatrocentos homens para matá-lo. Orou com sinceridade em Maanaim (que significa Acampamento de Deus) pedindo discernimento e proteção. Já não confiava somente na sua esperteza, dinheiro e força... E decidiu fazer uma vigília de oração. Travou um grande combate espiritual a noite inteira com um homem misterioso. Foi o encontro decisivo que todo homem tem que ter com Deus. “Deus mesmo provoca o homem à luta, à busca insatisfeita, ao esforço tenaz, para abençoá-lo no final”.
Num primeiro momento, o velho Jacó materialista lutava contra o homem misterioso, como que, de repente, querendo voltar à velha mentalidade e às velhas maneiras de agir. Vendo que não conseguia dominá-lo, o homem o feriu na coxa (no orgulho) e Jacó ficou manco desde então.
Agora humilhado, quando entendeu que aquele misterioso homem era Deus, Jacó o agarrou com muita fé (mais determinação) e passou a lutar com Ele. Dizia que não o soltaria até que fosse abençoado, conforme tinha prometido a Abraão (oração insistente). Vendo que não conseguia mesmo se soltar, Deus se deixou vencer. Mudou o seu nome para Israel, concedendo-lhe uma nova identidade e uma vida nova, e o abençoou. Jacó perguntou por seu nome, mas Deus não lhe revelou. O Deus que se deixa vencer pela fé e oração insistente, não se deixa manipular! Ele vem ao encontro do homem para salvá-lo, mas não deixa de ser Deus! Jacó entendeu tudo. Tomou posse da bênção e chamou aquele lugar de Fanuel (Rosto de Deus), dizendo: “Eu vi a Deus face a face, e a minha alma foi salva”.
Abençoado, Jacó se tornou uma bênção. Voltou para a sua terra como Israel (lutou com Deus, com homens, com ele mesmo, e venceu). Reconciliou-se com os seus familiares e viveu com dignidade. Continuava desta forma a história da salvação através da descendência de Abraão, o povo de Israel. Um povo profundamente religioso cuja aliança era exclusiva com Javé, o Deus Altíssimo (Gn 35,1-15).

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)
As teofanias são luzes na caminhada, e transformam para melhor. Deus sempre se revela para salvar e salva se revelando. Que não tenhamos que passar vinte anos para viver com dignidade. Tomemos logo posse da bênção ainda em Betel, a Casa de Deus. Porém, antes tarde do que nunca! E nestes tempos de secularismo e Nova Era, que a nossa experiência, por assim dizer, teofânica, de Deus ajude-nos a também ser um povo verdadeiramente religioso, porque “feliz a nação cujo Deus é o Senhor!”
O estudo teológico é importante. Mas nada subistitui a oração!

20:30h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Anotações

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Portal DJC
www.djcbrasil.com.br

Endereço oficial do DJC na internet

Aqui você também reza com o Programa Família em Oração
Todo dia, em vários horários!



Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Gn 18,1-15): ____________
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2º Dia (Gn 28,10-22): ____________
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3º Dia (Gn 32,23-33): ____________
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4º Dia (Ex 3,1-15): ____________
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5º Dia (Ez 1 – 2): ____________
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6º Dia (Jo 14,15-26 ou 1Jo 1,1-4):____
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7º Dia (2Cor 12,1-10 ou Ap 1,9-20): __
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9ª Vivência ____/ ____/ ____

Apologética

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): 1Tm 1,1-6

20:00h – Reflexão

Apologética é a defesa da fé contra os erros e mentiras, em vista de uma ortodoxia que gera toda uma ortopráxis cristã. Porque antes de tudo, o justo vive da fé. E a fé não se contrapõe ao que é verdadeiramente cientifíco, ético e razoável. Porque há uma só Verdade, e a Verdade não entra em contradição. Desta forma, a Apologética busca a Verdade na Revelação Divina (Palavra de Deus), depositada na Tradição Apostólica e na Bíblia Sagrada, a qual é, por sua vez, fielmente ensinada pelo Magistério da Igreja (Papa e Bispos em comunhão com ele). Este Magistério Eclesial é assistido pelo Espírito Santo, o Espírito da Verdade, e é infalível quando ensina “ex catedra”.
O certo é que Doutrina da Igreja é totalmente fundamentada na Palavra de Deus, de modo que o católico tem segurança de que não é orientado pela Mãe Igreja ao sabor das modas e ventos que sopram pra lá e pra cá, como biruta de aeroporto. O vento que sopra na Igreja é o Espírito Santo e a conduz sempre no Caminho da Verdade e da Vida. Quem está na Igreja Católica e a escuta e obedece, está seguro, por que Jesus disse que quem escuta os seus Apóstolos, é a Ele mesmo que estão escutando e que as portas do inferno e do erro nunca iriam prevalecer sobre a sua Igreja. Jesus é a Verdade. A sua Igreja aqui na terra, assistida pelo Espírito Santo, é coluna e sustentáculo da Verdade.
Cada católico deve ser um apologeta e testemunha da Verdade (1Tm 1,3ss). Não para ficar batendo boca, o que não produz nenhum fruto. Mas ser capaz de dar a razão da sua esperança e o sentido da sua fé. Por amor, com calma, humildade e convicção, ajudar tantos que foram iludidos e seduzidos pelo erro e pela mentira a reencontrarem o Caminho da Verdade e da Vida e voltarem para casa. A Igreja é mãe. Os filhos só são felizes e protegidos na casa da mãe.



Nova apologética

Ninguém pode amar o que não conhece. O Papa João Paulo II falava aos bispos das Antilhas, em visita ad limina, aos 07 de Maio de 2002: “A exortação apostólica Ecclesia in América afirma que ‘é necessário que os fieis passem de uma fé rotineira (...) a uma fé consciente, vivida pessoalmente. A renovação na fé será sempre o melhor caminho para conduzir todos a Verdade que é Cristo’. Por isso é essencial desenvolver em vossas Igrejas uma nova apologética para vosso povo, a fim de que compreenda o que ensina a Igreja e assim possa dar razão de sua esperança (cf. 1Pd 3,15). Em um mundo aonde as pessoas estão submetidas a uma contínua pressão cultural e ideológica dos meios de comunicação social e a atitude agressivamente anti-católica de muitas seitas, é essencial que os católicos conheçam o que ensina a Igreja, compreendam este ensinamento e experimentem sua força libertadora. Sem esta compreensão, faltará a energia espiritual necessária para a vida cristã e para a obra de evangelização. A Igreja está chamada a proclamar uma Verdade absoluta e universal ao mundo numa época em que em muitas culturas existe uma profunda incerteza sobre a existência desta verdade. Por conseguinte a Igreja deve falar com as forças do autêntico testemunho.
Ao considerar o arraigar disto, o Papa Paulo IV identificou quatro qualidade que denominou perspicuitas, lenitas, fiducia, prudentia, ou seja, claridade, afabilidade, confiança e prudência (cf. Ecclesiam Suam, 38).
Falar com claridade significa que é preciso explicar de forma compreensível a verdade da Revelação e os ensinamentos que provem da Igreja. O que ensinamos nem sempre é imediatamente ou facilmente absorvido pelos homens de nosso tempo. Por isso, temos de explicar e não somente repetir. Isto é o que queria dizer quando afirmei que necessitamos de umas Nova Apologetica, adequada as exigências atuais, que tenha presente que nossa tarefa consiste em ganhar almas, e não vencer disputas; em livrar uma espécie de luta espiritual, não em aprofundar-nos em controvérsias ideológicas; em reinvindicar e promover o Evangelho e não em reinvindicar-nos e promover a nós mesmos.
Esta apologética necessita respirar um espírito de afabilidade, humildade e compaixão que compreende as angústias e os questionamentos do povo e ao mesmo tempo, não cedem a uma dimensão sentimental do amor e compaixão de Cristo, serapando-os da verdade. Sabemos que o amor de Cristo pode implicar grandes exigências, precisamente porque estas não estão vinculadas ao sentimentalismo, senão a única verdade que liberta (cf. Jo 8,32).
Falar com confiança significa não perder nunca a vista da verdade absoluta e universal revelada em Cristo e tampouco o fato de que essa é a verdade que todos os homens aspiram, ainda que apareçam indiferentes, pertinaz ou hostil.
Falar com sabedoria prática e com bom sentido é o que Paulo VI chama de prudência e que São Gregório Magno considera uma virtude dos valentes (cf. Moralia, 22,1), significa dar uma resposta clara aos que perguntan: "O que devemos fazer?" (Lc 3,10-12-14). A grave responsabilidade de nosso ministério manifesta-se aqui em todo seu exigente desafio. Devemos implorar diariamente a luz do Espírito Santo, para falar segundo a sabedoria de Deus e não segundo a do mundo, "para não se desvirtuar da cruz de Cristo" (I Cor 1,17).
O Papa Paulo VI conclui afirmando que falar com perspicuitas, lenitas, fiducia, prudentia "nos fará sabios, nos fará mestres" (ecclesiam suam, 38). E isto é o que estamos chamados a ser sobetudo: mestres da verdade, implorando sempre "a graça de ver a vida plena e a força para falar eficazmente dela.” ( São Gregório Magno, Comentários sobre Ezequiel, I,11,16).

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

Após a Opção Fundamental, caso você queira Estagiar como Discípulo Servidor no Corpo de Apostolado do DJC, faça o pedido por escrito ao Acompanhante Local através do seu Discipulador. Porém, você também poderá continuar caminhando normalmente como Discípulo de Jesus e ajudando o DJC a evangelizar.

20:30h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



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Meditação Orante
da Palavra de Deus

A seguir, a título de exemplo, defenderemos ligeiramente algumas verdades de fé a partir das Sagradas Escrituras e Tradição Apostólica. Repetimos que são apenas exemplos. Depois poderemos completar a lista e aprofundar em outra oportunidade.

1º Dia:
Apologética da Doutrina Católica
- Magistério da Igreja ensina: A Doutrina da Igreja Católica é completa e completamente fundamentada na Palavra de Deus, a qual está depositada na Bíblia e na Tradição Apostólica, como meditamos anteriormente. Jesus fundou a sua Igreja para ensinar a sua Palavra de forma completa e sem erro. Por isso ela é coluna e sustentáculo da Verdade.

- Está escrito na Bíblia Sagrada: Mt 16,18; 1Tm 3,15; Lc 10,16; Jo 21,15-19

- Tradição Apostólica confirma: A Igreja Católica foi fundada por Jesus e conserva a Bíblia desde os inícios. Se ela quisesse inventar alguma coisa contrária ao ensino de Jesus, ela mesma poderia simplesmente ter rasgado páginas da Bíbia ou acrescentado o que bem quisesse. Mas ela não fez assim. Conservou tudo e repassou para as gerações seguintes, até chegar até nós. Os protestantes só tem uma Bíblia porque a Igreja Catóica a conservou e repassou pra frente. Porém, eles rasgam págianas da Bíblia e rejeitam alguns livros que até Jesus e os Apóstolos utilizaram. Por isso a Bíblia protestante é incompleta. Não poucas vezes também traduzem a Bíblia de forma errada para justificar suas heresias.


2º Dia:
Apologética do Batismo
- Magistério da Igreja ensina : É o Sacramento da salvação. Todas pessoas precisam ser batizadas, inclusive as crianças.
- Está escrito na Bíblia Sagrada: At 2,38-39; At 16,33; At 18,8; 1Cor 1,16; Mt 28,19.

- Tradição Apostólica confirma: Desde os tempos dos Apóstolos as crianças filhas de pais cristãos já eram batizadas. Porque existia a garantia que seriam catequizadas em casa. Criança é gente, e os Apóstolos foram obedientes à ordem de Jesus para que batuizassem todas as gentes na graça da Santíssima Trindade.


3º Dia:
Apologética da Eucaristia:
- Magistério da Igreja ensina: Os protestantes ensinam que a Eucaristia é só um símbolo, um pão qualquer. A Igreja ensina que a Eucaristia não é um símbolo de Jesus, mas o próprio Jesus presente com corpo, alma e divindade no Pão e no Vinho Consagrados. É o Santíssimo Sacramento.

- Está escrito na Bíblia Sagrada: Jo 6; Lc 22,1420; 1Cor 11,23-26

- Tradição Apostólica confirma: Somente o sacerdote validamente ordenado por Bispo validamente consagrado cou um sucessor dos Apóstolos pode consagradr o Pão e o Vinho no Corpo e Sangue de Cristo.


4º Dia:
Apologética do Purgatório
- Magistério da Igreja ensina: Os protestantes ensinam que é tolice rezar pelos mortos. Para a Igreja Católica o purgatório é mais um sinal da misericórdia de Deus. Só pode entrar no céu quem já está completamente puro. Mas normalmente uma pessoa morre sem estar completamente pura, mesmo tendo sido um bom cristão e um bom cristão. Deus tem compaixão, pois viu o seu desejo e o seu esforço e, em vez de condenar ao inferno e consente com uma purificação final. Somente depois desta última purificação, a pessoa pode entrar na alegria do céu. Jesus dizia queo único pecado que não tem perdão nem neste mundo e nem no outro é o pecado contra o Espírito Santo. Sinal de que alguns pecados que não foram perdoados neste mundo, ainda podem ser pewrdoados no outro, no purgatório.

- Está escrito na Bíblia Sagrada: Mt 5-25,26; 1Cor 3,13-15; 2Mac 12,42-45

- Tradição Apostólica confirma: Desde os tempos dos Apóstolos os cristãos conservaram o bom costume dos judeus de rezarem pelos mortos, na esperança da ressurreição.


5º Dia:
Apologética das Imagens
- Magistério da Igreja ensina: Os católicos são acusados de idolatria. Para a nossa Igreja o fiel cristão pode usar as imagens que representam Jesus, Nossa Senhora e os Santos, porque Deus proíbe a criação de ídolos de adoração, mas não de imagens religiosas. Prova é que o mesmo Deus que proibiu o seu povo a fazer ídolos de adoração, permitiu fazer imagens que enfeitassem o Templo e ajudassem a criar um ambiente de oração.

- Está escrito na Bíblia Sagrada: Ex 25,18; Ex 20,4; Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7; Ex 25,17-22; Ex 37,7-9; Ex 41,18; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 1Rs 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7,10-14; 5,8; 1Sm 4,4.

- Tradição Apostólica confirma: Desde os tempos dos Apóstolos os artistas cristãos sempre fizeram lembranças de Jesus, de Nossa Senhora e dos Santos Mártires que deram a vida pela fé. Ainda hoje essas pintruras estão presentes nas Igrejas antigas e nas catatumbas dos primeiros cristãos.


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Seja você mesmo um cooperador da verdade. Seja um apologeta! (3  João 8)


6º Dia:
Apologética da ...
- Magistério da Igreja ensina:

- Está escrito na Bíblia Sagrada:

- Tradição Apostólica confirma:


















Anotações

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Cânticos

Numeração do Família em Oração


1    EU TE LOUVAREI SENHOR
De todo coração com toda a minha alma/ Eu Te louvarei, Senhor/ Teu Santo Nome para sempre bendirei.
    Em Tua presença eu quero estar/ Em solo santo vou Te adorar/ Te adorar (3x)/ Vou Te adorar.
    Quem dera eu acercar-me a Ti/ E Te ouvir dizer/ “Tira as sandálias dos pés/ Pois o lugar em que estás é santo.”

2    VEM, SENHOR JESUS
O coração já bate forte ao Te ver/ A Tua graça hoje eu quero receber/ Sem a bênção do Senhor não sei viver.
    Vem, Senhor Jesus, olhar o povo ao Teu redor me faz lembrar/ A multidão lá no caminho a Te esperar/ Vem, ó Santo de Israel/ Passar também neste lugar.
    É o Rei, a nossa frente está/ É feliz quem O adorar/ É Jesus o nosso Mestre e Rei/ Bem aqui, tão perto se deixa encontrar/ Diante do Rei dos reis todo joelho se dobrará.

3    MEU BOM PASTOR         
Te procuro nesta hora/ Pra poder tocar, nem que seja em Tuas vestes/ Me rendo a Ti/ Sou ovelha machucada/ Quero repousar, descansar em Teu aprisco.
    Neste pranto Te entrego a minha prece/ E Te peço: traz alento em meu viver/ Te suplico, piedade ó meu amigo/ Não me deixe caminhar sem direção.
    Em Tuas mãos deposito minhas chagas/ A raiz da dor que entristece o meu sorriso/ Existe em mim, tanta mágoa escondida/ Que o tempo deixou e por isso Te imploro.
    Vem curar tudo o que em mim está ferido/ Vida nova onde a morte trouxe a dor/ Vem tirar-me do sepulcro da tristeza/ Vem curar meu coração, meu Bom Pastor.
    Meu bom Senhor como eu Te ama/ E quero amar cada vez mais/ Faz em mim a Tua obra/ E leva-me por onde quiseres/ Meu Bom Pastor.

6    QUANDO A IGREJA
Se levanta/ Para exaltar o nome do Senhor Jesus/ O céu e a terra em harmonia/ Irão cantar o nome do Senhor Jesus.
    O Espírito de Deus ao nosso encontro vem/ E os anjos se levantam pra cantar também/ Amém, glória ao nosso Deus/ Santo é o nosso Deus/ Aleluia.
    Nos louvores Deus habita/ Vamos provar desta presença do Senhor/ Sentir que em nosso meio/ Está Jesus o nosso Deus dominador.

7    COMO É BOM A GENTE
Se encontrar/ Aqui neste lugar/ Onde dois ou mais estão unidos/ O Senhor está também/ De repente brota lá no fundo/ Algo que o mundo não tem/ A alegria de poder dizer/ Que maravilha é ser um filho de Deus.
    Abre teus braços ao Pai de amor/ E vê que Ele te ama/ Lança fora a tristeza e não olhe para trás/ Sorrir é bom demais/ Sorrir é bom demais.
   
    Quem é filho de Deus louva/ Que maravilha é ser um filho de Deus! (2x)
    Quem é filho de Deus pula...
    Quem é filho de Deus ama...
    Quem é filho de Deus grita...

    Quem é filho de Deus corre...
    Quem é filho de Deus baila...
    Quem é filho de Deus canta...
    Quem é filho de Deus ora... 

9    EU SEI, TEU ESPÍRITO
Está agindo/ Passo a passo sei que encontrarei/ Tua vontade em minha vida/ Rompe dentro em mim um amor inovador/ Sinto gosto em Tua Palavra/ Amor à Hóstia consagrada.
    Eu quero te louvar com todo o meu ser/ De toda a minha alma, mesmo sem entender/ Preciso Te seguir/ Teu amor vou perseguir/ Eu abro todo o meu ser/ Tua vontade tem que acontecer.
    Eu sei, não pertenço a este mundo/ Tenho fome e sede do Senhor/ Alimento que vem do lugar que eu sou/ Treme o meu ser e teme o meu viver/ Eu sei: Tu és o meu Senhor/ Da minha vida és o Salvador.

10    QUANTO EU ESPEREI
Ansioso queria Te ver/ E Te falar o que há em mim/ Já não podia me conter.
    Me decidi, Senhor/ Hoje quero rasgar meu viver/ E Te mostrar meu coração/ Tudo que tenho e sou.
    E por mais que me falem não vou desistir/ Eu sei que nada sou/ Por isso estou aqui.
    Mas eu sei que o amor que o Senhor tem por mim/ É muito mais que o meu/ Sou gota derramada no mar.
    Quanto tempo também o Senhor me esperou/ Nas tardes encontrou saudade em meu lugar/ Mas ao me ver na estrada ao longe voltar/ De um salto se alegrou e foi correndo me encontrar.
    E não me perguntou nem por onde eu andei/ Dos bens que eu gastei/ Mais nada me restou/ Mas olhando em meus olhos somente me amou/ E ao me beijar me acolheu/ Num abraço de Pai.

11    BUSCA EM JESUS
A plenitude/ Do Santo Espírito e do seu amor/ Deixa que Ele te envolva em seu calor/ Deixa Jesus cuidar das coisas que atormentam o teu viver/ Qual luz do alto Ele virá sobre o teu ser.
    Ó, ó, ó Cristo, meu Cristo/ Vem em mim morar! (2x)
    Ó vem cantar com alegria/ Encher de paz o teu coração/ Ergue teus braços, louva a Deus em oração/ A Ele dá tuas tristezas/ Desilusões e a tua cruz/ Então terás a vida em Nome de Jesus.

12    DEUS ENVIOU
Seu Filho amado/ Para morrer no meu lugar/ Na cruz pagou os meus pecados/ Mas o sepulcro vazio está, porque Ele vive.
    Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã/ Porque Ele vive, temor não há/ Mas eu bem sei/ Que o meu futuro/ Está nas mãos do meu Jesus/ Que vivo está.
    Um dia eu vou cruzar os rios/ E verei então um céu de luz/ E verei que lá, em plena glória/ Vitorioso, vive e reina o meu Jesus.

13    VAMOS ENCHER
Este lugar de alegria/ Vamos sorrir sem nunca murmurar/ Vamos falar de Cristo noite e dia/ E o Evangelho de Jesus anunciar.                                   
    Davi falou e eu também quero falar/ O Senhor é meu Pastor e nada me faltará. (2x)
    Não faltará/ Não faltará/ O Senhor é meu Pastor e nada me faltará. (2x)

15    MESMO NA TEMPESTADE
Mesmo que se agite o mar/ Te louvo, Te louvo em verdade/ Mesmo longe dos meus, mesmo na solidão/ Te louvo, Te louvo em verdade.
    Pois somente tenho a Ti/ Tu és a minha herança/ Te louvo, te louvo em verdade. (2X)
    Mesmo que me faltem as palavras/ Mesmo que eu não saiba louvar/ Te louvo, Te louvo em verdade. Mesmo na depressão, até na solidão/ Te louvo, de louvo em verdade

17    EU TE VEJO PROCURAR                        
Muitos caminhos/ É sincera tua busca eu bem sei/ Tu anseias um alento, um abrigo/ Nos afetos que procuras conquistar/ Nos teus olhos eu percebo a tristeza/ Um vazio que ninguém pode suprir/ Eu te amo e quero ser teu grande amigo/ Se me acolhes, vida nova te darei.                               
    Cheguei agora estou à porta e peço entrada/ Vim pra ficar na tua casa estou aqui/ Sentar-me à mesa, partilhar a nossa vida/ Na intimidade revelar meu coração/ Por muito tempo esperei por este dia/ Vem pros meus braços neste abraço de perdão/ Não me importa se tu tens as mãos vazias/ Eu sou Jesus e quero estar junto de ti.     
    Eu te chamo e quero ouvir tua resposta/ Te respeito nesta tua decisão/ Tens a vida e morte à tua frente/ Tu és livre para agora escolher/ Se tu vens comigo assumo o teu fado/ Tua dor será também a minha dor/ Eu te amo com amor que não se acaba/ Sou Jesus e quero estar junto de ti.


32    EXISTE UM POÇO               
No meio do deserto/ O povo passa perto, da sede a reclamar.
    Eu quero um rio de água viva/ Eu quero um sopro de esperança/ Minha alma segue e não se cansa/ De caminhar...
    Se tu soubesses, quem pode dar-te a vida/ Seria dissolvida, a mágoa mais cruel.
    Jesus é vida, vencendo toda morte/ Mudando nossa sorte/ Livrando-nos mal.

56    EU NÃO SOU NADA  
E do pó nasci/ Mas Tu me amas e morrestes por mim/ Diante da cruz só posso exclamar/ Teu sou! Teu sou!
    Toma minhas mãos, Te peço/ Toma meus lábios, Te amo/ Toma minha vida/ Ó Pai, Teu sou(3x)!
     Quando de joelhos Te olho ó Jesus/ Vejo Tua grandeza e minha pequenez/ Que posso dar-Te eu, só o meu ser/ Teu sou! Teu sou!

103    EU NAVEGAREI
No oceano do Espírito/ E ali adorarei ao Deus do meu amor. (bis)
    Espírito, Espírito que desce como fogo/ Vem como em Pentecostes/ E enche-me de novo. (bis)
    Eu adorarei ao Deus da minha vida/ Que me compreendeu sem nenhuma explicação. (bis)
    Eu servirei ao meu Deus fiel/ Ao meu libertador/ Aquele que venceu. (bis)

229    ESTOU AQUI PRA
          SER AMADO
E Te amar/ Te olhar nos olhos e deixar-me apaixonar/ Diante de Ti pra me render ao Teu amor/ E confessar minhas fraquezas sou pecador!
    Também estou aqui pra pedir perdão/ Pelas almas que ainda não buscam o teu coração.
    Te amar, por quem não Te ama/ Te adorar, por quem não Te adora/ Esperar por quem não espera em Ti/ Pelos que não creem eu estou aqui!

230    PALAVRA DE SALVAÇÃO
Somente o céu tem pra dar/ Por isso o meu coração se abre para escutar.
    Por mais difícil que seja seguir/ Tua Palavra queremos ouvir/ Por mais difícil de se praticar/ Tua Palavra queremos guardar.
    Com Simão Pedro diremos também/ Que não é fácil dizer sempre amém/ Mas não há outro na terra e no céu/ Mais companheiro, mais santo e fiel.

250    DEUS É CAPAZ
De transformar tua vida/ O impossível Ele fará/ Porque és precioso aos Seus olhos/ E se tiveres a coragem e a loucura de acreditar/ Então irás provar que Ele pode muito mais.
    Deus é capaz de trocar/ Reinos por ti/ Abre mares pra que possas atravessar/ E se preciso fosse, daria novamente, a vida por ti/ Deus só não é capaz/ De deixar de te amar.
    É preciso crer e se entregar sem medo/ Ele nunca vai tirar a tua liberdade, se não queres/ Mas se te entregas sem reservas/ Tua vida se transformará/ Então irás provar que Ele pode muito mais.

378    PROMETI NO MEU SANTO
Batismo/ A Jesus sempre adorar/ Pais cristãos em meu nome falaram/ Hoje os votos eu vim confirmar.
    Fiel, sincero, eu sempre quero/ A Jesus prometer meu amor.
    Creio pois na Divina Trindade/ Pai e Filho e inefável Amor/ No mistério do Verbo encarnado/ Na Paixão de Jesus Redentor.
    A Jesus servir quero constante/ Sua Lei em meu peito gravar/ Combatendo, lutando e vencendo/ A Igreja fiel sempre amar.
    De satã os conselhos perversos/ Desde então terei asco e horror/ Nem do mundo os prazeres funestos/ Poderão esfriar meu amor.

434    PONHO-ME AOS PÉS
Da Tua Cruz/ Desejo ser  lavado por Teu sangue/ E ver sair das tuas chagas/ Sangue Redentor/ Tocar  as minhas dores e curar-me.
    Teu Sangue cura, Senhor/ Teu Sangue cura com amor/ Teu Sangue tem poder para curar-me.

525    NÃO, NÃO HÁ! (2X)
Não há mal, que me possa vencer (bis).
    Pois tudo posso, Naquele que me fortalece/ tudo posso em Jesus Cristo (bis).
    Nenhum problema, nem meus pecados/ poderão superar o Amor de Deus. (bis)
    Deus é maior, que tudo que me acontece/ Deus é grande Supremo Rei! (bis).
    Nem a tristeza, nem mesmo a dor/ poderá superar o Amor de Deus. (bis)
    Nem a vingança, nem mesmo o ódio/ poderá, superar o Amor de Deus (bis)


526    ESPÍRITO SANTO VINDE,
          FALAR EM MIM! (2x)
Espírito Santo vinde orar em mim! (2x)
    Vinde curar, vinde libertar/ nossos corações de toda opressão./ Vinde transformar, vem incendiar/ traz fogo do céu nesse lugar.
    Incendeia minha alma! (2x)/ Incendeia minha alma, Senhor!






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Portal DJC
www.djcbrasil.com.br

Endereço oficial do DJC na internet

Aqui você também reza com o Programa Família em Oração
Todo dia, em vários horários!







Certificado – Via do Articulador
Discípulo (a) ______________________________________________
Fez o Temário da Revelação Divina
________________________________, ______ de ______ de ______
Articulador (a): ____________________________________________
Obs: Este temário sempre deve ficar sob a guarda do discípulo!


Certificado – Via do Conselheiro
Discípulo (a) ______________________________________________
Fez o Temário da Revelação Divina
________________________________, ______ de ______ de ______
Articulador (a): ____________________________________________
Obs: Este temário sempre deve ficar sob a guarda do discípulo!


Certificado – Via do Discípulo
Discípulo (a) ______________________________________________
Fez o Temário da Revelaçao Divina
________________________________, ______ de ______ de ______
Articulador (a): ____________________________________________
Obs: Não corte. Este temário deve ficar sob a guarda do discípulo!
 








A Caminhada Discipular continua
Prezado Discípulo de Jesus, na OPÇÃO FUNDAMENTAL você disse SIM ao convite de Jesus:  “Vem e segue-me!” (Mt 9), porque “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” (Jo 14,6)
Agora, após o Temário da Revelação Divina, começa o Estágio no Corpo de Apostolado do DJC. Concretamente, você irá
- CAMINHAR na Fraternidade Missionária do seu Específico ou Missão,
- FAZER o Curso Bíblico Palavra de Salvação (Temário 9), porque “as Sagradas Escrituras têm o poder de proporcionar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna santo e capacitado para toda boa obra (profissão e missão).” (2Tm 3,15ss) e
- SERVIR em um ministério do seu Específico ou Missão.
Concluído o Estágio você receberá o MANDATO MISSIONÁRIO de Jesus Salvador: “Ide e Evangelizai para que todos os povos sejam meus discípulos!” (Mt 28,19), porque o “Pai Celeste é glorificado quando vocês são meus discípulos e produzem muitos frutos!” (Jo 15,8)
Acolhendo o Mandato Missionário que Jesus lhe confiará dentro do DJC você continuará a Caminhada Discipular na Fraternidade Missionária e continuará servindo em um Ministério do seu Específico ou Missão.
Não tenha medo. O Deus que chama para a missão também capacita com o Espírito Santo!