Reflexão da 1ª Semana
O amor de Deus salva!
“Não ponhais vossa fé nos que mandam,
não há homem que possa
salvar.
Ao faltar-lhe o respiro ele volta para a terra de onde saiu;
nesse dia
seus planos perecem.”
(Sl 146,3-4)
Por que não há homem que possa salvar? Na mente do salmista, o
que vem a ser esta salvação que ninguém é capaz de realizar a não ser Deus?
Salvação é vida em plenitude que comporta o chamado à
existência, a conversão, o perdão, a santificação e toda providência necessária
para o homem viver com dignidade como filho de Deus.
A salvação abarca a existência humana por completo, do início e
por toda eternidade. Salvação é vida eterna. Por isso, por ser tão ampla e
profunda, o salmista diz: “Não ponhais vossa fé (nem mesmo) nos que mandam (nos
poderosos), não há homem que possa salvar. Ao faltar-lhe o respiro ele volta
para a terra de onde saiu; nesse dia seus planos perecem.” (Sl 146,3-4) Ora, se
um homem não pode salvar nem a si mesmo, basta que lhe falte o respiro e ele
volta para a terra, quanto mais salvar outras pessoas. Por isso o salmista
continua o seu louvor dizendo: “É feliz todo homem que busca, seu auxílio no
Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança. O Senhor fez o céu e a terra,
fez o mar e o que neles existe.” (Sl 146,5-6)
Salvação do homem todo e de todos os homens! Desta forma, na
graça da salvação está incluído tudo o que é necessário para que tenhamos vida,
e vida em plenitude, que começa nesta terra e se prolonga por toda eternidade.
Só o amor de Deus pode nos salvar!
Deus criou tudo muito bom
Você já teve experiências de harmonia? Imagine uma vida cheia de
harmonia. Assim era a terra antes do pecado: um verdadeiro céu. Eu e você não
estivemos lá, pessoalmente. Mas existe outra forma de ter estado presente no
passado. Tudo que nossos antepassados viveram chegou até nós através da memória
genética e coletiva. Somos o que somos não apenas o que começamos a ser na
fecundação, mas com tudo aquilo que o espermatozoide do nosso pai e o óvulo da
nossa mãe trouxeram em si, da parte dos nossos avós, e que se uniram na
primeira formação do nosso “eu”.
Nosso cérebro não nasce como uma tela em branco. Por isso, se
você olhar para dentro do seu “eu profundo”, perceberá que existe uma saudade
daquela vida saudável que nossos primeiros pais experimentaram antes do pecado.
Podemos até visualizar o que nossa memória e imaginação contêm de eras
distantes. Verdes prados, belas campinas e lagos tranquilos são rapidamente
associados à paz e à harmonia dentro do nosso inconsciente, porque este era o
estado de vida original da humanidade antes do pecado. “Essas imagens
primordiais, ou arquétipos, como eu as chamei, pertencem a modelos básicos da
psique inconsciente e não podem ser explicados por aquisições pessoais” (Carl
Jung). Deus permitiu que essa “lembrança gostosa” permanecesse após tantas
gerações para que desejássemos voltar ao que Ele nos presenteou e desperdiçamos
por ignorância. A saudade é uma esperança latente desejando reviver bons
momentos vividos. O paraíso do Édem aponta para o Reino de Deus.
Como pais que preparam o quarto e todo enxoval para o filho que
está para nascer, Deus preparou a terra cuidadosamente como um verdadeiro
paraíso para ser o habitat natural do ser humano. Mesmo que possam existir
outros planetas com vida inteligente, e isto não afetaria em nada a revelação
bíblica, o nosso planeta possui um “mistério” tão profundo nas suas condições
de vitalidade que o Criador, em sua soberana liberdade, bem que poderia ter
designado apenas o planeta azul como o único realmente favorável para abrigar
seres criados à sua imagem e semelhança.
“A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e
um vento impetuoso soprava sobre as águas” (Gn 1,2). E Deus, o grande Artista
do Universo, foi criando todas as condições favoráveis para a vida humana: luz,
céu, mar, terra, água, ar, árvores, luzeiros, animais... Então, no sexto dia,
no ápice da criação, depois que tudo estava arrumado, “Javé Deus modelou o
homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem
tornou-se um ser vivente” (Gn 2,7). “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo
era MUITO BOM” (Gn 1,31).
Encontramos nessas palavras acima uma linguagem simbólica que
não pode ser interpretada ao pé da letra. É um verdadeiro hino da criação os
capítulos 1 e 2 do livro do Gênesis. Porém, a mensagem transmitida é teológica
e verdadeira. Vemos todo esforço do escritor sagrado em nos comunicar e fazer
entender profundamente que tudo que Deus criou é belo, expressão da sua glória
e do seu amor. O homem, modelado à sua imagem e semelhança, é o destinatário
principal do seu afeto. Foi criado para viver feliz e em paz, numa verdadeira
amizade com Ele. De dentro do mais profundo do seu coração sagrado, Deus soprou
no ser humano o sopro da vida, tornando-o um ser vivente com corpo, alma e
espírito.
Saindo das mãos do Criador com selo de qualidade – Deus viu que
tudo o que tinha feito era MUITO BOM – o homem está pronto para crescer e se
desenvolver; pronto para ser feliz e plenamente realizado na força que vem da
Graça.
Porém, infelizmente, o pecado afastou o homem da Fonte da Vida.
Embora não tenha conseguido eliminar a sua dignidade, o pecado feriu a sua
natureza, estragou a sua bondade, danificou sua beleza, desfigurou sua face,
trouxe o sofrimento e a morte.
Deus reaviva os ossos secos
O pecado estragou a obra da criação, trouxe o sofrimento e a
morte. Por isso, conforme a visão profética de Ezequiel, em determinados
momentos “nossos ossos estão secos e nossa esperança se foi. Para nós, tudo
acabou” (37,11).
Encontramo-nos em um “vale de ossos secos”, esfacelados pelo chão,
presos em sepulturas que querem nos eliminar do reino dos vivos: crises
existenciais, doenças emocionais, vícios, opressões, sentimentos e pensamentos
destrutivos, energias negativas, etc Em meio a esta angustiante situação de
morte e desespero, o próprio Criador anuncia que os ossos secos podem reviver
pela escuta da sua Palavra e efusão do Espírito Santo. “Vou fazer reentrar em
vós o sopro da vida para vos fazer reviver” (Ez 37,6). Somente o Deus que nos
criou do nada pode soprar de novo o Sopro da Vida para nos fazer reviver. “Povo
meu, vocês ficarão sabendo que eu sou Javé, quando eu abrir seus túmulos, e de
seus túmulos eu tirar vocês. Colocarei em vocês o meu espírito, e vocês
reviverão. E vocês ficarão sabendo que eu, Javé, digo e faço” (Ez 37,13-14).
O Reavivamento no Espírito Santo, uma verdadeira vitória da vida
sobre a morte, uma renovação da Graça do Batismo, só é possível através da
oração.
Quando oramos acolhendo a Palavra de Deus e suplicando o
derramamento do Espírito Santo, estamos nos voltando para Aquele que nos criou
por amor, o único capaz de nos restaurar e nos fazer viver novamente com
dignidade.
Santo Agostinho dizia que o Deus que nos criou sozinho, não nos
salva sozinhos. Por isso, o reviver, em vez de ser algo instantâneo, é processual.
Somente desta forma, livres e conscientes, podemos cooperar com Deus,
trabalhando com temor e tremor na obra da nossa própria salvação (Fl 2,12).
Existe todo um processo de salvação naquela visão profética.
Enquanto Ezequiel ministrava a oração de reavivamento ensinada pelo Criador, no
anúncio da Palavra de Deus, primeiro os ossos secos começaram a se aproximar um
do outro, cada um com o seu correspondente. Cobriram-se de nervos, carne e
pele. Mas ainda não tinham alento.
Num segundo momento da oração, Ezequiel clamou: “Espírito, venha
dos quatro ventos e sopre nestes cadáveres, para que revivam”. E reviveram.
Aqueles ossos secos, cheios do Espírito, de pé, pareciam um exército imenso em
ordem de batalha. Deus começa fazendo dos ossos secos, cadáveres e depois, dos
cadáveres, corpos vivos. Somente os ressuscitados podem vencer as sepulturas.
O Reavivamento, obra de Deus Pai, começa pela Palavra de Deus,
que é Jesus, e culmina com o Espírito Santo. Para uma pessoa vencer as
sepulturas que lhe escravizam e sufocam na podridão do seu próprio desgaste,
primeiro precisa acolher Jesus e depois ressuscitar com Ele pelo poder do
Espírito de Deus.
O reavivamento é obra do amor salvífico de Deus
O amor de Deus é salvífico e onipotente. Cria do nada, restaura,
faz reviver e lança fora todo medo. Ele é derramado por Jesus no nosso coração
pelo Espírito Santo que nos é dado (Rm 5,5). “Se Deus está a nosso favor, quem
estará contra nós? Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a
angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Mas, em todas
essas coisas somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou. Nada
nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor”
(Rm 8,31s).
Vemos que o Reavivamento no Espírito Santo é totalmente bíblico.
Está inserido no grande projeto de Jesus que veio para que todos tenham vida, e
vida em abundância (Jo 10,10). Está dentro da grande realidade da ressurreição
e da vida eterna que começa neste mundo e se prolonga na eternidade. Isto quer
dizer que é, na verdade, uma grande promessa de Deus. E Deus é fiel e poderoso
para cumprir tudo aquilo que nos promete na sua Palavra:
-
“Assim diz o Senhor Javé: Vou abrir seus túmulos, tirar vocês de seus túmulos,
povo meu... Vocês ficarão sabendo que eu sou Javé, quando eu abrir seus
túmulos, e de seus túmulos eu tirar vocês. Colocarei em vocês o meu espírito, e
vocês reviverão!” (Ez 37,12-14).
-
“Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocês, aquele
que ressuscitou Cristo dos mortos dará a vida também para os corpos mortais de
vocês, por meio do seu Espírito” (Rm 8,11).
-
“Nosso Deus faz os mortos viverem e chama à existência aquilo que não existe!”
(Rm 4,17)
-
“Assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá a vida, assim o Filho dá a vida
aos que quer. Asseguro-vos que quem ouve a minha palavra e crê em quem me
enviou tem a vida eterna e não é submetido a julgamento, mas passou da morte à
vida.” (Jo 5,21.24)
Desde já, nesses dias rumo à Vivência Inicial, clame e abra o
seu coração para acolher a Palavra de Deus e o Espírito Santo.
Caso você nem tenha fé e sequer deseje uma vida nova no amor de
Deus, das profundezas do seu ser suplique com sinceridade para Deus despertar a
fé e este desejo de vida nova, pois Ele é quem “desperta a vontade e a ação”, o
querer e o fazer, “conforme a sua benevolência” (Fl 2,13).
Além de nos reavivar, Deus também pode transformar o vale de
ossos secos (nossa família, comunidade, local de trabalho, casamento, namoro
etc) num paraíso cheio de paz, harmonia, união e vida em abundância. Clame a
graça do Reavivamento para a sua família, para os seus familiares...
Vivência da 1ª Semana
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O amor de Deus salva!
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Ezequiel
37,1-14
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
Deus Pai salva através da sua Palavra (Jesus Cristo) e a efusão do Espírito
Santo. O Espírito Santo age com poder reavivando os ossos secos da nossa vida
pessoal, familiar e comunitária. Nossa parte é ter fé e suplicar para que Deus
realize a sua obra de ressurreição aqui e agora.
20:30h
– Oração do Reavivamento no Espírito Santo
Clame e abra o seu coração para acolher a Palavra de Deus e o
Espírito Santo.
Caso você nem tenha fé e sequer deseje uma vida nova no amor de
Deus, das profundezas do seu ser suplique com sinceridade para Deus despertar a
fé e este desejo de vida nova, pois Ele é quem “desperta a vontade e a ação”, o
querer e o fazer, “conforme a sua benevolência” (Fl 2,13).
Além de nos reavivar, Deus também pode transformar o vale de
ossos secos (nossa família, comunidade, local de trabalho, casamento, namoro
etc) num paraíso cheio de paz, harmonia, união e vida em abundância. Clame a
graça do Reavivamento para a sua família, para os seus familiares...
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão da 2ª Semana
Deus é Amor!
O amor, mais que sentimento ou emoção, é doação. Doação da
própria vida e dos próprios dons para que o outro tenha vida. Isto exige
sacrifício, renúncia e compaixão. Mas no final, contra toda lógica, é somente
amando que o amante se realiza plenamente.
Mesmo quando não se é amado, como também gostamos de ser, o ato
de amar gratuitamente gera uma satisfação interior e uma realização ontológica
e existencial que ultrapassa todo entendimento e toda recompensa. Está de
acordo com o que Jesus dizia no Santo Evangelho: “Aquele que perde a sua vida
(pelo bem do outro), ganha-a. Aquele que ganha (só pensa em si), perde-a!”
Amar nunca é algo que se possa perder, mesmo quando não há
reciprocidade. É melhor amar e não ser correspondido que, por medo de não o
ser, não amar. Se olharmos bem, não somos felizes nem pelos títulos e nem pelo
que possuímos, mas pelas experiências de amor que tivemos com Deus e com o
próximo. Por isso Deus mesmo nunca hesitou em nos amar, mesmo sabendo que
poderíamos não corresponder ao seu amor. Ele também gosta de ser amado, mas
quando não é amado, embora fique “um pouco triste”, isso não lhe tira a grande
satisfação pelo fato de simplesmente nos amar. O homem foi criado para o amor
porque foi criado para Deus!
O verdadeiro amor se satisfaz, sem precisar necessariamente que
um outro, o amado, lhe satisfaça. Por isso a Bíblia chama o amor de ágape. O
amor puro e oblativo é na verdade, Deus. Um amor descendente que vem ao
encontro do homem para elevá-lo. O Apóstolo Paulo o descreve com muita beleza
no seu Hino ao Amor (1Cor 13).
Deus é Amor! Portanto, não se pode fazer amor, pois Deus não
pode ser feito por criatura alguma. O mundo ensina um “amor” interesseiro,
individualista, oportunista, egocêntrico, que usa e abusa do outro e depois
descarta como se fosse uma coisa qualquer. É o eros deturpado. Como sempre, o
mundo procura afastar as pessoas de Deus.
É preciso olhar para Jesus e conhecer o verdadeiro amor de Deus
e o Deus que é amor. Esta é a Verdade: “DEUS É AMOR!” “Conhecereis a Verdade e a
Verdade vos libertará!” (Jo 8,32)
JESUS é a manifestação do amor de Deus
O amor verdadeiro sempre se manifesta. Não basta uma mãe ter
amor no coração. Ela tem que manifestar o seu amor para que os filhos sejam
felizes, sintam-se seguros e protegidos. A manifestação do amor edifica o homem
porque não fomos criados para o ódio e a solidão, mas para amar e ser amado.
A manifestação do amor entre duas pessoas, através do carinho,
da ternura, do perdão e da gratidão edifica a ambas.
Um casal para ser feliz precisa continuar namorando após o
casamento. Deve haver manifestações de amor conjugal para um casal CRESCER e
depois SE MULTIPLICAR. Entre amigos, amor de amizade (filia). Entre irmãos,
amor fraterno. Entre pais e filhos amor paterno / materno / filial, e assim
sucessivamente.
Se o amor não se manifesta ele fica encoberto, enlameado,
reprimido e inoperante, como se não existisse. O amor nunca morre, mas muitas
relações humanas atrofiam-se e morrem porque não existe o cultivo das
manifestações de amor que sempre edificam e produzem frutos. Quando não se anda
por um caminho, o mato vai tomando conta até fazê-lo desaparecer totalmente.
Ora, se a manifestação de amor entre duas criaturas humanas
edifica a ambas, quanto mais entre Criador e criatura. Por isso o Pai Celeste
não tardou em manifestar o seu amor.
Toda História da Salvação é uma grande manifestação do amor de
Deus através de palavras, atos e intervenções. Jesus Cristo é a plena
manifestação do amor de Deus pela humanidade. “O amor vem de Deus... Nisto se
tornou visível o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho único a este
mundo, para dar-nos a vida por meio dele.” (Jo 4,7-9)
Era necessária a manifestação do Amor de Deus em Jesus para que
tivéssemos a vida por meio dele, ou seja, para que fossemos salvos e plenamente
realizados na vocação para a qual fomos criados. “Da sua plenitude todos nós
recebemos um amor que corresponde ao seu amor. Porque a Lei foi dada por
Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo.” (Jo 1,16s)
JESUS é a consistência do amor de Deus
Pelo modo como falou, fez e viveu, Jesus tornou visível o amor
de Deus... O amor de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré!
Mas Jesus também nos revelou em que consiste o Amor Divino: “O
amor consiste no seguinte: Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos
amou, e nos enviou o seu Filho como vítima expiatória por nossos pecados.” (1Jo
4,10)
-
Portanto, em Jesus, nós compreendemos que o amor de Deus é incondicional.
Não impõe condições para nos amar, não nos ama só quando o amamos, não espera
que o amemos por primeiro para só depois nos amar, não nos ama só quando somos
“bonzinhos”... Deus não exige nada para nos amar. “Deus demonstrou o seu amor
para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos
pecadores” (Rm 5,8). Deus nos ama do jeito que somos e gratuitamente...
Incondicionalmente!
-
O amor de Deus é misericordioso. “Deus de ternura e compaixão, lento
para a cólera e rico em amor e fidelidade” (Ex 34,6). Ele se compadece das nossas
misérias e por isso vem ao nosso encontro, não para condenar, mas para salvar.
“Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que
todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus
enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo
seja salvo por meio dele” (Jo 3,16-17).
-
O amor de Deus é pessoal. Ama a cada um como se fosse seu filho único e
chama pelo nome. É a nossa companhia nas estradas da vida. Somos preciosos aos
seus olhos. “Não tenha medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome; você é
meu. Quando você atravessar a água, eu estarei com você e os rios não o
afogarão; quando você passar pelo fogo, não se queimará e a chama não o
alcançará, pois eu sou Javé seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador. Você é
precioso para mim, é digno de estima e eu o amo; dou homens em troca de você, e
povos em troca de sua vida. Não tenha medo, pois eu estou com você!” (Is
43,2-5)
-
O amor de Deus é eterno. Nada poderá impedi-lo de nos amar, nem mesmo os
nossos pecados. “Os montes podem mudar de lugar e as colinas podem abalar-se,
mas o meu amor não mudará” (Is 54,10).
-
Deus não só ama. Ele é amor. O Amor só sabe amar! Por isso, Deus nunca nos
abandona. “Pode a mãe se esquecer do seu neném, pode ela deixar de ter amor
pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de
você. Veja! Eu tatuei você na palma da minha mão” (Is 49,15-16).
O amor de Deus é a nossa esperança
O amor de Deus é a nossa esperança, a nossa força e a nossa
proteção. Ele é a nossa vitória! Se Deus está em nosso favor, quem estará
contra nós? Nada poderá nos separar do amor de Deus, manifestado em Jesus
Cristo. Nem a tribulação, nem a angústia, nem a fome, nem a morte, nem os principados.
Em todas essas coisas somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou!
(Rm 8,3s)
Contemplamos o amor de Deus amando, salvando e restaurando na
pessoa de Jesus de Nazaré. Jesus não é Diabo ou Satanás, não é o acusador ou o
adversário. Ele é o nosso Salvador. Não veio para condenar, mas para salvar.
Tudo isso está presente de forma muito bonita no episódio da mulher
adúltera.
João
8,1 Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 Ao amanhecer, ele voltou ao Templo,
e todo o povo ia ao seu encontro. Então Jesus sentou-se e começou a ensinar. 3
Chegaram os doutores da Lei e os fariseus trazendo uma mulher, que tinha sido
pega cometendo adultério. Eles colocaram a mulher no meio 4 e disseram a Jesus:
«Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério. 5 A Lei de
Moisés manda que mulheres desse tipo devem ser apedrejadas. E tu, o que dizes?»
6 Eles diziam isso para pôr Jesus à prova e ter um motivo para acusá-lo. Então
Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. 7 Os doutores da Lei
e os fariseus continuaram insistindo na pergunta. Então Jesus se levantou e
disse: «Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.» 8 E,
inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. 9 Ouvindo isso, eles foram
saindo um a um, começando pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho. Ora, a
mulher continuava ali no meio. 10 Jesus então se levantou e perguntou: «Mulher,
onde estão os outros? Ninguém condenou você?» 11 Ela respondeu: «Ninguém,
Senhor.» Então Jesus disse: «Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque
mais.»
Acreditamos no amor
No episódio da mulher adúltera (Jo 8,1-11) vemos um claro
exemplo do amor de Deus revelado e concedido por Jesus Cristo. Mas da nossa
parte é necessário reconhecer e acreditar neste amor (1Jo 4,16). Também é
necessário desejar ser saciado por Ele todo dia, assim como rezava o Salmista:
“Sacia-nos com o teu amor e nossa vida será júbilo e alegria!” (Sl 90,14)
Esta é a Verdade: Deus é amor! Conhecereis a Verdade e a Verdade
vos libertará! Mas conhecer na Bíblia não é tanto estudar, e sim, experimentar
e vivenciar o que Deus é em si mesmo e as graças que continua nos concedendo no
decorrer da nossa existência. Conhecer o amor de Deus é experimentar que Ele é
amor, provar e ver como Ele é bom, sentir a sua ternura e a sua misericórdia
através de Jesus Salvador. O fruto desse conhecimento místico é salvação, é
vida em abundância.
“No amor não existe medo; pelo contrário, o amor perfeito lança
fora o medo, porque o medo supõe castigo. Por conseguinte, quem sente medo
ainda não está realizado no amor.” (1Jo 4,18)
Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque
escondestes essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Meu Pai entregou tudo a
mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não
ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,25-27). Ou seja,
só quem experimenta o amor de Jesus tem a graça de conhecer a Ele e ao Pai.
Logo em seguida Jesus convida-nos para fazer a experiência do seu amor: “Venham
para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu
lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou
manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas!” (Mt
11,28-30)
É fundamental experienciar o amor de Deus em Jesus. Coloque-se
na presença do Pai Celeste e agradeça porque Ele é Amor. Agradeça porque o Amor
do Pai se tornou visível em Jesus Cristo. Da mesma forma como Jesus amou e
abraçou a mulher adúltera, peça para Ele lhe abraçar, envolver com a sua
ternura, olhar, carinho e proteção. Para ele lhe levantar pela mão...
Faça o seu ato de fé no amor de Deus que é incondicional,
misericordioso, pessoal e eterno. Diga: “Nada poderá me separar do amor de Deus
manifestado em Jesus Cristo!”
Deseje ser saciado por este amor para que a sua vida seja cheia
de júbilo e alegria. Lance fora todo medo. Medo de Deus, medo dos demônios, da
morte, da violência, do desemprego... Abandone-se nas mãos do Pai Celeste.
Descanse no Coração de Jesus.
Vivência da 2ª Semana
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Deus é Amor!
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
1ª
Carta de São João 4,7-10
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
Deus não só ama. Deus é Amor! Jesus Cristo é a plena manifestação e a
consistência do amor de Deus. Em Jesus vemos que o amor de Deus é
incondicional, misericordioso, pessoal e eterno.
20:30h
– Oração de Amorização
Coloque-se na presença do Pai Celeste e agradeça porque Ele é
Amor. Agradeça porque o seu Amor se tornou visível em Jesus Cristo.
Da mesma forma como Jesus amou e abraçou a mulher adúltera, peça
para Ele lhe abraçar, envolver com a sua ternura, olhar, carinho e proteção.
Para ele lhe levantar pela mão...
Faça o seu ato de fé no amor de Deus que é incondicional,
misericordioso, pessoal e eterno. Diga: “Nada poderá me separar do amor de Deus
manifestado em Jesus Cristo!”
Deseje ser saciado por este amor para que a sua vida seja cheia
de júbilo e alegria.
Lance fora todo medo. Medo de Deus, medo dos demônios, da morte,
da violência, do desemprego... Abandone-se nas mãos do Pai Celeste. Descanse no
Sagrado Coração de Jesus.
Maria também é sinal do amor de Deus. Como ela acolheu João, ela
também lhe acolhe no seu manto maternal. Entregue-se a ela como filho amado.
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão da 3ª Semana
O amor de Deus dá a vida
Deus tem um projeto de salvação que começa com a criação do
universo e tem por fim a felicidade do homem. Ele fez a criatura humana existir
a partir do nada, soprou-lhe o hálito de vida e colocou-a acima de todos os
outros seres da natureza.
A crença no Deus Criador é o nosso primeiro ato de fé eternizado
no Símbolo dos Apóstolos: “Creio em Deus Pai todo-poderoso Criador de céu e da
terra!” O paraíso terrestre era o “habitat natural” do homem. Era uma realidade
de paz, alegria, fraternidade e santidade, pois ali o homem vivia em harmonia
com Deus, com a natureza, com o seu semelhante e consigo mesmo. O Bom Deus nos
criou para vivermos de bem com a vida.
Salvação é vida em plenitude. Por isso, o primeiro ato salvífico
do amor de Deus foi a criação. Chamando-nos à existência, livrou-nos do nada e
concedeu-nos a alegria de viver. Longe de mera demonstração de poder, tudo isso
é expressão de amor que faz a vida acontecer. Por isso, Deus é digno de toda
honra e toda glória. É próprio do homem sábio voltar-se para Aquele que o criou
e adorá-lo como Senhor da sua vida. Toda a sua existência, em si mesma, já deve
ser expressão de amor e gratidão ao Onipotente Amor Criador.
Foi por não adorar a Deus que o homem ignorante quis ser igual a
Ele, desviou-se da Verdade e deparou-se com a morte. Mais tarde, como veremos,
Jesus Salvador se manifestará justamente como o Caminho que conduzirá novamente
a criatura humana a Deus e, portanto para a Verdade e a Vida.
A realidade do mal
Cremos e professamos: Deus Pai é o “amigo da vida!” (Sb 11,26).
Porém, como podem existir tantos sinais e estruturas de morte? Fome, miséria,
vícios, desintegração pessoal, orgulho, fuxico, violência, pornografia,
prostituição, poluição, corrupção, racismo? Se Deus é Bom e criou tudo bom,
donde vem a existência do mal?
A resposta a estes questionamentos históricos e existenciais é
dada pela própria Palavra de Deus: “Deus criou o homem para ser incorruptível e
o fez a imagem da sua própria natureza. Mas, pela inveja do diabo, entrou no
mundo a morte” (Sb 2,23-24b).
Sim, “Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os
viventes” (Sb 1,13). A origem de todos os males e sofrimentos, direta ou
indiretamente, está no pecado do próprio homem. Afastando-se de Deus,
afastou-se do Bem.
O mal é a ausência do Bem, como a doença é ausência da saúde e a
escuridão é a ausência da luz. Apesar de Deus, o Sumo Bem, ser Onipresente,
Onipotente e Onisciente, Ele respeita a liberdade do homem e não interfere na
sua vida quando este não lhe abre a porta da fé. É o que Jesus nos diz na
profecia do Apocalipse: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém me abre a
porta, entro e faço morada!”
O pecado, mais do que Satanás, foi e continua sendo a desgraça
da humanidade. Através da desobediência do homem o pecado e a morte entraram no
mundo (Rm 5,12).
Desobediência é transgressão, violação, infração. O homem violou
o que é sagrado, transgrediu a lei do Criador e isto não poderia ficar sem
consequência, pois todo ato humano é consequente. Infelizmente, a consequência
foi a morte. Muito mais que morte biológica, o salário do pecado foi e continua
sendo morte existencial, moral, psico-afetiva e social.
Escravidão do pecado
O pecado original forjado no egoísmo enraizou dentro do ser
humano a concupiscência que o conduz mais para o ter do que para o ser. Buscando mais o ter o homem esquece de ser e deixa de viver. Ainda hoje o egoísmo e a ganância continuam
sendo a fonte de todos os males e pecados.
O ter é passageiro e limitado. O ser é o que faz a pessoa
realmente feliz e é o que permanecerá para a eternidade. Mas, concupiscente e
tentado, o homem errou e continua erando o alvo da sua verdadeira felicidade. É
isto o que significa o pecado: errar o alvo da felicidade, errar o alvo da verdadeira vida. Por isso o pecado entristece tanto
a Deus.
Vejamos e veremos tanta gente viva, mas só vegetando; com
dinheiro no bolso, mas pobre de tudo; numa permanente autodestruição, apesar de
tanta malhação...
Infelizmente, veremos também muita gente até frequentando a
Igreja, mas vivendo como se fosse do mundo, sem dar passos propriamente ditos
numa caminhada discipular. De certa forma, frequentam a Igreja, mas ainda não
entenderam bem o que significa “ser Igreja”.
No vale de ossos secos, cristãos-cadáveres, sem força e sem
esperança, precisando urgentemente de ressurreição e vida nova fora das
sepulturas. Pensemos e concluiremos que a razão está na “falta de juízo”; de
não querer viver conforme os princípios morais e religiosos do Criador,
impressos na consciência, evidentes na natureza, postos por escrito na Bíblia
Sagrada e sistematizados na doutrina da Igreja. Sem espiritualidade, tais
princípios não podem ser revelados pelo Espírito Santo no coração, por isso
vivem amarrados e cegos com o seu coração de pedra.
Jesus diz que a falta de juízo, a insensatez é muito perigosa,
pois contamina por dentro e leva a óbito (Mc 7,22). Já o salmista rezava: “É
bom agradecer a Javé, e tocar para o teu nome, ó Altíssimo. Porque teus atos,
Javé, são a minha alegria, e as obras de tuas mãos o meu júbilo. Como são
grandes tuas obras, Javé, e teus projetos, como são profundos! O imbecil não os
compreende, o idiota não entende nada disso!” (Sl 92,2-7).
Consequências do pecado
De fato, as consequências do pecado contra a Verdade e a
existência do Criador foram e continuam sendo muito desastrosas, porque os homens
“perderam-se em raciocínios vazios, e sua mente ficou obscurecida. Pretendendo
ser sábio, tornaram-se tolos... Os homens desprezaram o conhecimento de Deus;
por isso, Deus os abandonou ao sabor de uma mente incapaz de julgar. Desse
modo, eles fazem o que não deveriam fazer: estão cheios de todo tipo de
injustiça, perversidade, avidez e malícia; cheios de inveja, homicídio, rixas,
fraudes e malvadezas” (Rm 1,21ss).
Esta fraqueza de distanciar-se do Deus da Vida está presente na
história da humanidade desde os inícios. O pecado de hoje foi o mesmo pecado de
ontem, de modo que podemos dizer que o pecado original é muito atual. De ponta
a ponta o que encontramos é o Mal sempre rodeando e seduzindo o homem para,
arrastando-o para a morte, atacar o Criador e alimentar o ódio que nutre por
ele por toda eternidade.
O homem, instigado por Satanás, pecou, errou o alvo:
-
Caiu em tentação. Esqueceu-se da Mensagem do Criador e deu ouvido ao Sedutor.
Pecado da desobediência. O homem obedece a quem escuta.
-
Iludiu-se. Quis ser igual a Deus, como se pudesse viver sem a sua graça. Pecado
da auto-suficiência.
-
Abusou da liberdade e quis dar a si próprio, por conta própria, a lei do bem e
do mal, desconsiderando a Vontade do Criador. Pecado da libertinagem, da embriaguez
de autonomia.
-
Tornou-se ignorante em relação a Deus e a vida. Adentrou por caminhos de trevas
e de morte;
-
Ficou orgulhoso, egoísta e ganancioso.
- Tornou-se escravo. A grande consequência do pecado é a escravidão, uma verdadeira sepultara de morte e trevas que destrói a liberdade e a vida. Uma escravidão tão grande que é mais que uma situação, é uma força maligna que continua oprimindo e destruindo. Só Jesus pode libertar o homem dessa força de escravidão que é o pecado. Por isso, se o Filho nos libertar é que seremos realmente livres! (Jo 8)
Podemos até visualizar uma linha cíclica do pecado ao longo da
história: desobediência, auto-suficiência, orgulho, idolatria, ignorância,
egoísmo e ingratidão. No seu conjunto, estes foram o grande “pecado original”
que gerou muitos outros males e corrompeu a natureza humana. Virando as costas
para o Deus da Vida o homem se deparou com a morte, o sofrimento e a ilusão.
Abusando da liberdade tornou-se escravo do pecado; afastando-se da amizade com
o Criador, passou a ter medo dele, fechou-se no seu egoísmo e intrigou-se com
os irmãos. Escutando a voz do mal e recusando a lei divina, danificou toda harmonia
da criação.
Sem Deus fazemos da nossa vida um “nada”
Deus fez o homem e o universo muito bons. O homem, compactuando
com o Maligno através do pecado, criou o mundo e contaminou a criação. O
paraíso e o homem vivo são obras de Deus. O mundo com seus ossos ressequidos
são obras do homem e de Satanás. O que Graça de Deus criou, o pecado danificou.
Satanás não podia fazer tudo sozinho, porque os paraísos da natureza e do
coração foram entregues por Deus aos cuidados do homem. Somente ele podia abrir
a porta para o mal entrar, e foi o que infelizmente acabou fazendo. A Graça
divina compõe a melodia da vida. Cabe ao homem escrever a letra e cantá-la, ou
não. Mas infelizmente, o homem não quis cantar a beleza da vida como um grande
hino de glória ao seu Senhor e Criador. Satanás atrapalhou a sinfonia inicial,
e continua sempre querendo desafiná-la. E, muitas vezes consegue, mas sempre
com a nossa cooperação.
O pecado original, e Satanás, ainda continuam atuantes na
história da humanidade. Cada vez que se afasta e age contra a vontade de Deus,
o homem concupiscente comete um pecado pessoal, é ignorante, preferindo as
trevas à luz, troca a benção pela maldição, visto que o salário do pecado
continua sendo a morte (Rm 5,23).
Deus criou tudo do nada... Porém, sem Deus fazemos da nossa vida
um “nada”: “Nada” de uma família destruída; “Nada” da natureza em pânico;
“Nada” de uma pessoa vazia e sem sentido para viver; “Nada” das drogas,
cachaça, libertinagem sexual, ódio, misérias...
O diabo tenta o homem para o pecado porque tem inveja de Deus.
Ele quer que toda criação, inclusive o homem e a mulher, voltem a ser um
“nada”, ou seja, deixem de existir. Deus nos criou para uma eternidade de
salvação, a vida em plenitude que começa nesta terra e se prolonga no céu. Satanás
quer nos destruir para que tenhamos uma eternidade de condenação, o inferno.
Deus Pai é o Amigo da Vida, e por amor, chamou-nos à existência.
Este foi o seu primeiro ato salvífico. O Diabo é o Príncipe deste mundo de
trevas e só vem para mentir, matar e destruir. Não nos iludamos. Só existe vida
em Deus. Em Satanás, só a morte.
O pecado é toda atitude que vai contra o projeto de vida de
Deus. Ele sempre causa dor e sofrimento, seja para o próprio pecador, seja para
os seus semelhantes.
Jamais podemos matar a Deus com o nosso pecado. As consequências
negativas do nosso erro atingem somente a nós mesmos e nossos semelhantes, a
começar pelo que nos são mais próximos, os nossos familiares, e é justamente
isso que tanto ofende o coração do Pai.
Por ser Bom e Poderoso, o Pai Eterno tomou as nossas dores e
jamais nos abandonou, mesmo quando o abandonamos. Por isso, logo após a queda
de Adão, o Bom Deus entrou em ação e prometeu resgatar a humanidade decaída.
Desde esse momento a humanidade esperou ansiosamente o seu Salvador.
Convertei-vos e vivereis!
“Convertei-vos e crede no Evangelho!”, dizia o Senhor no início
do seu ministério.
Converter-se para crer... A conversão antecede o próprio ato de
fé. Antes de tudo ela é metanóia, mudança de trajetória, saída do vale de ossos
secos, desejo sincero de viver vida nova, mudança de mentalidade, retorno para
Deus, deixar de errar o alvo da verdadeira felicidade.
A conversão é fundamental para a nossa salvação. “Convertei-vos
e vivereis!” (Ez ). Por isso, depois da
nossa criação, a conversão é a primeira obra da graça de Deus na nossa vida.
Temos que desejar e dar os passos. Porém, antes de tudo, é o próprio Deus quem
está tocando o nosso coração, a nossa mente e nos atraindo para Ele. Não teríamos força suficiente para vencer nossa concupiscência,
as prisões do mundo e insígnias de Satanás. Não teríamos luz suficiente para
superar nossas cegueiras e ignorâncias. Por isso, embora a conversão passe pela
nossa decisão livre e consciente, ela é dom da graça de Deus que vem nos
resgatar do lamaçal da morte e das trevas do pecado. “Sob a moção da graça, o
homem volta-se para Deus e desvia-se do pecado, acolhendo assim o perdão e a
justiça do Alto.”
Nesta perspectiva bíblica as exortações “Convertei-vos e crede
no evangelho!” e “Convertei-vos e vivereis!” são antes de tudo para deixar-se
atrair pelo amor de Deus, render-se, deixar-se converter pelo Pai Criador, como
rezava o salmista: “Despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos
trazer a salvação! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós
iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!” (Sl 80,3-4).
Neste deixar-se, neste render-se ao amor de Deus está incluída
toda liberdade humana, pois Deus não pode converter quem não quer ou quem não
se deixa converter. A obra é dele mas o consentimento é nosso! Como testemunhava
Jeremias: “Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir. Numa luta desigual,
dominaste-me, Senhor, e foi tua a vitória!”
Conversão aqui e agora
O amor de Deus deu-nos a vida na criação e continua reavivando
todos que se abrem à conversão. Dadas essas considerações, meditemos
brevemente:
-
Deus Pai é o Amigo da Vida: Livra do “nada”. Dá e mantém o ser!
-
Pecado do homem: força do mal e da morte. Conduz ao “nada”. O pecado original é
muito atual porque o homem ficou concupiscente.
-
Linha cíclica da condenação / morte eterna através do pecado: Tentação,
desobediência, auto-suficiência, orgulho, idolatria, ignorância e egoísmo.
-
Linha cíclica da salvação / vida eterna através da graça: Conversão, fé,
adoração e abandono a Divina Providência.
-
Solução para que tenhamos a Vida Plena: “Convertei-vos e vivereis!” (Ez
18,21-32).
“Convertei-vos e crede no Evangelho!” Deixar-se converter pelo
amor de Deus. Livre e consciente, sob a moção da Graça, você se abre para a
realidade de Deus, para o Amor, para a Vida. Uma vez convertido, você permanece
neste Deus, longe dos ídolos e da morte.
Sendo a conversão tão fundamental para a nossa salvação, ela não
pode ser retardada, não pode ficar para amanhã. O tempo da conversão se chama
hoje, porque este é o tempo favorável, hoje é o dia da salvação (1Cor,).
“Procurem
Javé enquanto ele se deixa encontrar; chamem enquanto está perto. Que o injusto
deixe o seu caminho e o homem maldoso mude os seus projetos. Cada um volte para
Javé e ele terá compaixão; volte para o nosso Deus, pois ele perdoa com
generosidade. Os meus projetos não são os projetos de vocês, e os caminhos de
vocês não são os meus caminhos – oráculo de Javé. Tanto quanto o céu está acima
da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus
projetos estão acima dos seus projetos.” (Is 55,6-9)
Hoje, aqui e agora, adore o Deus da Vida. Hoje, aqui e agora,
reconheça seus pecados, as obras do mundo, as tentações Satanás. Hoje, aqui e
agora, deseje acertar o alvo, deseje viver em Deus. Decida retornar para Deus.
Decida mudar os caminhos e pensamentos errados, aqueles que não estão de acordo
com Deus. Hoje, aqui e agora, renda-se a Deus. Deixe-se converter e atrair pelo
amor de Deus!
Vivência da 3ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus dá a vida
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Sabedoria
11,15-26
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
Deus é o Criador do universo e Amigo da Vida. A criação foi o seu primeiro ato
salvífico, quando salvou-nos do nada, chamando-nos à existência para sermos
plenamente realizados na sua Graça. Mas o pecado atrapalhou o plano de Deus,
feriu a natureza humana e abriu as portas para o mal e para a morte. Deus cria
do nada. O pecado faz a nossa vida ser um “nada”. Precisamos cooperar com Deus,
voltar para Ele, para o seu projeto e para o seu amor. A conversão é o primeiro
grande passo que devemos dar de forma livre e consciente. Convertei-vos e
vivereis!
20:30h
– Oração da Conversão
Hoje, aqui e agora, adore o Deus Criador, o Amigo da Vida. Acate
a sua Presença com reverência! Agradeça a Deus pelo universo, pela sua própra
vida e liberdade.
Peça a Ele a mística de experimentar que n’Ele nos movemos,
somos e existimos. Peça a Deus a graça da conversão, a graça de voltar para Ele
livre e consciente.
Faça a sua oração de conversão, renunciando todo ateísmo,
caminhos errados e voltando para Deus.
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão
da 4ª Semana
O amor de Deus justifica
O amor de Deus é uma pessoa: Jesus de Nazaré. “Nós reconhecemos
o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor.” (1Jo 4,16) Ele não veio
para nos condenar, mas para nos salvar. Veio nos resgatar do lamaçal da morte e
das trevas do pecado e nos devolver o paraíso perdido, para que tenhamos vida
em abundância. (Jo 10,10)
Somente alguém com um amor tão imenso como o de Jesus seria
capaz de salvar a humanidade: “Eu sou o bom pastor: conheço minhas ovelhas, e
elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou a vida
pelas ovelhas. Tenho também outras ovelhas que não são deste curral. Também a
elas eu devo conduzir; elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só
Pastor. O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo.” (Jo
10,14-17)
Jesus “veio para servir e dar a sua vida como resgate em favor
de muitos” (Mc 10,45). Estávamos numa situação de desespero e escravidão. O
preço do nosso resgate custou o Sangue de Cristo derramado na cruz. “Doente, a
nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser
ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir.
Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos a luz; cativos, esperávamos um
salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram
sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus ao ponto de fazê-lo descer
até a nossa natureza humana para visitá-la, uma vez que a humanidade se
encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?” (São Gregório de Nissa)
Graça da justificação
Jesus passou a vida fazendo o bem: acolheu os pecadores,
profetizou a verdade e a justiça, curou os enfermos, libertou os
endemoninhados, reintegrou os oprimidos na sociedade, ensinou a verdadeira
religião... A fidelidade de Jesus a sua missão o levou a crucifixão (1Pd
2,22-25). Ao morrer crucificado, o Filho de Deus sofreu a morte da forma mais
humilhante e dolorosa que havia naquele tempo. Torturado e coroado de espinhos,
padeceu na cruz até não resistir mais... Então deu um forte grito: “Pai, nas
tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Dizendo isso, expirou.” (Lc 23,46)
A morte de cruz foi o cume de toda a sua vida oferecida ao Pai
pela salvação da humanidade. “Amando os seus, amou-os até o fim!” O Senhor
Jesus bebeu o cálice amargo da nossa redenção e sofreu no seu corpo as piores
maldades que o pecado do homem foi capaz de inventar.
O resultado do pecado é o sofrimento tanto para o pecador como
para os seus semelhantes. Como Jesus é Santo, Justo e Inocente, logo, os
sofrimentos que padeceu não foram resultados dos seus próprios erros, mas
consequências dos pecados de toda a humanidade (Hb 12,3).
O profeta Isaías, sete séculos antes de tudo acontecer, já o via
todo desfigurado e flagelado: “Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do
sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo de quem a gente esconde o
rosto, ele era desprezado e nem tomamos conhecimento dele. Todavia, eram as
nossas doenças que ele carregava, eram as nossas dores que ele levava nas
costas. E nós achávamos que ele era um homem castigado, um homem ferido por Deus
e humilhado. Mas ele estava sendo transpassado por causa de nossas revoltas,
esmagado por nossos crimes. Caiu sobre ele o castigo que nos deixava quites; e
por suas feridas é que veio a cura para nós. Todos nós estávamos perdidos como
ovelhas, cada qual se desviava pelo seu próprio caminho, e Javé fez cair sobre
ele os crimes de todos nós. Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; tal
como cordeiro, ele foi levado para o matadouro; como ovelha muda diante do
tosquiador, ele não abriu a boca. Foi preso, julgado injustamente; e quem se
preocupou com a vida dele? Entregou seu pescoço a morte e foi contado entre os
pecadores. Ele carregou os pecados de muitos e intercedeu pelos pecadores” (Is
53,1-12).
O profeta Isaías nos ajuda a mergulhar no mistério profundo do
sofrimento redentor de Jesus. “Caiu sobre ele o castigo que nos deixava quites;
e por suas feridas é que veio a cura para nós. Todos nós estávamos perdidos
como ovelhas, cada qual se desviava pelo seu próprio caminho, e Javé fez cair
sobre ele os crimes de todos nós”. Mais do que sofrer as consequências
negativas dos pecados que ele mesmo nunca cometeu, Jesus sofreu em si mesmo o
pecado da humanidade: orgulho, maldades, violência, ódio etc. Ele carregou os
nossos pecados no sentido de que na sua santa humanidade o pecado do homem se
fez presente, não por um ato pessoal seu, mais no sentido de que Deus fez cair
nele o pecado dos outros, a fim de que na sua santa humanidade este mesmo
pecado fosse lavado e perdoado. Desta forma, por nós, pela nossa justificação
diante de Deus, Jesus se fez maldito na cruz (Gl 3,13), como Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo (Jo 1,29).
“Aquele que nada tinha a ver com pecado, Deus o fez pecado por causa de
nós, a fim de que por meio dele sejamos reabilitados (justificados) por Deus”
(2Cor 5,21).
Uma pequena comparação. Uma dona de casa, para limpar um chão
cheio de lama, usa um pano limpo. Vai passando o pano e lavando-o num balde
d’água. Com o tempo, o chão fica limpo, pois o pano foi chupando toda sujeira.
Jesus se fez homem semelhante a nós, menos no pecado. Um homem inteiramente
limpo, um Cordeiro completamente sadio e sem mancha. Assumiu a nossa condição
humana, tornou-se próximo da humanidade. Então, atraiu para si (chupou) todos
os pecados e culpas do homem e lavou tudo no seu Sangue derramado na Cruz. Como
um pano limpo tira a sujeira do chão, assim Jesus nos limpou, assim nos
justificou, reabilitando-nos diante do Pai e nos tornando herdeiros do seu
Reino.
Ninguém pode se lavar sozinho. Ninguém pode se redimir sozinho.
Na noite da Última Ceia, no momento do lava-pés, quando deu um grande exemplo
de amor e serviço, disse a Pedro que não queria que lhe lavasse os pés: “Se eu
não te lavar, não terás parte comigo!” Jesus estava se referindo a esta missão de
nos limpar, de nos tornar puros, porque somente os purificados podem entrar no
Reino do Céu.
Então, Jesus sofreu no seu corpo as consequências negativas dos
nossos pecados, mas também sofreu na sua alma os pecados da humanidade em si
mesmos. No final, o amor venceu, pois de um lado Ele perdoou aqueles que o
maltrataram, e pelo seu Sangue redimiu e lavou os pecados da humanidade, e nos
justificou.
Como em toda a sua vida, também na cruz o nosso Salvador não se
entregou ao ódio, mas perdoou os seus algozes. Sempre vencendo o mal pelo bem e
transformando a desgraça do pecado em graça de salvação, da vitória de Jesus
sobre o mal, nasceu uma nova humanidade redimida da culpa do pecado e resgatada
para o Paraíso que havia perdido. A todos aqueles que se arrependem e lhe abrem
o coração através da fé, independentemente do seu passado, Ele concede os
benefícios da sua paixão, como aconteceu com aquele ladrão arrependido que
estava pregado ao seu lado: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso!” (Lc 23,43)
Os pecados eram nossos. Por justiça deveríamos todos morrer
eternamente no inferno. Porém, Jesus satisfez a justiça e por misericórdia
morreu no nosso lugar. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o nosso pecado e nos
torna justos diante de Deus (Graça da justificação).
“A justificação aparta o homem do pecado, que contradiz o amor
de Deus, e lhe purifica o coração. A justificação ocorre graças à iniciativa da
misericórdia de Deus, que oferece o perdão. A justificação reconcilia o homem
com Deus; liberta-o da servidão do pecado e o cura”. “A justificação é a obra
mais excelente do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus e concedido pelo
Espírito Santo. Santo Agostinho pensa que ‘a justificação do ímpio é uma obra
maior que a criação dos céus e da terra’, pois ‘os céus e a terra passarão, ao
passo que a salvação e a justificação dos eleitos permanecerão para sempre’.
Pensa até que a justificação dos pecadores é uma obra maior que a criação dos
anjos na justiça, pelo fato de testemunhar uma misericórdia maior” (CIC).
Justificados pela fé
“Convertei-vos e crede no Evangelho”, assim dizia Jesus logo no
início do seu ministério de salvação da humanidade. O primeiro passo é a
conversão. O segundo, estreitamente dependente do primeiro, é a fé. Os dois são
dons da graça de Deus mais sempre com a livre aceitação do homem. Por isso
podemos dizer: Converter-se para crer... Crer para se converter cada vez mais!
Ninguém é salvo por si mesmo e ninguém pode salvar ninguém.
Somente Jesus é o Salvador da humanidade. O eixo de toda mensagem do Evangelho
é que Deus amou de tal forma o mundo que enviou o seu Filho único para nos
salvar e não para nos condenar (Jo 3). Desta forma, após a conversão, o
primeiro grande efeito da Graça Salvadora na nossa vida é a justificação pela
Fé em Cristo Jesus (Rm 3,21-26; Cl 2,12; 1Cor 6,11; 12,13; Jo
3,5; Mt 28,19).
Depois da conversão, se acreditamos e colocamos a nossa vida aos
pés da cruz para a qual fomos atraídos pelo amor de Deus revelado e concedido
em Jesus, a Graça de Deus nos justifica. Ela nos torna justos, ou seja, nos faz
retos diante do Pai Celeste e por isso merecedores da vida eterna. Merecemos não
por nossos méritos, mas pela nossa fé em Cristo Jesus que nos fez merecer, ou
seja, que nos justificou atraindo para si os nossos pecados e lavando-nos na
sua misericórdia.
Fomos e somos sempre justificados pela fé em Cristo Jesus. Este
é o miolo do Evangelho. Ele nos amou por primeiro quando ainda éramos
pecadores. Nele e por Ele fomos reconciliados com o Pai. Tudo isto não depende
das nossas boas obras, dos nossos méritos, dos nossos sacrifícios.
Definitivamente, somos justificados, ou seja, declarados justos/retos diante de
Deus Pai e herdeiros da salvação somente através de Cristo Jesus. Nele, nossas
faltas são perdoadas conforme a riqueza da sua graça (Ef 1,7).
“A justificação foi-nos merecida pela paixão de Cristo, que na
cruz Se ofereceu como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se
tornou instrumento de propiciação pelos pecados de todos os homens. A justificação
é concedida pelo Batismo, sacramento da fé. Conforma-nos com a justiça de Deus
que nos torna interiormente justos pelo poder da sua misericórdia. E tem por
fim a glória de Deus e de Cristo, e o dom da vida eterna: ‘Mas agora, foi sem a
Lei que se manifestou a justiça de Deus, atestada pela Lei e pelos Profetas: a
justiça que vem para todos os crentes, mediante a fé em Jesus Cristo. É que não
há diferença alguma: todos pecaram e estão privados da glória de Deus. Sem o
merecerem, são justificados pela sua graça, em virtude da redenção realizada em
Cristo Jesus. Deus ofereceu-o para, nele, pelo seu sangue, se realizar a
expiação que atua mediante a fé: foi assim que Ele mostrou a sua justiça, ao
perdoar os pecados cometidos outrora, no tempo da divina paciência. Deus mostra
assim a sua justiça no tempo presente, porque Ele é justo e justifica quem tem
fé em Jesus” (Rm 3, 21-26). (CIC)
Não somos salvos pelas boas obras
Não somos salvos pelo nosso sacrifício, pela esmola que damos,
pelo engajamento na transformação da sociedade, pelo trabalho de evangelização,
pelos sofrimentos que atravessamos na vida, pelo dízimo que pagamos na Igreja
ou pelos dons que ofertamos. Não somos salvos pela nossa caridade, mas pela
caridade de Cristo Jesus na Cruz do Calvário!
Não somos salvos pelas nossas boas obras, mas pela Obra do
Cristo Redentor. Jesus nos salvou entregando a sua vida por nós na Cruz do Calvário. Éramos escravos, Ele deu a vida em nosso resgate. A nossa parte é acreditar nele e deixar que Ele nos lave,
purifique e justifique. Somos salvos única e exclusivamente mediante a fé em Jesus Salvador. Porque como Ele disse
a Pedro, se Ele não nos lavar não teremos parte com Ele. E como dizia Santa
Rosa de Lima: “Além da Cruz, não existe outra escada para subir ao céu”.
Foi por isso que Jesus morreu na Cruz. Porque nunca poderíamos
nos libertar sozinhos da culpa e da força do pecado, tanto do pecado
original como dos pecados pessoais.
O Pai Celeste enviou Jesus para nos salvar por um desígnio imutável
do seu amor misericordioso (At 2,23). Jesus acolheu a vontade do Pai. Tendo
amado os seus, amou-os até o fim, e na Cruz do Calvário derramou o Sangue da
nova e eterna aliança para a remisão dos pecados. Só Jesus salva e participamos
dessa salvação mediante a fé, e não pelas obras! “De fato, vocês foram salvos
pela graça, por meio da fé; e isso não vem de vocês, mas é dom de Deus. Isso
não vem das obras, para que ninguém se encha de orgulho.” (Ef 2,8-9)
Fé e batismo
Da mesma forma como a conversão e a fé são muito próximas uma da
outra, assim também acontece com a fé e o batismo. O batismo é o sacramento da
fé. Por isso, “quem crer e for batizado será salvo, quem não crer se condenará!”
(Mt 16,16). Quando a Bíblia fala da necessidade da fé para a salvação, aí
também está incluída a necessidade do batismo, porque ninguém pode entrar no
Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito (Jo 3,3).
Nesta semana da justificação, ao mesmo tempo que renovamos a
nossa fé em Jesus Redentor, queremos também renovar a graça purificadora do
batismo que recebemos e que nos fez nascer como cristãos.
Olhe para a
cruz. Jesus profetizou que quando fosse pregado na Cruz iria atrair todos para
si. Deixe o amor de Deus tocar a sua mente e o seu coração... Tenha fé em
Jesus. Creia que Ele é o Filho de Deus. Entregue-se a Ele. Diga que Ele é o seu
Senhor e Salvador.
Você já foi
batizado e salvo. Porém, “a verdade é que a salvação não é um fato consumado
enquanto se caminha nesta terra e se está sujeito a cometer pecados mortais. O
verdadeiro cristão só pode considerar-se realmente salvo na hora da morte (1Cor
9,27; 10,12; Fl 3,11-14; 1Pd 1,5.9). Deve se esforçar para chegar ao céu,
sabendo que isto é um mistério da presciência de Deus. Um segundo batismo é
impossível, mas uma segunda penitência é sempre possível. Por isso, ninguém
pode declarar ter certeza absoluta da sua salvação, porque isso equivaleria a
ter certeza da própria predestinação, e ninguém pode se julgar predestinado,
pois pode perder-se mesmo estando em graça (1Cor 9,27). Como ninguém pode
considerar-se livre de cometer pecados mortais (1Cor 10,12), ninguém pode
afirmar que irá morrer em estado de graça (Fl 3,11; 1Pd 1,9).”
Fomos
justificados no Batismo, sacramento da fé. Mas a Palavra ensina que os pecados
cometidos após o batismo podem nos tirar do estado de graça e nos conduzir a
morte (1Jo 5,16-17). E que aqueles que se afastaram de Deus, pela sua bondade
podem ser enxertados de novo (Rm 11,23). De modo que somos convidados a colocar
a nossa vida aos pés da Cruz e mais uma vez pedir para Jesus tomar para si os
nossos pecados cometidos após o Batismo, e mais uma vez nos lavar, e mais uma
vez nos justificar, pois temos fé que Ele é o nosso Salvador e esperamos na sua
misericórdia.
Tenha fé e
proclame Jesus como seu Redentor e seu Salvador. Apresente a Ele os seus
pecados. Coloque a sua vida aos pés da Cruz e peça para Ele lhe lavar,
purificar, redimir e justificar com o seu Sangue.
Acolha a
graça da justificação. Mais uma vez você foi lavado no Sangue do Cordeiro e
reconciliado com Deus. Receba a Graça da Salvação na sua vida. Aconteceu na sua
vida uma obra maior que a criação do céu e da terra. Tudo isso pelos méritos de
Jesus Redentor que lhe amou e deu a vida para que você viva como filho de Deus
a vida em plenitude.
Vivência da 4ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus justifica
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Romanos
3,21-26
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
“A justificação é a obra mais excelente do amor de Deus, manifestado em Cristo
Jesus e concedido no Espírito Santo.” Depois do passo da conversão (voltar para
Deus), precisamos colocar a vida aos pés da Cruz, acreditar em Jesus Redentor e
ser lavado no seu Sangue de todos pecados. O passo da fé em Jesus é fundamental
para a salvação. Não somos salvos pelas obras que fazemos, mas única e
exclusivamente pela graça de Deus e fé em Jesus! Só Jesus Redentor nos salva,
só Jesus nos torna justos na presença de Deus!
20:30h
– Oração da Justificação
Seja humilde. Não se deixe levar por idéias erradas que dizem
que você pode se salvar sozinho ou por alguém. Somente pela fé em Jesus é que
somos salvos, porque aprouve a Deus nos salvar somente através dele. Renuncie
toda heresia ou ideologia pagã que diz que o homem pode se salvar sem Jesus...
A salvação só é possível pela fé em Jesus Cristo. Não existe
outra maneira de se salvar. Não se compra a salvação. Não existe outro
salvador. Converta-se e creia no Evangelho! Além de voltar para Deus, precisamos
crer em Jesus Redentor!
Olhe para a cruz. Contemple Jesus Crucificado. Deixe o amor de
Deus tocar a sua mente e o seu coração... Tenha fé em Jesus. Creia que Ele é o
Filho de Deus. Entregue-se a Ele. Diga que Ele é o seu único Senhor e Salvador.
Fomos justificados no Batismo, sacramento da fé. Mas a Palavra
ensina que os pecados cometidos após o batismo podem nos tirar do estado de
graça e nos conduzir a morte (1Jo 5,16-17). E que aqueles que se afastaram de
Deus, pela sua bondade podem ser enxertados de novo (Rm 11,23). De modo que
somos convidados a colocar a nossa vida aos pés da Cruz e mais uma vez pedir
para Jesus tomar para si os nossos pecados cometidos após o Batismo, e mais uma
vez nos lavar, e mais uma vez nos justificar, pois temos fé que Ele é o nosso
Salvador e esperamos na sua misericórdia.
Tenha fé e proclame Jesus como seu Redentor e seu Salvador.
Apresente a Ele os seus pecados. Coloque a sua vida aos pés da Cruz e peça para
Ele lhe lavar, purificar, redimir e justificar com o seu Sangue.Acolha a graça
da justificação. Mais uma vez você foi lavado no Sangue do Cordeiro e
reconciliado com Deus.
Receba a Graça da Salvação na sua vida. Aconteceu na sua vida
uma obra maior que a criação do céu e da terra. Tudo isso pelos méritos de Jesus
Redentor que lhe amou e deu a vida para lhe salvar e lhe tornar justo na
presença de Deus.
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão
da 5ª Semana
O amor de Deus santifica
Da mesma forma que Deus é Amor, também podemos dizer que Deus é
Graça. Isto significa que quando dizemos que Deus nos concede a sua Graça,
estamos afirmando que Deus se dá a si mesmo para nós para que possamos estar
n’Ele e viver por Ele e com Ele.
Toda História da Salvação, que é uma História do Amor e da
Graça, nos fala deste Deus que se faz próximo de nós (Javé), que na plenitude
dos tempos arma a sua tenda e vem morar conosco (Emanuel) e depois, com mais
radicalidade ainda, vem morar dentro do nosso coração pelo Espírito Santo que
nos é dado (Doce Hóspede da alma). Por isso, entre as três Pessoas Divinas, o
Espírito Santo é a que mais se identifica com a realidade da Graça. Desta
forma, a Graça de Deus é o próprio Espírito Santo que é derramado dentro do
nosso coração pela mediação de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
No que se refere a nossa salvação, a Graça é um favor imerecido
de Deus ao homem para que participe da sua vida divina, viva com dignidade e
seja plenamente realizado na sua vocação. “Esta vocação para a vida eterna é
sobrenatural. Depende integralmente da iniciativa gratuita de Deus, pois apenas
Ele pode se revelar e dar-se a si mesmo. Esta vocação ultrapassa a capacidade
da inteligência e as forças da vontade do homem, como também de qualquer
criatura (1Cor 2,7-9)” (CIC, 1998).
A Graça de Deus é deificante porque nos faz participantes da
natureza divina. (2Pd 1,3-15) Ela nos foi merecida por Jesus que se fez homem para
divinizar o homem, entregou a sua vida no patíbulo da Cruz para a remissão dos
nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para continuar salvando todos
aqueles que o acolhem através da fé. Ela é concedida no sacramento do batismo.
Por ela o homem é salvo e regenerado. Nasce como nova criatura para viver uma
vida nova de filho de Deus.
A Graça de Deus também é santificante por causa dos seus efeitos
de santificação da nossa vida. Somos libertos do pecado original e nos tornamos
capazes de permanecer em Deus e viver o Evangelho com retidão no caminho da
santidade (2 Cor 5,17-18). Ela é habitual, pois gera uma “disposição permanente
para viver e agir conforme o chamado divino”.
Vemos que o grande efeito da Graça de Deus na nossa vida é a
salvação. Salvação do homem todo e de todos os homens. Desta forma, na graça da
salvação está incluído tudo o que é necessário para que tenhamos a vida em
abundância prometida por Jesus nas Sagradas Escrituras: a conversão, a
justificação, a santificação e a divina providência.
A obra de Deus não fica pela metade
A graça da justificação continua na santidade. Aquele que foi
salvo pela misericórdia do Pai em Jesus Redentor, começa a viver vida nova fora
do chiqueiro do mundo e deve continuar vivendo a verdadeira vida de filho de
Deus, com dignidade, perfumado, roupa nova, anel no dedo, feliz e em paz. O
pecado desfigura, a graça transfigura. Jesus exemplificou tudo isso na parábola
do filho pródigo.
Lucas
15,11 Jesus continuou: «Um homem tinha dois filhos. 12 O filho mais novo disse
ao pai: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens
entre eles. 13 Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu, e
partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14
Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região, e
ele começou a passar necessidade. 15 Então foi pedir trabalho a um homem do
lugar, que o mandou para a roça, cuidar dos porcos. 16 O rapaz queria matar a
fome com a lavagem que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. 17 Então,
caindo em si, disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu
aqui, morrendo de fome... 18 Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer
a ele: - Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19 já não mereço que me chamem
teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. 20 Então se levantou, e foi
ao encontro do pai. Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve
compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos. 21 Então o filho
disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu
filho’. 22 Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, tragam a melhor túnica
para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23
Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. 24 Porque este meu
filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E
começaram a festa.
Santidade é se assemelhar cada vez mais com Deus e viver a
verdadeira vida de filho e filha de Deus, participando da natureza divina e já
vivendo a vida eterna, sempre buscando as coisas do alto e apartando-se do
mundo!
Quando
o filho se arrepende e decide voltar para casa o Pai das Misericórdias o
abraça, acolhe e perdoa. Isto é a graça da salvação e da justificação. Porém,
logo após lhe dá roupa nova, anel no dedo, sandálias nos pés e faz uma grande
festa, cgeia de vida, paz e alegria, porque o seu filho “estava morto, e tornou
a viver; estava perdido, e foi encontrado”. Isto é a santidade!
Santificação
A salvação vai além da conversão e da justificação, ela comporta
a santificação e a renovação do homem interior. A vida que nasce no batismo
precisa crescer e se desenvolver até atingir a estatura de Cristo Jesus, o
homem perfeito. “O Espírito Santo é o mestre interior. Fazendo nascer o ‘homem
interior’ a justificação implica a santificação de todo o ser: ‘Pois, como
pusestes os vossos membros ao serviço da impureza e do mal para cometer a
iniquidade, assim ponde agora os vossos membros ao serviço da justiça para
chegar à santidade. Mas agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus,
tendes por fruto a santidade: e o termo é a vida eterna’ (Rm 6, 19-22).
“Justificados deste modo e feitos amigos e familiares de Deus
(Jo 15,15; Ef 2,19), indo de virtude em virtude (Sl 83,8), são renovados (como
diz o Apóstolo) de dia para dia (2Cor 4,16), isto é, mortificando os membros da
própria carne (Cl 3,5), tornando-os armas de justiça (Rm 6,13.19) para
santificação por meio da observância dos mandamentos de Deus e da Igreja,
crescem nesta justificação recebida pela graça de Cristo, cooperando na fé com
a boas obras (Tg 2,22), são justificados ainda mais [cân. 24 e 32], como está
escrito: O que é justo, seja justificado ainda mais (At 22,11); e outra vez:
Não receies justificar-te até a morte (Eclo 18,22); e de novo: Vedes, pois, que
o homem é justificado pelas obras, e não pela fé somente (Tg 2,24). Este
aumento de justiça pede-o a Igreja quando reza: Dai-nos, Senhor, aumento de fé,
esperança e caridade (XIII domingo depois de Pentecostes).
“A graça santificante (ou justificadora), uma vez que se a
tenha, pode ser aumentada (2Pd 3,18), ou ainda pode ser perdida pelo pecado
(1Jo 5,16-17), e, mesmo não levando à perda da fé, faz com que esta seja morta
e incapaz de justificar. Da mesma forma, aqueles que decaíram da justificação ainda
podem recuperá-la (Rm 11,23). Dizem os Evangelhos que, em meio a todas as
vicissitudes, “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt
10,22; 24,13; Mc 13,13). Esta é a razão por que todo eleito será justificado
(Rm 8,30), mas nem todo justificado pertence ao número dos eleitos (Jo 15,2;
2Pd 2,1), o que elimina qualquer certeza subjetiva que os protestantes tenham
acerca da própria predestinação (Rm 11,18-22)”.
Todos são chamados a serem santos como Deus é santo, a serem
perfeitos como Deus é perfeito. A medida é Cristo. A culpa dos pecados é
perdoada, mas ficam as consequências, as sequelas dos pecados. O pecador
arrependido e perdoado continua concupiscente, com a sua natureza ferida, com
uma raiz de pecado e egoísmo dentro do seu ser que busca germinar novamente, de
modo que muitas vezes voltará a deixar de fazer o bem que quer e fazer o mal
que não quer. Esta imperfeição, esta concupiscência, estes instintos egoístas
só vão sendo vencidos no decorrer da caminhada discipular, no seguimento de
Jesus, na graça do Espírito Santo, à medida que o homem vai crescendo no amor a
Deus e ao próximo, vencendo os vícios e as tentações.
O homem vai desejando as coisas do alto, a verdadeira vida e
cooperando com a graça de Deus. Vai caminhando, caindo e levantando, deixando
de olhar para trás rumo à meta do alto. Buscando a perfeição com sinceridade,
oração, boas obras e penitências, o homem vai se tornando perfeito, vai
deixando Deus restaurá-lo e aperfeiçoá-lo. É todo um processo de santificação e
renovação interior que o Espírito Santo vai fazendo na nossa vida com a
cooperação das nossas boas obras.
“Uma vez justificado, o cristão deve buscar a santificação. Por
isso após a confissão, sempre nos é ‘receitada’ uma penitência. Portanto, a fé
justifica mas não santifica e as obras de caridade e penitenciais nos
santificam, mas não nos justificam. Só se alcança o Reino dos Céus mediante a
Justificação e a Santificação. Como consequência, aos evangélicos que só
aceitam a Justificação pela fé, respondemos que ‘a fé sem obras é inútil, pois
também os demônios crêem’, e aos espíritas que só aceitam a santificação pelas
obras respondemos que a amizade com Deus não se barganha com obras, e que
jamais homem algum será tido como justo diante de Deus unicamente por seus
próprios méritos”. (Dom Estevão)
Deus nos criou à sua imagem e semelhança. O pecado danificou
esta semelhança com Ele. Ao nos deificar, tornando-nos participantes da sua
natureza, Ele vai restaurando a nossa dignidade original. É isto o que
significa a santificação, o ser santo como Deus é santo. É voltar a ser tão
semelhante a Deus assim como éramos antes do pecado original. Depois que a
culpa do pecado é remida pelo Sangue de Cristo, segue, portanto, o processo da
nossa deificação e santificação por obra do Espírito Santo e nossa cooeração,
pois “o Deus que nos criou sozinho, não nos salva sozinho.” (Santo Agostinho)
Consagração a Deus
Trabalhando pela nossa santificação, para que atinjamos a
estatura de Cristo Jesus, o homem perfeito, e sermos plenamente humanos, com
aquela bondade original com a qual Deus nos criou, a Graça de Deus nos
consagra, visto que já não nos pertecemos. Pertencemos ao Senhor Jesus. Ele
pagou um alto preço pelo nosso resgate. De igual forma, uma vez em e de Jesus,
também deixamos de ser do mundo e formamos o seu corpo místico, isto é a
Igreja. O cristão é um consagrado de Deus. Está no mundo, mas não é do mundo. E
uma vez no mundo, em vez de viver como porco na lama deve buscar as coisas do
alto, ser sal da terra e luz do mundo, ser fermento na massa para que todas as
realidades terrestres e sociais se abram cada vez mais para a Graça de Deus e o
Reino de Cristo se expanda sobre a face da terra.
Ser santo é ser separado do mundo e consagrado para Deus. Tudo
isso começa pela conversão que deixa as obras mortas do mundo para a vida nova
em Cristo Jesus.
Mas, o que é mundo? Vale ressaltar que mundo na Bíblia Sagrada é
completamente diferente do planeta terra e da sociedade civil. Mundo significa
toda realidade terrestre e espiritual que se fecha para Deus e por isso mesmo
fica cheio de trevas, lama, baixaria, imoralidade, corrupção, violência,
maldade e morte. Neste sentido o príncipe deste mundo é Satanás, porque é ele
quem governa e articula os seus obreiros da maldade para irem criando,
multplicando e espalhando as imundícies. Então, se o indivíduo é carnal e
também se fecha para Deus, ele se torna um mundano que vai viver do mundo e
para o mundo.
Aquele que foi justificado por Cristo Jesus, deve fazer por onde
viver vida nova, se não, facilmente cairá novamente nas trevas do mundo e na
sepultura da morte. Por isso, além de ser lavado no Sangue do Cordeiro, precisamos
buscar a santidade, separando-se dessas realidades mundanas e consagrando-se
para Deus.
Neste sentido, poderemos estar no mundo, pois as realidades
mundanas estão em todos lugares, mas sem ser do mundo, como nos ensina o nosso
Mestre e Senhor.
Seja na sociedade civil, seja também dentro da própria Igreja, o
cristão deve vigiar para não ser mundano, porque as influências negativas do
mundo estão presentes em todos os lugares, e não poucas vezes também conseguem
entrar dentro da própria Igreja.
Vale lembrar que na Última Ceia, apesar de ter sido acompanhado
diretamente pelo prório Jesus, lá estava Judas Iscariotes, todo mundano e cheio
de ignorância, falsidade e ambição. Ele se deixou contaminar pelo mundo.
Satanás se apoderou do seu coração. Foi ele quem traiu Jesus.
O certo é que a graça de Deus nos santifca, consagra, separa do
mundo e nos coloca na Igreja. A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus
aonde um deve ajudar o outro na caminhada, rezando, intercendendo, ensinando e
incentivando com bons exemplos. Se no mundo somos incentivados para o pecado e
para a baixaria, na Igreja somos influenciados para viver na graça, no amor, na
verdadeira paz e na verdadeira alegria.
Por isso é tão importante ser membro da Igreja de Jesus. No
mundo correm as energias negativas que cegam, desviam e aprisionam. Na Igreja existe
o amor, a fraternidade e o clima de oração que favorecem a ação da Graça de
Deus na vida de cada um.
E se o mundo às vezes entra e contamina a Igreja, nunca podemos
esquecer que é para acontecer justamente o contrário: a Igreja é que deve sair
pelo mundo afora e se colocar a serviço da humanidade, fermentando toda
sociedade com os valores do evangelho para que o Reino de Deus se expanda por
toda terra. Então haverão novos céus e nova terra e todos serão salvos para
sempre!
Somos consagrados para Deus para sermos santos como Ele é Santo.
Somos separados do mundo mais ao mesmo tempo enviados para cooperar na salvação
do mundo. Tudo isso é obra da graça de Deus! “Vocês são raça eleita, sacerdócio
régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras
maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa.
Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus; vocês que não tinham
alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia.” (1Pd 2,9-10)
Sinalizados com a Cruz
Em Ezequiel 9 Deus enviou o seu Mensageiro para marcar com uma Cruz
todos os que lamentavam as abominações do mundo. Quem lamenta é porque
renunciou o mundo, foi perdoado dos pecados e busca viver em santidade. São
esses que são salvos e marcados com o sinal da Cruz pelo Mensageiro de Deus,
Jesus Cristo.
Fomos justificados pela fé em Jesus Redentor. Perseveremos na
Graça buscando ser santos como Deus é santo, estando no mundo mas sem ser do
mundo. “Pois, como pusestes os vossos membros ao serviço da impureza e do mal
para cometer a iniquidade, assim ponde agora os vossos membros ao serviço da
justiça para chegar à santidade. Mas agora, libertos do pecado e feitos servos
de Deus, tendes por fruto a santidade: e o termo é a vida eterna” (Rm 6,
19-22).
Deus concedeu a Ezequiel (Ez 9) a visão dos que foram salvos:
aqueles que acolheram a remissão dos pecados e no meio do mundo não
compactuaram com as suas idolatrias e abominações. Todos foram marcados na fronte
com o Sinal da Cruz (figura da Cruz do calvário) e não foram eliminados. A
linguagem é clara, a profecia é direta. O sinal da cruz é sinal de consagração
e de salvação. Cada um faça a sua parte, acolha Jesus Redentor e procure viver
de acordo com o seu Evangelho. “Como por livre vontade vos desviastes de Deus,
agora, voltando, buscai-o com zelo dez vezes maior; aquele que trouxe
sofrimento para vós, para vós trará, com a vossa salvação, eterna alegria.” (Br
4,28-29)
Agradeça a Deus porque Ele lhe acolheu como filho pródigo e
perdoou os seus pecados em Jesus Redentor. Você saiu do chiqueiro de porcos, começou
a viver vida nova, foi lavado no Sangue do Cordeiro e foi reconciliado com
Deus. Louve e agradeça!
Faça sempre o sinal da cruz como sinal de busca da santidade, consagração
a Jesus e renúncia do mundo. Prometendo que vai cooperar com a Graça de Deus e crescer
em santidade, para continuar vivendo vida nova, perfumado, farto, feliz, em
paz, comprometido com a Obra de Deus e não com o mundo.
Pelo
sinal + da Santa Cruz
Livre-nos,
Deus + Nosso Senhor
Dos
nossos + inimigos
Em
nome do Pai, dom Filho e do Espírito Santo.
Amém!
Vivência da 5ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus santifica!
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Lucas
15,11-24
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
A obra de Deus não fica pela metade. A graça da justificação continua na
santidade. Aquele que foi salvo pela misericórdia do Pai em Jesus Redentor,
começa a viver vida nova fora do chiqueiro do mundo e deve continuar vivendo a
verdadeira vida de filho de Deus, com dignidade, perfumado, roupa nova, anel no
dedo, feliz e em paz. O pecado desfigura, a graça transfigura. Jesus
exemplificou tudo isso na parábola do filho pródigo. Santidade é se assemelhar
cada vez mais com Deus e viver a verdadeira vida de filho e filha de Deus,
participando da natureza divina e já vivendo a vida eterna, sempre buscando as
coisas do alto e apartando-se do mundo! Quando o filho se arrepende e decide
voltar para casa o Pai das Misericórdias o abraça, acolhe e perdoa. Isto é a
graça da salvação e da justificação. Porém, logo após lhe dá roupa nova, anel
no dedo, sandálias nos pés e faz uma grande festa, cgeia de vida, paz e
alegria, porque o seu filho “estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e
foi encontrado”. Isto é a santidade!
20:30h
– Oração de Consagração a Deus
Deus concedeu a Ezequiel (Ez 9) a visão dos que foram salvos:
aqueles que acolheram a remissão dos pecados e no meio do mundo não
compactuaram com as suas idolatrias e abominações. Todos foram marcados na
fronte com o Sinal da Cruz (figura da Cruz do calvário) e não foram eliminados.
A linguagem é clara, a profecia é direta. O sinal da cruz é
sinal de consagração e de salvação. Cada um faça a sua parte, acolha Jesus
Redentor e procure viver de acordo com o seu Evangelho.
Agradeça a Deus porque Ele lhe acolheu como filho pródigo e
perdoou os seus pecados em Jesus Redentor. Você saiu do chiqueiro de porcos,
começou a viver vida nova, foi lavado no Sangue do Cordeiro e foi reconciliado
com Deus. Louve e agradeça!
Renuncie todas idolatrias e abominações do mundo. Comnsagre a
sua vida cada vez mais a Deus.
Faça sempre o sinal da cruz como sinal de busca da santidade,
consagração a Deus e renúncia do mundo. Prometendo que vai cooperar com a Graça
de Deus e crescer em santidade, para continuar vivendo vida nova, perfumado,
farto, feliz, em paz, comprometido com a Obra de Deus e não com o mundo.
Pelo
sinal + da Santa Cruz
Livre-nos,
Deus + Nosso Senhor
Dos
nossos + inimigos
Em
nome do Pai, dom Filho e do Espírito Santo.
Amém!
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão
da 6ª Semana
O amor de Deus cura
Segundo o Concílio de Trento, "a justificação comporta a
remissão dos pecados, a santificação e a renovação do homem interior." (DS
1528; CIC § 1989) Abarquemos esta noção de homem interior para se referir à
dimensão psíquica e mental do ser humano que também precisa de cura e
libertação.
Renovação do homem interior
Em sentido metafórico o coração representa a nossa dimensão interior, o “eu” mais profundo, o centro de comando da nossa vontade, dos nossos sentimentos, afetos, emoções e, também, da nossa sexualidade. Por isso é que se diz que “o amor de Deus se infunde em nosso coração pelo dom do Espírito Santo” (Rm 5,5). Ou seja, no mais profundo do nosso ser, Deus nos ama e age através do seu Espírito para nos fazer capazes de amar e ser amados.
Fomos feitos para o amor. Porém, verdadeiras pancadas, como emoções negativas, traumas e decepções nos machucaram e feriram interiormente, bloqueando a vivência desse amor.
Às vezes nem temos total consciência dessas feridas do coração e muito menos sabemos como surgiram. Porém, elas existem e, quando menos esperamos, despontam em forma de angústias, tristezas, ansiedade, depressão, desejo de morrer, etc.
Essas feridas interiores também provocam ódios, raiva, revoltas, vinganças, invejas, ciúmes, amarguras, medos, impaciências, pessimismo, hipersensibilidade... As chagas do coração atrapalham bastante a nossa realização humana e cristã. Provocam barreiras para a ação da Graça de Deus, influenciam a vontade, descontrolam as emoções e os sentimentos, desvirtuam a vivência correta da sexualidade, incentivam os vícios, tiram a nossa harmonia, geram o desamor e a falta de paz interior.
Já foi até comprovado cientificamente que várias doenças que nos afetam são somatizações originadas dentro de nós mesmos, como febres, dores de cabeça, problemas de coluna, de estômago e de circulação do sangue. Como diz a Palavra de Deus: “Não se deixe dominar pela tristeza, nem se aflija com preocupações. A alegria do coração é vida para o homem, e a satisfação lhe prolonga a vida. Anime-se, console o coração e afaste a melancolia para longe. Pois a melancolia já arruinou muita gente, e não serve para nada. Inveja e ira encurtam os anos. E a preocupação faz envelhecer antes do tempo. Coração alegre favorece o bom apetite a faz sentir o gosto da comida” (Eclo 30,21-25).
Tudo isso nos convence que é preciso restituir a saúde interior curando as feridas do coração. A paz que nós tanto desejamos só é possível mediante a Graça do nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele nos convida para viver a Graça e a Paz no aconchego do seu coração: “Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque minha carga é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).
Meditando o evangelho fomos percebendo que o amor de Deus, plenamente revelado e concedido em Jesus de Nazaré, é uma força de salvação que redime do pecado, justifica, santifica e liberta do maligno. Porém, na sua missão de nos favorecer a vida em abundância, Jesus continua a sua obra curando a nossa vida interior e ungindo com o Espírito Santo. A ordem pode ser inversa, pois o caminho de Deus nem sempre corresponde ao nosso caminho. Mas, normalmente, primeiro Jesus nos cura interiormente para depois nos ungir. “Vinho novo em odres novos!”
Natureza humana ferida
O paraíso de Édem descrito no Livro das Origens não é tanto um
lugar, mas um estado de Graça e Paz. O homem vivia em harmonia com Deus, com a
natureza, com os outros e consigo mesmo. Porém, iludido, afastou-se do
Onipotente Amor Criador, e se deu mal. O primeiro sinal desse estrago foi o “medo
de Deus”. Depois começaram as acusações e desentendimentos entre Adão e Eva.
Até os fenômenos da natureza tornaram-se hostis à vida humana.
Os filhos não herdam a culpa dos pecados dos pais no sentido
moral, porque cada um é responsável pelos seus atos e ninguém é culpado pelo
pecado de outra pessoa. Mas os filhos sofrem as consequências negativas dos
erros dos seus antepassados, inclusive nas dimensões espiritual, mental e
emocional. Isto aconteceu com Caim e Abel. Eles nasceram concupiscentes e
feridos emocionalmente, porque quem nasce da carne ferida é carne ferida.
Depois do pecado original, a natureza humana criada boa, agora
está ferida e concupiscente. Caim torna-se mesquinho, enfurecido e cabisbaixo.
O pecado andava à sua espreita e conseguiu vencê-lo. “Lançou-se contra seu
irmão Abel e o matou” (Gn 4,8). Alegando não ter nenhuma responsabilidade de
amor para com seu irmão, saiu errante e perdido pelo mundo afora. Todos queriam
se vingar e matá-lo. Mas a vingança não cura nem liberta. Apenas perpetua o
mal. Só o amor cura!
Do pecado original em diante a corrupção espalhou-se sobre a
face da terra. “Javé viu que a maldade do homem crescia e que todo projeto do
coração humano era sempre mal. Então javé se arrependeu de ter feito o homem
sobre a terra, e seu coração ficou magoado” (Gn 6,5-6).
O que significa “arrependeu de ter feito o homem”? A miséria do
homem, causada por ele mesmo a partir de dentro de seu coração doente,
entristece a Deus. Mas o Onipotente Amor Criador não desistiu. O que fora
criado à sua imagem e semelhança agora precisava de restauração.
Jesus reconciliou todas as coisas e estabeleceu a Paz pelo seu
sangue derramado na cruz (Col 1,20). A Cruz é o maior sinal da salvação, pois
representa a Nova e Eterna Aliança. Ela é loucura para os sábios do mundo, mas
para nós, ela é poder e sabedoria de Deus (1Cor).
Estabelecer a paz significa reconduzir o homem ao estado
harmonioso de graça e paz, ao paraíso. Por isso Jesus incluiu na sua missão a
cura de todas as doenças e enfermidades, sobretudo as moléstias interiores.
Vendo as multidões, ele tinha compaixão porque estavam cansadas e abatidas,
como ovelhas que não têm pastor (Mt 9,35-36). Jesus pode restaurar Caim, caso ele abra o coração para o seu amor!
Jesus pode curar Caim
Por experiência sabemos que mais do que por problemas
exteriores, a angústia, a tristeza, o vazio existencial, a desintegração do
ser, são originadas dentro do interior do homem cansado e abatido, nas
lembranças negativas de sua mente e nas feridas de seu coração. São doenças que
não enxergarmos, mais são tão reais como as que vemos no corpo, e tornam-se
causa de muitos outros males como instinto suicida, violência, dependência dos
vícios, ciúmes, rancores, etc...
Jesus cura as doenças interiores para devolver a saúde do homem
por inteiro. Sabemos que os problemas emocionais também podem se transformar em
doenças físicas, além de serem bastante prejudiciais para a vida espiritual e
para a vida social em geral.
Numa palavra, o homem doente por dentro não consegue viver de
bem com a vida, nem com a sua e nem com a vida dos outros. Daí os ciúmes,
invejas, brigas e desentendimentos.
Realmente a obra de Deus ficaria pela metade e inacabada, se apenas
os pecados fossem perdoados e o corpo curado. As doenças interiores sempre
geram novas situações de pecado, são altamente suscetíveis às tentações do
inimigo e influências negativas do mundo.
O protótipo do homem doente interiormente é Caim. Caim vivia
enfurecido e cabisbaixo. Enfurecido no ódio, raiva, descontrole emocional...
Cabisbaixo, sem alegria e sentido para viver...
Mas Jesus veio procurar Caim como o pastor busca a ovelha
perdida. Ao encontrá-lo, alegra-se, coloca-o nos ombros e trata as suas feridas
(Lc 15,3-7). Ele é manso e humilde de coração. Em Jesus, Caim, caso queira,
pode reencontrar a paz e viver feliz com Deus, consigo mesmo e com os irmãos.
A cura interior não está relacionada só com a vida terrena, mas também
com a nossa própria salvação por toda eternidade. De fato, o pecado, as
lembranças e os sentimentos negativos perseguiam Caim. Ficavam como fera
acuada, espreitando-o. Mas ele não estava condenado a ser uma eterna vítima de
tudo isso, pois podia dominá-los, acolhendo a orientação de Deus e abrindo-se
para o seu amor restaurador (Gn 3,7).
Porém, Caim não se abriu para o amor de Deus. Ele não era só
doente emocionalmente, mas soberbo espiritualmente, o que é muito pior. “Um
coração obstinado acumula sofrimentos, e o pecador vai somando pecado a pecado.
A desgraça não cura o soberbo, porque a planta do mal criou raízes nele” (Eclo
3,26-27). Digamos que Abel foi humilde, abriu o coração para o amor de Deus e
foi curado. Enquanto Caim foi orgulhoso e permaneceu doente emocionalmente.
Algo semelhante aconteceu com Judas Iscariotes. Teve toda
oportunidade para ser curado no Sagrado Coração de Jesus que o amou
infinitamente. Mas desprezou esse amor pelo dinheiro e pela maldade que o mundo
oferece. Traiu Jesus com um beijo, o beijo da falsidade, o beijo da ingratidão!
Isto significa que nunca podemos dizer que nós ou os outros não
temos culpa das maldades que fazemos porque, se as fizemos, é porque antes já
fomos maltratados por outros. Deus sabe dos sofrimentos, humilhações e
desamores que sofremos. Mas vem em nosso socorro justamente com a porção
sagrada do seu amor para que superemos tudo isso e vivamos vida nova. Mais uma
vez, cabe a nós acolhermos ou não. Para Deus tudo é possível, inclusive curar o
nosso coração!
A oração de cura interior não é se colocar na presença de Deus
com vitimismo e covardia, sempre colocando a culpa nos outros. Isto na verdade
pode ser orgulho e obstinação que aprisiona cada vez mais. Quem busca a cura
interior vai de encontro aos problemas passados, mas assumindo sua parte de
culpa e perdoando, procurando compreender as razões de quem lhe fez algum mal e
perdoando mais uma vez, e colocando tudo nas mãos de Deus, e perdoando mais uma
vez, até setenta vezes sete.
Amar até perdoar!
Deus nunca deixou de nos amar. Mas nem sempre tivemos
consciência disso. Daí a importância de, conscientemente, permitir que este
Deus Amor possa ir ao nosso encontro nos momentos mais difíceis e nos
conceda a experiência de que sempre estava ao nosso lado e nunca nos abandonou.
Não se trata de uma simples retrospectiva mental ou regressão,
mas de acolher Jesus que é Onipotente, Onisciente e Onipresente, que tem poder
e ciência para nos curar, pode ir ao nosso passado e preencher com amor todos
os estragos e vazios dos atos de desamores que sofremos.
Em muitos momentos, porém, só nos livramos mesmo dos problemas
interiores e das escravidões do passado quando decidirmos realmente perdoar
quem nos maltratou, quer tenha sido intencionalmente ou não. O amor é que cura.
O perdão é o amor em ação!
Não podemos pedir que Deus nos cure e ficar fermentando
ressentimentos e vinganças. A condição de Deus é que perdoemos a quem nos
ofendeu, pois o perdão é a verdadeira abertura inicial ao seu amor. Caim matou
Abel fisicamente. Mas também podemos matar os outros pela indiferença ou
desmoralização. Seja qual for o caso, a falta de perdão continua
impossibilitando a cura interior.
O perdão não é sentimento, pois o homem ferido sequer consegue
sentir afeição por alguém que o maltratou. Perdão é uma decisão da vontade.
Mesmo sem sentir afeição e sem esquecer o mal que padeceu, decide-se perdoar. Aí
sim, o coração se abre ao amor divino e começa a vivenciar a verdadeira paz e
alegria que só Jesus pode conceder. Os frutos vêm por acréscimo. Logicamente, pra
que ficar remoendo sentimentos negativos ou lembrando transtornos no
relacionamento se a vida nova é muito mais que tudo isso? O amor de Deus nos
cura. Mas também precisamos amar o próximo. Amar até perdoar!
Com barro nas mãos do oleiro
Deixemos o amor de Deus curar e restaurar todo nosso ser. Deus é
o oleiro. Sejamos como barro em suas mãos. Ele nos restaura, faz um vaso novo e
enche novamente com o unção do seu Espírito (Jr 18,1ss).
Jesus é Onisciente e conhece o mais profundo de nós mesmos. É
Onipotente e derrama o poder de sua graça que nos salva. Porque também é
Onipotente, Jesus é Senhor do tempo e vai em cada fase da nossa vida curando
todas as feridas do coração. “Sim! Pois tu formastes meus rins, tu me teceste
no seio materno. E te agradeço por tão grande prodígio, e me maravilho com tuas
maravilhas! Sonda-me, Ó Deus, e conhece o meu coração! Prova-me, e conhece os
meus sentimento!” (S1 139,13-14.23)
Abramos o nosso coração para Jesus e permitamos que ele passe
curando toda nossa vida desde a gestação no ventre da nossa mãe, passando pela
infância, adolescência e juventude até chegar na fase de adultos, porque ele é
o mesmo ontem, hoje e sempre.
Ao mesmo tempo que nos abrimos para o amor curativo de Jesus,
devemos ir perdoando a nós mesmos ou às pessoas que nos fizeram algum tipo de
mal, quer tenham tido essa intenção ou não. “Se um homem guarda rancor contra
outro, como poderá pedir que Deus o cure? Lembre-se dos mandamentos, e não
guarde rancor contra o seu próximo. Lembre-se da aliança com o Altíssimo, e não
leve em conta a ofensa que fizeram a você (Eclo 28,3-7). É o amor de Jesus que
nos cura, mas o perdão é justamente a nossa abertura para este amor!
Quanto àqueles acontecimentos dolorosos que nos feriram
interiormente, como a morte de um ente querido ou algum acidente, deixemos
qualquer blasfêmia contra Deus de lado, pois ele nunca nos abandonou: “Javé, tu
me envolves por detrás e pela frente, e sobre mim colocas a tua mão. Para onde
irei, longe do teu sopro? Para onde fugirei, longe da tua presença? Se subo ao
céu tu ali estás. Se me deito no abismo, ai te encontro. Mesmo as trevas não
são trevas para ti, e a noite é clara como o dia” (Sl 139,5.7-8.12).
Entreguemos os acontecimentos dolorosos também a Jesus, porque
ele não é só o Senhor das situações e das tempestades. Pode tirar bens até
mesmo dos males que nos aconteceram!
Coloque-se na presença de Deus com toda a sua história, desde
gerações passadas, desde quando você ainda estava sendo gerado no ventre da sua
mãe até os dias de hoje. Você nasceu para amar e ser amado. Mas nem sempre você
foi amado e amou. Por isso precisa de cura interior!
Procure lembrar todas experiências negativas de desamores, como
rejeição, abandono, humilhação, fome, espancamento, traição, decepção... Peça o
auxílio do Espírito Santo. Essas experiências de desamores geraram traumas na
sua vida, feridas no seu coração e chagas abertas na sua alma que continuam
sangrando e doendo como tristezas, revoltas, medos, inseguranças, raivas,
ódios, invejas, ciúmes... Vícios, complexos de rejeição, de inferioridade,
autosuficiência, orgulho... fobias, ganância...
Peça o auxílio do Espírito Santo para iluminar a retrospectiva da
sua vida, fase por fase... Peça pra Jesus ir ao seu encontro no exato momento
das tristes experiências de desamores. Você não foi amado. Mas saiba, Jesus
estava lá e te diz: Nesse exato momento eu sempre te amei e nunca te abandonei.
Segure firme na mão de Jesus, receba o seu abraço, abandone-se ao seu Sagrado
Coração...
Isto não é ficção. Isto é realidade. Jesus é Onipotente,
Onisciente e Onipresente. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. Por isso Ele pode
ir ao teu passado e estar contigo nesses tristes momentos da sua história. Porque
Deus tudo pode, inclusive revisitar o nosso passado e entrar no nosso
inconsciente, lá aonde nem mesmo podemos ir.
Nada poderá nos separar do amor de Deus revelado e concedido em
Jesus Salvador! Perdoe quem lhe fez mal... Setenta vezes sete... Abandone-se
nas mãos de Jesus... Experimente o amor de Jesus curando toda ferida interior,
trauma e escravidão... Ele te ergue pela mão pra você seguir em paz e seguro
nas estradas da vida!
Vivência da 6ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus cura
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Gênesis
4,1-6
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
Caim enfurecido e cabisbaixo é o protótipo do homem traumatizado e doente
emocionalmente, muito necessitado de cura interior para não destruir a sua vida
e a do próximo. Jesus pode curar Caim, caso ele lhe abra o coração para
dialogar e ser cheio do seu amor. O orgulho fecha o homem para a cura interior.
A humildade liberta. Deus cura com o seu amor, mas devemos cooperar perdoando a
quem nos desamou!
20:30h
– Oração de Cura Interior
Deixemos o amor de Deus curar e restaurar todo nosso ser. Deus é o oleiro. Sejamos como barro em suas mãos. Ele nos restaura, faz um vaso novo e enche novamente com o unção do seu Espírito (Jr 18,1ss).
Jesus é Onisciente e conhece o mais profundo de nós mesmos. É Onipotente e derrama o poder de sua graça que nos salva. Porque também é Onipotente, Jesus é Senhor do tempo e vai em cada fase da nossa vida curando todas as feridas do coração. “Sim! Pois tu formastes meus rins, tu me teceste no seio materno. E te agradeço por tão grande prodígio, e me maravilho com tuas maravilhas! Sonda-me, Ó Deus, e conhece o meu coração! Prova-me, e conhece os meus sentimento!” (S1 139,13-14.23)
Abramos o nosso coração para Jesus e permitamos que ele passe curando toda nossa vida desde a gestação no ventre da nossa mãe, passando pela infância, adolescência e juventude até chegar na fase de adultos, porque ele é o mesmo ontem, hoje e sempre.
Ao mesmo tempo que nos abrimos para o amor curativo de Jesus, devemos ir perdoando a nós mesmos ou às pessoas que nos fizeram algum tipo de mal, quer tenham tido essa intenção ou não. “Se um homem guarda rancor contra outro, como poderá pedir que Deus o cure? Lembre-se dos mandamentos, e não guarde rancor contra o seu próximo. Lembre-se da aliança com o Altíssimo, e não leve em conta a ofensa que fizeram a você (Eclo 28,3-7). É o amor de Jesus que nos cura, mas o perdão é justamente a nossa abertura para este amor!
Quanto àqueles acontecimentos dolorosos que nos feriram interiormente, como a morte de um ente querido ou algum acidente, deixemos qualquer blasfêmia contra Deus de lado, pois ele nunca nos abandonou: “Javé, tu me envolves por detrás e pela frente, e sobre mim colocas a tua mão. Para onde irei, longe do teu sopro? Para onde fugirei, longe da tua presença? Se subo ao céu tu ali estás. Se me deito no abismo, ai te encontro. Mesmo as trevas não são trevas para ti, e a noite é clara como o dia” (Sl 139,5.7-8.12).
Entreguemos os acontecimentos dolorosos também a Jesus, porque ele não é só o Senhor das situações e das tempestades. Pode tirar bens até mesmo dos males que nos aconteceram!
Coloque-se na presença de Deus com toda a sua história, desde gerações passadas, desde quando você ainda estava sendo gerado no ventre da sua mãe até os dias de hoje. Você nasceu para amar e ser amado. Mas nem sempre você foi amado e amou. Por isso precisa de cura interior!
Procure lembrar todas experiências negativas de desamores, como rejeição, abandono, humilhação, fome, espancamento, traição, decepção... Peça o auxílio do Espírito Santo. Essas experiências de desamores geraram traumas na sua vida, feridas no seu coração e chagas abertas na sua alma que continuam sangrando e doendo como tristezas, revoltas, medos, inseguranças, raivas, ódios, invejas, ciúmes... Vícios, complexos de rejeição, de inferioridade, autosuficiência, orgulho... fobias, ganância...
Peça o auxílio do Espírito Santo para iluminar a retrospectiva da sua vida, fase por fase... Peça pra Jesus ir ao seu encontro no exato momento das tristes experiências de desamores. Você não foi amado. Mas saiba, Jesus estava lá e te diz: Nesse exato momento eu sempre te amei e nunca te abandonei. Segure firme na mão de Jesus, receba o seu abraço, abandone-se ao seu Sagrado Coração...
Isto não é ficção. Isto é realidade. Jesus é Onipotente, Onisciente e Onipresente. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. Por isso Ele pode ir ao teu passado e estar contigo nesses tristes momentos da sua história. Porque Deus tudo pode, inclusive revisitar o nosso passado e entrar no nosso inconsciente, lá aonde nem mesmo podemos ir.
Nada poderá nos separar do amor de Deus revelado e concedido em Jesus Salvador! Perdoe quem lhe fez mal... Setenta vezes sete... Abandone-se nas mãos de Jesus... Experimente o amor de Jesus curando toda ferida interior, trauma e escravidão... Ele te ergue pela mão pra você seguir em paz e seguro nas estradas da vida!
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão
da 7ª Semana
O amor de Deus liberta
Na cruz de Cristo o amor expulsou o ódio; a luz dissipou as
trevas; o pecado foi destruído e a vida venceu a morte. Conforme havia
anunciado, Ele ressuscitou ao terceiro dia. Jesus é a nossa páscoa. Matou a
morte e o pecado na cruz e devolveu-nos a vida na ressurreição!
Se Jesus não tivesse ressuscitado a nossa fé seria em vão. De
que adiantaria colocar toda nossa esperança numa pessoa tragada pela morte? A
ressurreição é a maior prova de que Jesus é o Filho de Deus e de que tudo
aquilo que nos ensinou é verdadeiro e digno de fé. Morrer, todo mundo morre.
Mas só Deus tem o poder de ressurgir dentre os mortos!
Jesus Cristo é o Senhor
Jesus Cristo vive e é o Senhor. Isto significa que em nome de
Jesus Ressuscitado já podemos começar a viver a vida eterna. “Na pessoa de
Jesus Cristo, Deus nos ressuscitou e nos fez sentar no céu. Assim com sua
bondade para conosco em Jesus Cristo, ele quis mostrar para os tempos futuros a
incomparável riqueza da sua graça.” (Ef 2,6-7)
Desde que subiu para o céu, Jesus está sentado à direita de Deus
Pai e reina com todo poder e majestade. Portanto, “ao nome de Jesus se dobre
todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai.” (Fil 2,10-11)
Ajoelhar-se ao nome de Jesus e confessar que Ele é o Senhor
significa adoração e acatamento do seu senhorio e reinado de salvação.
Pertencemos ao Senhor Jesus que tem o domínio “sobre a natureza,
sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado” (CIC 447). Fomos
“patenteados” por Deus. Jesus pagou um alto preço por nós: “Morreu e
ressuscitou para ser o senhor dos mortos e dos vivos.” (Rm 14,9)
Deus Pai é nosso Senhor porque nos criou. Jesus é nosso Senhor
porque nos redimiu na Cruz e ressuscitou ao terceiro dia. Quando aceitamos a
sua soberania em todas as dimensões da nossa vida, tudo é recriado na sua
graça: os pecados são perdoados, a luz dissipa as trevas, Satanás é derrotado.
Aqueles que acatam o senhorio de Jesus são seus. Ele os guarda e
protege como a pupila dos olhos. Nada poderá roubá-los de si, porque se tornam
realmente propriedade exclusiva sua.
Resistir ao Diabo firmes na fé
Satanás é invejoso, mentiroso e assassino. Ele quer ser igual a
Deus. Por isso, para sua satisfação, quer que o adoremos e deseja muito ser o
senhor da nossa vida. Para tanto, ele cria ocasiões de pecado e espalha o erro
pelo mundo.
Muitas vezes os meios que o Maligno utiliza aparecem aos nossos
olhos como bons. Mas é a Palavra de Deus e a Doutrina da Igreja que nos ajudam
a enxergar essas obras do mal, mesmo quando elas estão disfarçadas. Para não
cairmos em tentação, São Pedro dava esta orientação: “Sede sóbrios e fiquem de
prontidão! Pois o Diabo, que é o inimigo de vocês, os rodeia como um leão que
ruge, procurando a quem devorar. Resistam ao Diabo, permanecendo firmes na fé.”
(1Pd 5,8-9)
Satanás não pode nada contra quem permanece firme na verdadeira
fé cristã. Pois Jesus Cristo é o Senhor, Salvador e Protetor desta pessoa. Por
isso, tudo aquilo que vai contra a fé cristã, afasta-nos de Deus, diminui o seu
Senhorio na nossa vida, é uma obra de Satanás que devemos renunciar o mais
rápido possível, em nome de Jesus.
Não significa ter medo, pois já somos mais que vencedores em
Cristo Jesus. Mas ter o discernimento e a coragem de um verdadeiro discípulo:
renunciar e expulsar Satanás e todas as suas obras em nome de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que é o mesmo “ontem, hoje e sempre.” (Hb 13,8)
A fé cristã, dom do Espírito Santo a quem acata o Senhorio de
Jesus nos revela as obras diabólicas que devemos renunciar. A seguir vamos
apenas enumerá-las, mas você pode meditar cada uma com mais calma e Deus lhe
dará discernimento espiritual para entender por quais motivos você deve
renunciá-las, mesmo aquelas que parecem boas ou inofensivas a nossos olhos.
Antes, lembramos que o inimigo é astuto e sabe muito bem como
tirar a nossa atenção dele e nos enganar. De três formas ele tem conseguido
isso nos tempos de hoje:
-
Fazendo acreditar que ele e seus demônios não existem, como se tudo fosse uma
ilusão de ótica ou engano da mente;
-
Eliminando a verdadeira fé e colocando muita crendice e superstição no seu
lugar;
-
E, para gerar uma confusão só, usando charlatões que fazem mal uso da
simplicidade do povo e criam verdadeiros espetáculos públicos como se fossem
exorcismos. Isso atrapalha bastante, pois quando o exorcismo se faz realmente
necessário, as pessoas já não acreditam mais e ficam à mercê dele.
Por isso tudo, nosso ponto de partida no combate espiritual deve
ser a confiança na Mãe Igreja, pois ela tem uma sólida doutrina a respeito, nos
ensina que os demônios realmente existem e o que devemos fazer para derrotá-los
e expulsá-los.
Esta é a fé que vence o Inimigo, a fé da Igreja, a fé católica,
a fé genuinamente cristã herdada de Jesus e dos apóstolos. Não nos esqueçamos
de sempre andar com ela!
O princípio eterno para o nosso constante discernimento e
vigilância é este: tudo aquilo que vai contra o Evangelho e a Doutrina Católica,
afasta-nos de Deus e nos aproxima de Satanás diminui o senhorio de Jesus na
nossa vida e simultaneamente aumenta a influência de Satanás. Por isso, em Nome
de Jesus, devemos renunciar o mais rápido possível e sempre que se fizer
necessário, todas as obras dos demônios. Da mesma forma como pela profissão de
fé somos salvos em Jesus, pela renúncia das obras do inferno somos libertos das
garras de Satanás.
Jesus diz que o diabo é o Pai da mentira e que quem não escuta o
Filho é do Diabo. Nele não existe verdade e sempre quer afastar os homens de
Deus através da mentira. Ele investe mesmo na deturpação para enganar,
escravizar e destruir.
Renunciar as obras de Satabás
A partir da doutrina da fé listamos algumas obras do inferno,
obras do Pai da Mentira, que devemos sempre renunciar, em Nome de Jesus (ver
CIC 2110 ss):
-
Superstição: desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Em
vez do verdadeiro culto a Deus, damos importância mágica aos sacramentos,
sacramentais, símbolos e objetos sagrados. Esquecemos da fé e das atitudes
interiores para bem celebrá-los e bem usá-los.
As
crendices são muito próximas das superstições. Como por exemplo, só usar roupa
branca para dar sorte, não passar debaixo de escada, etc A pessoa se ocupa e se
preocupa tanto com essas coisas, que acaba deixando de celebrar bem e de bem
viver de acordo com a vontade de Deus. Existe uma intenção diabólica por detrás
das superstições e crendices. Por isso devemos renunciá-las.
-
Idolatria: a pessoa obedece a quem adora. Devemos adorar e obedecer somente a
Deus. Os ídolos vãos (objetos, pessoas, demônios, poder, prazer, raça,
antepassados, Estado, dinheiro, ideologia) tornam as pessoas vãs. (Sl 115,4s)
“A
idolatria nega o senhorio exclusivo de Deus; é, portanto , incompatível com a
comunhão divina.” (Gl 5,20; Ef 5,5) “A vida humana unifica-se na adoração do
Único. O mandamento de adorar o único Senhor simplifica o homem e o livra de
uma dispersão infinita. A idolatria é uma perversão do sentimento religioso
inato do homem. O idólatra é aquele que ‘refere a qualquer coisa que não seja Deus
a sua indestrutível noção de Deus” (Orígenes).
-
Adivinhação e magia: Deus pode revelar o futuro a seus profetas ou santos.
Todavia, atitude cristã correta consiste em entregar-se com confiança nas mãos
da Divina Providência no que tange ao futuro, e em abandonar toda curiosidade
doentia a este respeito.
Rejeitar
todas as formas de adivinhação e todas as práticas de magia e feitiçaria.
Pela
adivinhação (recursos aos demônios, evocação dos mortos, horóscopo, astrologia,
quiromancia, interpretação de presságios e da sorte, fenômenos de visão) existe
uma vontade oculta de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente,
sobre os homens e um desejo profundo de ganhar para si esses poderes ocultos.
Isso é falta de temor e pecado de querer ser igual a Deus. É reflexo do pecado
original.
Pelas
práticas de magia e feitiçaria (bruxaria, rituais sacrílegos) a pessoa pretende
domesticar os poderes ocultos, para colocá-los a seu serviço e obter um poder
sobrenatural sobre o próximo, mesmo que seja para obter saúde. São mais
condenáveis ainda quando existe a intenção de prejudicar outra pessoa, ou
quando há intervenção dos demônios.
-
Amuletos ou talismãs (pé de coelho, âncora, trevo, titela de galinha etc): O
uso de amuletos também é repreensível, porque a pessoa coloca esperança e fé
num objeto que pensa ter poder mágico e protege ou dá sorte a quem o usa.
-
Remédios tradicionais: Os remédios tradicionais não podem ser usados juntos com
a invocação dos poderes maléficos e nem com a exploração da credulidade alheia.
-
Irreligião: tentar a Deus com palavras e atos, sacrilégio e simonia.
Tentar
a Deus consiste em por à prova sua bondade e sua onipotência. Satanás tentou
Jesus para que ele se atirasse do Templo, e Deus seria obrigado a agir. Jesus
não caiu, nós também não devemos cair.
Sacrilégio
consiste em profanar ou tratar indignamente os sacramentos e as outras ações
litúrgicas, bem como as pessoas, as coisas e os lugares consagrados a Deus.
Simonia
é definida como a compra ou a venda de realidades espirituais. Todos fiéis, não
só os ministros ordenados, podem cometer esse pecado. A simonia deve ser sempre
renunciada, pois ela mata a espiritualidade justamente aonde deveria ser
revitalizada. A celebração torna-se morta e interesseira. A pessoa sai morta e
sem interesse em deus, mas muito interessada com o mundo.
-
Ateísmo (mais agnosticismo e atepraxismo): Na medida em que rejeita ou recusa a
existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra a virtude da religião.
Quanto
ao ateísmo, “grande responsabilidade pode caber aos crentes, na medida em que,
negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição enganosa da doutrina, ou
por deficiência em sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer deles
que mais escondem do que manifestam o rosto autêntico de Deus e da religião.”
(GS 19,3)
Devemos
renunciar o ateísmo, mas também a falsa vivência da fé, que incentiva outros a
serem ateus.
Renunciar
tanto o ateísmo teórico (não crer em Deus e dizer que não crer em Deus), mas
também o agnosticismo e o atepraxismo (ateísmo prático: diz que crer em Deus
mas vive como se Deus e a sua religião não existissem).
-
Blasfêmia: Consiste em proferir contra Deus palavras de ódio, de ofensa, de
desafio, em falar mal de Deus, faltar-lhe com respeito. A blasfêmia se estende
às palavras contra a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas.
É
também blasfemo recorrer ao nome de Deus para encobrir práticas criminosas,
reduzir povos à servidão, torturar ou matar.
As
pragas, que fazem intervir o nome de Deus, são também uma falta de respeito
para com o Senhor.
-
Perjuro: Invocar o nome de Deus para ser testemunha de uma mentira; ou para
fazer uma promessa sem intenção de cumpri-la. Todo juramento livre e consciente
implica uma referência a Deus e por isso deve ser cumprido.
-
Não guardar o dia do Senhor, sobretudo o domingo, é um pecado grave.
-
Não amar o próximo. Não respeito à dignidade humana, aborto, eugenismo, racismo.
Não cumprir com a missão, infidelidade, desonestidade, corrupção, escândalo,
roubo, egoísmo.
-
Não amor a si mesmo. Drogas, vícios, falta de higiene, preguiça espiritual,
pornografia, libertinagem sexual, impureza, não buscar a sabedoria.
-
Apologia ao mal e coisas erradas, como usar camisetas que divulgam o erro no
meio da sociedade ou cooperar com ações sociais contrárias ao Evangelho.
-
Consagrações ao Maligno, falsos batismos em seitas e outras organizações,
pactos de sangue com os demônios feitos por você ou por outros da sua
família... Tudo isso deve ser quebrado e desfeito, para que toda contaminação e
maldição bata em retirada.
Orar na autoridade do Nome de Jesus
Diante da realidade do Mal, devemos professar a fé, invocar o
Senhorio de Jesus, pedir o auxílio do Espírito Santo, de Nossa Senhora e de São
Miguel e renunciar a Satanás, todos os seus demônios e todas as suas obras, em
Nome de Jesus.
Com autoridade e unção, de viva voz e com muita fé, expulsar o
Maligno com todas as suas obras para as profundezas do inferno, sempre em Nome
de Jesus. Porque só Jesus tem poder sobre o Maligno e todos espíritos de trevas
e maldições. É necessário muito discernimento e amor para não ser enganado pelo
Pai da Mentira que odeia a Deus, a família, a Igreja e toda humanidade.
Toda língua proclame Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai!
(Fil 2,11). Deus Pai é Senhor pela criação. Jesus é Senhor pela crucifixão e
ressurreição, quando Ele nos readquiriu pelo seu preciosíssimo Sangue.
Invoque o Senhorio e o reinado de Jesus na sua vida e tudo de
bom lhe será acrescentado. Consagre a sua família, o seu trabalho, a sua
vida.... ao Senhor Jesus.
Renuncie Satanás, todos demônios e todas suas obras, uma por
uma, com muita fé, autoridade e descernimento.
Exconjure e quebre toda praga e maldição. Quebre tudo aquilo que
contamina a sua vida, sua casa, sua família: ídolos, porniografias, amuletos,
etc
Retome agora a lista das obras de maldição que você deve
renunciar e expulsar, em Nome de Jesus. Contimue orando, renuncie e expulse
cada obra de maldição, uma por uma, sempre em Nome de Jesus.
A oração da fé enfraquece e expulsa
Satanás e todos demônios. Toda maldição vai sendo quebrada e Jesus vai reinando
e libertando todas as dimensões da vida da pessoa.
Mas não ore com medo. Ore com fé, de
viva voz, sempre em Nome de Jesus! Se você falar baixinho o cachorro pensa que
você tá brincando e continua sujando a sua casa. Você deve falar alto, ele
coloca o rabo entre as pernas e vai embora, em Nome do Senhor Jesus!
Vivência da 7ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus liberta
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Efésios
6,10-17
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
O homem é justificado por Jesus mediante a fé e santificado pelo Espírito Santo
para que viva com dignidade como filho de Deus e seja plenamente realizado
desde o seu interior e em todas dimensões da sua existência. Porém, o Maligno
continua combatendo para que o filho de Deus caia em tentação, seja oprimido e
destrua a sua vida e a do próximo. Por isso que a vida cristã, revestida da
armadura de Deus, sempre é um combate espiritual contra os dardos inflamados do
Inimigo para que toda escravidão seja destruída e todas trevas sejam
dissipadas, renunciando todas as obras diabólicas em Nome do Senhor Jesus.
20:30h
– Oração do Reavivamento no Espírito Santo
Diante da realidade do Mal, devemos professar a fé, invocar o
Senhorio de Jesus, pedir o auxílio do Espírito Santo, de Nossa Senhora e de São
Miguel e renunciar a Satanás, todos os seus demônios e todas as suas obras, em
Nome de Jesus.
Com autoridade e unção, de viva voz e com muita fé, expulsar o
Maligno com todas as suas obras para as profundezas do inferno, sempre em Nome
de Jesus. Porque só Jesus tem poder sobre o Maligno e todos espíritos de trevas
e maldições. É necessário muito discernimento e amor para não ser enganado pelo
Pai da Mentira que odeia a Deus, a família, a Igreja e toda humanidade.
Toda língua proclame Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai!
(Fil 2,11). Deus Pai é Senhor pela criação. Jesus é Senhor pela crucifixão e
ressurreição, quando Ele nos readquiriu pelo seu preciosíssimo Sangue.
Invoque o Senhorio e o reinado de Jesus na sua vida e tudo de
bom lhe será acrescentado. Consagre a sua família, o seu trabalho, a sua
vida.... ao Senhor Jesus.
Renuncie Satanás, todos demônios e todas suas obras, uma por
uma, com muita fé, autoridade e descernimento.
Exconjure e quebre toda praga e maldição. Quebre tudo aquilo que
contamina a sua vida, sua casa, sua família: ídolos, porniografias, amuletos,
etc
Retome agora a lista das obras de maldição que você deve
renunciar e expulsar, em Nome de Jesus. Contimue orando, renuncie e expulse
cada obra de maldição, uma por uma, sempre em Nome de Jesus.
A oração da fé enfraquece e expulsa
Satanás e todos demônios. Toda maldição vai sendo quebrada e Jesus vai reinando
e libertando todas as dimensões da vida da pessoa.
Mas não ore com medo. Ore com fé, de
viva voz, sempre em Nome de Jesus! Se você falar baixinho o cachorro pensa que
você tá brincando e continua sujando a sua casa. Você deve falar alto, ele
coloca o rabo entre as pernas e vai embora, em Nome do Senhor Jesus!
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão da 8ª Semana
O amor de Deus batiza
Quando João Batista estava preparando
o povo para a chegada do Messias, o seu testemunho acerca de Jesus de Nazaré foi
assim:
João 1,19 As autoridades dos judeus enviaram de Jerusalém
sacerdotes e levitas para perguntarem a João: «Quem é você?» 20 João confessou
e não negou. Ele confessou: «Eu não sou o Messias.» 21 Eles perguntaram:
«Então, quem é você? Elias?» João disse: «Não sou.» Eles perguntaram: «Você é o
Profeta?» Ele respondeu: «Não.» Então perguntaram: 22 «Quem é você? Temos que
levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. Quem você diz que é?» 23 João
declarou: «Eu sou uma voz gritando no deserto: ‘Aplainem o caminho do Senhor’,
como disse o profeta Isaías.» 24 Os que tinham sido enviados eram da parte dos
fariseus. 25 E eles continuaram perguntando: «Então, por que é que você batiza,
se não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» 26 João respondeu: «Eu batizo
com água, mas no meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem, 27 e que
vem depois de mim. Eu não mereço nem sequer desamarrar a correia das sandálias
dele.»
29 No dia seguinte, João viu Jesus, que se aproximava dele. E
disse: «Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. 30 Este é
aquele de quem eu falei: ‘Depois de mim vem um homem que passou na minha
frente, porque existia antes de mim’. 31 Eu também não o conhecia. Mas vim
batizar com água, a fim de que ele se manifeste a Israel.» 32 E João
testemunhou: «Eu vi o Espírito descer do céu, como uma pomba, e pousar sobre
ele. 33 Eu também não o conhecia. Aquele que me enviou para batizar com água,
foi ele quem me disse: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e pousar,
esse é quem batiza com o Espírito Santo’. 34 E eu vi, e dou testemunho de que
este é o Filho de Deus.»
Mateus
3,11 “Eu batizo vocês com água para a conversão. Mas aquele que vem depois de
mim é mais forte do que eu. E eu não sou digno nem de tirar-lhe as sandálias.
Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo!”
O testemunho de João Batista acerca de Jesus é muito importante.
Porque ele foi o grande profeta enviado por Deus para preparar os caminhos do
Senhor. Como vemos, João Batista enfatizava que Jesus é o Messias, o filho do
Deus Vivo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que batiza no
Espírito Santo e no fogo. Desta forma, o grande profeta apontava para a
essência da vida e da missão que Jesus Cristo veio realizar na terra: tirar o
pecado do mundo e batizar no Espírito Santo. Este é o núcleo do Evangelho. Esta
era a grande boa notícia de Deus transmitida por João Batista para toda
humanidade. Temos um Salvador, Jesus de Nazaré, que perdoa os pecados e batiza
no Espírito Santo.
Jesus batiza no Espírito Santo
Não existe salvação sem o perdão dos pecados e o batismo no Espírito
Santo, foi isto que aprendemos com São João Batista. Jesus Cristo veio para
batizar no Espírito Santo, porque somente no Espírito Santo a pessoa pode ser
verdadeiramente transformada e salva para uma vida nova. O batismo no Espírito
não é algo elementar, mas é a essência e o cume da missão salvífica de Jesus no
meio da humanidade. «Depois de mim, vai chegar alguém mais forte do que eu. E
eu não sou digno sequer de me abaixar para desamarrar as suas sandálias. Eu
batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo.» (Mc
1,7-8)
Ruah, o primeiro nome do Espírito de Deus em hebraico, significa
atmosfera, o espaço que possui todas as condições para a vida humana. Por isso
que Deus criou tudo no Espírito e Jesus salva no Espírito. Porque o Espírito
Santo é o “espaço espiritual” aonde o homem é crecriado, restaurado e renovado;
salvo, santificado e sempre reavivado. Falar de batismo do Espírito significa
colocar o homem dentro do Espírito para que viva em plenitude no poder da graça
de Deus.
Fora da atmosfera natural existente entre o céu e a terra o
homem morre, vira pó. Fora do Espírito Santo, o homem também definha e volta ao
nada. O Ruah de Deus, que também significa vento e respiração, é extremamente
necessário para que sejamos plenamente salvos. Por isso Pentecoste é a
conclusão do evento pascal de Cristo. Está em intíma ligação com o mistério da
sua paixão, morte e ressureição. O Cristo exaltado envia do Pai o Espírito
Santo a fim de que a nova aliança, realizada com o seu próprio sangue no
madeiro da cruz, seja definitivamente assinada no coração do homem.
“Derramarei sobre vocês uma água pura e vocês ficarão
purificados. Vou purificar vocês de todas suas imundícies e de todos os seus
ídolos. Darei para vocês um coração novo, e colocarei um espírito novo dentro
de vocês. Tirarei de vocês o coração de pedra, e lhes darei um coração de
carne. Colocarei dentro de vocês o meu espírito, para fazer com que vivam de
acordo com os meus estatutos e observem e coloquem em prática minhas normas.
Então vocês serão o meu povo e eu serei o Deus de vocês” (Ez 36,25-28).
Jesus “nos salvou, não por causa dos atos justos que tivéssemos
praticado, mas porque fomos lavados por sua misericórdia através do poder
regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3,4-7). Poder é a capacidade de
fazer algo acontecer. O Espírito Santo é o Poder do Alto que regenera e faz a
criatura humana renascer. “Quem nasce da carne é carne, quem nasce do Espírito
é espírito” (Jo 3).
O mesmo Espírito que nos faz renascer para uma nova vida em
Cristo Jesus também nos renova diariamente, a fim de que possamos crescer,
produzir frutos e sermos plenamente realizados como filhos de Deus. Sem o Espírito
Santo renovador, o homem atrofia e morre na carne.
Pentecostes
O Espírito Santo é o maior dom pascal que o Pai nos concede em
Jesus (Ef 1,13). Ele é de vital importância pois sem o Sopro da Vida é
impossível viver a vida verdadeira de um filho de Deus. Por mais que façamos,
por mais que tenhamos vontade, sem o Espírito Santo somos nada, voltamos ao
nada, não fazemos nada de bom. Sem ele, tudo desmorona, a vida não tem graça.
Por isso Jesus insiste: Peçam... Busquem... Batam... e eu vos batizarei no
Espírito Santo!
“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será
aberto. Pois todo o que pede, recebe. O que busca, acha; e ao que bate, se
abrirá. O Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” (Lc 11,13).
“Vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1,5).
Jesus nos ensinou que devemos pedir o Espírito Santo com fé
insistente e, em seu nome, seremos batizados. Foi justamente isso o que os
primeiros cristãos fizeram. No cenáculo de Jerusalém, “todos eles perseveraram
unânimes na oração, com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14) Então...
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos
no mesmo lugar. De repente veio do céu um barulho como o sopro de um forte
vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como
línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos
ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito lhe concedia que falassem” (At 2,1-4).
A efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes é o coroamento
do plano salvífico do Pai celeste, pela mediação de Jesus Ressuscitado. O Espírito
Santo derramado faz do nosso corpo o seu Templo Sagrado (Rm 8,9) e, deste modo,
torna-se Senhor de nossa vida (2Cor 3,7). A partir de dentro, envolve
completamente o nosso ser e realiza a sua obra maravilhosa em nós e através de
nós.
Na manhã de Pentecoste os discípulos de Jerusalém fizeram a
experiência da páscoa de Jesus, pois, literalmente, passaram a viver uma vida
nova. E páscoa é passagem. Passagem da morte para vida, das trevas para a luz,
do medo para a coragem, da tristeza para a alegria, da fraqueza para a força,
dos sentimentos negativos para o amor, da escravidão para a liberdade, da
tibieza para o fervor, da aridez para a unção. Numa palavra, os discípulos
ressuscitaram. Pois o dom do Espírito Santo é essencialmente um dom de
ressureição, como já antevia o profeta Ezequiel (Ez 37).
De fato, “o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos
dará a vida também aos corpos mortais de vocês” (Rm 8,11). Por isso, fervorosos
e cheios de Espírito Santo, os discípulos de Jerusalém ficaram extasiados,
oravam em línguas e profetizavam, venceram os medos e começaram a testemunhar
Jesus (At 1,8).
“Boa
coisa é a embriaguez do cálice da salvação. Existe, porém, outra embriaguez que
provém da superabundância das Escrituras e há também uma terceira embriaguez
que se realiza mediante a penetrante chuva do Espírito Santo. Foi por esta que,
segundo os Atos dos Apóstolos, os que falavam línguas diversas, para os
ouvintes pareciam estar bêbados” (Santo Ambrósio).
“A
palavra do místico é ‘quebrada’, intimada a dizer o que é impossível
transmitir... O místico aspira a criar nova língua, a os anjos. Pode acontecer
entre os místicos fenômenos de glossolalia, que às vezes cedem lugar à criação
de língua autêntica (glossopoiesi). A glossolalia, ou seja, o falar em línguas
inexistentes e que, dizem, só Deus e os anjos podem entender, é uma das
direçoes que o místico pode tomar, nos rumos da linguagem” (Dicionário de
Mística).
Batismo no Espírito
João Batista, o grande profeta que veio preparar os caminhos do
Senhor, dizia a todos que Jesus veio ao mundo para batizar no Espírito Santo.
Ele batizava nas águas, mas aquele de quem ele não era digno nem de desamarrar
as correias das suas sandálias, batizava com o Espírito Santo. Desta forma, o
profeta João apontava não só para o Salvador, mais para a essência da sua
missão: batizar no Espírito Santo, porque somente no Espírito a pessoa pode
realmente renascer, viver a sua vocação e cumprir com a sua missão.
Na sua forma sacramental, a mais importante, o batismo no
Espírito Santo é uma graça de salvação e justificação. Entendemos aqui que a
pessoa é batizada não só no Espírito, mas também na pessoa do Pai e do Filho
(Mt 28,19).
O batismo sacramental é indelével e único, eficaz e uma vez por
todas. Porém, o mesmo batismo pode e deve ser renovado no decorrer da vida,
sobretudo para frutificar, para a graça recebida entrar em ação. E realmente,
cada renovação é uma nova graça, é uma nova vinda do Espírito Santo.
Quando a pessoa clama o Espírito Santo e se rende a Ele, quando
toma consciência da sua presença e experimenta a sua ação, realmente podemos
chamar esta experiência de batismo do Espírito Santo, pois verdadeiramente
aconteceu uma nova efusão do Espírito Santo. Como dizia K. Rahner: “Não se pode
contestar que o homem posssa fazer, na terra, experiências de graça, as quais
lhe dão um sentido de libertação, lhe abrem horizontes absolutamente novos,
imprimem-se profundamente nele, transformam-no, plamando, por longo tempo até, a
sua atitude cristã mais íntima. Nada impede que se dê a tais experiências o
nome de batismo do Espírito”.
Portanto, quando falamos de batismo do Espírito Santo neste
texto, estamos nos referindo não ao sacramento do batismo, mas à sua renovação.
Tanto a Bíblia, sobretudo os Atos dos Apóstolos, como a História da Igreja,
mostram-nos cristãos batizados que receberam novas efusões do Espírito Santo em
vários momentos da sua vida. E cada nova efusão era um novo batismo do
Espírito, era um novo Pentecostes.
“Através
daquele que se chama, precisamente, batismo do Espírito, faz-se a experiência
do Espírito Santo, da sua unção na oração, do seu poder no ministério
apostólico, da sua consolação nas provações, da sua luz nas opções de vida.
Antes ainda que na manifestação dos carismas, é assim que Ele é percebido: como
Espírito que transforma interiomente a pessoa, dá o gosto do louvor de Deus,
faz descobrir uma alegria nova, abre a mente à compreensão das Escrituras e
sobretudo ensina a procloamar ‘Jesus é o Senhor’. Ou dá a coragem para assumir
compromissos novos e difíceis, a serviço de Deus e do próximo” (Frei Raniero
Catalamessa).
“Sobre quem vem o Espírito Santo? Vem onde é amado, onde é
convidado, onde é esperado” (São Boaventura). Por isso, em sintonia com Jesus
que sempre quer batizar no Espírito Santo, como em um novo Pentecostes, ame o
Espírito Santo, convide o Espírito Santo, espere o Espírito Santo. E Ele virá
do céu para lhe transformar, ungir, santificar e capacitar.
O Espírito Santo é tudo... O Espírito Santo é a nossa esperança.
Acolha o Espírito Santo, todas as suas moções, dons, carismas e frutos. Clame a
Jesus o derramamento do Espírito Santo e você viverá a graça de um Novo
Pentecostes!
“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será
aberto. Pois todo o que pede, recebe. O que busca, acha; e ao que bate, se
abrirá. O Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” (Lc 11,13).
“Vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1,5).
Com fé livre e consciente, peça para Jesus renovar a graça do
seu batismo sacramental, da Primeira Eucaristia e da Crisma... Peça para que a
graça que você já tem seja despertada e opere cada vez mais a partir das
profundezas da sua alma. Peça para Jesus
derramar novamente o Espírito Santo dentro do seu coração... Clame para Ele lhe
batizar no Espírito, como em um Novo Pentecostes.
Deseje ardentemente ser cheio do Espírito Santo, pois o desejo
já é oração. Clame, peça, suplique com fé, bata na porta de Jesus pedindo o
Espírito Santo... Peça para o Espírito Santo mesmo vir encher a sua alma, o seu
coração e todas as áreas do seu ser.
Acolha o Espírito Santo e tudo de bom lhe será acrescentado...
Oremos em línguas da mesma forma como Nossa Senhora e os Apóstolos
começaram a orar em línguas no dia de Pentecostes...
Louve o Espírito Santo! Agradeça! Adore o Espírito Santo! Consagre-se
a Ele!
Vivência da 8ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus batiza
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Atos
2,1-12
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
Quando chegou o dia de Pentecostes Jesus Ressuscitado realizou a grande
promessa e derramou o Espírito Santo sobre os seus discípulos que perseveraram
em oração com Maria. O ambiente mariano do cenáculo é favorável para o
Pentecostes acontecer. Tudo é renovado, iluminado e agraciado pelo Poder do
Alto. O batismo no Espírito Santo renova o sacramento do Batismo e da Crisma.
Toda renovação é sempre uma nova graça. A Graça de Pentecostes continua
acontecendo na vida de todos aqueles que procuram, pedem e batem na porta, pois
o Pai Celeste sempre derrama o Espírito Santo pela mediação de Cristo Jesus.
20:30h
– Oração do Batismo no Espírito
“Sobre quem vem o Espírito Santo? Vem onde é amado, onde é
convidado, onde é esperado” (São Boaventura). Por isso, em sintonia com Jesus que
sempre quer batizar no Espírito Santo, como em um novo Pentecostes, ame o
Espírito Santo, convide o Espírito Santo, espere o Espírito Santo. E Ele virá
do céu para lhe transformar, ungir, santificar e capacitar.
O Espírito Santo é tudo... O Espírito Santo é a nossa esperança.
Acolha o Espírito Santo, todas as suas moções, dons, carismas e frutos. Clame a
Jesus o derramamento do Espírito Santo e você viverá a graça de um Novo
Pentecostes!
“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto.
Pois todo o que pede, recebe. O que busca, acha; e ao que bate, se abrirá. O
Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” (Lc 11,13).
“Vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1,5).
Com fé livre e consciente, peça para Jesus renovar a graça do
seu batismo sacramental, da Primeira Eucaristia e da Crisma... Peça para que a
graça que você já tem seja despertada e opere cada vez mais a partir das
profundezas da sua alma. Peça para Jesus
derramar novamente o Espírito Santo dentro do seu coração... Clame para Ele lhe
batizar no Espírito, como em um Novo Pentecostes.
Deseje ardentemente ser cheio do Espírito Santo, pois o desejo
já é oração. Clame, peça, suplique com fé, bata na porta de Jesus pedindo o
Espírito Santo... Peça para o Espírito Santo mesmo vir encher a sua alma, o seu
coração e todas as áreas do seu ser.
Acolha o Espírito Santo e tudo de bom lhe será acrescentado...
Oremos em línguas da mesma forma como Nossa Senhora e os
Apóstolos começaram a orar em línguas no dia de Pentecostes...
Louve o Espírito Santo! Agradeça! Adore o Espírito Santo!
Consagre-se a Ele!
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão
da 9ª Semana
O amor de Deus providencia
A Graça Deificante nos justifica diante de Deus e nos santifica.
Ela nos foi merecida na Cruz, é concedida no Batismo e sempre readquirida na
Confissão. Somos justificados pela fé em Jesus e cooperamos com o Espírito
Santo na nossa santificação com as boas obras. O Batismo do Espírito é sempre
uma nova vinda do Espírito Santo que nos transforma, unge, fortalece, reaviva e
renova. O Espírito Santo é a grande resposta de Deus para as nossas
necessidades, porque sem a Graça de Deus não somos nada.
Porém, além desta Grande Graça Fundamental para a nossa salvação,
que é a remissão dos pecados e a efusão do Espírito Santo, Deus também nos
concede muitas outras graças atuais, pois somente Aquele que nos criou poderá
nos conceder todos os meios necessários para continuarmos existindo e sermos
plenamente realizados em nossa vocação e missão. A esta ação benevolente do
Deus Salvador que sempre nos acompanha e nunca nos abandona chamamos de Divina
Providência.
Abandonar-se nas mãos de Deus
A nossa primeira atitude é confiar e se jogar nas mãos de Deus
como uma criança se joga nos braços do seu pai, porque nada poderá nos separar
do seu amor e tudo coopera para o bem daqueles que o amam. “Lançai nas mãos de
Deus as vossas preocupações porque é Ele quem cuida de vós.” (1Pd 5,7)
A fé na Divina Providência não significa ficar de braços
cruzados, muito cansados de nada fazer. Assim, devemos fazer a parte que nos
cabe como se tudo dependesse de nós e ao mesmo tempo suplicar e acolher as
bênçãos como se tudo só dependesse de Deus. “Sem dúvida, operamos também nós,
mas o fazemos cooperando com Deus, que opera predispondo-nos com a sua
misericórdia. E o faz para nos curar, e nos acompanhará para que, quando já
curados, sejamos vivificados; predispõe-nos para que sejamos chamados e
acompanha-nos para que sejamos glorificados; predispõe-nos para que vivamos
segundo a piedade e segue-nos para que, com Ele, vivamos para todo o sempre,
pois sem Ele nada podemos fazer” (Santo Agostinho).
A Divina Providência nos concede muitas Graças Atuais,
espirituais ou materiais (sacramentos, dons, bênçãos), ou seja, aquilo que é
necessário para o “Hoje” da nossa vida e missão. Mas ao mesmo tempo, como dizia
Santo Tomás de Aquino, também nos concede novas “vindas do Espírito Santo” (batismo
do Espírito, unção, libertação, êxtase, visões, locuções, repouso no Espírito
etc).
Fomos salvos em Jesus. Mas para continuarmos no Caminho da Vida
e sermos plenamente realizados, precisamos da sua Graça sempre nos ajudando,
pois sem Ele não somos nada e voltamos ao nada.
Crer na Divina Providência significa confiar em Deus e
abandonar-se à sua vontade, porque a sua vontade, mesmo quando não a
compreendemos totalmente, é sempre a melhor para a nossa felicidade. Crer na
Divina Providência é acreditar que Deus é Amor e que Ele sempre nos salva e
nunca nos abandona.
Deus Pai tem duas mãos, Jesus Salvador e o Espírito
Santificador. Entregar-se nas mãos do Divino Pai Eterno significa entregar-se a
Jesus como Salvador e ao mesmo tempo acolher o Espírito e viver no poder da sua
Graça. A Caminhada no seguimento de Jesus deve ser sempre alegre e confiante no
amor de Deus que sempre nos acompanha, nos protege e nos guia rumo à Verdade e
à Vida.
1
Pedro 5 Igualmente, vocês jovens, obedeçam aos mais velhos. E todos vocês
revistam-se de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos
soberbos, mas dá a graça aos humildes. 6 Abaixem-se diante da poderosa mão de
Deus, a fim de que no momento certo ele os levante. 7 Coloquem nas mãos de Deus
qualquer preocupação, pois é ele quem cuida de vocês. 8 Sejam sóbrios e fiquem
de prontidão! Pois o diabo, que é o inimigo de vocês, os rodeia como um leão
que ruge, procurando a quem devorar. 9 Resistam ao diabo, permanecendo firmes
na fé, pois vocês sabem que essa mesma espécie de sofrimento atinge os seus
irmãos que estão espalhados pelo mundo. 10 Depois de sofrerem um pouco, o Deus
de toda graça, aquele que os chamou em Cristo para a sua glória eterna, ele os
restabelecerá, firmará e fortalecerá, e fará com que vocês sejam inabaláveis.
11 A Deus pertence todo o poder para sempre. Amém!
Abandonar-se nas mãos de Deus. Este é o segredo para termos a
paz e a força pra continuar lutando e caminhando. Este é o segredo da vitória!
Deus está no controle
A Igreja nos ensina:
- A criação tem sua bondade e sua perfeição próprias,
mas não saiu completamente acabada das mãos do Criador. Ela é criada "em
estado de caminhada" ("in statu viae") para uma perfeição última
a ser ainda atingida, para a qual Deus a destinou. Chamamos de divina
providência as disposições pelas quais Deus conduz sua criação para esta
perfeição: Deus conserva e governa com sua providência tudo o que criou; ela se
estende "com vigor de um extremo ao outro e governa o universo com
suavidade" (Sb 8,1). Pois "tudo está nu e descoberto aos seus
olhos" (Hb 4,13), mesmo os atos dependentes da ação livre das criaturas. A
Divina Providência são as disposições pelas quais Deus conduz com sabedoria e
amor todas as criaturas até seu fim último.
- A revelação da oração na economia da salvação nos
ensina que a fé se apóia na ação de Deus na história. A confiança filial é
suscitada por sua ação por excelência: a Paixão e a Ressurreição de seu Filho.
A oração cristã é cooperação com sua Providência, com seu plano de amor para os
homens.
- O testemunho da Escritura é unânime: a solicitude da
divina providência é concreta e direta, toma cuidado de tudo, desde as mínimas
coisas até os grandes acontecimentos do mundo e da história. Com vigor, os
livros sagrados afirmam a soberania absoluta de Deus no curso dos
acontecimentos: "O nosso Deus está no céu e faz tudo o que deseja"
(S1 115,3); e de Cristo se diz: "O que abre e ninguém mais fecha, e,
fechando, ninguém mais abre" (Ap 3,7). "Muitos são os projetos do
coração humano, mas é o desígnio do Senhor que permanece firme" (Pr
19,21).
(Artigos do
CIC, 305ss)
O Deus que prova, providencia
Deus age por caminhos que só Ele conhece. Ele sabe o que faz e
faz o que diz. Ele é o Senhor do Universo e da História. Apesar das linhas tortas dos nossos pecados e
altos e baixos da nossa ignorância, tudo está sob o seu controle. Tudo concorre
para o bem dos que o amam e Ele mesmo está direcionando a História da
Humanidade para a plena realização no seu Reino de Amor e Salvação.
O Deus que prova pra nos fazer crescer, providencia tudo para
que sejamos plenamente realizados a curto, médio e longo prazos. A gente não
sabe o que diz e Deus sabe o que faz. Com humildade confiemos no Senhor mesmo
em meio a provações, sigamos os seus preceitos e tudo vai dar certo.
Às vezes a gente pensa que Deus expulsou Adão e Eva do paraíso.
Na verdade, deu-lhes uma segunda chance para reconstruírem com seu esforço o
que estragaram pelo pecado.
A gente pensa que Deus destruiu o mundo com o dilúvio. Na
verdade, purificou a natureza da maldade humana que já havia contaminado os
corações, num esforço de segunda chance para tudo voltar a ser tão bom do jeito
que Ele criou.
A gente pensa que Deus jogou pragas no Egito e depois afogou
soldados e cavalos em pleno Mar Vermelho. Na verdade, solidarizou-se com o seu
povo sofrido e em resposta ao seu clamor e aos seus gritos libertou-o da
escravidão e da opressão para que todos vivessem com dignidade na terra
prometida a Abraão e sua descendência.
A gente não entende o sacrifício
expiatório de Jesus no Calvário, pensando Deus ser um pai tão ruim ao ponto de
entregar o seu próprio Filho à morte. Na verdade, Jesus assumiu livremente doar
a sua vida em resgate de muitos, visto que ninguém poderia se salvar sozinho e
todos estariam condenados ao inferno por toda eternidade. Em Jesus a
Misericórdia Divina superou a sua própria justiça e então a morte foi morta na
cruz e Satanás foi definitivamente vencido no domingo da ressurreição.
A gente não entende quando temos
uma cruz a carregar, com diversos problemas e dificuldades na vida. Mas desde
os tempos de Abraão a fé nos ensina que o Deus que prova para nos fazer
crescer, e que conta com a nossa ajuda no seu projeto de salvação, também
providencia. Não foi assim que aconteceu com Abraão? Nem ele sabia que tinha
tanta fé. Era preciso passar por uma provação e, no exato momento em que ia
sacrificar Isaac, o anjo de Deus interveio e mostrou-lhe o cordeiro que deveria
ser imolado em lugar do seu filho (Gn 22,1-19).
Depois daquela provação Abraão
tomou mais consciência ainda da profunda fé que já tinha e, consequentemente,
tornou-se mais forte na fé. A mesma coisa acontece em todas as outras provações
que Deus consente passarmos na vida. Ele nos ajuda a ser fortes na fé e no
amor, e maduros, através das provações. Por isso, “feliz o homem que suporta
com paciência a provação! Porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida,
que o Senhor prometeu àqueles que o amam”(Tg 1,12).
Se a provação faz parte da
pedagogia do Pai Celeste para nos fazer crescer, a sua providência é a sua
assistência que nos possibilitar viver. É sempre assim o que a fé bíblica nos
ensina: o Deus que prova, também providencia. Ele é sumamente Bom e Fiel, nunca
nos abandona e a sua bênção é a provisão que Ele tem reservado para nós no seu
sagrado coração, a fim de que vivamos com dignidade a vida verdadeira para a
qual Ele nos criou. Por isso, podemos rezar com o salmista: “O Senhor é o meu
pastor e nada me faltará!” (Sl 23,1).
Nada te perturbe! Nada te assuste!
Ao criar o homem e a mulher, o
universo e tudo o que nele existe, Deus iniciou a sua obra de salvação e
continua sustentando-a para que chegue à sua plena realização. A água da vida,
o sol que nos aquece, o pão que sacia a fome, as flores do campo e até mesmo a
simplicidade dos passarinhos que voando pelos ares cantam a grandeza do
Criador, mostram-nos que o ser humano ocupa um lugar especial no Plano de
Deus(Sl 8).
Na verdade, se Deus trata tão
bem os passarinhos e os lírios do campo, quanto mais cada um de nós que somos
seus filhos amados. Jesus não nos ensina a viver com responsabilidade. Porém,
para alem das nossas forças e das inúmeras preocupações da vida, devemos
confiar na Providência Divina e procurar o Reinado de Deus. Então, como ele
próprio afirma, tudo mais nos será acrescentado(Lc 12,22-34).
A Divina Providência sempre nos
acompanha, seja nos momentos alegres ou tristes; quando estamos em graça ou
quando caímos no pecado. Deus jamais nos abandona, porque o nosso Deus é um
“Deus de ternura e piedade, lento para a cólera, e rico em amor e
fidelidade”(Ex 34,5-6). O Senhor é o nosso Pastor. Nada nos faltará!
Somente pela fé podemos
confessar o poder e o amor de Deus. E “nada é mais adequado para consolidar a
nossa fé e a nossa esperança do que a convicção profunda gravada nas nossas
almas de que nada é impossível para Deus”. Santa Terezinha dizia: “Nada te
perturbe. Nada te assuste. Tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança.
Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta!”
Jesus nos ensinou uma entrega
total e confiante ao amor providente do Pai Eterno que cuida das necessidades
dos seus filhos. Todas as nossas aspirações, sonhos e atividades devemos
colocar com fé nas mãos de Deus, solicitando-lhe a graça necessária.
Nem sempre somos capazes de
compreender os caminhos da Divina Providência. Porém, tudo concorre para o bem
daqueles que amam a Deus(Rm 8,28). A confiança na providência de Deus é uma
verdadeira entrega da nossa vida em suas mãos. Esta atitude de entrega total
nos liberta de todos os ídolos, dos falsos deuses e falsos valores. Só o
abandono da nossa vida em Deus nos faz conhecer a grandeza do seu amor e do seu
poder.
O personagem Jó da Bíblia
Sagrada representa a homem universal, de todos os tempos e lugares (Jó
7,1-4.6-7). Normalmente, toda criatura humana enfrenta dificuldades,
verdadeiras tempestades em sua vida. Culpa da pessoa em questão ou não, esses
sinais de morte lhe atormentam e lhe fazem sofrer. O que acontece? A pessoa em
meio à tempestade tende a ficar desanimada, desestruturada e sem sentido para
viver.
Jó vivia feliz na prosperidade,
junto dos seus familiares e amigos. De repente, sobrevieram sérios problemas,
um após o outro: morte de entes queridos, doenças e problemas financeiros. Para
completar, o Maligno e os amigos ignorantes ainda se aproveitaram da situação
para desencorajá-lo e encaminhá-lo cada vez mais para o fracasso e para a
revolta.
Ainda hoje, quando confesso ou
acompanho as pessoas, percebo o quanto isso isto continua acontecendo. Nos
momentos mais difíceis, sempre aparecem tentações e pessoas para encaminhar os
outros para coisas, ritos ou locais totalmente condenados por Deus. Quem tem fé
madura, é claro que não se desvia para o erro por piores que sejam as
circunstâncias da sua vida.
Jó tinha uma fé e esperança
firmes em Deus. Mesmo em meio às tempestades, continuava dialogando com Deus.
Sua casa tinha sido construída sobre a rocha da fé, não sobre a areia das
ilusões, crendices e ignorâncias que normalmente sobem à cabeça de quem tem
muitos bens materiais ou de quem, mesmo sem tê-los, vivem na na obsessão de
possuí-los um dia, como fim último de toda sua vida.
Perseverando na fé e lutando
contra todas as desesperanças, tentações e ignorâncias do meio que o
circundava, Jó venceu e recebeu em dobro todas as bênçãos de Deus. Mas este
dobro recebido não significava necessariamente que Jó passou a ser mais rico,
mas que passou a viver uma vida muito mais em paz e feliz do que antes.
Embora os bens materiais sejam
importantes para uma família viver com dignidade, a qualidade de vida vai muito
além dos mesmos. Se bem que uma prosperidade abençoada esteja dentro dos planos
do Bom Deus que vê as necessidades dos seus filhos. Quem tem fé sabe e
compreende que a riqueza não é garantia de felicidade. Nosso Deus se faz
presente na nossa vida na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. “Tudo
passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe
falta. Só Deus basta!” Jó acreditava nisso e Deus não o desamparou!
Nosso Deus é Jesus Salvador. Ele
quis carregar nossos pecados e sarar nossas feridas. No lava-pés impactou seus
discípulos justamente para que nunca se esquecessem que toda sua vida foi um
serviço de amor a cada um de nós. O Evangelho revela que Jesus vem ao encontro
de quem está preso na enfermidade, toma-o pela mão para que se levante e
retorne às atividades do dia-a-dia, como fez com a sogra de Simão. As multidões
iam à sua procura e então ele as curava e libertava dos demônios, de todos os
males e prisões (Mc 1, 29-39).
Todos nós temos problemas.
Infelizmente, é uma experiência comum da criatura humana após o pecado das
origens. A diferença está no modo como os enfrentamos. Alguns, sem Deus,
desviados pelo Maligno e pelos amigos ignorantes, afundaram facilmente no
fracasso e nas tempestades. Outros, como Jó, a sogra de Simão e todos aqueles
que procuram Jesus na graça da fé, o encontraram e nele confiaram. Então
venceram.
Sem Deus, um problema que não é
superado, vai gerando outro por efeito dominó e quando menos se espera está
tudo derrubado. A decepção com o cônjuge leva para o vício, este atrapalha o
emprego, vem a demissão, o despejo do aluguel, as dívidas... Facilmente começa
o desentendimento do casal, as angústias dos filhos, as brigas com os vizinhos.
Depois os problemas exteriores vão se interiorizando em forma de invejas,
ciúmes, vazios. Estes pedem a compensação no fazer o mal a alguém ou a si mesmo,
e por aí vai. O Diabo se aproveita desses problemas e fermenta tudo mais. Os
obreiros da maldade facilmente aparecem e fazem a mesma coisa também. Tudo vira
uma grande confusão. Então, numa palavra, precisamos mesmo estar
espiritualmente preparados, em comunhão com Deus. É questão de vida ou morte.
Sem Deus fazemos uma tempestade num copo d’água. Às vezes o problema nem é tão
grande e gera um grande desastre. Com Deus nós andamos sobre as águas e
acalmamos as tempestades. Sem Deus, muitas pessoas já afundaram numa gota
d’água.
Orar e confiar em Deus
Ontem e hoje, Jesus salva, Jesus
cura, Jesus liberta. A oração é a linguagem da fé. E quanto mais forte é a fé,
mais poderosa é a oração. A oração não é manifestação de palavras bonitas. Não
é especulação filosófica, não é mentalização. Oração é atitude do coração que
ama a Deus sobre todas as coisas e simplesmente a Ele se entrega com toda
confiança. Então o Deus amado ama o seu filho, ampara, cura e liberta, por
caminhos que só Ele conhece!
A cura que Deus realiza é a
estagnação da doença para que a saúde volte e a vida floresça em todas as
dimensões do nosso ser. Peça para que Jesus lhe estenda a mão e lhe toque e lhe
levante. Simplesmente peça...
Libertação do maligno é
expulsá-lo do território que não pertence a ele, nem aonde ele é bem vindo. Jesus
expulsa satanás e todas as suas obras. Simplesmente, dê o consentimento da sua
vontade para que Jesus lhe consagre e lhe proteja e lhe liberte de qualquer
influência satânica por menor e mais inofensível que pareça ser.
Como diz o Salmo 147: “Louvai a
Deus, porque ele é bom e conforta os corações!” Deus é bom e sua bondade é
bênção. Abra o coração. Estenda a sua mão. Adore e clame este Deus bondoso.
“Ele conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura!”
O Deus que permite provações
para nos fazer crescer, vem em nosso socorro com a sua Divina Providência para
que sejamos vencedores e plenamente realizados. Em tudo, confiemos no seu amor,
na sua bondade e no seu poder. Oremos, imploremos o seu socorro e proteção. “É
pela oração de súplica que exprimimos a consciência de nossa relação com Deus:
como criaturas, não somos nem nossa origem, nem senhores das adversidades, nem
nosso fim último. Mas, como pecadores, sabemos, na qualidade de cristãos, que
nos afastamos do Pai. O pedido já é uma volta para Ele” (CIC 2629).
Confie sempre no amor de Deus e abandone-se à sua Divina
Providência. Sempre faça tudo como se tudo só dependesse de você. Mas ao mesmo
tempo, sempre entregue nas mãos de Deus, como se tudo só dependesse de Deus.
A verdadeira fé cristã é acreditar no Poder e no Amor de Deus e
viver a vida amparada neste Poder, confiando sempre neste Amor e cooperando com
Ele. Como dizia Santa Tereza D’Ávila: “Nada te perturbe, nada te espante. Tudo
passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança, quem a Deus tem, nada lhe
falta. Só Deus basta! Eleva o pensamento, ao céu sobe, por nada te angusties,
nada te perturbe. A Jesus Cristo segue, com grande entrega, e venha o que vier,
nada te espante. Vês a glória do mundo? É glória vã. Nada tem de estável, tudo
passa. Deseje às coisas celestes, que sempre duram. Fiel e rico em promessas,
Deus não muda. Ama-o como merece, Bondade Imensa. Quem a Deus tem, mesmo que
passe por momentos difíceis, sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta. SÓ DEUS
BASTA!
São Francisco de Assis: “Meu Deus e meu tudo!”
São Paulo Apóstolo: “Nada poderá nos separar do amor de Deus
revelado em Cristo Jesus!”
E Nosso Senhor Jesus Cristo: “Olhai os
lírios do campo. Olhai os pássaros do céu... Não andeis preocupados, dizendo:
Que iremos comer? Ou, que iremos beber?... Vosso Pai celeste sabe que tendes
necessidade de todas essas coisas. Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus
sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6,31-33).
Confie em Deus... Faça a sua parte com fé e perseverança...
Abandone-se nas mãos de Deus porque Ele tudo pode e é Ele quem cuida de nós.
“Tu és Senhor o meu Pastor, por isso nada em minha vida faltará!” “Deus provê,
Deus proverá, a sua misericórdia não faltará!”
Suplique a Deus as bênçãos, as graças para o hoje da sua vida,
as novas vindas do Espírito Santo. Clame a Deus na oração e faça sempre a parte
que lhe cabe. Você colabora com a Providência Divina, abre-se para as bênçãos
de Deus e Deus cuida da sua vida.
Deus é Pai que nos ama com um coração de mãe e nos abraça em
Jesus e no Espírito Santo. O seu amor nos redimiu dos pecados em Jesus e nos
batizou no Espírito Santo. Ele mesmo continua cuidando de nós e pastoreando a
nossa vida através da sua Divina Providência que nos alcança com muitas graças
atuais no cotidiano da história. Muito obrigado por tudo, meu Senhor e meu
Deus!
Vivência da 9ª Semana
_____/
_____/ _____
O amor de Deus providencia
18:00h
– Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h
– Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir
para desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu
tempo a Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h
– Oração inicial
Em
nome do Pai...
Louvor
e/ou Adoração
Súplica
ao Espírito Santo...
(Até
aqui podem ser todos juntos)
19:30h
– Palavra de Deus
Mateus
6,25-34
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo:
Além da Grande Graça Fundamental para a nossa salvação, que é a remissão dos
pecados e a efusão do Espírito Santo, Deus também nos concede muitas outras graças
atuais, pois somente Aquele que nos criou poderá nos conceder todos os meios
necessários para continuarmos existindo e sermos plenamente realizados em nossa
vocação e missão. A esta ação benevolente do Deus Salvador que sempre nos
acompanha e nunca nos abandona chamamos de Divina Providência. Jesus nos ensina
confiarnos no amor providente de Deus Pai, nos abandonarmos nas suas mãos e
buscar o seu reinando der salvação em primeiro lugar. Tudo de bom nos será
acrescentado!
20:30h
– Oração de Abandono
Confie sempre no amor de Deus e abandone-se à sua Divina
Providência. Sempre faça tudo como se tudo só dependesse de você. Mas ao mesmo
tempo, sempre entregue tudo nas mãos de Deus, como se tudo só dependesse dele.
A verdadeira fé cristã é acreditar no Poder e no Amor de Deus e
viver a vida amparada neste Poder, confiando sempre neste Amor e cooperando com
Ele. Como dizia Santa Tereza D’Ávila: “Nada te perturbe, nada te espante. Tudo
passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança, quem a Deus tem, nada lhe falta.
Só Deus basta! Eleva o pensamento, ao céu sobe, por nada te angusties, nada te
perturbe. A Jesus Cristo segue, com grande entrega, e venha o que vier, nada te
espante. Vês a glória do mundo? É glória vã. Nada tem de estável, tudo passa.
Deseje às coisas celestes, que sempre duram. Fiel e rico em promessas, Deus não
muda. Ama-o como merece, Bondade Imensa. Quem a Deus tem, mesmo que passe por
momentos difíceis, sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta. SÓ DEUS BASTA!
E Nosso Senhor Jesus Cristo: “Olhai os
lírios do campo. Olhai os pássaros do céu... Não andeis preocupados, dizendo:
Que iremos comer? Ou, que iremos beber?... Vosso Pai celeste sabe que tendes
necessidade de todas essas coisas. Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus
sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6,31-33).
Confie em Deus... Faça a sua parte com fé e perseverança...
Abandone-se nas mãos de Deus porque Ele tudo pode e é Ele quem cuida de nós.
“Tu és Senhor o meu Pastor, por isso nada em minha vida faltará!” “Deus provê,
Deus proverá, a sua misericórdia não faltará!”
Suplique a Deus as bênçãos, as graças para o hoje da sua vida,
as novas vindas do Espírito Santo. Clame a Deus na oração e faça sempre a parte
que lhe cabe. Você colabora com a Providência Divina, abre-se para as bênçãos
de Deus e Deus cuida da sua vida.
Louve e agradeça a Deus Pai pela sua Divina Providência revelada
em Jesus, no Espírito Santo e que continua se manifestando na sua vida
diaramente. Muito obrigado por tudo, meu Senhor e meu Deus!
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento
Reflexão
da 10ª Semana
Maria, Mãe da Igreja
Iniciamos
nosso temário do Reavivamento no Espírito Santo contemplando o plano salvífico
de Deus para reavivar o seu povo esparramado pelo vale de ossos secos (do mundo) por conta
dos pecados e maldições (Ez 37). Deus Pai realizou a sua obra de salvação
através de Jesus Redentor e do Divino Espírito Santo.
O
Espírito Santo é o grande dom pascal de Jesus Ressuscitado para que os seus
discípulos tenham a vida, a vida em abundância. Em tudo isso vimos o amor de
Deus em ação e continua nos amando através das suas graças derramadas no hoje da nossa história.
Deus
é um Pai providente, misericordioso e fiel. Jesus e o Espírito Santo são as
suas duas mãos que nos alcançam e nos abraçam desde a criação até os dias de hoje.
Na Cruz, de braços abertos, Jesus nos abraçou de um modo especial e eterno pois
ali, no alto do Calvário, ele ofereceu o sacrifício cruento da nossa redenção. Ele deu a sua vida para nos resgatar. A cruz é a maior prova do amor de Deus pela humanidade. Toda graça brota da
cruz!
Maria na
História da Salvação
Em
toda História da Salvação operada pela Santíssima Trindade de Amor em
nosso favor não podemos deixar de ver a presença doce e terna da Santíssima
Virgem Maria.
Maria
foi associada de um modo especial à vida e à missão da Santíssima Trindade. Ela não é uma circunstância ocasional, secundária e insignificante. “Ela
é parte essencial do mistério da salvação. Cristo, para nós, veio de Maria.
Dela o recebemos. É dela que o recebemos, na sua primeiríssima relação conosco.
Ele é Homem como nós, é nosso irmão pelo ministério maternal de Maria. Se
almejamos ser cristãos, devemos ser marianos, isto é, devemos reconhecer a
relação essencial, vital e providencial que une a Virgem com Jesus, abrindo-nos
o caminho que ele conduz” (Papa Paulo VI).
É
impossível separar Maria de Jesus e Jesus de Maria. Tendo sido a escolhida para
ser a Mãe do Salvador, Maria é verdadeiramente Mãe de Jesus por vontade divina
e aceitou esta missão com todo amor, liberdade e consciência quando disse, “eis
aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra”. Por isso ela
não é secundária, mas é central na História da Salvação, porque sendo Mãe, Ela
está intimamente ligada a Jesus, que é o centro de todo mistério da Salvação. E
isto não foi algo que se perdeu no passado, pois Ela continua sendo a Mãe do
Salvador por toda eternidade.
A
esse respeito o Concílio Vaticano II ensina: “Esta maternidade de Maria na
economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente
deu na anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação
eterna de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou
esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a
alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de
seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem
à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos
de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. Mas isto entende-se de maneira
que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único mediador, que é
Cristo.”
A humildade da Virgem Maria
Lançou os olhos sobre a humildade da sua serva: qual é essa humildade de que fala a Bem-aventurada Virgem? A esse respeito não são unânimes os pensamentos dos santos Doutores. Dizem alguns que, entre todas as virtudes, a humildade é a única que não se contempla e não se conhece a si mesma; pois o que se julga humilde é soberbo. Razão pela qual, ao dizer a Bem-aventurada Virgem que Deus olhou a sua humildade, não se refere à virtude da humildade, mas à sua baixeza e abjeção.
“Há duas espécies de humildade, diz São Bernardo. A primeira é a filha de verdade, é fria e sem calor. A segunda é filha da caridade, e nos abrasa. A primeira consiste no conhecimento, e a segunda na afeição. Pela primeira, conhecemos que nada somos, e esse conhecimento, tomamo-lo de nós mesmos e de nossa própria miséria e enfermidade. Pela segunda, calcamos aos pés a glória do mundo, e aprendemo-la dAquele que se aniquilou a Si mesmo, e que fugiu quando O procuraram para elevá-lO à glória de realeza; e que, em vez de fugir, ofereceu-Se voluntariamente quando O procuram para crucificá-lO e mergulhá-lO em um abismo de opróbrios e ignomínias”.
Se perguntardes porque Deus considerou antes a humildade da Santíssima Virgem que a sua pureza e suas outras virtudes, se todas nEla se achavam em grau elevadíssimo, responder-vos-á Santo Alberto Magno, com Santo Agostinho, que considerou antes a sua humildade, porque Lhe era mais agradável que sua pureza.
“A virgindade é muito louvável, diz São Bernardo, mas a humildade é necessária. Aquela é de conselho, esta de mandamento. Podeis ser salvo sem a virgindade, mas sem a humildade não há salvação. Sem a humildade de Maria, ouso dizer que não teria sido agradável a Deus a sua virgindade. Se Maria não fosse humilde, o Espírito Santo não teria decido a Ela; e se não houvesse descido a Ela, Ela não seria Mãe de Deus. Ela agradou a Deus pela virgindade, mas concebeu o Filho de deus pela humildade. Donde é necessário concluir que foi a humildade que tornou sua virgindade agradável à divina Majestade”.
Maria, Mãe da Igreja
A maternidade espiritual de Maria faz parte do anúncio fundamental do Evangelho de Jesus. Porque é uma grande alegria saber que o amor de Deus por nós é tão grande que ainda inclui a bênção de Maria. Saber que a Mãe do Salvador também é nossa Mãe nos enche de paz, gratidão e alegria.
Dos muitos títulos que Maria
recebeu, creio que o principal, o que mais aponta para a sua especial participação
na História da Salvação, ontem, hoje e sempre, é que ela é Mãe de Jesus e nossa, ou seja, Maria é a Mãe
da Igreja.
A Igreja existe na sociedade como
instituição com suas leis, deveres, prédios, estruturas, organismos, ovelhas e
pastores. Mas a Igreja é mais que uma organização social. A Igreja transcende a
sociedade, o tempo e o espaço. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo e Jesus é o
Cabeça (Col 1,18).
A Igreja somos nós, católicos batizados na Santíssima
Trindade e que professam a mesma fé dos Apóstolos. Nós somos a Igreja de Jesus,
e Jesus é o nosso Cabeça. Então, à medida que Maria é verdadeiramente Mãe de
Jesus, ela também é verdadeiramente Mãe da Igreja. Por isso, Maria, a Mãe de Jesus
também é nossa Mãe. A principal missão de Maria foi e continua sendo ser Mãe de
Jesus e nossa Mãe também. Tudo isso está subjacente no título Maria, Mãe da
Igreja.
Como Mãe, Maria não só teve um papel especial, ela continua tendo uma importância muito grande na nossa salvação. Por isso gosto tanto desse título, dessa verdade de fé, de que Maria é a Mãe da Igreja.
Mas é necessário ir além da ortodoxia
da fé e adentrar na ortopráxis da mesma. Ou seja, sendo Mãe de Jesus e nossa
Mãe também, Maria continua exercendo o seu ministério maternal na nossa vida da
mesma forma que exerceu na vida de Jesus.
Maria é nossa Mãe espiritual e
como toda Mãe nos ajudou a nascer como filhos de Deus à medida que pelo seu SIM
se tornou a Mãe do Salvador. Se nos tornamos filhos de Deus pela Graça de
Jesus, e se Jesus nasceu de Maria, então Maria teve uma participação especial
no nosso nascimento espiritual como filhos e filhas de Deus. Tudo de Maria em
nós tem a ver antes com o que Ela participou na vida de Jesus. Mãe é mãe se
ajudar a nascer. Maria é verdadeiramente nossa mãe porque nos ajudou a nascer
como filhos de Deus, em Cristo Jesus, o nosso Redentor.
Avançando na ortopráxis da fé,
para não só constatarmos que Maria é nossa Mãe, mas para realmente acolhermos
sua maternidade espiritual na nossa vida e vivermos como seus filhos, é
significativo lembrar que do alto da Cruz, donde brotou toda graça da nossa
redenção, Jesus proclamou que Maria é realmente nossa mãe na pessoa de São João
Evangelista, quando disse: “Mulher eis aí o teu filho! Filho eis aí a tua Mãe!”
(Jo 19,17) E desde aquele momento João levou Maria para a sua casa, para cuidar
dela, mas também para ser cuidado por ela.
Quantas vezes Jesus disse que nós
somos os seus irmãos... (Mt 28,10) Quantas vezes a Palavra ensina que Ele é o
primogênito entre muitos irmãos... (Rm 7,29) Se somos irmãos de Jesus, então, que
alegria, somos filhos e filhas da Mãe de Jesus!
Da certeza da fé de que Maria é Mãe
de Jesus e nossa, de que Maria é a Mãe da Igreja, cultivemos toda uma devoção a
ela, tanto nos entregando aos seus cuidados e proteção de Mãe, como imitando os
seus exemplos e recorrendo à sua poderosa intercessão.
Toda salvação vem de Deus. Mas
Deus designou nos salvar com a nossa participação. Neste desígnio de Deus, Ele
quis que Maria fosse a nossa Mãe na ordem da graça e que tivéssemos um verdadeiro
amor filial a ela como também devemos ter para com a nossa mãe terrena.
Deus
quis Maria no seu plano de salvação e Maria disse SIM a Deus. Assim, quando recorremos a Maria como Mãe nós
fazemos isso obedecendo à vontade de Deus. Quando Maria cuida de nós como
filhos, ela também faz isso em obediência à vontade de Deus. E como a vontade
de Deus é sempre a melhor pra nossa verdadeira felicidade, então não demoremos
em acolher Maria, a Mãe de Jesus, como nossa Mãe também.
Nós não substituímos Deus por
Maria. Nem Maria quer ocupar o lugar de Deus na nossa vida. Maria não substitui
Deus, como uma mãe de família ao realizar a sua missão também não substitui
Deus, como um médico não substitui Deus ao cuidar do paciente, como um padre
não substitui Deus ao pastorear as ovelhas, como uma professora não substitui
Deus ao ensinar seus alunos. Não existe nada de substituição. Trata-se de
obedecer a vontade de Deus, sempre conforme o seu plano de salvação.
Deus decidiu nos
salvar com a nossa participação e nesse plano quis que Maria fosse Mãe de Jesus
e Jesus quis que a sua Mãe também fosse nossa Mãe. Se Deus quis, Ele sabe o que
faz e sabe o que diz. Não batemos de frente com a vontade de Deus renegando e
rejeitando Maria como nossa Mãe. Deus quer cuidar do paciente através do médico,
da família terrestre através da mãe terrena e quer ensinar o aluno através da
professora... De forma semelhante, Ele quer nos amparar no seu colo e cuidar de nós como filhos através de Maria. E Maria exerce o seu ministério maternal com muito amor, docilidade, prontidão e alegria, sempre movida pelo amor a Deus e
a nós, os seus filhos e filhas. Assim sendo, é feliz que tem Deus por Pai, Jesus por irmão e Maria por Mãe. Com alegria, somos teus ó Maria!
Maria
entre a promessa e a realização
Queremos continuar contemplando a missão maternal da Santíssima Mãe de Jesus e nossa seguindo mesmo esquema do livro dos Atos dos Apóstolos.
Primeiro
Jesus prometeu o Batismo no Espírito. Mas antes da realização da promessa no
dia de Pentecostes (At 2), os discípulos perseveraram em oração com Maria, a Mãe de
Jesus (At 1,14). Maria sempre está entre a promessa e a realização. Antes de Jesus
nascer, ela foi a jovem orante, obediente e fiel à Palavra de Deus. Por isso
foi a escolhida para ser a Mãe do salvador e através dela recebemos a graça da
redenção. Agora, antes da efusão solene de Pentecostes, ela é a Mãe orante que
acompanha e orienta os discípulos de Jesus para serem todos batizados no
Espirito de Deus.
Na
preparação para Pentecostes o nome que desponta não é o de Pedro, mas o de
Maria (At 1,14). Tudo isso é muito significativo. Depois de Pentecostes o nome
de Maria desaparece e despontam os nomes de Pedro, como chefe da Igreja, e o de
Paulo, como missionário dos pagãos. Porque Maria, a Serva do Senhor, cumpriu a
sua missão e agora se coloca por detrás, intercedendo e amparando a Igreja no
seu manto maternal.
Na
primeira vez Maria aceitou docilmente o chamado do Pai para ser a Mãe do
Salvador. Agora acolhe aos pés da Cruz o desejo de Jesus para ser a Mãe da
Igreja. Se podemos imaginar Maria cuidando de Jesus, sobretudo nos seus
primeiros anos de vida até a juventude, quando se diz que na companhia de seus
pais Ele crescia em estatura, graça e sabedoria, e que lhes era obediente,
agora podemos imaginar Maria zelando pela Igreja nascente, orientando Pedro e
os demais Apóstolos, para que renasçam pelo Espírito de Jesus para uma vida
nova, depois cresçam e frutifiquem abundantemente na missão. E podemos imaginar
todos escutando Maria com atenção e obedecendo-a com toda alegria e veneração.
Na
prática, obedientes a Jesus, na esteira de João, todos Apóstolos acolheram
Maria como Mãe e Maria os adotou como filhos. Eles se consagraram a ela e ela
prontamente zelou pela vida de cada um. Jesus nasceu de Maria. A Igreja também
nasceu acompanhada pelo seu amor terno e oblato.
Hoje
é a mesma coisa. Maria é nossa Mãe e Intercessora. Em Caná da Galiléia ela
intercedeu para que Jesus transformasse a água em vinho (Jo 2). Agora ela pede para
que todos seus filhos sejam cheios do vinho novo do Espírito Santo (At 2).
Creio
que não podemos mudar o modo como Deus escolheu para agir. Maria sempre teve
uma missão especial no seu projeto de salvação. Ela sempre esteve entre a
promessa e a realização. Ela sempre
esteve no centro, embora não seja o Centro. Hoje, Maria também é central na vida
cristã e não pode ser descartada “como se fosse uma mulher igual às outras”.
A devoção mariana não é opcional na vida de um cristão. Todo cristão deve ser devoto de Maria, porque esta é a vontade de Deus que quis que ela fosse Mãe de Jesus e nossa. Maria
sempre cooperou com a Santíssima Trindade, por um chamado especial que Deus lhe
fez. E os dons de Deus são irrevogáveis! Por isso, da mesma forma que os
primeiros cristãos perseveraram em oração com Maria, a Mãe de Jesus, nós também
devemos orar com ela para que o Espírito Santo seja mais uma vez abundantemente
derramado na nossa vida.
Imitação de Maria
Ao falarmos da essência da vida cristã-batismal, a qual deve ser posta na perspectiva do seguimento de Jesus Cristo, trazemos à nossa mente e coração o preciosíssimo exemplo de Santa Maria de Nazaré.
Tal como o filho se sente satisfeito junto da sua mãe, também o cristão junto de Maria. Procuremos por todos os meios manter sempre viva sua lembrança em nós e venerá-la com gratidão.
A verdadeira devoção de Nossa Senhora “não consiste em uma emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes” (LG 67). A imitação de Maria é, precisamente, outro aspecto da vida mariana. Só Jesus é o ‘Caminho’ que conduz ao Pai; Ele é o único modelo. Mas quem é mais semelhante a Jesus do que Maria? Quem possui em maior profundidade do que Maria os mesmos sentimentos de Jesus Cristo? “Oh Senhora! – exclama São Bernardo –, Deus mora em ti e tu n’Ele. Tu revestiste-lo com a substância da tua carne e ele revestiu-te com a glória da sua majestade”. O Espirito Santo, que é o Espírito de Jesus, tomou posse plena da alma puríssima de Maria e esculpiu nela, com suma perfeição e delicadeza, todas as perfeiçoes da alma de Cristo; com razão se pode afirma que, imitar Maria é imitar Jesus... ninguém poderá dizer com maior sinceridade e verdade do que Nossa Senhora “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo”(1cor 4,16). (trecho de Intimidade Divina,124)
Maria passa à frente
O povo de Deus tem o senso da fé e por isso a Igreja Católica sempre venerou Maria na esteira do Anjo Gabriel (Lc 1,28), de Santa Isabel (Lc 1,42), dos noivos das Bodas de Caná (Jo 2), de João Evangelista (Jo 19,17), dos Apóstolos no Cenáculo de Jerusalém (At 1,14)... A própria Virgem Maria foi impulsionada pelo Espírito Santo a dizer que todas as gerações haveriam de proclamá-la Bem-aventurada (Lc 1,48). A devoção mariana nasce da Bíblia e é dom do Espírito Santo para a Igreja desde os seus primórdios.
Podemos imaginar naquela manhã de Pentecostes Maria impondo as mãos sobre a cabeça de Pedro e dos outros discípulos de Jesus. Eu e você não iríamos perder tão grande oportunidade, iríamos? É claro que os Apóstolos também não perderam esta oportunidade, pois da mesma forma que Isabel, eram muito felizes com a presença da Mãe do Senhor no meio deles. Se pedimos oração aos irmãos, quanto mais os apóstolos e os primeiros cristãos não acorriam a Maria! Portanto, acorramos a Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe Amável. E peçamos para ela interceder e impor as suas mãos imaculadas sobre a nossa cabeça para que, em Nome de Jesus, sejamos sempre cheios do Espírito Santo, sempre revestidos com o Poder do Alto.
Gosto muito de ouvir o povo rezar: Maria, passa à frente! É a forma carinhosa que o povo vai criando e pedindo o socorro e a intercessão da Mãe. Tudo isso é impulso do Espírito Santo no coração dos fiéis.
Quando dizemos “Maria passa à frente” é porque ela passou à frente de Jesus, como aurora da salvação, e preparou tudo para ele. Ela passou à frente, subiu as montanhas, para servir sua prima Isabel. Também naquele dia, em Caná da Galiléia, ela passou à frente, foi ver o que faltava na casa daqueles noivos no dia do casamento. É uma Mãe. E toda mãe tem esse “negócio” de passar à frente e ver o que falta na vida dos filhos. Passa à frente Mãezinha. Intercede sempre por nós a Jesus o teu amado Filho e nosso Salvador!
Maria passa à frente para servir. Ela é a mulher do silêncio, da oração e do serviço. Maria não substitui o Espírito Santo na vida cristã. Como também não substitui Jesus e o Pai Celeste. Ela sempre cooperou com as Três Pessoas da Santíssima Trindade e os Três sempre contaram com a cooperação dela de uma forma especial.
No que se refere ao Espírito Santo, Maria é a Mãe que continua cuidando e intercedendo por nós para que sejamos sempre cheios do Espírito de Deus como ela mesma foi. No início da Igreja Maria não fez a missão do Espírito Santo. Ela perseverou em oração com os discípulos para que todos fossem batizados no Espírito, como Jesus havia prometido. Assim foi Maria nos inícios, assim ela continua agindo hoje em dia. Ela é a Mãe que passa à frente cuidando, orientando e intercedendo.
Maria passa à frente intercedendo e preparando os filhos para Deus. Uma vez na presença do Deus Uno e Trino ela nos ensina: Eis a aqui escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra! Façam o que Jesus disser! O Senhor fez em mim maravilhas, Santo é o seu Nome!
Miryam, a amada
Santa Maria de Nazaré não é um título dado a Maria como Imaculada Conceição, Nossa Senhora de Fátima, Rosa Mística... Santa Maria de Nazaré se refere à Maria do Evangelho enquanto judia, discípula de Jesus, presente no meio dos primeiros cristãos, tanto cuidando do Menino Jesus como da primeira comunidade cristã em Jerusalém. Só existe uma Maria, só existe uma Nossa Senhora. A original, se podemos dizer assim, é Santa Maria de Nazaré e só surgiram outros títulos porque antes uma jovem de Nazaré foi completamente disponível à Graça de Deus na sua vida. Porém, os muitos títulos que essa jovem santa recebeu indicam a grandeza da sua alma e a particularidade da sua missão na História da Salvação, sempre unida ao seu Filho Jesus Cristo.
Maria foi muita amada por Deus. Com certeza Deus mesmo inspirou São Joaquim e Santa Ana a chamá-la assim, porque Maria, Miryam, significa a amada. E pelo modo como viveu e realizou a sua missão, Maria também se tornou pura expressão do amor de Deus. Deus nos ama com um coração de mãe. Olhando para Maria nós contemplamos o amor maternal de Deus. Se um casal cristão pode sinalizar o amor de Jesus por sua Igreja, Maria sinaliza muito bem o amor maternal de Deus por toda humanidade.
“E o nome da Virgem era Maria... (Lc 1,27) O nome de Maria é belo e suave, cheio de ternura e de paz, porque ao invocarmos esse nome que está abaixo somente do Nome de Deus, ao invocarmos esse nome, chamamos por aquela que é a Mãe de Jesus e nossa. Ligando o nome à pessoa e à missão, é um nome santo e poderoso o da Santíssima Virgem Maria. São Bernardo dizia:
Ó tu, que te sentes, longe da terra firme, levado pelas ondas deste mundo, no meio dos temporais e das tempestades, não desvies o olhar da luz deste Astro, se não quiserdes perecer. Se o vento das tentações se elevar, se o recife das provações se erguer na tua estrada, olha para a Estrela, chama por Maria.
Se fores sacudido pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, do ciúme, olha para a Estrela, chama por Maria. Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.
Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, que não se afaste de teu coração; e, para obter o auxílio da sua oração, não te descuides do seu exemplo de vida.
Seguindo-a, terás a certeza de não te desviares; suplicando-lhe, de não desesperar; consultando-a, de não te enganares.
Se ela te segurar, não cairás; se te proteger, nada terás de temer; se te conduzir, não sentirás cansaço; se te for favorável, atingirás o objetivo.
Vivência
da 10ª Semana
_____/
_____/ _____
Maria, a Mãe de Jesus
18:00h –
Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
Criar
ambiente de acolhida e irmandade. Todos sintam-se em casa!
Local
limpo, ventilado e favorável para a Vivência. Cadeiras em círculo. Altar com a
Bíblia Católica completa. Livros de cânticos disponíveis.
Pedir para
desligar o celular, marcar a Bíblia, temário e cada um consagrar o seu tempo a
Deus.
Evangelista
pode aproveitar para fazer as vistorias da semana.
19:00h –
Oração inicial
Em nome do
Pai...
Louvor e/ou
Adoração
Súplica ao
Espírito Santo...
(Até aqui
podem ser todos juntos)
19:30h –
Palavra de Deus
Jo 19,25-27
Pregação
e/ou Partilha com foco no tema da Vivência. Poderá buscar ajuda no texto da
reflexão da semana.
Resumo: Jesus disse que somos seus irmãos, então a sua Mãe também é nossa Mãe. Maria é nossa Mãe espiritual e como toda Mãe nos ajudou a nascer como filhos de Deus à medida que pelo seu SIM se tornou a Mãe do Salvador. Se nos tornamos filhos de Deus pela Graça de Jesus, e se Jesus nasceu de Maria, então Maria teve uma participação especial no nosso nascimento espiritual como filhos e filhas de Deus. Tudo de Maria em nós tem a ver antes com o que Ela participou na vida de Jesus. Mãe é mãe se ajudar a nascer. Maria é verdadeiramente nossa mãe porque nos ajudou a nascer como filhos de Deus, em Cristo Jesus, o nosso Redentor. É significativo lembrar que do alto da Cruz, donde brotou toda graça da nossa redenção, Jesus proclamou que Maria é realmente nossa mãe na pessoa de São João Evangelista, quando disse: “Mulher eis aí o teu filho! Filho eis aí a tua Mãe!” (Jo 19,17) E desde aquele momento João levou Maria para a sua casa, para cuidar dela, mas também para ser cuidado por ela.
20:30h –
Oração de Consagração a Nossa Senhora
Jesus
foi o primeiro que nos consagrou como filhos e filhas à sua Querida Mãe
Imaculada, quando disse lá no Calvário: “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis
aí a tua Mãe!” (Jo 19,25-27) Quando
fazemos nossa consagração a Nossa Senhora, estamos obedecendo a vontade de
Jesus e ela realmente nos acolhe e guarda no seu Imaculado Coração. Pela
consagração renovamos que somos filhos e filhas de Maria e por ela, somos inteiramente
consagrados a Nosso Senhor Jesus Cristo. A Mãe nos acolhe para com ela sermos
inteiramente de Jesus. Ela só nos quer para Jesus!
“Totus Tuus
Mariae”
É Jesus, ó
Virgem Maria, que da cruz nos quer confiar a Ti, não para atenuar, mas para
confirmar o seu papel exclusivo de Salvador do mundo. Se no discípulo João, te
foram entregues todos os filhos da Igreja, tanto mais me apraz ver confiados a
Ti, ó Maria, os jovens do mundo.
A Ti, doce
Mãe, cuja proteção eu sempre experimentei, os entrego, novamente, nesta tarde.
Todos, sob o teu manto, procuram refúgio na tua proteção.
Tu, Mãe da
divina graça, fá-los brilhar com a beleza de Cristo!
São os jovens
deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados
do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra.
Mas são também
os jovens para os quais a Igreja olha com confiança, na consciência de que, com
a ajuda da graça de Deus, conseguirão acreditar e viver como testemunhas do
Evangelho no hoje da história.
Ó Maria,
ajuda-os a responder à sua vocação. Guia-os para o conhecimento do amor
verdadeiro e abençoa os seus afetos.
Ajuda-os no
momento do sofrimento. Torna-os anunciadores intrépidos da saudação de Cristo
no dia de Páscoa: a Paz esteja convosco!
Com eles,
também eu me confio mais uma vez a Ti e, com afeto confiante, te repito: Totus
tuus ego sum! Eu sou todo teu! E também cada um deles Grite a Ti comigo: Totus
tuus! Totus tuus! Amém!
Pai Nosso / Ave Maria / São Paulo, rogai por nós!
21:00h – Avisos / Aniversariantes / Encerramento