Temário 6 - Dimensão da Eclesialidade (26 07 19)


Encontro Inicial
____/ ____/ ____

Dimensão da
Eclesialidade

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus:

 20:00h – Reflexão

20:30h – Oração no Espírito Santo

21:00h – Avisos / Aniversariante / Despedida / Encerramento / Graça e Paz!












Anotações

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Meditação Orante
 da Palavra de Deus

1º Dia (                       ): ____________
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2º Dia (                         ):___________
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3º Dia (                        ): ___________
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4º Dia (                          ): __________
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5º Dia (                                 ): _______
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6º Dia (                   ): ______________
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7º Dia (                           ): __________
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1º Encontro ____/ ____/ ____

Tempo da Igreja, tempo da salvação

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Lc 19,1-10

20:00h – Reflexão

A história é o tempo que a gente vive e o espaço que a gente cultiva. A Igreja de Jesus é histórica porque um dia ela foi fundada sobre a fé professada por Pedro e desde então está situada no tempo e no espaço (Igreja Peregrina), mas sem, contudo se limitar aos mesmos, porque ela se estende no purgatório (Igreja Purgante) e no céu (Igreja triunfante). Na história, a Igreja vive do Espírito Santo e continua a missão que Jesus lhe confiou, sendo sinal e construtora do Reino de Deus sobre a face da terra. Este tempo que estamos vivendo, o tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, é o tempo da Igreja. São os últimos dias. Tempo favorável para a salvação da humanidade, uma vez que, depois deste tempo, já não haverá outro, mas somente a eternidade “pelos séculos dos séculos, Amém!”

O homem no tempo

Vivemos imersos no tempo, dia e noite, semana, mês e ano, mas com sede de eternidade. O mundo não nos satisfaz. Mas é neste tempo e em meio às mais diferentes circunstâncias que nos envolvem, sejam elas boas ou ruins, que vamos traçando a nossa história e tecendo a nossa vida. Por isso, precisamos fazer as escolhas certas e perseverar no caminho da vida, porque somente desta forma damos um salto na história e entramos na eternidade. Não que a gente tenha que queimar etapa. Mas toda vez que sabemos escolher bem e perseveramos no bem, vivemos a verdadeira vida e isto já é o começo da eternidade.
Porém, o homem imerso no tempo e na trama de uma história marcada pelo pecado desde as origens da humanidade, não consegue ser feliz sozinho. Ainda no alvorecer da história sobrevieram as trevas da ignorância. Ele virou as costas para Aquele que o chamou à existência e lhe deu o ser, e transmitiu as debilidades da sua natureza ferida pelos pecados aos seus descendentes, de geração em geração, até chegar aos nossos dias. (Sl 51) O pecado original é muito atual. Desde então, o homem que foi criado para felicidade e para a eternidade, e Deus não o teria criado se não fosse para esta finalidade, é atormentado pelo mal das suas próprias fraquezas e instintos egoístas que o viciam, pelas energias negativas do mundo que lhe puxam para baixo e pelos demônios que o rodeiam como leões que rugem, sempre procurando a quem devorar.
Jesus nos ensinou a rezar: “Livrai-nos do mal”. O mal não é uma abstração. Ele é muito real e atuante, de modo que muitas vezes o homem deixa de fazer o bem que quer e acaba fazendo mal que não quer. As influencias negativas realmente influenciam. Os demônios realmente existem e sempre estão em ação, mentindo, matando e destruindo. Esta é a realidade: o homem não pode se salvar sozinho. Deus criou o homem do nada, o mal o empurra para o nada... Ele necessita do seu Salvador, daquele que O criou. Fugir disso é mergulhar na ilusão e seguir na noite escura que conduz à frustração eterna.

Deus Conosco

“Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?” – lamentava São Paulo diante da sua triste realidade de pecador. Imediatamente, porém, responde para si mesmo com este louvor: “Sejam dadas graças a Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7,24-25). Em meio ao vale de lágrimas, existe uma grande Verdade que supera a própria realidade, porque pode transformá-la: Deus é Amor e nunca abandona o homem nas trevas do pecado e no lamaçal da morte! Por isso que na plenitude dos tempos Jesus nasceu de Maria, por obra e Graça do Espírito Santo. Ele é Emanuel, Deus Conosco. Veio procurar o perdido, redimir o condenado, curar o doente, libertar o prisioneiro e restaurar o paraíso. (Lc 4,14ss)
Jesus entrou na história da humanidade e salvou o homem do mal. Quando Ele nasceu o anjo anunciou: “Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor!” (Lc 2,10s). Isto é Kairós. Quando acolhemos Jesus na nossa história, quando lhe damos tempo, Ele transforma o nosso tempo em Tempo de Salvação. É festa no céu e na terra também. Kairós é “glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele amados!” (Lc 2,14)

A alegria da conversão

Tempo é ouro. Por isso Deus não perde tempo e deseja nos salvar aqui e agora o mais rápido possível, para que tenhamos vida e sejamos plenamente realizados no seu amor. Quando acolhemos a Graça de Deus, Ele entra na nossa história pessoal e nós entramos no Tempo da Salvação. Por isso Ele insiste: “Eis o tempo favorável. Eis o tempo da Salvação!” (2Cor 6,2)
O tempo de Deus não é ontem, porque Ele não fica olhando o leite derramado e preso no passado. Quem vive olhando para trás vira estátua de sal. O tempo de Deus não é amanhã, porque o amanhã nunca chega. O tempo de Deus se chama HOJE, porque somente hoje, aqui e agora, Ele pode entrar na nossa vida, apagar todos os pecados e nos fazer viver uma vida nova por toda eternidade. Mas Deus tem um limite. A liberdade dele termina aonde começa a nossa. Deus é educado. Ele não entra aonde não recebe licença. Ele é o primeiro a respeitar o grande dom que nos deu: a nossa liberdade. Deus é Amor, e só existe amor na liberdade. Por isso, o nosso relacionamento com Ele só é possível no horizonte da liberdade e, se não quisermos, Ele não pode nos salvar, porque em coração de pedra, nem Deus pode dá jeito.
A urgência que Deus tem para nos salvar é um dos temas centrais da obra de Lucas (Evangelho e Atos dos Apóstolos). A história de Zaqueu é um caso exemplar (Lc 19,1-10). Zaqueu era rico, poderoso e, por incrível que pareça, infeliz. Era “muito baixo”: vivia para o dinheiro e por isso roubava e explorava.
Um certo dia, Zaqueu subiu numa figueira para ver Jesus passar, pois, como sabemos, “era muito baixo”. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima, e disse: “Desça DEPRESSA, Zaqueu, porque HOJE preciso ficar em sua casa”. Esta boa notícia ecoou no coração do pobre homem de Jericó. Acolheu a palavra de Jesus e nele acreditou: “Desceu RAPIDAMENTE, e RECEBEU Jesus com alegria”. Que atitude de fé e humildade! Que prontidão! Que alegria! disse Jesus consigo mesmo. Então, estabeleceu o Kairós na vida de Zaqueu; “Hoje a Salvação entrou nesta casa!” Muitos criticaram o Senhor Jesus, dizendo: “Ele foi se hospedar na casa de um pecador!” Ora, mas foi precisamente para isto a que veio: reconciliar os homens com o Pai. Jesus não se alegra com a morte do pecador, mas que se converta e viva vida nova, aqui e agora. (Jo 3,16-18)
Ante a urgência de Deus nos salvar, é preciso a emergência da nossa conversão, livre e consciente. Da nossa resposta dependerá a nossa salvação ou a nossa condenação. O que fica para trás é de muito menos valor que “as coisas novas” concedidas por Deus.
Conversão é metanóia, ou seja, transformação da vida e mudança de trajetória. Conversão é deixar o pecado que nos faz errar o alvo, é “lançar-se em direção à meta em vista do prêmio do alto que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo”. Trata-se de uma opção fundamental: a decisão de iniciar uma vida nova que tende a crescer e a se desenvolver mais e mais na graça do Espírito Santo.
Também nós, que já fomos batizados e participamos da Igreja, precisamos nos converter diariamente. A conversão é algo permanente porque dia após dia somos tentados a virar as costas para o Deus da Vida e adorar os ídolos. A cada dia temos a oportunidade de refazer o nosso compromisso com Deus. Arrependermo-nos dos erros cometidos e renovar o SIM. Desta forma vamos cooperando com a renovação da nossa vida cristã-batismal de modo permanente. (Col 3,10)
Salvação é, pois, a graça da vida nova e abundante em Cristo Jesus. Para que ela ocorra é preciso que nos convertamos. Porém, esta decisão de mudar de vida nunca será resultado só do nosso esforço. É preciso que queiramos, mas, na verdade, a conversão é fruto do Espírito Santo. Como dizia Santo Agostinho: “É o próprio Deus quem opera em nós o querer e o fazer!” É fundamental para a nossa salvação que desejemos, aspiremos, supliquemos com insistência e acolhamos o Espírito Santo. Ele é a nossa única esperança. Sem a Graça de Deus não podemos fazer nada, nem mesmo nos converter. (Jo 5,5)


Salvação pela fé

Em um mundo atormentado pelo pecado, niilismo, secularismo e ditadura do relativismo, urge confessar, anunciar e celebrar, no Hoje da nossa história pessoal, familiar e comunitária, a Boa Nova de Jesus, a verdadeira alegria da humanidade, para que todos se tornem seus discípulos e tenham a vida em seu Nome. Porque “não há salvação em nenhum outro, pois não existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens, pelo qual tenhamos de ser salvos!” (Atos 4,12) e “todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo!” (Rm 10,13)

Jesus é a Salvação
(Mt 1,21; Lc 2,30; Rm 8,1)

Graças ao misericordioso coração do nosso Deus, o Sol Nascente veio nos visitar, para iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte, para guiar nossos passos no caminho da paz. (Lc 1,78-79; Is 9,1-6) Na declaração "DOMINUS IESUS", sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja, o Cardeal Ratzinger, Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, confessava:
Deve, portanto, crer-se firmemente como verdade de fé católica que a vontade salvífica universal de Deus Uno e Trino é oferecida e realizada de uma vez para sempre no mistério da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus. Neste sentido, pode e deve dizer-se que Jesus Cristo tem para o género humano e para a sua história um significado e um valor singulares e únicos, só a Ele próprios, exclusivos, universais, absolutos. Jesus é, de facto, o Verbo de Deus feito homem para a salvação de todos. Recebendo esta consciência de fé, o Concílio Vaticano II ensina: “O Verbo de Deus, por quem todas as coisas foram feitas, encarnou, a fim de, como homem perfeito, salvar a todos e recapitular todas as coisas. O Senhor é o fim da história humana, “o ponto para o qual tendem os desejos da história e da civilização”, o centro da humanidade, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações. É aquele a quem o Pai ressuscitou dos mortos, exaltou e colocou à sua direita, constituindo-O juiz dos vivos e dos mortos”. “Precisamente esta singularidade única de Cristo é que Lhe confere um significado absoluto e universal, pelo qual, enquanto está na História, é o centro e o fim desta mesma História: “Eu sou o Alfa e o Ómega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22,13).

Sem fé é impossível
agradar a Deus (Hb 11,6)

Após o passo inicial da conversão, o modo pelo qual damos permissão para Deus nos salvar é a fé. Pela razão sabemos que Deus existe e cremos na sua existência. Até os demônios sabem que Ele existe. Mas somente pela obediência da fé permitimos o Deus Eterno entrar na nossa história e nos colocamos totalmente sob o seu senhorio de salvação e dentro do seu Reino. (Mc 1,15)
A fé, enraizada na Palavra de Deus e resumida no Credo da Igreja Católica, parece pouco, mas é tudo. Esta é a nossa vitória, a nossa fé! (1Jo 5) Por isso ela é tão atacada por todos os lados. Por isso o homem doente, desde Adão, faz de tudo para viver como se Deus não existisse e como se fosse capaz de se salvar sozinho. E esta continua sendo a grande tentação do homem moderno. Querer ser Deus. Querer viver sem Deus e prescindir daquele que Ele enviou para nos salvar, Jesus Cristo. Muitas seitas e ideologias apregoam justamente isso, e muitos, infelizmente, caem nesta ilusão. Por isso o mundo inventa tantas crendices, superstições e mentiras. Tudo para embaraçar a mente humana e tirar o foco da fé. Por isso os demônios mentem e confundem, porque eles sabem quem é Jesus e a necessidade da fé para ter a vida no único Caminho que conduz para a Salvação.
Permanecem a fé, a esperança e o amor. O amor está acima de tudo, mas tudo começa pela fé. A profissão de fé livre e consciente coloca o homem na presença de Jesus Salvador e em um processo permanente de conversão, cura e libertação. Não se deve deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. A fé em Jesus Salvador deve ser professada Hoje, aqui e agora, e tudo mais será acrescentado. Hoje é o tempo favorável. Hoje é o dia da Salvação! “Pois se você confessa com a sua boca que Jesus é o Senhor, e acredita com o seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, você será salvo. É acreditando com o coração que se obtém a justiça, e é confessando com a boca que se chega à salvação.” (Rm 10,9)

O horizonte da salvação

O cristão vive na tensão escatológica do “já” e do “ainda não”. “Já” fomos salvos por Jesus. Mas “ainda não” fomos completamente salvos, pois estamos a caminho e podemos tropeçar. O mal “já” foi vencido na sua raiz. Mas “ainda” existem frutos ruins espalhados no mundo. Satanás “já” foi amarrado. Mas “ainda” consegue ter poder sobre quem dele se aproxima. Por isso em cada Santa Missa o sacerdote reza logo após o Pai Nosso: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. E o povo exclama com fé e esperança: “Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!” O Reino de Deus é o horizonte da nossa esperança e o destino final da história. A vitória é certa. Por caminhos que só Deus conhece, a Divina Providência está em ação, e no dia certo o mal será completamente destruído, a verdade prevalecerá e o amor vencerá. Até lá, vamos cooperando com Deus e teremos como morada eterna o Reino do Céu. Quem ajudar a construir o Reino terá parte no Reino. Aquele que perseverar até o fim, este será salvo! Desta forma, Deus “já” decretou a vitória final. Mas “ainda” cada pessoa em particular deve escolher se fica com Ele ou com Satanás. Eis a tensão escatológica da história até a segunda vinda de Cristo.
O Reinado de Deus iniciou desde quando Jesus Cristo foi gerado no ventre de Maria por obra do Espírito Santo. O mesmo Reinado continua se expandindo em cada pessoa que, a exemplo de Maria, aceita Jesus na sua vida através da fé e do batismo, e persevera na esperança. Onde o Reinado de Deus acontece a vida floresce, pois Jesus Cristo veio para que todos tenham a vida plena que começa nesta terra e se prolonga por toda eternidade. Com Jesus em nosso meio, o Reino de Deus já começou e continua se expandindo cada vez mais. Só não foi completamente estabelecido sobre a face da terra logo na sua primeira vinda porque o Pai Celeste é misericordioso e deseja que mais e mais pessoas possam se converter e acolher a graça da salvação. Para isso, o Evangelho deve ser anunciado (At 1,6-11) e todas as pessoas devem ser batizadas. (Mt 28,19) Se o Reino de Deus tivesse sido completamente implantado logo na primeira vinda de Cristo, até nós não teríamos tido o tempo suficiente para acolher a salvação. O Pai Celeste é sábio em tudo o que faz e os seus desígnios são sempre certos e insondáveis! (Rm 11,33-36)
Desde quando Jesus subiu ao céu, começamos a viver o último período da história, os chamados últimos tempos. Este é o tempo da Igreja que, assistida pelo Espírito Santo, continua na história a missão salvífica de Jesus. Entre a primeira vinda e a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, este tempo que estamos vivendo é o tempo do Kairós, o tempo favorável para a nossa salvação! Não há outra chance. Ao acolhermos a salvação que Jesus nos oferece, que é Ele mesmo, participaremos do Reino de Deus. Mas se lhe fechamos o coração, também não seremos dignos de entrar no seu Reino de Salvação. O Pai Celeste amou tanto o mundo que enviou o seu Filho único para salvá-lo, não para condená-lo. Quando acreditamos em Jesus, somos salvos. Mas se o rejeitamos, por culpa própria, fazemos a escolha da nossa própria condenação. (Jo 3) Também, se renegamos Jesus diante dos homens, também Ele nos renegará diante do Pai Celestial. De igual forma, se não o reconhecemos, acolhemos e servimos nos pobres e marginalizados, também Ele não nos acolherá no Reino dos Céus.
Na sua primeira vinda Jesus não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo. No Último Dia, porém, quando Ele retornar repentinamente cheio de glória, estabelecerá o Juízo Universal e implantará definitivamente o Reino de Deus sobre a face da terra. “O dia do Senhor chegará como um ladrão à noite. Quando as pessoas disserem: ‘Estamos em paz e segurança’, então de repente a ruína cairá sobre elas, como as dores do parto para a mulher grávida, e não conseguirão escapar” (1Tes 5,2). A Igreja será arrebatada para a glória. As portas do inferno não prevalecerão sobre ela. O mundo, com todas as suas imundícies, será destruído. Satanás, que já é um derrotado pela Cruz, será totalmente eliminado. Os bons serão separados dos maus, os salvos dos condenados.
Bento XVI, na Encíclica Spe Salvi, continua a nos ensinar: “No grande Credo da Igreja, a parte central – que trata do mistério de Cristo a partir da sua geração eterna no Pai e do nascimento temporal da Virgem Maria, passando pela cruz e a ressurreição até ao seu retorno – conclui com as palavras: ‘... de novo há de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos’. Já desde os primeiros tempos, a perspectiva do Juízo influenciou os cristãos até na sua própria vida quotidiana enquanto critério segundo o qual ordenar a vida presente, enquanto apelo à sua consciência e, ao mesmo tempo, enquanto esperança na justiça de Deus. A fé em Cristo nunca se limitou a olhar só para trás nem só para o alto, mas olhou sempre também para frente, para a hora da justiça que o Senhor repetidas vezes preanunciara. Este olhar para diante conferiu ao cristianismo a sua importância para o presente.”
A esperança que nasce da fé faz ver o futuro. De modo que “a fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem”. (Hb 11,1) Vemos que, com a destruição do Maligno e de todo o seu principado, também desaparecerão todos os outros males e surgirão “um novo céu e uma nova terra”. João vislumbrou tudo isso numa visão concedida por Deus na profecia do Apocalipse: “O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu marido. Nisso, saiu do trono uma voz forte. E ouvi: ‘Esta é a tenda de Deus com os homens. Ela vai morar com eles. Eles serão o seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!’ Aquele que está sentado no trono declarou: ‘Eis que faço novas todas as coisas’. O vencedor receberá esta herança: eu serei o Deus dele, e ele será meu filho. Quanto aos covardes, infiéis, corruptos, assassinos, imorais, feiticeiros, idólatras, e todos os mentirosos, o lugar deles é o lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap 21,1ss)
Revela-nos ainda o Senhor Jesus: “Eis que venho em breve, e comigo trago o salário para retribuir a cada um conforme o seu trabalho. Eu sou o Alfa e o ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. Felizes aqueles que lavam suas roupas para terem poder sobre a árvore da Vida, e para entrarem na Cidade pelas portas. Vão ficar de fora os cães, os feiticeiros, os imorais, os assassinos, os idólatras, e todos os que amam ou praticam a mentira.” (Ap 22,12-15)
O mundo na Bíblia não se refere à natureza que Deus criou. Mundo é tudo aquilo que é imundície e também tudo aquilo que se fecha para Graça da Salvação e tem o Diabo como príncipe. Este mundo e o Maligno têm pavor da segunda vinda de Cristo, pois este será o dia da sua completa destruição. Entretanto, aqueles que vivem na fé e perseveram no amor, esperam com alegria a chegada do seu Senhor e Salvador, pois “Deus não nos destinou para a sua ira, e sim para a salvação através de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual morreu por nós a fim de que, acordados ou dormindo, fiquemos unidos a ele.” (1Tes 5,9s)
Quando a promessa está para ser cumprida, a esperança se transforma em expectativa. “Marana tha! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20)

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Lc 19,1-10): _______________
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2º Dia (Rm 7,14-25): ____________
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3º Dia (2Cor 5,14-21): ____________
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4º Dia (2Cor 5,1-10): ____________
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5º Dia (Lc 1,67-80): ____________
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6º Dia (1Jo 5,1-12): ____________
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7º Dia (1Tes 5,1-11): ____________
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2º Encontro ____/ ____/ ____

Igreja, sacramento universal de salvação

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Col 1,13-20

20:00h – Reflexão

Mediante a fé e o batismo, a pessoa é simultaneamente associada a Jesus Cristo e, em Jesus Cristo, à sua Igreja. Porque a Igreja é mais que uma instituição social. Ela é o Corpo Místico de Cristo, e Ele, a sua Cabeça. (1Cor 12,27; Rom 12,5; Col 1,18; Ef 1,22-23) Cabeça e Corpo são inseparáveis. O Cristo Total não é só Jesus, mas Jesus e sua Igreja. A Igreja somos nós, que professamos a fé em Jesus Salvador e fomos batizados. Então, e isto com certeza é uma grande honra que Deus nos dá, nós somos o Corpo Místico de Cristo e, com Ele, por Ele e para Ele, cooperamos diretamente na salvação da humanidade.

O filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua morte e ressurreição, remiu o homem e transformou-o em nova criatura (cfr. Gál. 6,15; 2 Cor. 5,17). Pois, comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de todos os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o Seu Corpo.
É nesse corpo que a vida de Cristo se difunde nos que crêem, unidos de modo misterioso e real, por meio dos sacramentos, a Cristo padecente e glorioso. Com efeito, pelo Baptismo somos assimilados a Cristo; «todos nós fomos baptizados no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo» (1 Cor. 12,13). Por este rito sagrado é representada e realizada a união com a morte e ressurreição de Cristo: «fomos sepultados, pois, com Ele, por meio do Baptismo, na morte»; se, porém, «nos tornámos com Ele um mesmo ser orgânico por morte semelhante à Sua, por semelhante ressurreição o seremos também (Rom. 6, 4-5). Ao participar realmente do corpo do Senhor, na fracção do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com Ele e entre nós. «Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão» (1 Cor. 10,17). E deste modo nos tornamos todos membros desse corpo (cfr. 1 Cor. 12,27), sendo individualmente membros uns dos outros» (Rom. 12,5).
E assim como todos os membros do corpo humano, apesar de serem muitos, formam no entanto um só corpo, assim também os fiéis em Cristo (cfr. 1 Cor. 12,12). Também na edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e de funções. É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja (cfr. 1 Cor. 12, 1-11). Entre estes dons, sobressai a graça dos Apóstolos, a cuja autoridade o mesmo Espírito submeteu também os carismáticos (cfr 1 Cor. 14). O mesmo Espírito, unificando o corpo por si e pela sua força e pela coesão interna dos membros, produz e promove a caridade entre os fiéis. Daí que, se algum membro padece, todos os membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se, alegram (cfr. 1 Cor. 12,26).
A cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n 'Ele foram criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e todas n'Ele subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogénito de entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cfr. Col. 1, 15-18). Pela grandeza do Seu poder domina em todas as coisas celestes e terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e acção, enche todo o corpo das riquezas da Sua glória (cfr. Ef. 1, 18-23).
Todos os membros se devem conformar com Ele, até que Cristo se forme neles (cfr. Gál. 4,19). Por isso, somos assumidos nos mistérios da Sua vida, configurados com Ele, com Ele mortos e ressuscitados, até que reinemos com Ele (cfr. Fil. 3,21; 2 Tim. 2,11; Ef. 2,6; Col. 2,12; etc.). Ainda peregrinos na terra, seguindo as Suas pegadas na tribulação e na perseguição, associamo-nos nos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, sofrendo com Ele, para com Ele sermos glorificados (cfr. Rom. 8,17).
É por Ele que «o corpo inteiro, alimentado e coeso em suas junturas e ligamentos, se desenvolve com o crescimento dado por Deus» (Col. 2,19). Ele mesmo distribui continuamente, no Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios, com os quais, graças ao Seu poder, nos prestamos mutuamente serviços em ordem à salvação, de maneira que, professando a verdade na caridade, cresçamos em tudo para Aquele que é a nossa cabeça (cfr. Ef. 4, 11-16 gr.).
E para que sem cessar nos renovemos n'Ele (cfr. Ef. 4,23), deu-nos do Seu Espírito, o qual, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres compararem a Sua acção à que o princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano. (Lumem Gentiun, 7)

Nós somos a Igreja, o Corpo Místico de Cristo. Nós fazemos parte do Cristo Total. Disso resulta que não podemos brincar de Igreja, pulando de seita em seita, porque a Igreja Verdadeira não é fundação humana, mas divina, e uma vez da Igreja, também não podemos ser do mundo, porque mundo e Igreja são duas realidades completamente distintas e separadas entre si.
A Igreja Católica Apostólica Romana é um projeto nascido no coração do Pai Celeste desde os tempos de Abraão, foi fundada por Jesus sobre a rocha da fé professada por Pedro e nasceu cheia de vida, santidade e dons no dia de Pentecostes, sob o manto maternal e a intercessão de Nossa Senhora. Todas as outras Igrejas foram fundadas por homens e mulheres ao longo da história. A Igreja Católica, porém, foi fundada por Jesus Cristo, e por isso as portas do inferno nunca irão prevalecer sobre ela.

Cristo, mediador único, estabelece e continuamente sustenta sobre a terra, como um todo visível, a Sua santa Igreja, comunidade de fé, esperança e amor, por meio da qual difunde em todos a verdade e a graça. Porém, a sociedade organizada hierarquicamente, e o Corpo místico de Cristo, o agrupamento visível e a comunidade espiritual, a Igreja terrestre e a Igreja ornada com os dons celestes não se devem considerar como duas entidades, mas como uma única realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano e divino. Apresenta por esta razão uma grande analogia com ó mistério do Verbo encarnado. Pois, assim como a natureza assumida serve ao Verbo divino de instrumento vivo de salvação, a Ele indissoluvelmente unido, de modo semelhante a estrutura social da Igreja serve ao Espírito de Cristo, que a vivifica, para o crescimento do corpo (cfr. Ef. 4,16).
Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica; depois da ressurreição, o nosso Salvador entregou-a a Pedro para que a apascentasse (Jo. 21,17), confiando também a ele e aos demais Apóstolos a sua difusão e governo (cfr. Mt. 28,18 ss.), e erigindo-a para sempre em «coluna e fundamento da verdade» (I Tim. 3,5). Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como sociedade, é na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele, que se encontra, embora, fora da sua comunidade, se encontrem muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica.
Mas, assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens os frutos da salvação. Cristo Jesus «que era de condição divina... despojou-se de si próprio tomando a condição de escravo (Fil. 2, 6-7) e por nós, «sendo rico, fez-se pobre» (2 Cor. 8,9): assim também a Igreja, embora necessite dos meios humanos para o prosseguimento da sua missão, não foi constituída para alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a humildade e abnegação, também com o seu exemplo. Cristo foi enviado pelo Pai « a evangelizar os pobres... a sarar os contritos de coração» (Luc. 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Luc. 19,10). De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles a Cristo. Enquanto Cristo «santo, inocente, imaculado» (Hebr. 7,26), não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor. 5,21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr. 2,17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.
A Igreja «prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus», anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cfr. Cor. 11,26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz. (Lumem Gentiun, 8)
Igreja e mundo

Entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, este tempo que estamos vivendo, o tempo favorável para a salvação de todos, é o tempo da Igreja. Porque depois deste tempo já não haverá outro, mas somente a eternidade. Para aqueles que forem salvos na barca de Pedro, uma eternidade de salvação no Reino dos Céus: “Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela”. (Mt 16) Para aqueles que rejeitaram Jesus e preferiram o mundo, uma eternidade de condenação no inferno. Deus não é ruim. Apenas dá a cada um, o que cada um escolheu para si. Deus é Justo e Fiel. “O Filho de Deus não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo. Quem acredita nele, é salvo. Que não acredita, já está condenado”. (Jo 3)
Vemos pois que, enquanto peregrino na história, o cristão não é do mundo, mas da Igreja. Jesus dizia que nos tirou do mundo para ele. O habitat sobrenatural dos seus discípulos chama-se Igreja, a comunidade dos santos, ou seja, dos consagrados, aqueles que foram separados do mundo para Deus. Com pesar lamentamos o que às vezes acontece: o mundo entra na Igreja e suja, enquanto que a Igreja é que sempre deveria iluminar e fermentar o mundo com os valores do Evangelho. Mas mesmo assim, isto não mata a verdade de que Igreja e mundo são duas coisas distintas e nunca deveriam se misturar, como a água e o óleo.
O que vem a ser o mundo na Bíblia Sagrada? O mundo não é a natureza bonita criada por Deus. O mundo também não é aquilo que é realmente bom e ético na sociedade. Mundo é tudo aquilo que é imundo, sujo, diabólico e fechado para a Graça de Deus. A Igreja dá as mãos ao que é bom na sociedade. Mas sempre deve se fechar para aquilo que não presta e que se contrapõe ao Evangelho. Porque uma coisa é a Igreja, outra coisa é o mundo, cujo príncipe é Satanás.

Igreja e Reino de Deus

Sendo o Corpo Místico de Cristo, portanto, participante da Graça, vida e missão de Jesus, a Igreja é sacramento universal da salvação no meio do mundo. Como sacramento, a Igreja é, a seu modo, sinal eficaz da Graça de Deus, “ex opere operato”. Por caminhos que só a Divina Providência conhece, aonde a Igreja é estabelecida, Jesus se faz presente de forma eclesial e continua realizando o seu ministério Salvífico em benefício de toda humanidade. O Evangelho vai sendo anunciado, as pessoas vão se convertendo e formando comunidades de fé, esperança e amor, as bênçãos vão sendo derramadas, os demônios sendo expulsos, as maldições sendo destruídas e as trevas vão sendo dissipadas. Apesar das fraquezas dos membros, os quais sempre precisam se converter para continuar no caminho da salvação, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo e a sua alma é o Divino Espírito Santo. Por isso, a presença da Igreja sempre abala as estruturas do inferno e do mundo, e destrói as sepulturas da morte. Desta forma, o crescimento da Igreja favorece a expansão do Reino de Deus sobre a face da terra. “A Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e observando fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus, de estabelecê-lo em todos os povos e deste Reino constitui na terra o germe e o início. Entrementes ela, enquanto cresce paulatinamente, anela pelo Reino consumado e com todas as suas forças espera e suspira unir-se ao seu Rei na glória.” (Lumen Gentium, 6)
O Reino de Deus é vida plena para todos. É paz, justiça e alegria no Espírito Santo, assim como era no paraíso, antes do pecado e de Satanás entrarem na história da humanidade. Na sua primeira vinda Jesus inaugurou este Reino e deixou a sua Igreja para continuar a sua missão. Tudo o que a Igreja vive e faz está em função da construção do Reino de Deus até que ele seja completamente estabelecido. Então a humanidade retornará ao paraíso perdido e haverão “novos céus e nova terra”.
Por ser sacramento universal da salvação, a Igreja é “princípio, sinal e instrumento” do Reino de Deus. Uma vez inaugurado, o Reino de Deus só vai ser completamente instaurado na segunda vinda de Cristo, mas com a nossa participação. Se o homem cooperou no estrago do paraíso original no qual Deus colocou nossos primeiros pais, é justo que ele também coopere na sua recuperação. O Deus que nos criou sozinho decidiu não nos salvar sozinho, já dizia Santo Agostinho. Quanto mais a Igreja evangeliza e faz o bem no meio da humanidade, mais ela sinaliza, constrói e apressa a vinda do Reino de Deus.
Embora Igreja e Reino de Deus sejam duas realidades distintas, o Reino de Deus é muito superior e a abrange, a Igreja possui uma importância especial porque é Obra de Deus, foi fundada por Jesus, vive do Espírito Santo e é sinal deste Reino sobre a face da terra. Por isso a condição para entrar no Reino de Deus é antes entrar na Barca de Pedro pela fé e o batismo. Tal qual como Nova Arca de Noé, a Barca de Pedro salva do naufrágio universal e conduz infalivelmente ao porto seguro do Reino de Deus. Em meio à confusão de Igrejas fundadas por aí, e dada a importância da Igreja Católica fundada por Jesus, urge se identificar e viver assim: Meu nome é CRISTÃO e meu sobrenome é CATÓLICO.

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!




Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Mt 16,13-20): ______________
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2º Dia (Ap 22,12-15): ____________
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3º Dia (Col 1,13-20): ____________
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4º Dia (Ef 1,15-23): ____________
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5º Dia (1Cor 12,12-21): ____________
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6º Dia (Jo 1,10-13): ____________
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7º Dia (Mt 22,1-14): ____________
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3º Encontro ____/ ____/ ____

Tempo da Igreja, tempo do Discipulado 1 x 1

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): 2Tm 2,1-7

20:00h – Reflexão

Estamos nos últimos tempos. Jesus fundou a Igreja para continuar a sua missão ao longo da história até o advento definitivo do Reino de Deus. Por isso, este tempo que estamos vivendo, além de ser favorável para a nossa salvação, também é tempo de evangelização. Devemos colocar em prática a metodologia missionária que Paulo ensinou a Timóteo: Discipulado 1 x 1: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. O que de mim ouviste na presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para ensiná-lo a outros”. (2Tm 2,1-2) Um discípulo pesca e forma outro discípulo da melhor maneira possível. Este, por sua vez, pesca e forma outro discípulo, e assim por diante.
Urge evangelizar com a metodologia do Discipulado 1 x 1 para que o Reino de Deus se estenda por toda terra e as pessoas sejam salvas. Porque enquanto estamos trabalhando pelo Reino de Deus e bem da humanidade, Satanás tem os obreiros da maldade desviando as pessoas do Caminho da Salvação, destruindo as famílias, espalhando o erro pelo mundo, incentivando para os vícios e jogando todos no inferno.
Ei, psiu! Evangelizar mesmo, não ficar só na intenção. Porque os obreiros da maldade não perdem tempo e Jesus mesmo disse que muitas vezes os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz! Mas ele não disse isso para cruzarmos os braços e justificar a nossa acomodação e preguiça. Muito pelo contrário. Ele fez esta exortação para nos colocarmos de prontidão, amar o próximo e calçar as sandálias da missão. Porque se muitas vezes os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz, então, mais do que espertos e cheios de maquinações, Jesus quer que nós, os filhos da luz, sejamos sábios e ajudemos na salvação da humanidade com discernimento e criatividade.
Discipulado 1 x 1: Jesus quer qualidade. Que sejamos realmente seus discípulos. Mas Jesus também quer quantidade. “Ide pelo mundo e evangelizai todas as criaturas. Fazei que todos os povos se tornem meus discípulos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!” (Mt 19,29)
Lembre-se que você não é um pobre coitado, um “Zé Ninguém”. Você é cristão, discípulo de Jesus, membro do Corpo Místico de Cristo, templo do Espírito Santo. Você é uma bênção e é chamado por Deus para ser uma bênção na vida de outras pessoas. Por isso, coloque em prática as suas capacidades, testemunhe Jesus pelo seu exemplo de vida, convide alguém para o Siloé, ministre a Palavra de Deus para uma pessoa com a ajuda dos Temários do DJC. Partilhe os seus dons e através de você a graça de Deus vai alcançar outras pessoas. Seja um canal. É Deus mesmo quem vai fazer a sua obra na vida de alguém. Apenas, seja um canal da graça de Deus. “O Deus que criou tudo sozinho, decidiu não salvar o mundo sozinho.” (Santo Agostinho)
Deus quis precisar de você. Deus confia em você. Deus conta com você! Deus não chama os capacitados. Capacita aqueles que escolheu!


A caridade da evangelização

O homem é salvo pela fé em Jesus e na esperança. A fé e a esperança dependem da pregação do Evangelho!

Pois se você confessa com a sua boca que Jesus é o Senhor, e acredita com o seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, você será salvo. É acreditando com o coração que se obtém a justiça, e é confessando com a boca que se chaga à salvação. De fato, a Escritura diz: “Todo aquele que acredita nele, não será confundido.” Não há distinção entre judeu e grego, pois ele é o Senhor de todos, rico para com todos aqueles que o invocam. Porque todo aquele que invoca o nome do Senhor, será salvo.
Ora, como poderão invocar aquele no qual não acreditaram? Como poderão acreditar, se não ouviram falar dele? E como poderão ouvir, se não houver quem o anuncie? Como poderão anunciar se ninguém for enviado? Como diz a Escritura: “Como são belos os pés daqueles que a anunciam o Evangelho!” A fé depende, portanto, da pregação, e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. (Rm 10,9-15.17)

A alegria de termos sido salvos impulsiona-nos para anunciar Jesus, porque “não há salvação em nenhum outro, pois não existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens, pelo qual tenhamos de ser salvos!” (Atos 4,12) e “todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo!” (Rm 10,13) Somente Jesus Salvador pode estender a mão e dar o favor da sua Graça que redime, cura, liberta e batiza no Espírito Santo todos aqueles que o invocam e depositam nele a sua esperança.

“A maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o serviço da Palavra. Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum Progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento.” (Papa Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2013)

Nunca esquecer esses quatro pontos fundamentais:

1 – Convidar, motivar e acolher para evangelizar. Nunca é demais convidar e acolher. Todos discípulos podem ajudar. Discipulado 1x1!

2 - Evangelizar com unção, parresia, compaixão e marketing. Todo sacrifício vale a pena, porque é a salvação das pessoas que está em jogo.

3 - Ministrar o Evangelho da Salvação e o batismo no Espírito Santo. Jesus concentrou a sua missão neste ponto. Sem o batismo no Espírito Santo tudo fica na carne e na letra que mata. Sem o batismo no Espírito Santo, o trabalho todo é desperdiçado!

4 - Quem vivencia a Graça da Salvação precisa de um lugar favorável para continuar caminhando, crescendo e evangelizando. Sempre motivar a pessoa para caminhar no Discipulado de Jesus Cristo (Siloé e Fraternidades Cristãs).

O Batismo no Espírito Santo

No dia de Pentecostes apareceram então umas como línguas de fogo e pousaram sobre Maria e os discípulos reunidos em oração no cenáculo. Todos ficaram cheios do Espírito Santo. Pareciam como que embriagados e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. (At 2)
Já Moisés desejava que todos os homens recebessem o Espírito do Senhor (Nm 11,29). Desde os tempos dos profetas, sabia-se que o grande dom dos tempos messiânicos seria o derramamento do Espírito de Deus que reaviva e faz nova todas as coisas (Ez 37,1ss; Joel 3,1ss). Ao falar da essência da missão de Jesus, o maior dos profetas, João Batista, dizia que Ele veio para batizar no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,7-12). E o próprio Jesus, no exercício do seu ministério, conduzia todos para o batismo (Mt 28,19; At 1,8).
Jesus salva a pessoa que professa a fé nele de forma concreta, através do batismo trinitário, que é um sacramento único e irrepetível (Mt 28,19) e continua salvando através de um batismo, por assim dizer, pentecostal, que é sempre renovado no decorrer da caminhada (At 1,8). Este Batismo Pentecostal, que é uma nova efusão do Espírito Santo, Jesus realizou tanto no Pentecostes Solene de Jerusalém (At 2), como em muitos outros pentecostes relatados no livro dos Atos dos Apóstolos e em outros escritos do Novo Testamento.
No exercício da nossa missão de evangelizar os já batizados, devemos continuar fazendo o mesmo que Jesus fez. Anunciar o Evangelho da Salvação e sempre ministrar o batismo pentecostal no Espírito Santo. Deus mesmo vai fazendo a sua obra no decorrer da caminhada, de efusão em efusão. “Através do que se denomina, precisamente, “batismo do Espírito”, tem-se experiência da unção do Espírito Santo na oração, de seu poder no ministério pastoral, de seu consolo na provação, de sua guia nas decisões. Antes ainda que na manifestação dos carismas, é assim como se lhe percebe: como Espírito que transforma interiormente, dá o gosto do louvor a Deus, abre a mente à compreensão das escrituras, ensina a proclamar Jesus como “Senhor” e dá o valor de assumir tarefas novas e difíceis, no serviço de Deus e do próximo”. (Fr. Raniero, Pregador do Papa)
Dadas as considerações, é importante o Discipulado de Jesus Cristo sempre ministrar o Reavivamento no Espírito Santo, mesmo que de forma personalizada. Maiores informações nos subsídios próprios.

O DJC existe para evangelizar

O Discipulado de Jesus Cristo (DJC) é um movimento católico de evangelização. Ou seja, o DJC existe no seio da Igreja para evangelizar, para ajudá-la na construção do Reino de Deus sobre a face da terra. Nossa vocação e missão é SER e FORMAR discípulos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
É importante que cada discípulo que caminha no DJC faça a sua parte, sempre evangelizando onde estiver, com quem estiver e como puder. Só não pode ficar parado. É importante todos, crianças, jovens e adultos, solteiros e casados, colocarem em prática a metodologia paulina do Discipulado 1 x 1.
Mas temos que ter um foco: convidar as pessoas para o Siloé e motivá-las para caminharem nas Fraternidades Cristãs. Então elas serão evangelizadas, curadas e batizadas no Espírito Santo. Continuarão crescendo na vida cristã-batismal e frutificando, conforme Jesus dizia no Evangelho de João: “Meu Pai é glorificado quando vocês são meus discípulos e produzem muitos frutos!” (15,5) Quem semeia muito, colhe muito. Quem semeia pouco, colhe pouco!

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (2Tm 2,1-7): _______________
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2º Dia (Rm 10,9-17): ____________
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3º Dia (At 3,11-26): ____________
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4º Dia (At 4,23-31): ____________
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5º Dia (At 11,19-26): ____________
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6º Dia (At 14,1-28): ____________
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7º Dia (At 16,1-15): ____________
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4º Encontro ____/ ____/ ____

Livrai-nos do mal

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Mc 9,14-29

20:00h – Reflexão

Até o advento definitivo do Reino de Deus, enquanto peregrina na história, a Igreja, como “princípio, sinal e instrumento” deste Reino, trava um verdadeiro combate espiritual contra as forças do mal. Por isso precisamos meditar sobre o que a fé nos ensina acerca do mal, a fim de podermos evitá-lo e vencê-lo. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!”, exortava Jesus aos primeiros cristãos. Seguimos nosso estudo com o Papa Paulo VI, ele que viveu após o Concílio Vaticano II, que foi um Novo Pentecostes para a Igreja, momentos de grandes confusões e perseguições de todos os tipos, tendo os demônios como principais artífices.

xxx

Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja? Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos Demônio.
Antes de esclarecermos o nosso pensamento, convidamos o vosso a abrir-se à luz da fé sobre a visão da vida humana, visão que, deste observatório, se alarga imensamente e penetra em singulares profundidades. E, para dizer a verdade, o quadro que somos convidados a contemplar com realismo global é muito lindo. É o quadro da criação, a obra de Deus, que o próprio Deus, como espelho exterior da sua sabedoria e do Seu poder, admirou na sua beleza substancial (cf. Gn 1,10 ss.).
Além disso, é muito interessante o quadro da história dramática da humanidade, da qual emerge a da redenção, a de Cristo, da nossa salvação, com os seus magníficos tesou­ros de revelação, de profecia, de santidade, de vida elevada a nível sobrenatural, de promessas eternas (cf. Ef 1,10). Se soubermos contemplar este quadro, não poderemos deixar de ficar encantados (Santo Agostinho, Solilóquios); tudo tem um sentido, tudo tem um fim, tudo tem uma ordem e tudo deixa entrever uma Presença-Transcendência, um Pensamento, uma Vida e, finalmente, um Amor, de tal modo que o universo, por aquilo que é e por aquilo que não é, se apresenta como uma preparação entusiasmante e inebriante para alguma coisa ainda mais bela e mais perfeita (cf. ICor 2,9; Rm 8,19-23). A visão cristã do cosmo e da vida é, portanto, triunfalmente otimista; e esta visão justifica a nossa alegria e o nosso reconhecimento pela vida, motivo por que, celebrando a glória de Deus, canta­mos a nossa felicidade.

Ensinamento Bíblico

Esta visão, porém, é completa, é exata? Não nos impor­tamos, porventura com as deficiências que se encontram no mundo, com o comportamento anormal das coisas em relação à nossa existência, com a dor, com a morte, com a maldade, com a crueldade, com o pecado, numa palavra, com o mal? E não vemos quanto mal existe no mundo especialmen­te quanto à moral, ou seja, contra o homem e, simultaneamente, embora de modo diverso, contra Deus? Não consti­tui isto um triste espetáculo, um mistério inexplicável? E não somos nós, exatamente nós, cultores do Verbo, os cantores do Bem, nós crentes, os mais sensíveis, os mais perturbados, perante a observação e a prática do mal? Encontramo-lo no reino da natureza, onde muitas das suas manifestações, se­gundo nos parece, denunciam a desordem. Depois, encontramo-lo no âmbito humano, onde se manifestam a fraqueza, a fragilidade, a dor, a morte, e ainda coisas piores; observa-se uma dupla lei contrastante, que, por um lado, quereria o bem, e, por outro, se inclina para o mal, tormento este que São Paulo põe em humilde evidência para demonstrar a necessidade e a felicidade de uma graça salvadora, ou seja, da salvação trazida por Cristo (Rm 7); já o poeta pagão Ovidio tinha denunciado este conflito interior no próprio cora­ção do homem: “Video meliora proboque, deteriora sequor”(Ovídio Met.7, 19). Encontramos o pecado, perversão da liberdade humana e causa profunda da morte, porque é um afastamento de Deus, fonte da vida (cf. Rm 5,12) e, também, a ocasião e o efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo, o Demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha.
Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência desta realidade; ou melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudo-realidade, como uma personificação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças.
O problema do mal, visto na sua complexidade em rela­ção à nossa racionalidade, torna-se uma obsessão. Constituí a maior dificuldade para a nossa compreensão religiosa do cosmo. Foi por isso que Santo Agostinho penou durante vários anos: “Quaerebam unde malum, et non erat exitus”, procurava de onde vinha o mal e não encontrava a explicação. (Confissões, VII,5 ss)
Vejamos, então, a importância que adquire a advertência do mal para a nossa justa concepção; é o próprio Cristo quem nos faz sentir esta importância. Primeiro, no desenvolvimento da história, haverá quem não recorde a página, tão densa de significado, da tríplice tentação? E ainda, em mui­tos episódios evangélicos, nos quais o Demônio se encontra com o Senhor e aparece nos seus ensinamentos (cf. Mt 1,43)? E como não haveríamos de recordar que Jesus Cristo, referindo-se três vezes ao Demônio como seu adversário, o qualifica como “príncipe deste mundo” (Jo 12,31; 14,30; 16,11)? E a ameaça desta nociva presença é indicada em muitas passagens do Novo Testamento. São Paulo chama-lhe “deus deste mundo” (2Cor 4,4) e previne-nos contra as lutas ocultas, que nós cristãos devemos travar não só com o Demônio, mas com a sua tremenda pluralidade: “Revesti-vos da armadura de Deus para que possais resistir às ciladas do Demônio. Porque nós não temos de lutar (só) contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, contra os Dominadores deste mundo tenebroso, contra os Espíritos malignos espalhados pelos ares” (Ef 6,11-12).
Diversas passagens do Evangelho dizem-nos que não se trata de um só demônio, mas de muitos (cf. Lc 11,21; Mc 5,9), um dos quais é o principal: Satanás, que significa o adversário, o inimigo; e, ao lado dele, estão muitos outros, todos criaturas de Deus, mas decaídas, porque rebeldes e condenadas; constituem um mundo misterioso transformado por um drama muito infeliz, do qual conhecemos pouco (cf. DS 800).

O Inimigo Oculto

Conhecemos, todavia, muitas coisas deste mundo diabólico, que dizem respeito à nossa vida e a toda a história humana. O Demônio é a origem da primeira desgraça da humanidade; foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com aquela falta de Adão, o Demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo nos pode libertar.
Trata-se de uma história que ainda hoje existe: recordemos os exorcismos do batismo e as freqüentes referências da Sagrada Escritura e da Liturgia ao agressivo e opressivo “domínio das trevas” (Lc 22,53). Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana.
Deve-se recordar a significativa parábola evangélica do trigo e da cizânia, síntese e explicação do ilogismo que parece presidir às nossas contrastantes vicissitudes: “Inimicus homo hoc fecit” (Mt 13,2). É o assassino desde o princípio… e “pai da mentira”, como o define Cristo (cf. Jo ,44-45); é o insidiador sofista do equilíbrio moral do homem. Ele é o pérfido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós através dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica, ou de desordenados contatos sociais na realização de nossa obra, para introduzir neles desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou às nossas profundas aspirações instintivas.
Este capítulo, relativo ao Demônio e ao influxo que ele pode exercer sobre cada pessoa, assim como sobre comunidades inteiras sociedades, ou sobre acontecimentos, é um capitulo muito importante da doutrina católica, que deve ser estudado novamente, dado que hoje o é pouco. Algumas pessoas julgam encontrar nos estudos da psicanálise ou da psiquiatria, ou em práticas evangélicas, no principio da sua vida pública, de espiritismo, hoje tão difundidas em alguns países, uma compensação suficiente. Receia-se cair em velhas teorias maniqueístas, ou em divagações fantásticas e supersticiosas. Hoje, algumas pessoas preferem mostrar-se fortes, livres de preconceitos, assumir ares de positivistas, mas depois dão crédito a muitas superstições de magia ou populares, ou pior, abrem a própria alma – a própria alma batizada, visitada tantas vezes pela presença eu­carística e habitada pelo Espírito Santo – às experiências licenciosas dos sentidos, às experiências deletérias dos estupefacientes, assim como às seduções ideológicas dos erros na moda, fendas estas por onde o maligno pode facilmente penetrar e alterar a mentalidade humana.
Não quer dizer que todo o pecado seja devido diretamente à ação diabólica; mas também é verdade que aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do “mysterium iniquitatis”, ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna problemática a alternativa da nossa salvação.
A nossa doutrina torna-se incerta, obscurecida como está pelas próprias trevas que circundam o Demônio. Mas a nossa curiosidade, excitada pela certeza da sua doutrina múltipla, torna-se legitima com duas perguntas: Há sinais da presença da ação diabólica e quais são eles? Quais são os meios de defesa contra um perigo tão traiçoeiro?


A ação do Demônio

A resposta à primeira pergunta, requer muito cuidado embora os sinais
do Maligno às vezes pareçam tornar-se evidentes (Tertuliano, Apologia, 23). Podemos admitir a sua atuação sinistra onde a nega­ção de Deus se torna radical, sutil ou absurda; onde o engano se revela hipócrita, contra a evidência da verdade; onde o amor é anulado por um egoísmo frio e cruel; onde o nome de Cristo é empregado com ódio consciente e rebel­de (cf. ICor 16,22; 12,3); onde o espírito do Evangelho é fal­sificado e desmentido; onde o desespero se manifesta como a última palavra, etc. Mas é um diagnóstico demasiado amplo e difícil, que agora não ousamos aprofundar nem autenticar; que não é desprovido de dramático interesse para todos, e ao qual até a literatura moderna dedicou páginas famosas. O problema do mal continua a ser um dos maiores e perma­nentes problemas para o espírito humano, até depois  da resposta vitoriosa que Jesus Cristo dá a respeito dele.
“Sabemos – escreve o evangelista São João – que todo aquele que foi gerado por Deus guarda-o, e o Maligno não o toca” (IJo 5,19).

A defesa do Cristão

A outra pergunta, que defesa, que remédio, há para combater a ação do Demônio, a resposta é mais fácil de ser formulada, embora seja difícil pô-la em prática. Poderemos dizer que tudo aquilo que nos defende do pecado nos protege, por isso mesmo, contra o inimigo invisível. A graça é a defesa decisiva. A inocência assume um aspecto de fortaleza. E, depois, todos devem recordar o que a pedagogia apostóli­ca simbolizou na armadura de um soldado, ou seja, as virtu­des que podem tornar o cristão invulnerável (cf. Rm 13,13; Ef 6,11-14-17; lTs 5,8). O cristão deve ser militante; deve ser vigilante e forte (lPd 5,8); e algumas vezes, deve recorrer a algum exército ascético especial, para afastar determinadas invasões diabólicas; Jesus ensina-o, indicando o remédio “na oração e no jejum” (Mc 9,29). E o apóstolo indica a linha mestra que se deve seguir: “Não te deixes vencer pelo mal; vence o mal com o bem” (Rm 12,21; Mt 13,29).
Conscientes, portanto, das presentes adversidades em que hoje se encontram as almas, a Igreja e o mundo, procuraremos dar sentido e eficácia à usual invocação da nossa oração principal: “Pai nosso… livrai-nos do mal”.

Papa Paulo VI,
In L’Osservatore Romano, 24/11/1972

20:30h – Caminhada Discipular

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!


Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Mc 9,14-29): ______________
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2º Dia (Gn 3,1-24): ____________
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3º Dia (Sb 1,1-15): ____________
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4º Dia (Sb 2,1-24): ____________
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5º Dia (Jo 12,20-36): ____________
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6º Dia (2Cor 4,1-6): ____________
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7º Dia (Lc 22,1-6): ____________
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5º Encontro ____/ ____/ ____

A tríplice aliança do mal no mistério da iniquidade

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Ap 13; ou Sl 33; ou Mt  24,15-28

20:00h – Reflexão

A profecia do Apocalipse possui uma linguagem simbólica, mas muito por dentro das realidades da história. Enfoca o presente com raízes no passado, visão de futuro e noção de conjuntura sócio-política-econômica. Em vez do profeta ser um alienado fanático ou um charlatão, que perde tempo em prever bobagens, tipo coisas sem sentido, sua fé é autenticamente cristã, possui um senso crítico aguçado e, a partir da Revelação Divina, sabe esclarecer os seus leitores, ajudando-os a focar os problemas reais que devem ser enfrentados. O profeta verdadeiro esclarece a realidade para que a mesma seja transformada segundo o projeto revelado por Deus. Por isso o profeta é sempre um homem do futuro. Sempre está para além do seu tempo, denunciando, anunciando e construindo o mundo novo.
No nosso estudo de hoje, ao falar do pacto das três entidades do mal (Dragão, Besta marinha e Besta terrestre), João compreende que tudo na história está intimamente relacionado e interligado. O mal existente na história também tem uma origem espiritual que deve ser sempre considerada. O Inimigo da humanidade é o pensador que planeja tudo a curto, médio e longo prazo; organiza suas instituições e ideologias como fortes estruturas a serviço da morte e coloca espécies inteligíveis na mente dos seus obreiros (falsos profetas) para que saibam agir estrategicamente e com esperteza, inclusive fazendo mal uso dos talentos naturais que Deus lhe concedeu, ao ponto do próprio Jesus chegar a dizer que muitas vezes os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz. Isso porque, infelizmente, muitas vezes os filhos da luz não fazem bom uso das suas capacidades e elas atrofiam.
Por isso, longe da nossa fé dever ser cega, fechada para toda realidade sócio-política-econômica que está a nossa volta, a profecia do Apocalipse nos ensina que ela deve ser luz, luz da vida, ao ponto de clarear a nossa mente para que possamos enxergar e agir no hoje da história com sabedoria e discernimento estratégico. Como fermento na massa, sal da terra e luz do mundo, os cristãos devem ser protagonistas na história. Devem testemunhar a fé e agir na cultura, na política, na educação, nas organizações civis e sociais, sempre semeando os valores do Evangelho para que o Reino de Deus avance e seja definitivamente estabelecido. O maior problema não é a ação dos maus, mas a omissão dos bons!
Com essas primeiras considerações queremos enfatizar que a profecia do Apocalipse é muito profunda e atual. E que a escolha de João por este tipo de linguagem simbólica foi fruto do seu discernimento estratégico. Os cristãos primitivos estavam sendo muito perseguidos por poderes hostis ao Evangelho. João mesmo já era prisioneiro na Ilha de Patmos, “por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus” (Ap 1,9). De um lado precisava animar, alertar e orientar os cristãos. De outro não poderia se arriscar desnecessariamente, pois colocaria em risco a sua própria vida e a de seus leitores, sobretudo se fosse constatado o crime de lesa-majestade e traição ao Império Romano. De alguma forma conseguiu ajuda de uma pessoa anônima para enviar a sua profecia escrita com uma linguagem simbólica desconhecida pelos perseguidores, mas que os cristãos conheciam muito bem, visto que os símbolos foram retirados do Antigo Testamento. Naquele tempo de tribulação, tudo precisava ser estrategicamente planejado, pois os poderes hostis tinham toda uma articulação para vigiar, espionar e prender. O certo é que João conseguiu o seu objetivo e ainda hoje a profecia do Apocalipse continua ajudando a discernir a história, com fé e senso crítico. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!” (Jo 8,32)

As três entidades do mal

Na linguagem apocalíptica “tudo ou quase tudo tem valor simbólico: os números, as coisas, as partes do corpo e até as personagens que entram em cena. Ao descrever em visão, o vidente traduz em símbolos as idéias que Deus lhe sugere. Para entendê-lo, devemos, por isso, aprender a sua técnica e retraduzir em idéias os símbolos que ele propõe, sob pena de falsificar o sentido da sua mensagem” (Bíblia de Jerusalém).
Na profecia do Apocalipse (capítulo 13) encontramos três entidades do mal que mantém entre si uma aliança muito forte contra o bem da humanidade. Vamos falar brevemente de cada uma dessas entidades de acordo com o seu poder representado na quantidade ordenada de cabeças, chifres e diademas.
A primeira entidade maligna em poder é o Dragão (Ap 13,2). Ele possui sete cabeças, dez chifres e sete diademas. É a antiga Serpente chamada de Diabo e Satanás, o mais poderoso entre todos os demônios e que engana o mundo inteiro (Ap 12,3.9).
Depois a profecia fala da Besta marinha de dez chifres, sete cabeças e sete diademas. Foi delegada pelo Dragão com poder e grande autoridade (Ap 13,1-2). Representa  Império Romano de então e todas as forças existentes no mundo (partidos políticos, regimes de governo, instituições e ideologias a favor da morte) que se opõem ao projeto de Jesus, perseguem a Igreja e promovem a guerra.
A Besta marinha recebe o poder de Satanás e age em nome dele. Tudo aquilo que não presta no mundo, que gera a morte e a idolatria, tem o próprio Diabo e seus anjos agindo por detrás. Infelizmente, todo aquele cujo nome não está escrito no livro da vida adora a Besta e ao Dragão, e a seguem com suas maldades e blasfêmias contra Deus. Aqui está a perseverança e a fé dos cristãos: não adorar e nem seguir o Dragão e sua Besta. Concretamente, não adorar Satanás nem nada daquilo que está a serviço dele no meio do mundo (Ap 13,10).
Por fim, João também recebeu a visão profética de uma segunda Besta. Uma Besta terrestre com dois chifres, que parece cordeiro (para enganar), mas tem a voz do dragão (Ap 13,11). Esta segunda Besta é subdelegada pela primeira Besta, engana os habitantes da terra com sinais, exerce o poder da primeira Besta quando está na presença dela e marca com o seu número (666) aqueles que lhe adoram, seguem e obedecem.
666 é o nome codificado de um ser humano cheio de maldade, mentira e ódio que se opõe frontalmente a Cristo Jesus e ao seu Reinado de Salvação (v. 18). Portanto, a segunda Besta, que está serviço da primeira Besta e do Dragão é o Anticristo, também chamado de Falso Profeta (Ap 16,13; 19,20; 20,10). 
Desta forma, para conseguir o seu intento e cumprir com a missão recebida, o Anticristo (Besta terrestre) promove toda uma perseguição civil, estrutural e sócio-econômica contra os filhos e filhas de Deus. Faz “com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca (666) na mão direita (ação) ou na fronte (pensamento), para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome” (Ap 13,16-17).
O Anticristo (666) é um ser humano poderoso e muito mal (Ap 13,18). Ele já está agindo, mas vai se revelar completamente nos finais dos tempos, por ocasião da grande apostasia. Por isso o profeta diz: é necessário muito discernimento para decifrar o nome escondido atrás do número 666. Isto porque no decorrer da história o Anticristo pode ir se encarnando em várias pessoas até se manifestar plenamente nos fins dos tempos.
No tempo em que João estava transmitindo a profecia, lá pelos anos 100 da nossa era, o Anticristo era o imperador romano, sobretudo Nero, o primeiro e o pior dos piores. “Em grego e em hebraico cada letra tinha um valor numérico segundo o lugar no alfabeto. O número de um nome é o total de suas letras. Aqui ‘666’ seria César-Neron (em letras hebraicas)” (Bíblia de Jerusalém). Nero maltratou ferozmente os cristãos e fez de tudo para acabar com o cristianismo. Exigia ser adorado como Deus, tocou fogo em Roma de propósito e colocou a culpa nos seguidores de Jesus. Após muita morte e destruição de comunidades cristãs foi iniciada toda uma perseguição que se prolongou nos reinados dos seus sucessores.
Mas porque João não dizia explicitamente que o Anticristo era o maldoso Imperador César Nero?
- Um, porque os cristãos da época já podiam identificar com muita facilidade que era ele ou o atual imperador romano.
- Dois, porque se os cristãos podiam entender o símbolo, não havia necessidade de João, já prisioneiro, arriscar ser acusado de lesa-majestade e ser imediatamente condenado à morte.
- Três, porque Nero enquanto indivíduo iria morrer, mas a força oculta da iniquidade iria permanecer agindo na história, e de tempos em tempos haveria de se “encarnar” em outras pessoas.
Por isso, de tempos em tempos, é necessário discernir quem é o principal Anticristo do momento e quando vier a grande apostasia, quando ele se manifestar completamente, Deus também vai dar o discernimento espiritual para identificá-lo. É neste mesmo sentido que São João fala que já vieram muitos anticristos (1Jo 2,18), e que inclusive alguns saíram do meio da própria Igreja seguindo a linha de Judas Iscariotes, para “que ficasse claro que nem todos eram dos nossos” (1Jo 2,19). E João exortava para que ficassem unidos em Jesus para quando o Anticristo se manifestar totalmente, todos estejam seguros e sejam vitoriosos (1Jo 2,28).
Cristãos, não podemos ser bestas, pois não somos da Besta, mais do Senhor Jesus! Por isso, no hoje da nossa história, sob a luz do Apocalipse, sem nenhum tipo de reducionismo, você poderia identificar aqueles que estão a serviço do Dragão, da Besta marinha (partidos políticos, instituições e ideologias do mal) e da Besta terrestre (o homem mal, o Anticristo)?
Sem nenhum tipo de fanatismo, a rede mundial de computadores (internet) e toda estrutura de informática, chips, tecnologias e instituições que promovem o mal não poderiam realmente perseguir os direitos civis dos cristãos, inclusive impedindo-os de comprar e vender, de ir e de vir, de falar e de calar, de agir conforme a fé e a consciência, que são direitos básicos de qualquer ser humano? Nos dias de hoje já estão acontecendo perseguições porque a pessoa quer viver como cristã no trabalho, na escola e na sociedade em geral? ... A visão do Apocalipse tem muito a nos ajudar a enxergar!

O mistério da iniquidade

São Paulo também falava aos cristãos de Tessalônica nesta mesma perspectiva do Anticristo que já está agindo, mas que ainda vai se manifestar totalmente. O Apóstolo se referia a esta realidade chamando-a de mistério da iniquidade: “Não se deixem enganar de nenhum modo! Primeiro deverá chegar a apostasia. Depois aparecerá o homem ímpio, o filho da perdição (o Anticristo): ele é o adversário que se opõe e se levanta contra todo ser que se chama Deus ou é adorado, chegando até mesmo a sentar-se no templo de Deus e a proclamar-se Deus. O mistério da impiedade já está agindo. Falta apenas desaparecer aquele que o segura até agora. Só então se manifestará o ímpio. O Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o esplendor da sua vinda. A vinda do ímpio vai acontecer graças ao poder de Satanás, com todo tipo de falsos milagres, sinais e prodígios, e com toda a sedução que a injustiça exerce sobre os que se perdem, por não se terem aberto ao amor da verdade, amor que os teria salvo” (2Tes 2,3-10).
Algo retém o Anticristo, ou seja, não o deixa se manifestar e agir totalmente. Acreditamos que seja Deus Pai, pois até o Diabo só age enquanto e até onde ele permite. E Deus permitir o filho da perdição agir não significa concordar. Ele permite porque respeita a liberdade dos seres que criou, pois se ele fizer o contrário, estará caindo em contradição. Deus é fiel e não pode desdizer-se. Mas cada um vai ser julgado de acordo com o uso que fez da sua liberdade e consciência. Aqueles que preferirem o Anticristo serão condenados, pois poderiam ter amado a verdade, mas por culpa própria preferiram a mentira, ou seja, não fizeram por onde conhecer a verdade e viver de acordo com ela.
Antes da segunda vinda de Cristo deverá acontecer a grande apostasia (muitos abandonarão a fé e o verdadeiro Deus em troca dos ídolos e coisas erradas) e o Iníquo, o Anticristo, o Malvado por excelência vai se manifestar totalmente, tendo no seu corpo o número 666 pelo qual Deus nos dará o discernimento para sabermos quem é ele. E neste momento, “será destruído pelo Senhor Jesus” (2Tes 2,8).
Para que não sejamos levados na onda diabólica da grande apostasia, o Apóstolo Paulo, antes mesmo da Profecia do Apocalipse, já lembrava que o Anticristo “se apresentará com todo tipo de milagres, sinais e falsos prodígios, com todo tipo de fraudes iníquas para os que se perdem, porque não aceitaram o amor á verdade para salvar-se” (2Tes 2,10). Esta última exortação é muito importante. Quem só busca milagres, sinais e prodígios em qualquer lugar, sem se comprometer de fato com amor de Deus e a verdade, vai ser facilmente enganado. Porém, quem antes de tudo busca o reinado de Deus na sua vida não será confundido, pois Jesus mesmo o apascentará e o guardará. Dessa forma, é muito importante invocar sempre o reinado de Jesus e perseverar na Igreja que ele fundou, pois ela é coluna e base da verdade e as portas do inferno nunca irão prevalecer sobre ela. A Igreja Católica é a arca da salvação. Quem nela estiver, como nos tempos de Noé, não perecerá.

xxx

CIC, 675 a 677 - Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o mistério da iniqüidade sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é o Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne.
Esta impostura anticrística já se esboça no mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança messiânica que só pode realizar-se para além dela, por meio do juízo escatológico: mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação do Reino vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de um messianismo secularizado, intrinsecamente perverso.
A Igreja só entrará na glória do Reino por meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em sua Morte e Ressurreição. Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja segundo um progresso ascendentes, mas por uma vitória de Deus sobre o desencadeamento último do mal, que fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa.

CIC, 395 - O poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas “nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm 8,28).

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A caminhada discipular é o seguimento de Jesus de Nazaré na graça do Espírito Santo e sob a luz da fé católica. Por isso precisamos considerar toda esta realidade da tríplice aliança do mal e o mistério da iniquidade que já está em ação, procurando por diferentes meios e diversas formas atrapalhar e destruir o projeto de Deus.
“Uma árdua luta contra os poderes das trevas perpassa toda a história dos homens. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo a Palavra do Senhor” (cf. Mt 24,13; 13,24-30; 35-43)” (Introdução do Ritual de Exorcismos da Igreja Católica citando  a Constituição Gaudium et spes, do Concílio Vaticano II, n. 4). Os discípulos de Jesus são o principal alvo. Pois desviando-os do caminho do Reino de Deus, conduzirá para a perdição e com uma tacada só, ganhará muitas outras pessoas e cidades para si, que de outro modo seriam evangelizadas e salvas. Precisamos permanecer na fé e no testemunho de Jesus (Ap 13,10).
A profecia do Apocalipse, ontem como hoje, gera fidelidade ao Evangelho, certeza da vitória final do Bem sobre o Mal e discernimento estratégico, pois os cristãos não podem ser bestas. Tanto Paulo como João receberam de Deus a certeza de que no final, todos aqueles que amaram a Verdade e não aceitaram a marca da Besta terão o seu nome escrito no Livro da Vida. De tal modo, por tudo isso, precisamos orar, vigiar e perseverar. Em oração, vale discernir mais uma vez:

1 - Hoje, onde você percebe a ação de Satanás(Dragão) e seus demônios?

2 – Hoje, que instituições (partidos políticos, regimes de governo, grupos artísticos, meios de comunicação, seitas, organizações diversas) são a primeira Besta a serviço de Satanás?

3 – Hoje, quem são a Besta terrestre (o Anticristo: políticos, artistas, líderes religiosos, empresários, traficantes) a serviço da primeira Besta?
4 – Hoje, já estamos vivendo os tempos de apostasia?

5 – Sem dizer o nome de ninguém, para ficar só no discernimento e não no julgamento, quem você acha que já foi ferrado com a marca do Anticristo (666)? Você de alguma forma já foi um pouco ferrado por ele, lembrando que quem se deixa ferrar é porque não amou a Verdade e vai responder por isso na segunda vinda de Cristo?

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Ap 13): _______________
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2º Dia (2Tes 2,1-12): ____________
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3º Dia (2Tes 2,13-17): ____________
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4º Dia (Mt 24,1-7): ____________
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5º Dia (Mt 24,9-14): ____________
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6º Dia (Rm 8,28-39): ____________
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7º Dia (2Tm 4,1-5): ____________
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6º Encontro ____/ ____/ ____

Orai e vigiai!

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Ef 1,3-14; ou Tg 4,1-10

20:00h – Reflexão

Santo Agostinho dizia: “O diabo é um cão amarrado com uma corda comprida; ele não consegue escapar. Já está amarrado e derrotado. Desde que você não se aproxime do território dele, ele não consegue te atacar”.
Isto significa que não devemos ter medo dos demônios, mas de viver sem a graça de Deus, de ir aos poucos entrando no seu território de trevas e maldição, ou deixar que ele ocupe na nossa vida o lugar pertencente ao Bom Deus. O diabo não pode tudo, mas pode fazer tudo que não presta na vida das pessoas que lhe dão consentimento ou que vão se contaminando mesmo sem se darem conta. Água venenosa sempre mata, quer quem saiba dela ou não. É disso que devemos ter medo: viver sem a graça de Deus e abrir as portas para o inimigo agir na nossa vida.
Inteligente, o demônio não perde tempo e vai criando culturas, ideologias e estruturas de morte que desvirtuam as pessoas e as famílias, deturpam a verdade e os valores, acorrentam nas trevas do pecado e no lamaçal da morte.
É preciso sempre levar esta realidade do mal estruturado na sociedade, pois nem sempre o demônio age de forma isolada ou repentina, mas muitas vezes de modo organizado e coletivo, tendo em vista alcançar objetivos a curto, médio e longo prazos. Muitos não se dão conta dessa ação organizada dos demônios e acabam caindo como presa no laço do caçador. Nesse campo, além da oração, é muito necessária a vigilância com muita formação humana e cristã.
E ao mesmo tempo, ir criando uma verdadeira cultura cristã que se torne clima favorável para a pessoa crescer e se desenvolver plenamente com os outros, tendo Deus como referência e os valores ético-evangélicos como caminho a ser seguido. Ou seja, enquanto os demônios vão gerando a cultura do inferno, a cultura da morte, devemos ir criando a cultura do céu, a cultura da vida, para que hajam realmente novos céus e nova terra. Isto implica, além do desenvolvimento individual, ajudar que nossas famílias sejam verdadeiramente cristãs, comunidades de fé, esperança e amor aonde as pessoas sejam acolhidas, abençoadas e evangelizadas, opções de lazer sadios sem a necessidade de decair nas baixarias tão comuns do mundo de hoje em dia, propaganda do bem em contraposição ás apologias do mal, testemunho de vida cristã que inspire outras pessoas a também quererem ser cristãs, etc.

A ação dos demônios
(Efésios 6,10-20)

Antes de tudo precisamos diferenciar os três tipos ações:
- Natural: ação da natureza.
- Preternatural: ação dos anjos e demônios. Podem fazer coisas além da natureza material, mas não além da sua natureza angelical. Exemplo: demônio pode fazer levitar um objeto, transformar algo instantaneamente, mas não pode criar nada do nada. Deus, porém, pode criar do nada.
- Sobrenatural: ação exclusiva de Deus. Somente Ele é Onipotente (pode tudo), Onisciente(sabe tudo) e Onipresente(está presente simultaneamente em todos lugares).
Dadas essas explicações acima, é possível fazer pacto com demônio. E existem pessoas por aí que o fazem. Mas ele não pode tudo. Tem gente que pede riqueza e se decepciona, pois o demônio definitivamente não pode tudo. Ele até dar a entender que pode tudo. O próprio Jesus foi tentado por ele. Mas é só engano. Ele macaqueia Deus, mas não é Deus. O grande poder do pacto com o demônio é fazer a pessoa pensar que já está condenada, faça o que quiser. É difícil fazer uma pessoa que firmou um pacto com demônio continuar sendo livre como antes. Porém, é assim, pois o demônio fica dizendo pra ela que de hora em diante é sua escrava. Mas a verdade é que se a pessoa se arrepender, o pacto se desfaz e volta à aliança com Deus.
Os demônios podem:
- Provocar enfermidade mental, enviando tantas espécies inteligíveis que desequilibram a pessoa.
- Também podem provocar doença no corpo.
- Dar visões místicas falsas (como supostas aparições da Virgem Maria não reconhecidas pela Igreja).
- Causar pesadelos.
- Influenciar nossos pensamentos, embora não possam ler nossa mente, mas só adivinhar o que pensamos pelos sinais exteriores que vamos expressando.
- Como víamos anteriormente, os demônios também podem realizar coisas extraordinárias além das leis naturais, mas não podem fazer milagres. E a profecia do Apocalipse nos lembra que nos finais dos tempos haverá pessoas que farão prodígios pela obra do demônio, a fim de enganar os fiéis e desviar do verdadeiro Deus.
Lembrar sempre: nada é causado pelo demônio, até que se prove o contrário. Quando algo acontece e depois de séria investigação e longo discernimento não sabemos as causas, e os males vão surgindo repentinamente ou vemos claramente que a pessoa está sendo desviada da salvação, então devemos tratar como sendo ação do demônio. A pessoa tem terrores noturnos e o psiquiatra não encontra nenhuma causa na sua mente ou na sua história; alguém diz que tem visões místicas, mas percebemos que nem é doente mental e nem se trata de uma graça de Deus; vem uma doença no corpo sem nenhuma razão científica. Depois que se reza para expulsar os demônios a solução aparece ou vai aparecendo aos poucos, isso indica que era uma ação do maligno.
Malefício: operação que alguém realiza para prejudicar o outro com ajuda do demônio (matar, ir mal nos negócios, ser possuído, ficar doente).  Existem instrumentos maléficos que são usados, e que são vomitados no exorcismo. O que faz/encomenda o malefício será o primeiro prejudicado! Nunca se invoca o demônio em vão! Se a maldição foi lançada, o único jeito de destruí-la é fazer o contrário: rezar e pedir a benção, a proteção e a libertação.
Feitiço: operação feita para conseguir algo de positivo com ajuda de demônios. Que alguém se enamore por quem o fez, que os negócios caminhem bem... Mas o demônio não pode tudo. Apenas tenta. Então ele se apodera do feiticeiro ou da vítima etc
Os demônios também podem se unir e concentrar seus esforços para influenciar uma sociedade. Com certeza, os demônios ajudaram o desconhecido Hitler a chegar ao poder na Alemanha, berço da Segunda Guerra Mundial. Eles nunca são neutros em política!
Mas o lado do bem tem os anjos e muitas pessoas de oração que destroem os planos das trevas. Monastérios e pessoas orantes são as forças invisíveis que combatem o poder do inferno neste mundo. Somente os demônios sabem como a oração é terrível para eles. Na Igreja os ascetas são os mais odiados por ele, mas que os exorcistas e os pastores, pois a oração do asceta dá-se na cruz.
Devemos zelar pela nossa qualidade de vida, que só é possível em Cristo Jesus. Ele veio para que todos tenham vida, e vida em abundância. O maligno só vem para mentir, matar e destruir. Sua ação preternatural sempre é para a desgraça da humanidade. Que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma no inferno por toda eternidade? Que adianta até ter muito dinheiro amaldiçoado e não gozar da verdadeira alegria e da verdadeira paz? Que adianta promover sua família nas questões materiais e provocar a fome, a violência e a miséria do restante da sociedade, além de deixar toda uma herança de maldição que irá estrangular os seus descendentes de geração em geração?
A ação do maligno nunca é isolada ou só para agora. Ele sabe prever o futuro por conjecturação e pode muito bem enganar agora para lucrar depois. É neste sentido que devemos orar e vigiar sempre, pois o diabo sempre está a nos rodear e a nos atacar aqui e agora, mas com conseqüências terríveis às vezes para outras pessoas distantes no espaço aonde nos encontramos ou no tempo que estamos vivendo.

Tentação
(Tiago 1,13-15)

Nós nos comunicamos por palavras, gestos e sinais. Os demônios comunicam-se entre si e com a gente por pensamentos puros, ou seja, por espécies inteligíveis telepáticos(sem precisar de sinais ou de linguagem). Da mesma forma como conversamos e nos organizamos entre nós, os demônios também dialogam e se organizam entre si através desses pensamentos puros.
Mas os demônios não são Deus. Por isso... Não são onipotentes (não podem tudo), nem onipresentes (embora se locomovam velozmente = potestades dos ares) e nem são oniscientes (não sabem de tudo, conhecem o futuro não por visão, mas só por conjecturação = supercompudador).
A tentação é a situação em que a vontade tem que escolher entre duas opções, sabendo que uma opção é boa e outra má, porém se sente atraída para a última. Não peca por falta de inteligência, não peca por ignorância, mas porque escolheu mesmo o mal. O mal pode ter até aparecido como bem, mas no final, sabe-se que o mal é mal mesmo. E quem mesmo assim o abraça, comete um pecado livre e consciente.
Muitas tentações vêm de nós mesmos, mas muitas outras vêm dos demônios. O demônio nos tenta colocando espécies inteligíveis (pensamentos, imagens ou sentimentos) dentro de nós, sem que nos demos conta na maioria das vezes. Exemplo: leitura de um livro contra a fé produz tentações conta a fé. Se a tentação aparece logo de repente, foi uma espécie inteligível que o demônio colocou dentro de nós. As tentações sem causa razoável, intensas e persistentes tendem a proceder do demônio. Exemplo: desejo de blasfemar diante das imagens sagradas ou no momento de oração.
Diante da tentação, repeli-la logo. Não dialogar com ela Uma vez iniciado o diálogo com pós e contras precisamos de muita força para repeli-la, e o espírito maligno é mais inteligente que nós. O demônio nos pode introduzir pensamentos, imagens e recordações (espécies inteligíveis), mas não pode introduzir-se em nossa vontade. Podemos ser tentados, mas ao final fazemos o que queremos. Quando vem a tentação, repelir, não dialogar e nem se desesperar. Então quem se desespera é o demônio!
O demônio é um ser inteligente, não nenhuma força ou energia. Por isso a tentação tende a ser um diálogo. Se a pessoa resiste a considerar a tentação essa não será realizada, não logrará êxito. O demônio pode estar ao nosso lado durante muito tempo, analisando e nos conhecendo e tentando-nos, atacando-nos em nosso ponto mais fraco. Por ser extraordinariamente pragmático, ou seja, sabe quando tem suas possibilidades de êxito, tenta somente quando sabe que tem alguma possibilidade.
Se ele sabe que uma pessoa não vai cometer um pecado grande, pode tentar a um pecado pequeno. Se sabe que nem isso vai conseguir, pode tentar para uma pequena imperfeição. Sabe que tentar um asceta a gula é perda de tempo, então pode tentar a exagerar no jejum (uma pequena imperfeição que nem pecado é). E se vê que por esse caminho terá êxito, começará a tentar que se exceda no jejum de um modo que mais favoreça sua soberba ou de um modo que seja pior para sua a saúde. Outro exemplo: é sabido que não tem sentido tentar uma monja para que deixe a oração, o que vê com melhor possibilidade é tentá-la para que prolongue o tempo de oração em detrimento do trabalho do dia-a-dia que tem obrigação de fazer.
Em outras ocasiões o demônio atua de maneira mais realista e procura conseguir que a alma creia que já não tem que obedecer seu confessor, já que é um homem menos espiritual que ela mesma. O demônio não tenta de qualquer maneira, mas analisa e ataca onde vê que tem alguma possibilidade. E no geral, ele tem alguma possibilidade onde justamente o homem virtuoso crê que tem menos possibilidade.
Todo mundo está sujeito a tentação. E mesmo que possamos resisti-la, é importante pedir a Deus que nos livre do mal. Por isso Deus colocou o anjo da guarda para que as inspirações malignas sejam compensadas pelas inspirações do bem. Além disso, se alguém ora, a tentação desaparece. A oração cria em primeiro lugar uma barreira contra a tentação, pois nossa vontade e nossa inteligência se centram em Deus. E se insistirmos, o demônio não resistirá e fugirá.
Processo que produz a morte da alma: “Antes, cada qual é tentado por sua própria concupiscência, que o arrasta e seduz. Em seguida, a concupiscência concebe o pecado e o dá à luz; e o pecado uma vez maduro, gera a morte” (Tg 1,14-15).
O pecado não se produz sem motivos, nem de súbito, nem é algo que surge abruptamente diante de nós sem que tenhamos culpa, uma vez que há todo um processo:

as paixões

gestação do pecado

dá-se a luz o pecado

pecado recomeça uma gestação

dá-se a luz a morte

A imagem de uma mulher gestando em seu ventre durante meses uma criança é a imagem da pessoa que gesta a iniqüidade em seu interior. O pecado aparece em um dado momento. Mas esse pecado se produz, vem à luz porque antes houve uma gestação.
O pecado resulta em mais pecado, reproduz-se, aumenta em quantidade, muda qualitativamente, transformando-se em faltas piores. Se o primeiro pecado teve um processo anterior, o pecado que se deixa nascer também começa um processo, o qual leva à morte: a morte da alma. E a morte da alma leva à morte eterna.
A alma invadida pelo pecado é como uma alma morta, pois não tem vida sobrenatural dentro de si. E se alma morta decide permanecer até o final nesse estado de corrupção, está destinada à morte eterna, à condenação. Conhecer tudo isso nos leva a valorizar ainda mais a ação sobrenatural da graça divina, os sacramentos, que em qualquer momento desse processo (enquanto ainda não ocorre a morte eterna) pode vivificar a alma. O perdão de Deus não é somente perdão, mas vivificação.
Por isso a confissão é mais importante que o exorcismo!

Influência e Infestação
(1 Pedro 5,5-11)

A influência demoníaca pode ser externa ou interna.
A influência externa é mais fraca visto que, ao atuar do lado de fora, o demônio tem mais dificuldade para agir sobre o corpo (quando muito produz calafrios, sensação de ter algo colado a si), sobre a mente (pode gerar só pequenas lembranças, imaginações e pensamentos, sombras e pesadelos) e sobre o espírito da pessoa. O demônio também pode mover coisas no local, provocar ruídos ou odores. Isso pode ser percebido inclusive por outras pessoas.
Na tentação o demônio vai e vem. Na influência externa o demônio está vez ou outra ao lado da vítima. Mesmo que ela mude de lugar, o demônio a acompanha.
Já na influência interna o demônio tem mais poder, pois ele age por dentro infundindo no espírito da pessoa a sensação de desespero. Também pode provocar visões ou sensações que só são vistas pela pessoa influenciada. Às vezes também pode mover ligeiramente alguma parte do corpo. Porém, quando esta influência interna atinge o seu grau máximo, transforma-se em possessão e o demônio, em determinados momentos, se apodera do corpo do possesso, de tal maneira que ele não consegue resistir e muitas vezes até perde a consciência.
A influência interna também pode provocar determinadas doenças no corpo ou na mente, influenciando potências da alma, gerando aflições e induzindo a determinados vícios ou pensamentos obsessivos.
A possessão, mais rara, tem uma manifestação mais clara. Já a influência, embora mais corriqueira, é mais difícil de discernir se é algo do demônio, da própria pessoa ou da natureza. E quanto menor a influência fica mais difícil de discernir. Por isso, o certo é rezar pela pessoa, orientar para que também se fortaleça espiritualmente e caminhe em paz, pois se for alguma influência demoníaca (que acontece com mais freqüência que a possessão), ela já está no caminho da libertação, e se não for, não tem problema, pois a oração nunca é perdida. É importante sempre rezar porque, se for realmente uma influência externa ou interna, só a oração conseguirá resolver o problema, nunca a ciência ou a medicina. E quanto mais a pessoa estiver na graça de Deus, mais protegida estará contra toda influência do mal!
Na influência externa a pessoa nunca dá nenhum sinal. Ela só sente “algo estranho”, pois o demônio está fora.
Já na influência interna a pessoa também dá sinais com o corpo, embora de modo mais rápido que nos casos de possessão: as mãos se movimentam na hora da oração de libertação, ou começa a ter vontade de vomitar, ou sente dor numa determinada parte do corpo, etc. Ou seja, a pessoa, sente um demônio dentro de si quando se ora por ela. E quando é libertada, sente que esse espírito mal vai subindo e que sai pela boca.
A infestação é o fenômeno no qual um demônio possui um lugar. Pode mover coisas à vontade e provocar ruídos e cheiros. Na tentação, influência externa ou interna e possessão ele acompanha a vítima. Na infestação ele permanece no lugar. Essa é a diferença.
A causa freqüente da infestação costuma ser a prática de ritos de crenças ocultas ou satânicas. E para acabar com a infestação, também existem orações específicas no ritual de exorcismos.
Quando um possesso vai até o sacerdote, pode-se orar e comprovar a manifestação do demônio. No caso da infestação, não ocorre nada no momento da oração, de modo que o sacerdote depende dos depoimentos das pessoas que vêm fenômenos estranhos no local para saber se é infestação ou não. Então o sacerdote reza, mas também ensina o pessoal a continuar rezando, usando água benta e suplicando a proteção de Deus. Às vezes as pessoas pedem a ajuda do padre, mas elas mesmas não cultivam a sua própria vida de oração!
Além das infestações demoníacas, também podem ocorrer num determinado lugar a manifestação de almas do purgatório com forma humana, em silêncio e com aparência terrível. Diferentes dos demônios, tais almas não movem nada e nem produzem ruídos, e desaparecem sem mais nem menos. Elas na verdade só querem orações, pois estão precisando muito. Então devemos fazer a caridade de rezar missas por elas e o fenômeno desaparece.

Possessão
(Marcos 5,1-20)

A possessão é o fenômeno pelo qual um espírito do mal reside em um corpo e em determinados momentos pode falar e se mover por meio desse mesmo corpo, sem que a pessoa possa evitá-lo. O espírito do mal não reside na alma, permanecendo esta livre e incapaz de ser possuída. Só o corpo é suscetível de possessão.



Principais sinais de possessão:

- Incômodo, horror, moléstia, ira, fúria, blasfêmias e insultos diante do sagrado ou objetos religiosos.
- Perda de consciência e mudança de personalidade com manifestações de ira e ódio. Depois não recorda nada.
- Emerge uma segunda personalidade com caráter maligno na pessoa, com uma voz cheia de ódio. É comum as pupilas ficarem para cima e para baixo, deixando os olhos brancos. Os músculos da face e das mãos ficam tensos.
- Fora das crises, a pessoa leva uma vida completamente normal. Isso mostra que não é um delírio, não é uma doença.
- Em alguns casos, expõem coisas que parecem alucinações sensoriais (expõem que, esporadicamente, vêem sombras, sentem uma sensação estranha em alguma parte do corpo ou ouvem grunhidos). Pelo contrário, não ouvem vozes internas, nem sentem que algo lhes corre abaixo da pele.
Possessão é síndrome demoniopática de dissociação da personalidade. Não é uma doença psíquica nem mental. Pelo seu conjunto de sintomas específicos, é completamente diferente da esquizofrenia, psicose, esquizóide e epilepsia, e também da desordem de transe de dissociação. Existem doenças psíquicas em que o próprio doente pensa ser um demônio ou diz ouvir vozes dele. Ás vezes porque leu livros sobre o assunto, assistiu programas de tv e pode imitar tudo, ou porque o meio em que vive diz logo que é algo do demônio, e isso só piora a situação. Porém, fora esses casos, existem as possessões, só basta que as diferenciemos de quando for uma doença psíquica, para então poder ministrar o exorcismo.
Doença da dupla personalidade: causa natural, pode ser curada com a ciência psiquiátrica, não tem fenômenos extraordinários. Já a possessão: é causada pelo demônio, normalmente quando se participa de rituais ocultos, só desaparece com oração e não com a psiquiatria, e algumas vezes têm fenômenos extraordinários: demônio entende qualquer idioma independentemente da idade ou inteligência do possesso, possesso tem muita força física por muito tempo, fala idiomas que nunca estudou, levita...
Após ouvir uma pessoa, pra ter certeza se é possessão ou não, deve-se orar e abençoá-la por algum tempo. Se está possessa mesmo, começará a crispar as mãos, o rosto ficará tenso, fechará os olhos, levantará as pálpebras. Na continuação da oração, começará a gritar ou a falar com uma voz maligna. Às vezes pode ser riso maligno, ou bufos. Há casos que não tem transe. O possesso abre os olhos e fala. Sua voz é maligna e agoniada, ordenando que pare a oração. Porém, mesmo sem transe, ao voltar a si não recordará nada. Em outros casos, apenas a pessoa fica com olhos brancos e não se move, pode só agitar as mãos e corpo levemente. Trata-se de demônios mudos. Porém, ao começar o ritual do exorcismo a pessoa entrará em transe.
O demônio pode usar truques para esconder sua presença no possuído e enganar o exorcista, querendo que ele acredite que não há possessão, como por exemplo, dizer que aquilo é só uma doença, que é tolice aquela oração que está sendo feita pra expulsá-lo.
Demônios ocultos: se escondem numa pessoa e não se manifestam de modo algum. A pessoa sente força estranha, pode experimentar fenômenos preternaturais, mas os demônios resistem a oração e não se manifestam. Então, o sacerdote deve orar muito pela pessoa, às vezes durante semanas ou meses, pois só desta forma os demônios vão sendo sacados para fora aos poucos.
Ações do sacerdote para saber se a pessoa está possessa: ora com concentração, abençoa a pessoa e depois de um tempo ordena com autoridade, pois ao demônio não se pede nada: In nomine Iesu, exorcizo-te; In nomine Iesu, dic nomem tuum; In nomine Iesu, si es hic, manifesta-te. Mas como há muitos tipos de demônios, convém que o sacerdote se encomende a Deus para que o ilumine e não seja enganado.
Causas da possessão: pacto com demônio, cultos satânicos, ritos de crenças ocultas, oferecimento da criança pelos pais a Satanás, maldição/malefício feito por alguém pra prejudica outrem. A possessão nunca é contagiosa. Só fica possesso quando se abre uma porta de acesso para o demônio entrar.
Uma coisa é o pecado e outra é a possessão. Por isso a possessão só atinge o corpo e nunca a alma. Já o pecado atinge a alma e se não for perdoado, vai gerando a morte eterna. Porém, se a pessoa livremente abriu uma porta, cometeu um pecado!
O demônio sempre deseja fazer sofrer. Por isso ele possui uma pessoa, mesmo correndo o risco de ser desmascarado e expulso.
Deus permite as possessões por quatro motivos:
- Mostra a verdade da religião católica; no exorcismo se manifesta o poder de Deus e da Igreja. Quem participa de um exorcismo glorifica a Deus. O demônio sem querer ajuda a evangelizar!
- É punição para pecadores: quem pecou, aprende a buscar uma vida nova sem o maligno. A possessão maltrata.
- É benefício espiritual para os bons: aqueles que sem culpa ficaram possuídos crescem na espiritualidade e ficam mais fortes ainda depois da libertação. A possessão é provação. Marthe Robin, grande mística francesa, e Sta. Gemma Galgani foram possessas!
- Produz saudáveis lições para os homens: a manifestação do mal nos faz ver por contraste a existência dos espíritos; a beleza, a bondade, a misericórdia, o poder e a justiça de Deus; e que no final o mal sempre é derrotado, a verdade se manifesta e o amor vence.
Além disso, Deus permite porque respeita a liberdade dos espíritos sem corpo ou com corpo(homens), mesmo quando usada para o mal. Se Deus não respeitasse esta liberdade, então ele mesmo estava anulando o que criou. E uma vez que deu a existência, não volta atrás, embora esta existência possa ir para o inferno!
Para o Pe. Fortea, as almas dos condenados também podem possuir uma pessoa. Pois alguns possuídos dizem em transe que não são demônios, mas falecidos condenados ao inferno. E mesmo que sejam ordenados que falem a verdade em nome de Jesus, revelam outras mentiras, mas seguram esta afirmação.

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Para cada fenômeno demoníaco há uma oração específica:

- Para a tentação, o mandatum.

- Para a influência externa, aumento do tempo de oração da própria pessoa para que os demônios se afastem.

- Para a influência interna, a oração de libertação.

- Para a possessão, o exorcismo da pessoa (Só o sacerdote autorizado pelo Bispo pode ministrar o exorcismo ritual).

- Para a infestação, a bênção (de exorcismo) da casa...

- Para a ação maligna numa comunidade, apostolado ou lugar amplo como cidade ou região, a dimicatio.

Do livro Suma Daemoniaca,
Pe. Fortea.
Adaptado por Pe. Marcos Oliveira

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Tg 4,1-10): _______________
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2º Dia (Ef 6,10-20): ____________
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3º Dia (Tg 1,12-15): ____________
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4º Dia (1Pd 5,5-11): ____________
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5º Dia (Mc 5,1-20): ____________
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6º Dia (Mc 7,24-30): ____________
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7º Dia (Lc 9,1-6): ____________
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7º Encontro ____/ ____/ ____

A Igreja vive
da Eucaristia

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): Jo 6

20:00h – Reflexão

Formamos um único corpo (Igreja) porque partilhamos o único Pão (Eucaristia). E partilhamos o único Pão porque recebemos o mesmo batismo e professamos a mesma fé católica.

Jesus tem “dois corpos”:

- Corpo sacramental é a Eucaristia: João 6.

- Corpo Místico é a Igreja (1Cor 12,27; Rom 12,5; Col 1,18; Ef 1,22-23). “Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo. Compreendeis, irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos   Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós somos os membros, o homem inteiro é constituído por Ele e por nós. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os membros. O que significa isto: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja.” (Santo Agostinho)

A verdade de fé sobre os dois corpos de Cristo se desdobra em muitas outras e interferem profundamente na nossa vida e missão cristã.

- Ao mesmo tempo que o cristão não pode estar desligado de Cristo, também não pode viver desligado da Igreja e da Eucaristia. Pois não há divisão no único Cristo Jesus. O contrário, dizer que é cristão, mas não é Igreja, e que não precisa da Eucaristia, é uma grande contradição performativa. 

- Quem salva é Jesus. Ele é o único Mediador entre o Pai e a humanidade. Mas Jesus está onipresente na Eucaristia e na Igreja. O corpo é inseparável da Cabeça. Desta forma, não podemos viver sem a Eucaristia e a Igreja. Rejeitar a ambas, é rejeitar Jesus, e portanto, a salvação.

- Como membros do Corpo de Cristo pela fé e o batismo, estamos também interligados uns aos outros como os ramos unidos ao tronco da videira. Desta forma, para além dos limites geográficos e dos tempos, somos uma só Igreja Católica Apostólica Romana em todos os recantos da terra, mas também no purgatório e no céu. Na terra, podemos interceder pelas almas do purgatório. Por sua vez, no céu, Nossa Senhora, os Anjos e os Santos também podem interceder por nós. A Igreja é pela graça de Deus uma grande “comunhão dos santos” como professamos no Credo.

- Não há concorrência entre os dois corpos de Cristo, mais íntima cooperação e interpenetração. Ao mesmo tempo que a Igreja celebra a Eucaristia, a Eucaristia faz a Igreja. “A eucaristia é a culminância e a fonte de toda a vida da Igreja, o sacramento da união dos seres humanos com Deus e entre si. Na santa ceia, o Senhor se torna presente na história da maneira mais completa, congregando o seu povo: é a eucaristia que faz a Igreja. Simultaneamente, na celebração da eucaristia a Igreja invoca o Dom de Deus, abrindo-se para recebê-lo, com a humilde acolhida de louvor: é a Igreja fazendo a eucaristia.” (Bruno Forte)

A Eucaristia é o Santíssimo Sacramento. Ela está no centro dos outros seis sacramentos da mesma forma como está no centro da própria Igreja. Desta forma, toda vida cristã e eclesial deve ser uma vida eucarística. De modo que, ao falar da importância da Eucaristia para a vida e missão da Igreja, como princípio, sinal e instrumento do Reino de Deus sobre a face da terra, também estamos falando, mesmo que indiretamente, da importância de todos os outros seis sacramentos.

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A Eucaristia edifica a Igreja

O Concílio Vaticano II veio recordar que a celebração eucarística está no centro do processo de crescimento da Igreja. De facto, depois de afirmar que « a Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus », querendo de algum modo responder à questão sobre o modo como cresce, acrescenta: « Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, no qual “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (1 Cor 5, 7), realiza-se também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cf. 1 Cor 10, 17) ».
Existe um influxo causal da Eucaristia nas próprias origens da Igreja. Os evangelistas especificam que foram os Doze, os Apóstolos, que estiveram reunidos com Jesus na Última Ceia (cf. Mt 26, 20; Mc 14, 17; Lc 22, 14). Trata-se de um detalhe de notável importância, porque os Apóstolos « foram a semente do novo Israel e ao mesmo tempo a origem da sagrada Hierarquia ». Ao oferecer-lhes o seu corpo e sangue como alimento, Cristo envolvia-os misteriosamente no sacrifício que iria consumar-se dentro de poucas horas no Calvário. De modo análogo à aliança do Sinai, que foi selada com um sacrifício e a aspersão do sangue, os gestos e as palavras de Jesus na Última Ceia lançavam os alicerces da nova comunidade messiânica, povo da nova aliança.
No Cenáculo, os Apóstolos, tendo aceite o convite de Jesus: « Tomai, comei [...]. Bebei dele todos » (Mt 26, 26.27), entraram pela primeira vez em comunhão sacramental com Ele. Desde então e até ao fim dos séculos, a Igreja edifica-se através da comunhão sacramental com o Filho de Deus imolado por nós: « Fazei isto em minha memória [...]. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em minha memória » (1 Cor 11, 24-25; cf. Lc 22, 19).
A incorporação em Cristo, realizada pelo Baptismo, renova-se e consolida-se continuamente através da participação no sacrifício eucarístico, sobretudo na sua forma plena que é a comunhão sacramental. Podemos dizer não só que cada um de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós. Ele intensifica a sua amizade connosco: « Chamei-vos amigos » (Jo 15, 14). Mais ainda, nós vivemos por Ele: « O que Me come viverá por Mim » (Jo 6, 57). Na comunhão eucarística, realiza-se de modo sublime a inabitação mútua de Cristo e do discípulo: « Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós » (Jo 15, 4).
Unindo-se a Cristo, o povo da nova aliança não se fecha em si mesmo; pelo contrário, torna-se « sacramento » para a humanidade, sinal e instrumento da salvação realizada por Cristo, luz do mundo e sal da terra (cf. Mt 5, 13-16) para a redenção de todos. A missão da Igreja está em continuidade com a de Cristo: « Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós » (Jo 20, 21). Por isso, a Igreja tira a força espiritual de que necessita para levar a cabo a sua missão da perpetuação do sacrifício da cruz na Eucaristia e da comunhão do corpo e sangue de Cristo. Deste modo, a Eucaristia apresenta-se como fonte e simultaneamente vértice de toda a evangelização, porque o seu fim é a comunhão dos homens com Cristo e, n'Ele, com o Pai e com o Espírito Santo.
Pela comunhão eucarística, a Igreja é consolidada igualmente na sua unidade de corpo de Cristo. A este efeito unificador que tem a participação no banquete eucarístico, alude S. Paulo quando diz aos coríntios: « O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão » (1 Cor 10, 16-17). Concreto e profundo, S. João Crisóstomo comenta: « Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De facto, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo ». A argumentação é linear: a nossa união com Cristo, que é dom e graça para cada um, faz com que, n'Ele, sejamos parte também do seu corpo total que é a Igreja. A Eucaristia consolida a incorporação em Cristo operada no Baptismo pelo dom do Espírito (cf. 1 Cor 12, 13.27).
A acção conjunta e indivisível do Filho e do Espírito Santo, que está na origem da Igreja, tanto da sua constituição como da sua continuidade, opera na Eucaristia. Bem ciente disto, o autor da Liturgia de S. Tiago, na epiclese da anáfora, pede a Deus Pai que envie o Espírito Santo sobre os fiéis e sobre os dons, para que o corpo e o sangue de Cristo « sirvam a todos os que deles participarem [...] de santificação para as almas e os corpos ».(43) A Igreja é fortalecida pelo Paráclito divino através da santificação eucarística dos fiéis.
O dom de Cristo e do seu Espírito, que recebemos na comunhão eucarística, realiza plena e sobreabundantemente os anseios de unidade fraterna que vivem no coração humano e ao mesmo tempo eleva esta experiência de fraternidade, que é a participação comum na mesma mesa eucarística, a níveis que estão muito acima da mera experiência dum banquete humano. Pela comunhão do corpo de Cristo, a Igreja consegue cada vez mais profundamente ser, « em Cristo, como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano ».
Aos germes de desagregação tão enraizados na humanidade por causa do pecado, como demonstra a experiência quotidiana, contrapõe-se a força geradora de unidade do corpo de Cristo. A Eucaristia, construindo a Igreja, cria por isso mesmo comunidade entre os homens.
O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa – presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho – resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramental e espiritual. Compete aos Pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas.
É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predilecto (cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se actualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela « arte da oração », como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio!
Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de Ligório, que escrevia: « A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós ». A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça. Uma comunidade cristã que queira contemplar melhor o rosto de Cristo, segundo o espírito que sugeri nas cartas apostólicas Novo millennio ineunte e Rosarium Virginis Mariæ, não pode deixar de desenvolver também este aspecto do culto eucarístico, no qual perduram e se multiplicam os frutos da comunhão do corpo e sangue do Senhor.
João Paulo II
Ecclesia de Eucharistia

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!


Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Ex 16,1-35): ______________
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2º Dia (2Rs 19,1-8): ____________
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3º Dia (Jo 6,35-49): ____________
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4º Dia (Jo 6,51-59): ____________
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5º Dia (Jo 6,60-71): ____________
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6º Dia (Lc 22,14-23): ____________
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7º Dia (1Cor 11,17-34): ____________
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8º Encontro ____/ ____/ ____

A Eucaristia na
História da Salvação

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante):

20:00h – Reflexão
“A Eucaristia, nossa santificação”, do Frei Raniero Cantalamessa, Paulus Editora, é o meu livro do momento. Aliás, foi um presente que ganhei de Dom José Antonio, nosso arcebispo.
Na primeira meditação, Frei Raniero enquadra o mistério da Santa Ceia no conjunto da História da Salvação. Deus revelou-Se aos homens no contexto de uma História, a qual, a partir do seu objetivo e da sua finalidade, é chamada “História da Salvação”.
Dentro da história visível e documentada do mundo, desenvolve-se pois uma outra história, cujo fio condutor não são, como sucede na história humana, as guerras e as pazes, ou as invenções do homem, mas as “invenções” de Deus, as mirabilia Dei (maravilhas da salvação), as intervenções maravilhosas e benévolas de Deus.
Todas as operações realizadas por Deus fora de Si mesmo (ad extra), da Criação até à Parusia (segunda vinda de Cristo), fazem parte dessa História.
A Eucaristia ocupa toda História da Salvação. A Eucaristia é paralela à História da Salvação: toda a História da Salvação está presente nela, e a Eucaristia está presente em toda a História da Salvação. Como numa gota de orvalho da manhã se vê refletido todo o firmamento, assim na Eucaristia se espelha o inteiro arco da História da Salvação.
A Eucaristia está presente em três modos diversos dos tempos que distinguimos na História da Salvação: Está presente no Antigo testamento como figura. Está presente no Novo Testamento como acontecimento. E está presente no tempo da Igreja, este em que nós vivemos, como sacramento. A figura antecipa e prepara o acontecimento, o sacramento “prolonga” e atualiza o acontecimento.

1. As figuras da Eucaristia
Todo o Antigo Testamento era uma preparação da Ceia do Senhor: Maná (Ex 16,4ss; Jo 6,31ss), sacrifício de Melquisedec que ofereceu pão e vinho(Gn 14,18; Sl 110,4; Hb 7,1ss), sacrifício de Isaac.
Já a partir da noite da saída do Egito, Deus contemplava a Eucaristia, já pensava em dar-nos o Cordeiro. “Eu verei o sangue – diz Deus – e passarei adiante” (Ex 12,13), ou seja, farei com que “façais Páscoa”, poupar-vos-ei e vos salvareis. Os Padres da Igreja perguntavam-se, a este ponto, acerca do que é que Deus via de tão precioso nas casas dos hebreus, para “passar adiante” e dizer ao seu anjo para não ferir, e respondiam: via o Sangue de Cristo, via a Eucaristia!
Santo Tomás de Aquino se perguntava: “Qual é então a força da realidade (ou seja, da Páscoa cristã), se já a simples figura dela era causa de salvação?” Por isso ele chegou a chamar os ritos do Antigo testamento de sacramentos da antiga lei.

2. A Eucaristia enquanto acontecimento
Chegamos então à plenitude dos tempos. A Eucaristia não já está presente como figura, mas como realidade.
A grande novidade está incluída nesta exclamação do Apóstolo: “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”(1Cor 5,7). Por isso, a Eucaristia pode ser chamada “o mistério antigo e novo: antigo pela prefiguração, novo pela realização”(Melitão de Sardes).
Em que consiste então, propriamente, o acontecimento que funda a Eucaristia e que realiza a nova Páscoa? Os Evangelhos dão-nos duas respostas diversas, mas complementares. Conjuntamente, permitem ter uma visão mais compreensiva do mistério, como uma coisa vista de dois ângulos diversos: a imolação no templo e a ceia nas casas.
O Evangelista João olha de preferência para o momento da imolação. Para ele a Páscoa cristã – e portanto, a Eucaristia – é instituída na cruz, no momento em que Jesus, verdadeiro Cordeiro, é imolado.
João estabelece um sincronismo singular. Mostra uma aproximação “temporal”, de um dia e de uma hora exatos, e uma aproximação “espacial” em direção a Jerusalém, até que estes dois momentos convergem e se entrecruzam no Calvário, na tarde de 14 de Nisan, precisamente no momento em que, no templo, começava a imolação dos cordeiros pascais. Também, como acontecia com tais cordeiros, em Jesus também não foi quebrado nenhum osso (Ex 12,46; Jo 19,36).
Os outros três evangelistas sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) olham de preferência para a Ceia. É na Ceia, precisamente na instituição da Eucaristia, que se cumpre, na opinião dos três, a passagem da antiga para a nova Páscoa.
Eles dão grande relevo à preparação da Última Ceia pascal celebrada por Jesus antes de morrer (Lc 22,11). Poderíamos dizer que a Ceia dos sinóticos contém já o acontecimento pascal da imolação de Cristo, como a ação simbólica antecipa, por vezes, nos profetas, o acontecimento anunciado.
O quebrar da bilha por Jeremias(19,1ss) ou o deitar-se no chão de Ezequiel(4,4), não é uma simples ilustração didática do anúncio oral, é uma prefiguração criadora da realidade futura a que se devia seguir imediatamente a realização. A esta luz, o gesto que Jesus faz na Última Ceia, partindo o pão e instituindo a Eucaristia, é a suprema ação simbólica e profética da História da Salvação.
A imolação que João enxerga na Cruz é, então, o mesmo acontecimento fundamental que os outros três evangelistas percebem na Última Ceia: a morte e a ressurreição.
O acontecimento que funda, ou institui, a Eucaristia é a morte e a ressurreição de Cristo, o seu “dar a vida para retomá-la de novo”.
João acentua o momento da imolação real (a Cruz). Os sinóticos acentuam o momento da imolação mística (a Ceia). Santo Efrém dizia: “Na Ceia Jesus imolou-Se a Si mesmo; na cruz foi imolado por outros”.
Chamamos-lhe “acontecimento” porque é qualquer coisa acontecida historicamente, um fato único no tempo e no espaço, acontecido uma só vez e irrepetível: “Cristo manifestou-Se uma vez por todas, no fim dos tempos, para abolir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo”(Hb 9,26).
Mas não se trata de simples “acontecimentos”. Estes acontecimentos têm uma razão, um “porquê”, que constitui como que a alma desses acontecimentos, e que é o amor. A Eucaristia nasce do amor; tudo se explica com este motivo: porque nos amava. “Cristo amou-nos e entregou-Se a Deus por nós, como oferta e vítima, como perfume agradável” (Ef 5,2).
Poderíamos continuar a falar longamente do acontecimento da cruz, da qual brota a Eucaristia, e cuja riqueza jamais esgotaríamos.
Em relação a grande história do mundo, neste acontecimento tão pequeno existe tanta energia que nele repousa a própria salvação deste mundo. Por analogia, lembramos o átomo que, apesar de tão pequeno, possui uma imensa energia.

3. A Eucaristia enquanto Sacramento
Neste tempo da Igreja em que vivemos, a terceira fase da História da Salvação, a Eucaristia está presente como sacramento, nos sinais do pão e do vinho, intituído por Jesus na Última Ceia com estas palavras: “Fazei isto em memória de Mim”.
Aqui temos História e Liturgia. Como acontecimento, aconteceu uma só vez, mas como sacramento, renova-o periodicamente. Acontecimento e Sacramento não estão em contraste entre si, como se o Sacramento fosse ilusório e só o acontecimento fosse verdadeiro.
De fato, aquilo que a História afirma que aconteceu na realidade, o Sacramento renova-o frequentemente no coração dos fiéis. A Missa renova o acontecimento da cruz celebrando-o (não repetindo-o!) e celebra-o renovando-o (não somente recordando-o!).
A palavra, na qual se realiza hoje o maior consenso ecumênico, é porventura o verbo representar, entendido no sentido de re-apresentar, ou seja, de tornar de novo presente. Graças ao Sacramento da Eucaristia, tornamo-nos, misteriosamente, contemporâneos do acontecimento.
O Espírito Santo é quem atualiza o acontecimento da morte e ressurreição de Jesus, que fundou a Eucaristia. Se celebrarmos também nós, – como fez Jesus na Cruz – a nossa Missa “na companhia do Espírito Santo”, Ele dará um recolhimento novo às nossas celebrações. Fará verdadeiramente de nós – como pedimos no cânone da Missa – “uma oferenda permanente” agradável a Deus!

A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 5-20
Resumido por Pe. Marcos Oliveira

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



















Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                       ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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 9º Encontro ____/ ____/ ____

A Eucaristia faz a Igreja mediante a consagração

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante):

20:00h – Reflexão

No primeiro capítulo do livro “A Eucaristia, nossa santificação” Frei Raniero considerou o Santíssimo Sacramento na história da Salvação, na qual ele está presente, sucessivamente, como figura(Antigo Testamento), como acontecimento(Novo Testamento) e como sacramento(tempo este da Igreja que estamos vivendo).
Agora, mais do que dizer que a Eucaristia está no centro da Igreja, enfoca-se que a Eucaristia faz a Igreja!
Há dois sacramentos que constroem a Igreja: O Batismo e a Eucaristia.
Enquanto o Batismo constrói a Igreja em extensão, em número, a Eucaristia fá-la crescer com intensidade, qualitativamente, porque a transforma cada vez mais em profundidade à imagem da sua Cabeça, Cristo.
A Eucaristia dentro da Igreja é como o fermento na massa (Mt 13,33). De vários modos a Eucaristia faz a Igreja: mediante a consagração, comunhão, contemplação e mediante a imitação.

1. “Partiu o pão”
Ofereçais vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o vosso culto autêntico (Rm 12,1).
São Paulo diz isso lembrando-se sem dúvida nenhuma daquelas palavras de Cristo na Última Ceia: “Tomai e comei: isto é o meu corpo entregue em sacrifício por vós”. São Paulo está querendo dizer: façam o mesmo que Jesus fez.
Jesus mesmo disse: “Fazei isto em memória de mim”. Jesus não dizia repetir só os seus gestos, mas fazer a substância que ele fez, oferecer também o nosso corpo como Ele ofereceu o dele.
Olhemos com olhos novos o momento da consagração eucarística, porque agora sabemos, como diz Santo Agostinho, que “é também o nosso mistério que se celebra no altar”.

2. “Tomai, todos, e comei...”
Como é que também devemos fazer “nossas” estas palavras?
Antes eu fechava os olhos, inclinava a cabeça, procurava isolar-me... Mas depois que compreendi que somos um só com Jesus Ressuscitado, já não fecho os olhos na hora da consagração. Olho para os irmãos e dirigindo-me a eles, digo como Jesus: Tomai, todos, e comei: isto é o meu corpo.
Santo Agostinho dizia também: “Toda a cidade redimida, ou seja, a assembléia comunitária dos santos é oferecida a Deus como sacrifício universal pela mediação do sumo sacerdote que na paixão Se ofereceu a Si mesmo por nós na forma de servo, para que fôssemos o corpo de uma Cabeça tão excelsa. A Igreja celebra este mistério no sacramento do altar bem conhecido dos fiéis; nele é mostrado que, naquilo que se oferece, é ela mesma que se oferece”.
Há dois corpos de Cristo sobre o altar: está o seu corpo real (o corpo “nascido” de Maria Virgem) e está o seu corpo místico, que é a Igreja. Não há nenhuma confusão entre duas presenças que são bem diversas, mas também nenhuma divisão.
A Eucaristia faz a Igreja, fazendo da Igreja uma Eucaristia!
A santidade do cristão deve realizar-se segundo a “forma” da Eucaristia; deve ser uma santidade eucarística.

3. “Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”
Se na eucaristia estamos também nós, e nos dirigimos aos irmãos, dizendo: “Isto é o meu corpo, tomai todos e comei. Isto é o meu sangue, tomai, todos, e bebei”, temos que saber o que é corpo e sangue para saber o que oferecemos.
Na Bíblia corpo não indica um componente do homem, mas o homem todo enquanto vida vivida num corpo.
Sangue é a sede da vida, o derramamento dele significa morte.
A Eucaristia é o mistério do corpo e do sangue do Senhor, ou seja, da vida e da morte do Senhor!
O que oferecemos juntamente com Jesus, na Missa? Oferecemos também nós o que Jesus ofereceu: a vida e a morte. Com a palavra corpo doamos tudo o que constitui concretamente a vida que trazemos neste corpo: tempo, saúde, energias, capacidades, afeto, porventura um só sorriso.
Com a palavra sangue oferecemos a morte. Não necessariamente o martírio, mas tudo aquilo que desde agora, prepara e antecipa a morte: humilhações, insucessos, doenças que imobilizam, limitações devidas à idade, à saúde, tudo o que nos “mortifica”.
Logo que saímos da Missa, nos esforcemos por realizar o que dissemos. Se assim não for, tudo fica palavra vazia, mentira até.
Uma mãe de família celebra sua Missa com toda uma participação pessoal no momento da consagração. Depois vai pra para casa e começa o seu dia feito de mil pequenas coisas. A sua vida é literalmente fragmentada, fracionada como a hóstia consagrada; mas não é coisa pequena o que ela faz: é uma eucaristia juntamente com Jesus. Assim também com a freira, com os sacerdotes... Como Jesus permanece uno na fração do pão, assim uma vida gasta deste modo é unitária, não é dispersiva e aquilo que a torna unitária é o fato de ser eucaristia! Um mestre espiritual dizia: “De manhã, na Missa, eu sou sacerdote e Jesus é vítima; ao longo do dia, Jesus é sacerdote e eu vítima”.
Graças à Eucaristia já não há vidas inúteis!

4. “Vem para o Pai!”
O segredo está em oferecer-se completamente, não reservando nada para si. Tudo aquilo que alguém reserva para si perde-se, porque não se possui senão aquilo que se oferece.
“Senhor, tudo o que há, no Céu e na Terra, é vosso. Desejo consagrar-me a Vós, por uma oblação voluntária, e ser perpetuamente vosso. É, pois, na simplicidade do meu coração, que eu me ofereço a Vós neste dia, para ser eternamente vosso escravo, para Vos servir e para me imolar à vossa glória. Recebei este sacrifício, que Vos faço de mim, junto com o do vosso precioso Corpo, que vos ofereço, hoje, na presença dos anjos, que a ele assistem, invisilvemente, a fim de que seja para salvação minha e de todo o povo”. (Imitação de Cristo).
Como ter força para esta oferta total de si mesmo? A resposta é: o Espírito Santo! Jesus ofereceu-se a Si mesmo graças a um “Espírito eterno”(Hb 9,14). O Espírito Santo está na origem de cada movimento de doação de si mesmo.
Santo Inácio de antioquia, para convencer os cristãos de Roma a nada fazer para impedir o seu martírio, confia-lhes um segredo: “Há dentro de mim uma água viva que murmura e diz: Vem para o Pai”. É a voz inconfundível do Espírito de Jesus que, regressando ao Pai, agora pode dizer também ao seu discípulo: Vem, oferece-te comigo!
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 21-36 Resumido por Pe. Marcos Oliveira 

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!


Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                       ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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10º Encontro ____/ ____/ ____

A Eucaristia faz a Igreja mediante
a comunhão

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante):

20:00h – Reflexão

Um filósofo ateu disse: “O homem é aquilo que come”. Pretendia dizer que no homem não existe diferença qualitativa entre matéria e espírito, que tudo nele se reduz à componente material.  Mais uma vez, aconteceu que um ateu deu, sem o saber, a melhor formulação aplicada a um mistério cristão. Graças à Eucaristia, o cristão é verdadeiramente aquilo que come. “A nossa participação no corpo e sangue de Cristo nada mais pretende senão tornar-nos naquilo que comemos” (São Leão Magno).
“Como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, assim aquele que Me come viverá por mim” (Jo 6,57). Isto significa que quem come o corpo de Cristo vive d’Ele, ou seja, em força da vida que provém d’Ele, e vive para Ele, para a sua glória, para o seu amor, para o seu Reino. 
Padres da Igreja: o princípio vital mais forte assimila o que é mais fraco. Jesus diz ao que O recebe: “Não será tu que Me assimilarás, Eu é que te assimilarei” (Sto. Agostinho).  Enquanto o alimento material se torna aquele que o come, aqui acontece o contrário: o Pão da Vida é ele mesmo vivo e por isso vivem aqueles que o recebem. É o pão da vida que faz movimentar quem dele se alimenta. “Que me come viverá por Mim”. 
Dizer que Jesus Eucarístico nos assimila a si, quer dizer, concretamente, que ele torna nossos sentimentos, desejos e pensamentos semelhantes aos seus (Fl 2,5).  Como o coração no corpo, Jesus é o coração do seu Corpo Místico. Ao coração chega de todas as partes o sangue venoso, empobrecido de elementos vitais e cheio de tóxicos. Nos pulmões este sangue é como que queimado com oxigênio e assim regenerado, enriquecido e restituído pelo coração a todos os organismos. Todo sangue venoso do mundo flui para a Missa. Na comunhão, o indivíduo lança todos os pecados e Jesus dá sangue puro, sangue novo, “medicina de imortalidade” (Sto. Inácio de Antioquia). Por isso se diz na Escritura: “O sangue de Cristo... purificará das obras da morte a nossa consciência” (Hb 9,14;); “purifica-os de todo o pecado” (1Jo 1,7).  A Eucaristia é o coração da Igreja e num sentido muito mais real do que costumamos pensar!

1. Comunhão com o corpo e o sangue de Cristo (1 Cor 10, 16)
Corpo e sangue, biblicamente falando, quer dizer toda a vida de Cristo, sua vida e sua morte. Corpo é a vida vivida no corpo. Na Eucaristia,corpo significa Cristo na sua condição de servo, pobreza, cruz; que trabalhou, sofreu, rezou no meio de nós. Sangue também é uma realidade concreta, melhor, um acontecimento concreto: indica a morte, a morte violenta, a morte sacrifical expiatória. (Ex 24,8)
Ao comungarmos, portanto, o corpo e o sangue de Cristo, revivemos e partilhamos toda a sua experiência de vida. Unimos o hoje da nossa vida, os momentos felizes ou tristes que também passamos, aos momentos que Jesus viveu. Tudo isso não por uma ficção mental, mas porque Jesus existe e está vivo na Eucaristia.

2. Quem se une ao Senhor forma um só Espírito com Ele (1Cor 6,17).
A força da comunhão eucarística reside precisamente nisto; nela nós nos tornamos um só espírito com Jesus e este único espírito é o Espírito Santo! No nascimento é o Espírito que dá Jesus ao mundo. Na morte, é Jesus quem dá ao mundo o Espírito Santo. Na consagração, o Espírito dá-nos Jesus. Na comunhão, Cristo dá-nos o Espírito.
O Espírito Santo é aquele que realiza a nossa intimidade com Deus (São Basílio). O Espírito Santo é a “nossa própria comunhão com Cristo” (Sto. Irineu). 
Na comunhão Jesus dá agora o Espírito Santo. Deste modo Jesus torna-nos participantes da sua unção espiritual. Ao redor da mesa eucarística realiza-se a “embriaguez sóbria do Espírito”. 
O efeito da embriaguez é sempre fazer o homem sair de si mesmo. Na embriaguez material (vinho, droga) o homem sai de si para abaixo da razão, para o nível animal... Na embriaguez espiritual sai para viver acima da própria razão, para o horizonte de Deus. Cada comunhão deveria terminar num êxtase (não tanto no sentido dos fenômenos místicos extraordinários, mas no sentido paulino de “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”).
Eucaristia é o sacramento do amor (Sto. Tomás de Aquino). O amor é a única realidade, graças à qual dois seres vivos distintos podem unir-se para formar uma só coisa. O Espírito é chamado a própria comunhão com Cristo por que Ele é o próprio Amor de Deus. Eu comungo plena e definitivamente com Cristo que comungou comigo, somente quando consigo dizer-lhe, com simplicidade e sinceridade de coração, como Pedro: “Senhor, Tu sabes que eu te amo!” (Jo 21, 16).

3. “Eu neles e Tu em Mim”: a comunhão com o Pai
Mediante Jesus e o seu Espírito, na comunhão eucarística nós alcançamos também o Pai. Os Três são inseparáveis. Devido à pericorese (É o inter-relacionamento eterno que existe entre os três divinos: Pai, Filho e Espírito Santo. Cada pessoa vive da outra, com a outra, pela outra e para a outra. É uma comunidade unida, de amor, de ação) das Pessoas divinas, em cada uma estão presentes também as outras duas. A Trindade toda está na Eucaristia! 
Entramos, portanto, numa comunhão misteriosa, mas profunda, com a Trindade inteira: com o Pai, mediante Jesus Cristo, no Espírito Santo.

4. Deus colocou o seu corpo nas nossas mãos
Que fazemos nós com o Corpo de Cristo? Muitas vezes estamos até distraídos, e isto é usar de violência para com Ele.
“A Humanidade estremeça, o Universo inteiro trema e o Céu exulte quando, sobre o altar, nas mãos do sacerdote, está o Cristo Filho de Deus vivo. Vede, irmãos, a humildade de Deus e abri-lhe os vossos corações; humilhai-vos também vós, para que Ele vos exalte” (S. Francisco de Assis).
Creio que se trata de uma graça salutar para um cristão passar por um período de tempo em que tem medo de se aproximar da comunhão... A pregação da Igreja não deveria ter receio de usar por vezes a linguagem de Hb 12,18-24!!! Conhecemos o aviso que ressoava no cristianismo primitivo, no momento da comunhão: “Quem é santo aproxime-se, quem não o é arrependa-se!” (Didaqué 10).
São João Crisóstomo, tendo de lidar com uma população inclinada, também ela, a levar as coisas com leviandade, não fala nunca da comunhão eucarística, que não utilize o adjetivo ‘terrível’: “Os mistérios da Igreja são terríveis; e terrível é o altar!” (S. João Crisóstomo); “Terrível e inefável é a comunhão dos santos mistérios” (S. João Crisóstomo).

5. A comunhão com o corpo de Cristo que é a Igreja
Na Eucaristia realiza-se também uma comunhão horizontal, ou seja, com os irmãos.  1Cor 10,16-17: comunhão com corpo de Cristo, mas fala também de corpo místico, que é a Igreja.
Os primeiros cristãos sentiam-se unidos na fração do pão (At 2,42). Não se pode ter um pão se os grãos de trigo não são moídos... Para sermos o corpo místico de Cristo, também temos que ser moídos. E nada melhor para nos moer do que a caridade fraterna, especialmente pra quem vive em comunidade: suportarem-se uns aos outros apesar das diferenças de caracteres, de pontos de vista , etc. 
É nos dito na Missa: “O corpo de Cristo”. E nós dizemos: Amém! Dizemos amém ao corpo santo de Jesus nascido da Virgem, mas também ao corpo místico que é a Igreja, que são concretamente, os irmãos que estão a nossa volta, na vida ou na mesa eucarística. Não podemos separar os dois corpos, e aceitar um e rejeitar o outro.
Não nos custará muito dizer amém aos irmãos, talvez à maioria, mas sempre haverá um que nos faz sofrer, por culpa dele ou nossa. Dizer amém neste caso é mais difícil, mas esconde uma graça especial. Quando queremos fazer uma comunhão mais íntima com Jesus, ou precisamos de um perdão ou uma graça especial, este é o melhor modo de o conseguir: acolher Jesus, na comunhão, juntamente com aquele irmão. Dizer mesmo: “Jesus, hoje recebo-vos juntamente com o fulano... hospedo-o juntamente contigo no meu coração, fico feliz se Vós o trazeis convosco.” Este pequeno gesto agrada muito a Jesus, porque Ele sabe que, para o fazermos, devemos morrer um pouco.
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero. Paulus, São Paulo, 2005, cap. III, pp.37-54 - Resumido por Pe. Marcos Oliveira 


20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!





















Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                       ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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11º Encontro ____/ ____/ ____

A Eucaristia,
comunhão no
Sangue de Cristo

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante):

20:00h – Reflexão
Continuamos a refletir neste capítulo sobre o tema: “A Eucaristia faz a Igreja mediante a comunhão”. Falávamos até aqui da comunhão em geral... Agora quero destacar a nossa atenção num aspecto especial dela: a comunhão com o sangue de Cristo.
Um dia uma mulher me entregou um bilhete, no final da Santa Missa: “Tomai, todos, e bebei, este é o cálice do meu sangue”. Por que é que nós não podemos beber também o Sangue de Cristo, como Ele nos pediu? Percebi que o pedido nascia de um desejo real pelo sangue de Cristo, não de um espírito de contradição, e que era acompanhada de uma profunda humildade e amor à Igreja.
Queremos com esta catequese encorajar a prática da comunhão sob as duas espécies.

1. A comunhão sob as duas espécies
Dados históricos e teológicos: Jesus instituiu a Eucaristia no sinal do pão e do vinho (Jo 6,53.55). Ao instituir a Eucaristia disse: “Tomai e comei... Tomai, todos, e bebei”. Não disse: “alguns”, ou “quem quiser”, mas sim “todos”. São Paulo também certifica-nos isso (1Cor 10,16).
Os Padres da Igreja também falavam bastante do sangue nas catequeses eucarísticas. “Se mostrardes ao Maligno a língua embebida no sangue ele não poderá resistir; se lhe mostrares a boca tingida de púrpura, fugirá imediatamente como uma fera amedrontada. Queres conhecer a força deste sangue? Repara donde ele brotou: do alto da cruz, do Lado do Senhor” (S. João Crisóstomo).
Todo o amor e a reverência dos primeiros cristãos para com o sangue de Cristo transparece do modo como iam recebê-lo. “Depois de haveres comungado o corpo de Cristo vai receber o cálice do seu sangue. Não estendas as mãos, mas inclina-te tomando o sangue de Cristo, diz Amém em sinal de adoração e de veneração, e santifica-te tomando o sangue de Cristo” (S. Cirilo de Antioquia)
Hoje Notamos que nos afastamos da fisionomia original... Diversos fatores contribuíram para fazer da eucaristia o sacramento do Corpo de Cristo, tais como, a comunhão dada aos fiéis apenas sob a espécie do pão, o culto eucarístico fora da missa contribuiu involuntariamente para isto, a exposição, a adoração e a bênção eucarística fazem-se apenas com a Hóstia, na festa do Corpus Domini leva-se em procissão só o corpo de Cristo...  Com o tempo, por razões de prudência, a praxe de comungar sob as duas espécies foi sendo abandonada, e a comunhão do cálice reservada apenas ao celebrante.
De fato, “em cada um das espécies está contido Cristo inteiro”. Mas S. Tomás de Aquino logo explica o limite deste princípio: “É verdade – diz ele – que em cada uma das duas espécies está contido o Cristo todo, mas segundo razões diversas. De fato, sob o sinal do pão, o corpo de Cristo está presente ‘em força do sacramento’, isto é, em força das palavras de Cristo, ao passo que o sangue está presente só ‘em força da natural concomitância’, isto é, em força do fato pelo qual, onde está um corpo vivo, lá necessariamente está também o seu sangue.”
O inconveniente surge quando as categorias filosóficas do momento (“real concomitância”) prevalecem sobre as categorias bíblicas, sobre a vontade de Cristo expressa na instituição da Eucaristia.
São Tomás lembra ainda que “Este sacramento é celebrado em memória da Paixão do Senhor; mas a paixão de Cristo é expressa melhor com o sangue do que com o corpo, e por isso seria melhor abster-se de receber o corpo do que de receber o sangue”. “Ora – explica o mesmo santo – nenhuma das duas espécies é supérflua. Em primeiro lugar, porque serve para representar ao vivo a Paixão de Cristo, na qual o sangue foi separado do corpo; em segundo lugar, porque é conforme à índole deste sacramento que sejam oferecidos separadamente aos fiéis o corpo de Cristo como alimento e o sangue como bebida”.
O que determinou o abandono definitivo, teórico e prático, da comunhão no sangue de Cristo, foi como em muitos outros casos, a reação à posição dos Reformadores protestantes. Nos dias atuais, O Concílio Vaticano II reintroduziu a possibilidade da comunhão sob as duas espécies. A comunhão sob as duas espécies não é só permitida, como também encorajada. “A sagrada comunhão com maior plenitude a sua forma de sinal se for feita sob as duas espécies” (Sacrossanctum concilium, n.º 55. E o novo Missal enumera catorze casos em que a mesma é permitida.
Retomar a comunhão sob as duas espécies exige uma catequese adequada que evidencie o significado do sangue de Cristo e a suscitar o desejo dele. “Quero o pão de Deus que é a carne de Jesus Cristo, e como bebida quero o seu sangue que é amor incorruptível!” (Sto Inácio de Antioquia)

2. O sangue na Bíblia: figura, acontecimento e sacramento

(Nota do Pe. Marcos: figura aqui é um acontecimento do passado que aponta para uma realidade futura. Os cristãos, e o próprio Cristo Jesus, viam nos acontecimentos passados como que uma preparação para acontecimentos futuros, dentro de uma pedagogia de revelação que Deus Pai utilizou para ir comunicando a sua verdade salvífica aos poucos, visto que os homens precisavam ser preparados para poderem ir assimilando tudo aos poucos, etc).
Tema do sangue atravessa toda a Bíblia e alcança a Eucaristia. A efusão do sangue de Cristo aparece-nos em primeiro lugar, profeticamente prefigurada, depois historicamente realizada e por fim, sacramentalmente renovada na Eucaristia.
Grandes figuras do sangue de Cisto no Antigo Testamento: sangue do cordeiro pascal (Ex 12,7.13), o sangue da aliança com o qual moisés aspergiu o povo aspersão -  (Ex 24,8), o sangue da purificação (Lv 16,1ss). O próprio Jesus cita essas três figuras na instituição, utilizando expressões como “memorial”, “sangue da nova aliança”, “para remissão dos pecados”. 
A catequese apostólica segue essa linha (1Pd 1,18-19; Hb 9,12) e os Padres da Igreja também. Comentando Ex 12,13 “Ao ver o sangue, Eu passarei adiante e vos protegerei”, um deles escreve: “Tu, ó Jesus, protegeste-nos verdadeiramente da grande ruína. Estendeste paternalmente os braços e escondeste-nos à sombra das tuas asas, derramando sobre a terra o teu Sangue divino em libação cruenta por amor dos homens” (antiga homilia pascal).
Todo esse conjunto de figuras chega até nós, no sacramento da Eucaristia. Mas com uma novidade importante, que constitui precisamente a característica do sacramento. Em lugar da realidade, o sangue, temos o sinal, o vinho. O vinho tem afinidade com o sangue. “Ele permite evitar o horror natural provocado pelo sangue, embora conservando a eficácia do preço da Redenção” (Sto. Ambrósio). 
A transposição sangue-vinho também dá sentido a palavra de Jesus: “o meu sangue é verdadeira bebida”, evoca o “vinho novo”, a “embriaguez espiritual” (Sl 23,5; 104,15), fazendo assim da Eucaristia uma antecipação do banquete escatológico do reino (Mc 14,25). “O sangue do Senhor e o cálice da salvação apagam a lembrança do homem velho, fazem esquecer os costumes de outrora e afastam a tristeza acumulada no coração devido aos pecados cometidos, com a alegria do perdão divino” (S. Cipriano)
Graças à Eucaristia nos tornamos “consanguineos de Cristo” (São Cirilo de Jerusalém), e num sentido mais remoto, também de Maria.
O que é que há no sangue, que justifique um lugar tão relevante na religiosidade bíblica? O sangue não interessa na Bíblia na sua crua realidade física, mas no sentido de que significava para o homem antigo a sede da vida, ou seja, daquilo que há de mais sagrado e precioso no mundo.  O derramamento do sangue (em Jesus é o dele mesmo, não de um animal ou de outra pessoa) é o sinal de um amor que não tem igual (Jo 15,13). “Não foi a morte do Filho que agradou ao Pai, mas sim a sua vontade de morrer espontaneamente por nós” (São Bernardo). 
Devemos no entanto não reduzir o sangue de Cristo a um puro símbolo, embora de uma realidade tão grande como é o amor. O sangue de Cristo não representa apenas uma realidade espiritual – o seu amor, a sua obediência – ; ele representa um acontecimento preciso, acontecido no tempo e no espaço: “Cristo entrou de uma vez por todas no santuário, e não com o sangue de carneiros e bezerros, mas com o seu próprio sangue, depois de conseguir para nós uma libertação definitiva” (Hb 9,12). É daqui que lhe vem a sua força única e transcendente. É sinal, mas também memorial! O sangue de Cristo atesta que tudo foi cumprido.

3. “Todos nós bebemos de um só Espírito”
São Paulo diz que Deus predestinou Jesus para servir de instrumento de expiação “mediante o seu próprio sangue” (Rm 3,25). 
Ao levantar o cálice depois da consagração, sinto a necessidade de proclamar mentalmente o poder do sangue de Cristo sobre as situações de luta ou de pecado particularmente difíceis... Nada há no mundo mais eficaz para opor à barreira ameaçadora das trevas e do mal! Se o anjo exterminador, dizia São João Crisóstomo, vendo somente a figura do sangue nas portas dos hebreus, receou e não entrou para ferir (Ex 12,23), quanto mais o demônio vendo a realidade não fugirá para a longe?”
A comunhão no corpo de Cristo é já capaz de nos fazer entrar na posse de toda a graça, se for acompanhada de fé viva no sangue de Cristo. No entanto, a comunhão no cálice é o meio mais a adequado, estabelecido pelo próprio Cristo, para participar nela, porque “significando-a, causa-a”, como se diz de todos os sinais sacramentais.
Os pecados depositam-se no fundo da nossa consciência como corpos mortos. Que alívio saber que há um jeito para nos libertarmos desses pesos mortos que nos oprimem, e que ele está sempre à nossa disposição na eucaristia. “O sangue de Cristo... purifica a nossa consciência das obras mortas”(Hb 9,14). “Se todas as vezes que o sangue é derramado, é derramado para o perdão dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que me perdoe sempre os pecados. Eu que peco sempre, devo sempre dispor do remédio”.
Mas o sangue de Cristo não só tira o pecado, também dá-nos o Espírito Santo. 
São João notou uma relação estreita entre o Espírito que Jesus “expira” na cruz, e a água e o sangue que logo depois brotam do seu lado (1Jo 5,7), tanto que escreve: “São três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue”. Não há caminho mais seguro para receber o Espírito Santo do que comungar, com fé, no sangue de Cristo.
Que fazer para voltar a dar ao sangue de Cristo o lugar que lhe cabe na teologia e na piedade eucarística? 
Propostas:

- Comunhão sob as duas espécies;
- Cálice transparente;
- Adoração eucarística diante do Corpo e do Sangue de Cristo, ou só perante o Sangue;
- Procissão do Corpus Domini não só com o Corpo, mas também com o Sangue.
Obs: todas práticas requerem autorizações próprias!

A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 55-73 Resumido por Pe. Marcos Oliveira 



20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!

Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                       ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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12º Encontro ____/ ____/ ____

A Eucaristia faz
a Igreja mediante a contemplação

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante):

20:00h – Reflexão

Eucaristia e contemplação foram vistas, por vezes, como duas vias distintas e quase paralelas à perfeição cristã.
1ª via: mistérica ou objetiva (dá primazia aos sacramentos).
2ª via: mística ou subjetiva (primazia à contemplação). 
É chegado o momento de fazer a síntese. Os sacramentos e a vida de oração não são duas vias diversas, mas interdependentes e intimamente ligadas entre si.
Na base de tudo está a vida sacramental, pois nos coloca de modo imediato e objetivo com a salvação em Jesus. Mas sozinha ela não é suficiente para prosseguir na vida espiritual. É necessário que se junte à vida sacramental uma vida interior de contemplação. 
A contemplação é o meio com o qual recebemos, em sentido pleno, os mistérios, o meio com o que os interiorizamos e nos abrimos à sua ação, plasmando nossa vida interior: pensamentos, afetos, vontade e memória. Depois que a vida divina sacramental ser assimilada na contemplação, ela vai se exprimir também em ações, no exercício das virtudes, sobretudo a caridade.
São Gregório: “São três os elementos que manifestam e distinguem a vida do cristão: a ação, a palavra e o pensamento. O primeiro deles é o pensamento, depois vem a palavra que abre e manifesta mediante vocábulos o que foi concebido com a mente; depois, em terceiro lugar, coloca-se a ação que traduz em fatos aquilo que alguém pensou. A perfeição da vida cristã consiste na assimilação a Cristo plenamente, primeiro no âmbito interior do coração, depois no âmbito exterior da ação”. Como não há ação humana que não brote do pensamento (e se há, não tem valor, ou é muito perigoso), assim não há virtude cristã que não brote da contemplação.
A contemplação é a via obrigatória para passar da comunhão com Cristo na Missa, para a imitação de Cristo na vida. A via da perfeição vai dos sacramentos à contemplação, e da contemplação à ação: um único caminho de santidade!

1.    A memória constante de Cristo.
Para assimilarmos Jesus não basta comer o seu corpo e beber o seu sangue. É necessário também contemplar esse mistério. Existe uma grande afinidade entre Eucaristia e Encarnação. 
Na Encarnação Maria concebeu o Verbo primeiro com a mente do que com o corpo (Sto. Agostinho). Maria depois da Encarnação estava cheia de Jesus, pensando nele, esperando-O. Ela é o modelo de contemplação eucarística, pois assim deve se comportar o cristão depois de receber Jesus na Eucaristia. Também ele deve acolher Jesus na sua mente depois de tê-lo acolhido em seu corpo. Conceber significa acolher em si mesmo. Lembrarmo-nos de Cristo, fazer memória d’Ele!
Jesus disse ao instituir a Eucaristia: “Fazei isto em memória de Mim” (Lc 22,19). O memorial eucarístico tem um sentido teológico: lembrar Jesus ao Pai. Lembrá-lo do que Jesus fez por nós e por ele perdoar-nos e abençoar-nos. No Antigo Testamento o povo lembrava Deus dos seus servos Abraão, Isaac, Jacó, etc Na Nova Aliança lembramos Jesus a Deus Pai. As orações eucarísticas são uma anamnese (sobretudo a IV), isto é, fazem memória ao Pai de Jesus Cristo. Narram com uma maravilhosa ingenuidade (como se o Pai não soubesse), aquilo que o seu Filho disse e fez por nós.
Em sentido antropológico, o memorial eucarístico consiste em recordar Jesus não ao Pai, mas a nós mesmos. Devemos fazer da lembrança de Jesus a nossa alegria e a nossa força, como Isaías dizia a Deus: “A nossa alma suspira pelo teu nome e pela tua lembrança”(Is 26,8).
A recordação ao apresentar-se à mente, tem o poder de catalisar todo o nosso mundo interior e encaminhá-lo para o objeto da lembrança, sobretudo se este não é uma coisa, mas uma pessoa, e uma pessoa amada. Quando uma mãe se lembra do seu bebê em casa, tudo dela voa para ele, um ímpeto materno de ternura sai das suas vísceras e vela-lhe os olhos de lágrimas. “Quando me lembro de Ti, no meu leito, passo vigílias a meditar em Ti... à sombra das tuas asas, eu grito de alegria”(Sl 63,7).
A memória é uma das faculdades mais misteriosas e mais grandiosas do espírito humano. Tudo que vimos e ouvimos está registrado ali, um “seio” imenso que não ocupa espaço, prontos a acordar e a vir à luz obedecendo a um simples sinal da vontade.
Para Sto. Agostinho a memória era sinal e vestígio da SS. Trindade. “É grande esta faculdade da memória, imensamente grande, ó meu Deus; é o íntimo imenso e infinito... Quem poderá tocar-lhe o fundo? Faz-nos vir, de certo modo, vertigens... Desde o momento em que Vos conheci, Vós habitais na minha memória e é aqui que Vos encontro quando me recordo e me alegro em Vós”. Deus, que os céus dos céus não podem conter, está encerrado na memória do homem!
Recordar (latim recordari = subir de novo ao coração), não é atividade só do intelecto, mas também da vontade e do coração. Recordar é pensar com amor. Jesus atribui ao Espírito Santo o fato de nos podermos lembrar d’Ele (Jo 14,26).
Para realizar de verdade a transformação do nosso coração, os Padres dizem que a contemplação dos mistérios de Deus deve ser assídua. Como o fogo não queima o que só toca, um pensamento intermitente não pode predispor o coração para nenhuma paixão; é necessário um certo tempo, longo e contínuo (N. Cabasilas).
Devemos então desejar chegar ao ponto em que a recordação de Jesus se insinue e circule através dos nossos pensamentos, como o mel nos favos. E está ao alcance normal de todos! Muitas almas, mesmo aquelas que vivem no mundo, fizeram essa experiência, pelo menos durante longos períodos. (Não se pode pretender vir a ter, na terra, essa recordação contínua de maneira permanente e inalterada). 
Esta recordação, especialmente no começo, é facilitada pela repetição mental, ou à flor dos lábios, de uma palavra, como a invocação prolongada do nome de Jesus. É quase incrível a eficácia deste meio tão simples. O motivo está em que o nome de Jesus não é apenas um “nome”; nele se encerra o mistério e o poder da pessoa de Cristo. A invocação do nome de Jesus serve, sobretudo, para matar ao nascer os pensamentos de orgulho, de autocomplacência, de ira, os pensamentos impuros e, também, para potenciar os bons pensamentos.
A repetição do nome de Jesus serve para quebrar o fio do pensamento mau ou inútil e introduzir em nós “os sentimentos que havia em Cristo Jesus” (Fl 16,23). Assim habitua-se a “pensar nas coisas de Deus, e não nas coisas dos homens” (Mt 16,23) e o seu coração fica puro. O que de fato mancha o nosso coração é, sobretudo, a procura de nós mesmos, da nossa glória.
Mas... o homem que contempla a Deus vira as costas para si mesmo. Quem contempla não se contempla!

2. A adoração diante do SS.mo Sacramento
Uma primeira forma de contemplação eucarística é a própria liturgia da Palavra da Missa. Ela sempre traz à memória um aspecto da salvação e desta forma ilumina a Eucaristia, prepara a mesa do pão, suscita o desejo, aumenta o sabor de Cristo, como aconteceu em Emaús.
Outra forma de contemplação eucarística é o tempo dedicado à preparação e à ação de graças, antes e depois da comunhão. Mas a forma por excelência é a adoração silenciosa diante do SS.mo Sacramento. Pode-se mesmo contemplar Jesus-Eucaristia de longe, no sacrário da própria mente, como fazia São Francisco.
Mas a contemplação feita na presença real de Cristo, diante das Espécies que O contêm, acrescenta algo que nos ajuda. É como lareira sempre acesa a nos aquecer na casa de Deus.
Mas se antes a piedade eucarística se desgastou devido à rotina e ao ritualismo, é necessário agora retomá-la em forma renovada, com ampla sensibilidade bíblica e litúrgica. 
Estamos a descobrir que o corpo místico de Cristo, que é a Igreja, não pode nascer e desenvolver-se senão junto ao seu corpo real, que é a Eucaristia. 
A Eucaristia faz a Igreja mediante a contemplação. Estando calmos e silenciosos diante d’Ele, compreende-se melhor sua vontade, põem-se de lado nossos projetos para dar lugar aos de Cristo.
Fotossíntese eucarística: as folhas verdes absorvem certos elementos do ar que, sob a ação solar, são transformados em alimentos pra planta, que cresce e frutifica depois. As almas eucarísticas são como essas folhas verdes que ao contemplar o sol que é Cristo, fixam o alimento que é o próprio Espírito Santo em benefício de toda grande árvore que é a Igreja. (2Cor 3,18)


3. Eu olho para Ele e Ele olha para mim
Contemplação eucarística é dádiva de saber estabelecer um contato de coração a coração com Jesus na Hóstia e, através dele, elevar-se ao Pai no Espírito Santo. E tudo isso o mais possível, no silêncio exterior e interior.
O silêncio é o esposo predileto da contemplação. Ele a protege como o esposo a esposa... Contemplar é fixar-se intuitivamente na realidade divina (Deus, um seu atributo, um mistério da vida de Jesus). Na meditação procura-se a Verdade encontrada.
Contemplação:
- “Um olhar livre, penetrante e imóvel” (Hugo de S. Vítor).
- “Um olhar afetivo para com Deus” (S. Boaventura).
O camponês de Ars interrogado por S. João Maria Vianey contemplava muito bem: “Nada; eu olho para Ele e Ele olha para mim!” A contemplação de certas religiões orientais, como o Budismo, olham para o “nada”. Nós olhamos para Jesus.
A contemplação eucarística reduz-se por vezes a fazer companhia a Jesus, a ficar debaixo do seu olhar, dando-lhe a alegria de nos contemplar também. Ela não é, pois, impedida pela aridez, quer esta seja devida à nossa dissipação, quer seja permitida por Deus para nossa santificação. Basta dar-lhe um certo sentido, renunciando também à nossa satisfação resultante do fervor. Charles de Foucauld dizia: “A tua felicidade, Jesus, basta-me!” 
Por vezes a nossa adoração parece uma perda de tempo... Pelo contrário, que força e que testemunho de fé está encerrado nela! Jesus sabe que poderemos ir-nos embora e fazer centenas de outras coisas que nos gratificariam muito mais, ao passo que, ficando ali, queimamos o nosso tempo em pura perda. Quando não conseguimos rezar com a alma, podemos sempre rezar com o nosso corpo, e aquilo é rezar com o corpo (embora a alma não esteja ausente).
Contemplando a Eucaristia realiza-se a profecia: “Olharão para aquele que trespassaram” (Jo 19,37). Aliás, essa contemplação é ela mesma uma profecia, pois antecipa o que faremos para sempre no céu. No fim cessarão a consagração e a comunhão, mas não cessará a contemplação! É isto o que os santos já fazem no céu (Ap 5,1ss). Quando estamos diante do sacrário, nós formamos já um coro único com a Igreja do Céu, eles na visão e nós na fé.
Quando Moisés desceu do Sinai seu rosto resplandecia (Ex 34,29). Que o mesmo aconteça com a gente. Este será o dom mais belo que poderemos oferecer aos irmãos, mesmo que não o saibamos como Moisés também não sabia; e é bom que não saibamos que nosso rosto está resplandecente. 
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 75-91
Resumido por Pe. Marcos Oliveira
20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!


Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                       ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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13º Encontro ____/ ____/ ____

A Eucaristia faz a Igreja mediante
a imitação

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante):

20:00h – Reflexão

Na narração da Última Ceia que S. Lucas e S. Paulo nos deixaram, encontramos o mandamento de Jesus: “Fazei isto em memória de Mim”. Também na narração feita por S. João encontramos um mandamento de Jesus: “Dei-vos o exemplo, vós deveis fazer a mesma coisa que Eu fiz” (Jo13, 15). Embora estes mandamentos estejam de acordo entre si, apresentam também uma diferença: no primeiro caso, trata-se de “fazer memória”, e, portanto de algo que se refere à liturgia; no segundo caso, trata-se de uma ação, ou seja, de algo que se refere à vida. É a mesma progressão evangélica que nos impele, por isso, a passar da memória à imitação, da contemplação eucarística à praxe eucarística.
A cena descrita por S. João nos capítulos 13-17 não é uma ceia “pascal”. A ceia pascal hebraica tinha lugar na tarde de 14 de Nissan, na qual, segundo S. João, Jesus morre (Jo 18,28).
Mas o que nos interessa é saber a razão pela qual S. João, na narração da Última Ceia, não fala da instituição da Eucaristia, e fala antes, em seu lugar, do lava-pés. O motivo verdadeiro é que, em tudo o que diz respeito à Páscoa e à Eucaristia, S. João demonstra acentuar mais o acontecimento do que o sacramento, ou seja, mais o significado do o sinal. Para ele, a nova páscoa não começa tanto no Cenáculo, quando se institui o rito que a deve comemorar, mas começa sobretudo na cruz, quando se cumpre o acontecimento que deve ser comemorado. O evangelista impele-nos a passar da liturgia à vida, da memória à imitação da Eucaristia.

1.    O significado do lava-pés

Eu, diz Jesus, dei-vos o exemplo. Deu-nos o exemplo de quê?
Um dia em que eu relia a narração do lava-pés, impressionou-me a afinidade profunda com o hino a Cristo da Carta aos Filipenses. Também ali temos um convite à imitação: “Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo; segue-se depois a descrição de que, sendo embora de condição divina, “Se esvaziou a Si mesmo”, para assumir a “condição de servo”. Por outro lado, o evangelista traduz em imagens plásticas e em gestos concretos o que em Paulo é dito de um modo mais geral e explícito.
Trata-se sempre do mesmo tema que percorre todo o Novo Testamento: Jesus, servo de Deus e dos homens.
No lava-pés, Jesus quis como que resumir todo o sentido da sua vida, para que ficasse bem impresso na memória dos discípulos, e um dia, quando pudessem compreender, compreendessem: “O que estou a fazer não o podes compreender agora. Compreendê-lo-ás mais tarde” (Jo 13,7). Aquele gesto nos diz que toda a vida de Jesus foi um lava-pés, isto é, um serviço aos homens. Foi uma pró-existência, ou seja, uma existência vivida em favor dos outros.
Jesus deu-nos o exemplo de uma vida gasta pelos outros, uma vida feita “pão partido para o mundo”. Com as palavras: “Vós deveis fazer a mesma coisa que eu fiz”, Jesus institui a diakonía, ou seja, o serviço, elevando-o a lei fundamental, ou melhor, a estilo de vida e modelo de todas as relações na Igreja.
Jesus tinha dito a Pedro que haveria de compreender depois, e de fato, depois, ou seja, depois da Páscoa – a Igreja não deixa de falar de serviço e de o inculcar, por todos os meios, aos discípulos. A própria doutrina dos carismas está toda orientada para o serviço; o serviço é a alma e finalidade de qualquer carisma. São Paulo explicita essa doutrina em 1 Cor 12,7 e Ef 4,12. Também Pedro, ao recomendar a hospitalidade, escreve: “Cada um viva segundo a graça (chárisma) recebida, colocando-a ao serviço (diakonía) dos outros” (1 Pd 4,10). Carisma e ministério aparecem sempre ligados entre si. Um carisma que não se explicita em serviço é como o talento enterrado, eu se transforma em causa de condenação (Mt 25,25). A Igreja é carismática para servir.

2.    O espírito de serviço
O serviço não é, em si mesmo, uma virtude. Em si mesmo, o serviço é uma coisa neutra: indica uma condição de vida, ou um modo de relacionar-se com os outros no seu trabalho, um ser na dependência de outrem. Todos hoje falam de serviço; todos se dizem a serviço; dos que fazem qualquer tarefa na sociedade, diz-se que prestam serviço, ou que está de serviço. Mas o serviço de que fala o Evangelho é outra coisa. A diferença está toda nas motivações e na atitude interior com que o serviço é feito. “Ele que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13, 1). O serviço não é uma virtude, mas nasce das virtudes e, em primeiro lugar, da caridade; é, inclusive, a maior expressão do mandamento novo. O serviço é um modo de manifestação da ágape, ou seja daquele amor que “não procura o seu próprio interesse’ (1 Cor 13,5), mas o dos outros, que não é feito de procura, mas de doação. É uma participação e imitação do agir de Deus.
Por isso, o serviço evangélico não é próprio do inferior, do necessitado, de quem não tem, mas é próprio de quem possui, de quem está no alto, de quem tem. Àquele a quem foi dado muito, muito será pedido, no tocante a serviço (Lc 12,48). Por isso, Jesus diz que é sobretudo “quem governa” que deve ser “como aquele que serve” (Lc 22,26) e quem é o primeiro que deve ser “o servo de todos” (MC10,44). O lava-pés é “o sacramento da autoridade cristã” (C. Spicp)
Juntamente com a gratuidade, o serviço exprime outra característica da ágape divina: a humildade. Devemos prestar uns aos outros o serviço de uma caridade humilde. Caridade e humildade, juntas, formam o serviço evangélico.
“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). O que fez Jesus para definir-se humilde? Abaixou-Se, esvaziou-Se para servir! A partir do momento da Encarnação, não fez mais do que descer, descer, até àquele ponto extremo, quando O vemos de joelhos, no ato de lavar os pés aos apóstolos.  Entendida como abaixamento para servir – a humildade é realmente a via régia para assemelhar a Deus e para imitar a Eucaristia na nossa vida. “Vede, irmãos, a humildade de Deus e abri diante d’Ele os vossos corações; humilhai-vos também vós, para que Ele vos exalte. De vós, nada guardeis para vós, para que vos acolha a todos Aquele que Se dá de todo a vós” (São Francisco).
O fruto desta meditação deveria ser uma revisão corajosa da nossa vida (hábitos, tarefas, horários de trabalho, planificação e utilização do tempo) para ver se realmente é um serviço e se, neste serviço, existe amor e humildade. O ponto fundamental é saber se servimos os irmãos ou se nos servimos dos irmãos. Serve-se dos irmãos aquele que não age desinteressadamente. Cristo não procurou agradar a Si mesmo! (Rm 15,3): esta é a regra do serviço.
Para fazer o “discernimento dos espíritos”, ou seja, das intenções que nos movem no serviço, é útil ver quais os serviços eu fazemos de boa vontade, e os que procuramos evitar a todo custo. Ver, ainda, se o nosso coração está pronto a abandonar – se no-lo for pedido – um serviço nobre, que dá lustro, por outro humilde que ninguém apreciará. Os serviços mais seguros são os que fazemos sem que ninguém, nem sequer quem o recebe se dê conta, mas só o Pai que vê no segredo. São Paulo exorta: “Não vos deixeis levar pela mania de grandeza, mas afeiçoai-vos às coisas modestas” (Rm 12,16).
Ao espírito de serviço opõe-se o desejo de domínio, o costume de impor aos outros a própria vontade e o próprio modo de ver e fazer as coisas. Resumindo: o autoritarismo. Muitas vezes, quem é tiranizado por estas disposições não repara sequer nos sofrimento que provoca e admira-se até ao ver que os outros não demonstram que apreciam seu “interesse” e os seus esforços e faz até de vítima.
É muito possível que esse “alguém” sejamos mesmo nós! Se nos vem uma pequena dúvida neste sentido, seria uma boa coisa que interrogássemos sinceramente quem vive ao nosso lado e lhe déssemos a possibilidade de se exprimir sem temor.
Ao espírito de serviço se opõe também o apego exagerado aos próprios hábitos e comodidades. Em suma, o espírito de preguiça. Não pode servir seriamente os outros, quem está sempre atento em contentar-se a si mesmo, quem faz um ídolo do seu repouso, do seu tempo livre, do seu horário.
Todos os carismas estão em função do serviço; mas de modo particular está o carisma de “pastores e mestres” (Ef 4,11), ou seja, o carisma da autoridade. A Igreja é “carismática” para servi e é também “hierárquica” para servir!

3.    O serviço do Espírito
Se para todos os cristãos, servir significa “já não viver para si mesmos” (2Cor 5,15), para os pastores significa: “não apascentar a si mesmos”: “Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Os pastores não devem apascentar o rebanho?” (Ez 34,2). Entre os discípulos de Jesus quem é Senhor deve servir. “Não sejais como donos daqueles que vos foram confiados, mas como modelos para o rebanho” (1Pd 5,3).
Para os pastores, e enquanto pastores, é frequentemente sobre este ponto que se decide o problema da conversão.
É preciso imitar o agir de Deus. “Não há nada que caracteriza melhor o agir de Deus do que o contraste entre a simplicidade dos meios e dos modos externos com que opera e a grandiosidade dos efeitos espirituais que obtém” (Tertuliano). O mundo precisa de aparato para agir e impressionar; Deus, não.
A simplicidade exige que não nos coloquemos acima dos outros, mas nem sempre e obstinadamente debaixo deles, para manter, duma maneira ou doutra, as distâncias, mas que aceitemos, nas coisas ordinárias, ser como os outros. “Há pessoas que têm humildade bastante para colocar-se sempre debaixo dos outros, mas não para estar em igualdade com eles” (Manzoni). Por vezes, o melhor serviço não consiste em servir, mas em deixar-se servir, como Jesus que, conforme o momento aceitava os serviços que lhe prestavam – (Lc 7,38; Lc 8,2-3).
Há outra coisa que é preciso dizer sobre o serviço dos pastores: o serviço aos irmãos, por mais importante e santo que seja, não é a coisa principal nem essencial; antes está o serviço a Deus. Jesus, é antes de mais, o “Servo de Javé” e depois também o servo dos homens. A seus próprios pais lembrou isto, dizendo: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). Ele não hesitava em desiludir as multidões, vindas para ouvi-Lo e fazer-se curar, deixando-as de repente, para Se retirar para lugares solitários a rezar (Lc 5,16). Também o serviço evangélico é tentado hoje pelo perigo da secularização. Facilmente se aceita que todo serviço ao homem é serviço a Deus. São Paulo fala de um serviço do Espírito (2Cor 3,8). O espírito de serviço deve exprimir-se, nos pastores, através do serviço do Espírito!
Está escrito que o sacerdote “é constituído para o bem dos homens nas coisas que se referem a Deus” (Hb5,1). Quando surgiu pela primeira vez este problema na Igreja, Pedro resolveu-o dizendo: “Não está certo que deixemos a pregação da Palavra de Deus para servirmos a mesa... Nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,2.4). Há pastores que, de fato, voltaram ao serviço das mesas. Ocupam-se de toda a espécie de problemas e desleixam o seu verdadeiro e insubstituível serviço. O serviço da Palavra exige horas de leitura, estudo e oração. Um dos maiores reparos que hoje circulam nas comunidades é este: uma pregação inadequada, vazia. Muitos saem da Missa desgostosos com a homilia, empobrecidos em lugar de enriquecidos. “Os pobre e indigentes procuram água, mas não a encontram” (Is 41,17). As pessoas pedem um pão e é-lhes dado muitas vezes um escorpião, isto é, palavras vazias, gastas, palavras que não sabem a Deus; ou então não lhe é dado nada.
“Vede, o mundo está cheio de sacerdotes, e no entanto raramente se encontra quem trabalhe na vinha do Senhor; comprometemo-nos com o ofício sacerdotal, mas não cumprimos as obras que esse ofício comporta... Mergulhamos em tarefas terrenas, e uma coisa é a que assumimos como o ofício sacerdotal, e outra a que mostramos com os fatos” (São Gregório Magno).

4.    O serviço aos pobres
“Jesus deu a sua vida por nós; por isso, nós também, devemos dar a vida pelos irmãos. Se alguém possui bens deste mundo e, vendo seu irmão em necessidade, lhe fecha o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos não amemos com a língua, mas com obras e de verdade” (1Jo 3,16-18). “O bem-aventurado apóstolo João quis claramente explicar-nos o mistério da Última Ceia” (Sto. Agostinho). Trata-se de algo, que no pensamento de S. João, constitui um aspecto essencial do mistério eucarístico. Jesus Cristo é, segundo o dogma da Igreja, “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. Ora nós reconhecemos e proclamamos Jesus “verdadeiro Deus” mediante a adoração eucarística. Mas como e com que gesto proclamaremos concretamente a nossa fé em “Jesus homem”? Precisamente com o serviço aos pobres. É necessário que a adoração se una a partilha. Aquele que proclamou sobre o pão: “Isto é o meu corpo”, disse estas palavras também a respeito dos pobres. Disse-as quando, falando daquilo que foi feito em favor dos que tinham fome, dos que tinham sede, dos prisioneiros e dos que andavam nus, declarou solenemente: “Foi a mim que o fizeste”; quando identificando completamente com eles, disse: “Eu tinha sede, Eu era estrangeiro, doente, estava preso” (Mt 25,35ss).
No pobre e no faminto não encontramos o mesmo gênero de presença de Cristo que se tem no sinal do pão e do vinho; mas trata-se igualmente de uma presença “real”, verdadeira, não fictícia ou imaginária, porque Jesus identificou-Se com eles. Ele “instituiu” este sinal, como instituiu a Eucaristia. No pobre temos uma presença passiva de Cristo, não ativa. Ele não é “um sinal eficaz da graça”, como o é o sacramento; não produz a graça por si mesmo.
São Leão Magno dizia que, a seguir à Ascensão de Jesus ao Céu, “tudo aquilo que era visível em Nosso Senhor Jesus Cristo passou para os sinais sacramentais”. Este princípio aplica-se também aos pobres e a todos que Jesus chama “os seus irmãos mais pequeninos” (Mt 25,40).
A Encarnação diz-nos que o Verbo Se fez “homem”, mas o mistério pascal diz-nos também “que tipo de homem” o Verbo Se fez: um homem indefeso, condenado e crucificado.
“Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja objeto de desprezo nos seus membros, isto é, nos pobres” (S. João Crisóstomo).
Hoje este dever de honrar a Cristo nos pobres apresenta-se de modo diverso, comparado com o tempo de S. João Crisóstomo. Trata-se de abrir os olhos, antes de mais sobre a situação de escandalosa injustiça existente no mundo, em que menos de vinte por cento da população do mundo, gasta mais de oitenta por cento dos recursos da terra. Tal qual na Idade Média, hoje necessitamos de uma Cruzada: a Cruzada para libertar os templos vivos de Cristo que são os milhões de pessoas que morrem de fome, ou de doença e de privações. Já não, por isso, o sepulcro vazio de Cristo ou os lugares onde Ele passou, mas os seus sepulcros vivos, onde Ele jaz agora e sofre. Esta seria uma “Cruzada” digna desse nome, ou seja, digna de cruz de Cristo!
São Paulo via impedimento em receber a Eucaristia, quando “um passa fome e outro, pelo contrário, fica embriagado”. “De fato, quando vos reunis o que fazeis não é comer a Ceia do Senhor. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado” (1Cor 11,20-21). Dizer que isto “não é comer a Ceia do Senhor” é o mesmo que dizer que esta não é já uma Eucaristia. É uma afirmação gravíssima, mesmo do ponto de vista teológico, à qual não se presta porventura a devida atenção. A ânsia de partilhar alguma coisa com quem tem necessidade, vivam eles perto ou longe, deve fazer parte da nossa piedade e da nossa praxe eucarística. Partilhar não significa, apenas, “dar” (pão, vestes, habitação) mas também “visitar” (um preso, um doente, um idoso sozinho em casa...). Não é só dar dinheiro, mas também dar o próprio tempo. Os pobres e os que sofrem não precisam menos de solidariedade e de amor, do que de pão para comer e de vestes para se cobrir. Jesus disse: “Pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me tereis” (Mt 26,11). Isto é verdadeiro no sentido de que nem sempre podemos comunicar com o corpo eucarístico de Cristo, ao passo que sempre podemos comunicar com Ele através dos pobres. Todas as vezes que estivermos diante de uma pessoa humana que sofre, temos de ouvir dentro de nós, com os ouvidos da fé, a voz de Cristo que nos repete: “Este é o meu corpo”.
“Se compreendestes isto, sereis felizes se o puserdes em prática” (Jo 13,17). Também seremos felizes se não nos contentarmos apenas em saber que a Eucaristia nos impele ao serviço e à partilha, mas se o pusermos em prática. A Eucaristia não é só um mistério a consagrar, a receber, a contemplar e adorar, mas é também um mistério a imitar.
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 93-112 Resumido por Edilma Santos – Conselheira Geral do Discipulado de Jovens 
20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!































Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                       ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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15º Encontro ____/ ____/ ____

Maria, Mãe da Igreja

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode ser todos juntos)

19:30h – Palavra de Deus (proclamação e partilha orante): At 1,1-14; ou Ap 12; ou Lc 1,39-45

20:00h – Reflexão

Quando nossos primeiros pais pecaram tentados por Satanás, Deus já havia prometido que descendência da mulher iria esmagar  a cabeça da serpente. Logo após a queda da humanidade, a Misericórdia Divina já fazia o primeiro anúncio da salvação. E Deus já pensava em Jesus Redentor. E Deus já pensava em Maria, a Co-redentora!
Mulher simples, mulher de fé confiante, Maria de Nazaré rezou como quem diz: “Sei em quem coloquei a minha fé”. E Deus, como sempre fiel à sua Palavra, através de Maria  realizou a profecia: veio morar entre nós e nos fazer o seu povo, e Ele, o nosso Único Deus.
Maria de Nazaré, na aurora da salvação, viveu a confiança da fé quando o Anjo lhe disse: “para Deus nada é impossível.” (Lc 1,37) “Na verdade, bendita sois vós entre as mulheres, (Lc 1,42) pois transformastes  em bênção a maldição de Eva, fazendo com  que Adão abatido pela maldição, fosse por vós  erguido e  abençoado. Na verdade. Bendita sois vós  entre as mulheres, porque embora simples mulher, vos tornastes verdadeiramente Mãe de Deus. Se aquele  que nasceu de vós é realmente Deus feito  homem, sereis com razão chamada Mãe  de Deus, dando verdadeiramente à luz aquele que é Deus.” (São  Sofrônio) 
Devemos nos alegrar com Maria, pois, por Ela, o Senhor Jesus veio ficar conosco. Sim, o filho de Maria é Emanuel, Deus conosco. Jesus Cristo nos fez seus irmãos. (Rm 8,29) O seu Deus é o nosso Deus. O seu Pai é o nosso Pai. Maria, a sua Mãe, também é a nossa Mãe. Por ser nossa Mãe, ela nos acompanha com seu amor maternal e intercede por nós junto a seu Filho Jesus.
Os primeiros cristãos perseveravam na oração, com Maria, a Mãe de Jesus. (At 1,14) E foi justamente nesta comunidade mariana que Deus derramou a plenitude do Espirito Santo no dia de Pentecostes e a Igreja nasceu (At 2,1-4). O mesmo Espírito que habitou plenamente a vida de Maria, agora é derramado abundantemente sobre a Igreja. Como Maria, a Igreja de Jesus deve ser totalmente disponível e acolhedora da Graça de Deus. Jesus nasceu de Maria. A Igreja de Jesus também nasceu em uma comunidade mariana. Tudo isso é muito significativo. Nada foi por acaso, foi proposital. Nada foi coincidência, foi providência! Maria sempre ocupou um lugar especial ao lado de Jesus Cristo no projeto salvífico de Deus, ontem, hoje e sempre!
É importante observar que o início dos milagres de  Jesus também contou  com a presença e a intercessão  de Maria nas bodas de Caná. (Jo 2,1-12)  A  Mãe de Jesus  continua intercedendo por nós, a fim de  nunca  acabe na nossa vida o vinho da paz e da alegria.
Maria recebeu uma missão, a qual ela exerce com muito amor. Como não haveria de obedecer a Deus se ela lhe diz prontamente: “Eis aqui a escrava do Senhor”? Maria não existe na vida cristã por acaso. Nem deve ser para nós uma questão de opção ou não. Foi do agrado do Pai Eterno fazer de Maria Mãe de Jesus e nossa Mãe, pois somos irmãos de Jesus. O cristão sempre deve acolher a maternidade e a intercessão de Maria na sua vida para agir conforme a vontade de Deus! Como Mãe, na Graça do Espírito Santo, Maria nos gera para vida, e a vida é Jesus. Cultivemos sempre uma sadia devoção por Nossa Senhora e aí estaremos realmente seguindo o Caminho do Evangelho.

O papel de Maria em relação à Igreja é inseparável da sua união com Cristo e decorre dela directamente. «Esta associação de Maria com o Filho na obra da salvação, manifesta-se desde a concepção virginal de Cristo até à sua morte» (527). Mas é particularmente manifesta na hora da sua paixão: «A Bem-aventurada Virgem avançou na peregrinação de fé, e manteve fielmente a sua união como Filho até à Cruz, junto da qual esteve de pé, não sem um desígnio divino; padeceu acerbamente com o seu Filho único e associou-se com coração de mãe ao seu sacrifício, consentindo amorosamente na imolação da vítima que d'Ela nascera; e, por fim, foi dada por mãe ao discípulo pelo próprio Jesus Cristo, agonizante na Cruz, com estas palavras: "Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26-27)». «Mas a função maternal de Maria para com os homens, de modo algum ofusca ou diminui a mediação única de Cristo, mas antes manifesta a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salutar da Virgem santíssima [...] deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia». «Efectivamente, nenhuma criatura pode ser equiparada ao Verbo Encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas, uma cooperação variada, que participa dessa fonte única». (CIC)

xxx

Devoção Mariana

A Igreja, desde as suas origens, e sobretudo nos momentos mais difíceis, contemplou com particular intensidade um dos acontecimentos da Paixão de Jesus Cristo, referido a São João:  "Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali de pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe:  "Mulher, eis o teu filho!". Depois, disse ao discípulo:  "Eis a tua mãe!". E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua" (Jo 19, 25-27). Ao longo da sua história, o Povo de Deus experimentou esta doação feita por Jesus crucificado:  a doação da sua Mãe. Maria Santíssima é verdadeiramente a nossa Mãe, que nos acompanha na nossa peregrinação de fé, esperança e caridade rumo à união cada vez mais intensa com Cristo, único salvador e mediador da salvação (cf. Const. Lumen gentium, 60 e 62).
Como se sabe, no meu brasão episcopal, que é a ilustração simbólica do texto evangélico acima citado, o mote Totus tuus está inspirado na doutrina de São Luís Maria Grignion de Montfort (cf. Dom e mistério, págs. 38-39:  Rosarium Virginis Mariae, 15). Estas duas palavras exprimem a pertença total a Jesus por meio de Maria:  "Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt", escreve São Luís Maria; e traduz:  "Eu sou todo teu, e tudo o que é meu te pertence, meu amável Jesus, por meio de Maria, tua Santa Mãe" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 233). A doutrina deste Santo exerceu uma profunda influência sobre a devoção mariana de muitos fiéis e sobre a minha própria vida. Trata-se de uma doutrina vivida, de grande profundidade ascética e mística, expressa com um estilo vivo e fervoroso, que usa com frequência imagens e símbolos. A partir do tempo em que São Luís Maria viveu, a teologia mariana contudo desenvolveu-se muito, sobretudo mediante o contributo decisivo do Concílio Vaticano II. Por conseguinte, hoje, deve ser lida novamente e interpretada à luz do Concílio a doutrina monfortina, que conserva de igual modo a sua substancial validade.
Com esta Carta dos escritos de São Luís Maria, que nos ajudam nestes momentos difíceis a alimentar a nossa confiança na meditação da Mãe do Senhor.

Ad Iesum per Mariam

São Luís Maria propõe com singular eficiência a contemplação amorosa do mistério da Encarnação. A verdadeira devoção mariana é cristocêntrica. Com efeito, como recordou o Concílio Vaticano II, "a Igreja, meditando piedosamente na Virgem, e contemplando-a à luz do Brasao Pontificio de Joao Paulo II_.jpgVerbo feito homem, penetra mais profundamente, cheia de respeito, no insondável mistério da Encarnação" (Const. Lumen gentium, 65).
O amor de Deus mediante a união a Jesus Cristo é a finalidade de qualquer devoção autêntica, porque como escreve São Luís Maria Cristo "é o nosso único mestre e deve instruir-nos, o nosso único Senhor do qual devemos depender, a nossa única Cabeça à qual devemos permanecer unidos, o nosso único modelo com o qual nos devemos conformar, o nosso único médico que nos deve curar, o nosso único pastor que nos deve alimentar, o nosso único caminho que nos deve vivificar e o nosso único tudo, em todas as coisas, que nos deve satisfazer" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 61).
A devoção à Santa Virgem é um meio privilegiado "para encontrar Jesus Cristo, para o amar com ternura e para o servir com fidelidade" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 62). Este desejo central de "amar com ternura" é imediatamente dilatado numa fervorosa oração a Jesus, pedindo a graça de participar na indizível comunhão de amor que existe entre Ele e a sua Mãe. A relatividade total de Maria a Cristo, e, n'Ele, à Santíssima Trindade, é antes de mais experimentada na observação:  "Todas as vezes que pensas em Maria, Maria louva e honra contigo a Deus. Maria é toda relativa a Deus, e eu chamá-la-ia muito bem a relação de Deus,que existe unicamente em relação a Deus, o eco de Deus, que não diz e não repete a não ser Deus. Se dizes Maria, ela repete Deus. Santa Isabel louvou Maria e proclamou-a bem-aventurada porque acreditou. Maria o eco fiel de Deus entoou:  Magnificat anima mea Dominum:  a minha alma louva ao Senhor. Aquilo que Maria fez naquela ocasião, repete-o todos os dias. Quando é louvada, amada, honrada ou recebe algo, Deus é louvado, Deus é amado, Deus recebe pelas mãos de Maria e em Maria" (Tratado sobre a verdadeira devoção,225).
É ainda na oração à Mãe do Senhor que São Luís Maria exprime a dimensão trinitária da sua relação com Deus:  "Saúdo-te Maria, Filha predileta do Pai eterno! Saúdo-te Maria, Mãe admirável do Filho! Saúdo-te Maria, Esposa fidelíssima do Espírito Santo!" (Segredo de Maria, 68). Esta tradicional expressão, já usada por São Francisco de Assis (cf. Fontes Franciscanas, 281), mesmo contendo níveis heterogéneos de analogia, é sem dúvida eficaz para exprimir de certa  forma  a  peculiar  participação  de Nossa  Senhora  na  vida  da  Santíssima Trindade.
São Luís Maria contempla todos os mistérios da Encarnação que se realizou no momento da Anunciação. Assim, no Tratado sobre a verdadeira devoção, Maria é apresentada como "o verdadeiro paraíso terrestre do Novo Adão", a "terra virgem e imaculada" pela qual Ele foi plasmado (n. 261). Ela é também a Nova Eva, associada ao Novo Adão na obediência que repara a desobediência original do homem e da mulher (cf. ibid., 53; Santo Ireneu Adversus haereses, III 21, 10-22, 4). Por meio desta obediência, o Filho de Deus entra no mundo. A mesma Cruz já está misteriosamente presente no momento da Encarnação, no momento em que Jesus é concebido no seio de Maria. Com efeito, o  ecce  venio,  da  Carta  aos  Hebreus (cf. 10, 5-9) é o acto primordial da obediência do Filho ao Pai, aceitação do seu Sacrifício redentor "quando entra no mundo".
"Toda a nossa perfeição escreve São Luís Maria Grignion de Montfort consiste em ser conformes, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Por isso, a mais perfeita de todas as devoções é incontestavelmente a que nos conforma, une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo. Mas, sendo Maria a criatura mais conforme a Jesus Cristo, tem-se como resultado que, entre todas as devoções, a que consagra e conforma mais uma alma a nosso Senhor é a devoção a Maria, sua Mãe santa, e que quanto mais uma alma estiver consagrada a Maria, tanto mais estará consagrada a Jesus Cristo" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 120). Dirigindo-se a Jesus, São Luís Maria exprime como é maravilhosa a união entre o Filho e a Mãe:  "Ela é de tal forma transformada em ti pela graça, que não vive mais, não existe mais:  és San_Luigi_Maria-Grignion-da_Montfort.jpgunicamente Tu, meu Jesus, que vives e reinas nela... Ah! se conhecêssemos a glória e o amor que tu recebes nesta maravilhosa criatura... Ela está tão intimamente unida... De facto, ela ama-te mais ardentemente e glorifica-te mais perfeitamente do que todas as outras criaturas juntas" (Ibid.,63).

Maria, membro eminente do Corpo místico e Mãe da Igreja

Segundo as palavras do Concílio Vaticano II, Maria "é saudada como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade" (Const.Lumen gentium, 53). A Mãe do Redentor é também redimida por ele, de maneira única na sua Imaculada Conceição, e precedeu-nos naquela escuta crente e cheia de amor da Palavra de Deus que nos torna bem-aventurados (cf. ibid., 58). Também por isso, Maria "está intimamente unida à Igreja:  a Mãe de Deus é a figura (typus) da Igreja, como já ensinava Santo Ambrósio, isto é, na ordem da fé, da caridade e da união perfeita com Cristo. De facto, no mistério da Igreja, que é também chamada justamente mãe e virgem, a Bem-Aventurada Virgem Maria é a primeira, dando de modo eminente e singular o exemplo de virgem e de mãe" (Ibid., 63). O próprio Concílio contempla Maria como Mãe dos membros de Cristo (cf. ibid., 53; 62), e assim Paulo VI a proclamou Mãe da Igreja. A doutrina do Corpo místico, que exprime de maneira mais forte a união de Cristo com a Igreja, é também o fundamento bíblico desta afirmação. "A cabeça e os membros pertencem à mesma mãe" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 32), recorda-nos São Luís Maria. Neste sentido, dizemos que, por obra do Espírito Santo, os membros estão unidos e conformados com Cristo Cabeça, Filho do Pai e de Maria, de tal modo que "qualquer verdadeiro filho da Igreja deve ter Deus como Pai e Maria como Mãe" (Segredo de Maria, 11).
Em Cristo, Filho unigénito, somos realmente filhos do Pai e, ao mesmo tempo, filhos de Maria e da Igreja. Com o nascimento virginal de Jesus, de certa forma é toda a humanidade que renasce. À Mãe do Senhor "podem ser aplicadas, de maneira mais verdadeira de quanto São Paulo as aplica a si mesmo, estas palavras:  "Meus filhos, por quem sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme entre vós" (Gl 4, 19). Dou à luz todos os dias os filhos de Deus, enquanto não estiver formado neles Jesus Cristo, meu Filho, na plenitude da sua idade"(Tratado sobre a verdadeira devoção, 33). Esta doutrina encontra a sua expressão mais bela na oração:  "Oh! Espírito Santo, concede-me uma grande devoção e uma grande inclinação para Maria, um apoio sólido sobre o seu seio materno e um recurso assíduo à sua misericórdia, para que, nela, tu possas formar Jesus dentro de mim" (Segredo de Maria, 67).
Uma das expressões mais nobres da espiritualidade de São Luís Maria Grignion de Montfort refere-se à identificação do fiel com Maria no seu amor por Jesus, no seu serviço a Jesus.
Meditando o conhecido texto de Santo Ambrósio:  A alma de Maria esteja em cada um para glorificar o Senhor, o espírito de Maria esteja em cada um para exultar em Deus (Expos. in Luc., 12, 26:  PL 15, 1561), ele escreve:  "Como é feliz uma alma quando... está totalmente arrebatada e guiada pelo espírito de Maria, que é um espírito doce e forte, zeloso e prudente, humilde e corajoso, puro e fecundo" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 258). A identificação mística com Maria está totalmente dirigida para Jesus, como se S Luis G Montfort.jpgexprime na oração:  "Por fim, minha querida e amadíssima Mãe, se for possível, faz com que eu não tenha outro espírito a não ser o teu para conhecer Jesus Cristo e os seus desejos divinos; que não tenha outra alma a não ser a tua para louvar e glorificar o Senhor; que não tenha outro coração a não ser o teu para amar Deus com caridade pura e ardente como tu" (Segredo de Maria, 68).

A santidade perfeição da caridade

A Constituição Lumen gentium recita ainda:  "Mas, ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (cf. Ef 5, 27), os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos" (n. 65). A santidade é perfeição da caridade, daquele amor a Deus e ao próximo que é o objecto do maior mandamento de Jesus (cf. Mt 22, 38), e é também o maior dom do Espírito Santo (cf. 1 Cor 13, 13). Assim, nos seus Cânticos, São Luís Maria apresenta sucessivamente aos fiéis a excelência da caridade (Cântico 5), a luz da fé (Cântico 6) e a firmeza na esperança (Cântico7).
Na espiritualidade monfortina, o dinamismo da caridade é expresso especialmente através do símbolo da escravidão do amor a Jesus a exemplo e com a ajuda materna de Maria. Trata-se da comunhão plena na kenosis de Cristo; comunhão vivida com Maria, intimamente presente nos mistérios da vida do Filho. "Não há nada entre os cristãos que faça pertencer de maneira mais absoluta a Jesus Cristo e à sua Santa Mãe como a escravidão da vontade, segundo o exemplo do próprio Jesus Cristo, que assumiu as condição de escravo por amor a nós formam servi accipiens e da Santa Virgem, que se considerou serva e escrava do Senhor. O apóstolo honra-se do título de servus Christi. Várias vezes, na Sagrada Escritura, os cristãos são chamados servi Christi" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 72). De facto, o Filho de Deus, que veio ao mundo em obediência ao Pai na Encarnação (cf. Hb 10, 7), humilhou-se depois fazendo-se obediente até à morte, e morte de Cruz (cf. Fl 2, 7-8). Maria correspondeu à vontade de Deus com o dom total de si, corpo e alma, para sempre, desde a Anunciação até à Cruz, e da Cruz até à Assunção.
Certamente, entre a obediência de Cristo e a obediência de Maria existe uma assimetria determinada pela diferença ontológica entre a Pessoa divina do Filho e a pessoa humana de Maria, do que deriva também a exclusividade da eficiência salvífica fontal da obediência de Cristo, da qual a sua própria Mãe recebeu a graça para poder obedecer de modo total a Deus e assim colaborar com a missão do seu Filho.
Por conseguinte, a escravidão de amor deve ser interpretada à luz do admirável intercâmbio entre Deus e a humanidade no mistério do Verbo encarnado. É um verdadeiro intercâmbio de amor entre Deus e a sua criatura na reciprocidade da doação total de si. "O espírito desta devoção... é tornar a alma interiormente dependente e escrava da Santíssima Virgem e de Jesus por meio dela" (Segredo de Maria e o Papa Joao Paulo II.jpgMaria, 44). Paradoxalmente, este "vínculo de caridade", esta "escravidão de amor" torna o homem plenamente livre, com a verdadeira liberdade dos filhos de Deus (cf. Tratado sobre a verdadeira devoção, 169). Trata-se de se entregar totalmente a Jesus, respondendo ao Amor com que Ele nos amou primeiro. Qualquer pessoa que viver neste amor pode dizer como São Paulo:  "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).
A "peregrinação da fé"

Na Novo millennio ineunte escrevi que "se alcança Jesus unicamente pelo caminho da fé" (n. 19). Foi precisamente este o caminho seguido por Maria durante toda a sua vida terrena, e é o caminho da Igreja peregrina até ao fim dos tempos. O Concílio Vaticano II insistiu muito sobre a fé de Maria, misteriosamente partilhada pela Igreja, pondo em realce o itinerário de Nossa Senhora desde o momento da Anunciação até ao momento da Paixão redentora (cf. Const. Lumen gentium, 57 e 67; Carta enc. Redemptoris Mater, 25-27).
Nos escritos de São Luís Maria encontramos a mesma ênfase sobre a fé vivida pela Mãe de Jesus num caminho que vai da Encarnação até à Cruz, uma fé na qual Maria é modelo e tipo da Igreja. São Luís Maria expressa-o com riqueza de imagens quando expõe ao seu leitor os "efeitos maravilhosos" da perfeita devoção mariana:  "Portanto, quanto mais ganhares a benevolência desta venerável Princesa e Virgem fiel, tanto mais o teu comportamento de vida estará inspirado pela fé pura. Uma fé pura, portanto não te preocuparás minimamente de quanto é sensível e extraordinária. Uma fé viva e animada pela caridade, que te fará agir unicamente com motivo do amor puro. Uma fé firme e inabalável como uma rocha, que te fará permanecer firme e constante no meio de furacões e de tempestades. Uma fé laboriosa e penetrante que, como misteriosa chave polivalente, te fará entrar em todos os mistérios de Jesus Cristo, nos fins últimos do homem e no coração do próprio Deus. Uma fé corajosa, que te fará empreender e concretizar sem hesitações coisas grandes para Deus e para a salvação das almas. Por fim, uma fé que será a tua chama ardente, a tua vida divina, o teu tesouro escondido da Sabedoria divina e a tua arma omnipotente, com a qual esclarecerás todos os que são tíbios e têm necessidade do ouro ardente da caridade, darás de novo vida aos que morreram por causa do pecado, comoverás e perturbarás com as tuas palavras suaves e fortes os corações de pedra e os cedros do Líbano e, por fim, resistirás ao demónio e a todos os inimigos da salvação"(Tratado sobre a verdadeira devoção, 214).
Como São João da Cruz, São Luís Maria insiste principalmente sobre a pureza da fé e sobre a sua essencial e muitas vezes dolorosa obscuridade (cf. Segredo de Maria, 51, 52). É a fé contemplativa que, renunciando às coisas sensíveis ou extraordinárias, penetra nas profundezas misteriosas de Cristo. Assim, na sua oração, São Luís Maria dirige-se à Mãe do Senhor dizendo:  "Não te peço visões ou revelações, nem gostos ou delícias, mesmo só espirituais... Aqui na terra, eu quero que me pertença unicamente o que tu quiseres, isto é:  crer com fé pura sem nada provar ou ver" (ibid., 69). A Cruz é o momento culminante da fé que Maria tem, como escrevi na Encíclica Redemptoris Mater:  "Maria participa mediante a fé no mistério desconcertante desse despojamento... Isso constitui, talvez, a mais profunda "kenosis" da fé na história da humanidade" (n. 18).

Sinal de esperança certa

O Espírito Santo convida Maria a "reproduzir-se" nos seus eleitos, alargando até eles as raízes da sua "fé invencível", mas também da sua "firme esperança" (cf. Tratado sobre a verdadeira devoção, 34). O Concílio Vaticano II recordou quanto segue:  "A Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha Joao Paulo II em Lourdes.jpgcomo sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor (Const.Lumen gentium, 68). Esta dimensão escatológica é contemplada por São Luís Maria sobretudo quando fala dos "santos dos últimos tempos", formados pela Virgem Santa para levar à Igreja a vitória de Cristo sobre as forças do mal (cf. Tratado sobre a verdadeira devoção, 49-59). Não se trata de modo algum de uma forma de "milenarismo", mas do sentido profundo da índole escatológica da Igreja, ligada à unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo. A Igreja espera a vinda gloriosa de Jesus no fim dos tempos. Como Maria e com Maria, os santos são na Igreja e para a Igreja, para fazer resplandecer a sua santidade, para alargar até aos confins do mundo e até ao fim dos tempos a obra de Cristo, único Salvador.
Na antífona Salve Regina, a Igreja chama a Mãe de Deus "nossa Esperança". A mesma expressão é usada por São Luís Maria a partir de um texto de São João Damasceno, que aplica a Maria o símbolo bíblico da âncora (cf. Hom. 1ª in Dorm. B.V.M.:  PG 96, 719):  "Nós unimos as almas a ti, nossa esperança, como a uma âncora firme. A ela afeiçoaram-se em maior medida os santos que se salvaram e fizeram afeiçoar os outros, para que perseverassem na virtude. Portanto, bem-aventurados, infinitamente bem-aventurados os cristãos que hoje se mantêm unidos a ela fiel e totalmente como a uma âncora firme" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 175). Através da devoção a Maria, o próprio  Jesus  "alarga  o  coração  com uma  santa  confiança  em  Deus,  fazendo com que ele seja visto como Pai e inspirando um amor terno e filial" (Ibid., 169).
Juntamente com a Virgem Santa, com o mesmo coração de mãe, a Igreja reza, espera e intercede pela salvação de todos os homens. São as últimas palavras da constituição Lumen gentium:  "Dirijam todos os fiéis instantes súplicas à Mãe de Deus e mãe dos homens, para que ela, que assistiu com as suas orações aos começos da Igreja, também agora, exaltada sobre todos os anjos e bem-aventurados, interceda, junto de seu Filho, na comunhão de todos os santos, até que todos os povos, tanto os que ostentam o nome cristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se reúnam felizmente, em paz e harmonia, no único Povo de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade" (n. 69).
João Paulo II,
8 de Dezembro de 2003

20:30h – Caminhada Discipular (Avisos, encaminhamentos)
Após a Opção Fundamental, caso você queira Estagiar como Discípulo Servidor no Corpo de Apostolado do DJC, faça o pedido por escrito ao Acompanhante Local através do seu Discipulador. Porém, você também poderá continuar caminhando normalmente como Discípulo de Jesus e ajudando o DJC a evangelizar.

20:45h – Oração final

21:00h – Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!



Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (Gn 3,14-15): ______________
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2º Dia (Lc 1,26-56): ____________
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3º Dia (Lc 2,25-52): ____________
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4º Dia (Jo 2,1-12): ____________
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5º Dia (Jo 19,25-27): ____________
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6º Dia (At 1,12-14): ____________
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4º Dia (Ap 12,1-18): ____________
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Encontro Conclusivo
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Dimensão da
Eclesialidade

17:00h – Santa Missa (para quem estiver na Sede do DJC)

18:00h – Devoção Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)

18:30h – Ambientação

19:00h – Oração inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo)

19:30h – Palavra de Deus:

 20:00h – Reflexão

20:30h – Oração no Espírito Santo

21:00h – Avisos / Aniversariante / Despedida / Encerramento / Graça e Paz!


A sua caminha continua
no Temário da Revelação Divina






Anotações

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Meditação Orante
da Palavra de Deus

1º Dia (                   ): ______________
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2º Dia (                      ): ____________
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3º Dia (                      ): ____________
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4º Dia (                       ): ____________
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5º Dia (                       ): ____________
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6º Dia (                       ): ____________
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7º Dia (                       ): ____________
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