Encontro Inicial
____/ ____/ ____
Dimensão da
Eclesialidade
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h – Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus:
20:00h – Reflexão
20:30h – Oração no
Espírito Santo
21:00h – Avisos / Aniversariante / Despedida / Encerramento / Graça e
Paz!
Anotações
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Meditação Orante
da Palavra
de Deus
1º Dia ( ): ____________
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2º Dia ( ):___________
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3º Dia ( ): ___________
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4º Dia ( ): __________
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5º Dia ( ): _______
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6º Dia ( ): ______________
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7º Dia ( ): __________
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1º Encontro ____/
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Tempo da Igreja, tempo da salvação
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): Lc 19,1-10
20:00h – Reflexão
A história é o tempo que a gente vive e o espaço
que a gente cultiva. A Igreja de Jesus é histórica porque um dia ela foi
fundada sobre a fé professada por Pedro e desde então está situada no tempo e
no espaço (Igreja Peregrina), mas sem, contudo se limitar aos mesmos, porque
ela se estende no purgatório (Igreja Purgante) e no céu (Igreja triunfante). Na
história, a Igreja vive do Espírito Santo e continua a missão que Jesus lhe
confiou, sendo sinal e construtora do Reino de Deus sobre a face da terra. Este
tempo que estamos vivendo, o tempo entre a primeira e a segunda vinda de
Cristo, é o tempo da Igreja. São os últimos dias. Tempo favorável para a
salvação da humanidade, uma vez que, depois deste tempo, já não haverá outro,
mas somente a eternidade “pelos séculos dos séculos, Amém!”
O homem no tempo
Vivemos imersos no tempo, dia e noite, semana, mês
e ano, mas com sede de eternidade. O mundo não nos satisfaz. Mas é neste tempo
e em meio às mais diferentes circunstâncias que nos envolvem, sejam elas boas
ou ruins, que vamos traçando a nossa história e tecendo a nossa vida. Por isso,
precisamos fazer as escolhas certas e perseverar no caminho da vida, porque
somente desta forma damos um salto na história e entramos na eternidade. Não
que a gente tenha que queimar etapa. Mas toda vez que sabemos escolher bem e
perseveramos no bem, vivemos a verdadeira vida e isto já é o começo da
eternidade.
Porém, o homem imerso no tempo e na trama de uma
história marcada pelo pecado desde as origens da humanidade, não consegue ser
feliz sozinho. Ainda no alvorecer da história sobrevieram as trevas da
ignorância. Ele virou as costas para Aquele que o chamou à existência e lhe deu
o ser, e transmitiu as debilidades da sua natureza ferida pelos pecados aos
seus descendentes, de geração em geração, até chegar aos nossos dias. (Sl 51) O
pecado original é muito atual. Desde então, o homem que foi criado para
felicidade e para a eternidade, e Deus não o teria criado se não fosse para
esta finalidade, é atormentado pelo mal das suas próprias fraquezas e instintos
egoístas que o viciam, pelas energias negativas do mundo que lhe puxam para
baixo e pelos demônios que o rodeiam como leões que rugem, sempre procurando a
quem devorar.
Jesus nos ensinou a rezar: “Livrai-nos do mal”. O
mal não é uma abstração. Ele é muito real e atuante, de modo que muitas vezes o
homem deixa de fazer o bem que quer e acaba fazendo mal que não quer. As influencias
negativas realmente influenciam. Os demônios realmente existem e sempre estão
em ação, mentindo, matando e destruindo. Esta é a realidade: o homem não pode
se salvar sozinho. Deus criou o homem do nada, o mal o empurra para o nada...
Ele necessita do seu Salvador, daquele que O criou. Fugir disso é mergulhar na
ilusão e seguir na noite escura que conduz à frustração eterna.
Deus Conosco
“Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de
morte?” – lamentava São Paulo diante da sua triste realidade de pecador.
Imediatamente, porém, responde para si mesmo com este louvor: “Sejam dadas
graças a Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7,24-25). Em meio
ao vale de lágrimas, existe uma grande Verdade que supera a própria realidade,
porque pode transformá-la: Deus é Amor e nunca abandona o homem nas trevas do
pecado e no lamaçal da morte! Por isso que na plenitude dos tempos Jesus nasceu
de Maria, por obra e Graça do Espírito Santo. Ele é Emanuel, Deus Conosco. Veio
procurar o perdido, redimir o condenado, curar o doente, libertar o prisioneiro
e restaurar o paraíso. (Lc 4,14ss)
Jesus entrou na história da humanidade e salvou o
homem do mal. Quando Ele nasceu o anjo anunciou: “Não tenham medo! Eu anuncio
para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje
nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor!” (Lc 2,10s). Isto é
Kairós. Quando acolhemos Jesus na nossa história, quando lhe damos tempo, Ele
transforma o nosso tempo em Tempo de Salvação. É festa no céu e na terra
também. Kairós é “glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele
amados!” (Lc 2,14)
A alegria da conversão
Tempo é ouro. Por isso Deus não perde tempo e
deseja nos salvar aqui e agora o mais rápido possível, para que tenhamos vida e
sejamos plenamente realizados no seu amor. Quando acolhemos a Graça de Deus,
Ele entra na nossa história pessoal e nós entramos no Tempo da Salvação. Por
isso Ele insiste: “Eis o tempo favorável. Eis o tempo da Salvação!” (2Cor 6,2)
O tempo de Deus não é ontem, porque Ele não fica
olhando o leite derramado e preso no passado. Quem vive olhando para trás vira
estátua de sal. O tempo de Deus não é amanhã, porque o amanhã nunca chega. O
tempo de Deus se chama HOJE, porque somente hoje, aqui e agora, Ele pode entrar
na nossa vida, apagar todos os pecados e nos fazer viver uma vida nova por toda
eternidade. Mas Deus tem um limite. A liberdade dele termina aonde começa a
nossa. Deus é educado. Ele não entra aonde não recebe licença. Ele é o primeiro
a respeitar o grande dom que nos deu: a nossa liberdade. Deus é Amor, e só
existe amor na liberdade. Por isso, o nosso relacionamento com Ele só é
possível no horizonte da liberdade e, se não quisermos, Ele não pode nos
salvar, porque em coração de pedra, nem Deus pode dá jeito.
A urgência que Deus tem para nos salvar é um dos
temas centrais da obra de Lucas (Evangelho e Atos dos Apóstolos). A história de
Zaqueu é um caso exemplar (Lc 19,1-10). Zaqueu era rico, poderoso e, por
incrível que pareça, infeliz. Era “muito baixo”: vivia para o dinheiro e por
isso roubava e explorava.
Um certo dia, Zaqueu subiu numa figueira para ver
Jesus passar, pois, como sabemos, “era muito baixo”. Quando Jesus chegou ao
lugar, olhou para cima, e disse: “Desça DEPRESSA, Zaqueu, porque HOJE preciso
ficar em sua casa”. Esta boa notícia ecoou no coração do pobre homem de Jericó.
Acolheu a palavra de Jesus e nele acreditou: “Desceu RAPIDAMENTE, e RECEBEU
Jesus com alegria”. Que atitude de fé e humildade! Que prontidão! Que alegria!
disse Jesus consigo mesmo. Então, estabeleceu o Kairós na vida de Zaqueu; “Hoje
a Salvação entrou nesta casa!” Muitos criticaram o Senhor Jesus, dizendo: “Ele
foi se hospedar na casa de um pecador!” Ora, mas foi precisamente para isto a
que veio: reconciliar os homens com o Pai. Jesus não se alegra com a morte do
pecador, mas que se converta e viva vida nova, aqui e agora. (Jo 3,16-18)
Ante a urgência de Deus nos salvar, é preciso a
emergência da nossa conversão, livre e consciente. Da nossa resposta dependerá
a nossa salvação ou a nossa condenação. O que fica para trás é de muito menos
valor que “as coisas novas” concedidas por Deus.
Conversão é metanóia, ou seja, transformação da
vida e mudança de trajetória. Conversão é deixar o pecado que nos faz errar o
alvo, é “lançar-se em direção à meta em vista do prêmio do alto que Deus nos
chama a receber em Jesus Cristo”. Trata-se de uma opção fundamental: a decisão
de iniciar uma vida nova que tende a crescer e a se desenvolver mais e mais na
graça do Espírito Santo.
Também nós, que já fomos batizados e participamos
da Igreja, precisamos nos converter diariamente. A conversão é algo permanente
porque dia após dia somos tentados a virar as costas para o Deus da Vida e
adorar os ídolos. A cada dia temos a oportunidade de refazer o nosso
compromisso com Deus. Arrependermo-nos dos erros cometidos e renovar o SIM.
Desta forma vamos cooperando com a renovação da nossa vida cristã-batismal de
modo permanente. (Col 3,10)
Salvação é, pois, a graça da vida nova e abundante
em Cristo Jesus. Para que ela ocorra é preciso que nos convertamos. Porém, esta
decisão de mudar de vida nunca será resultado só do nosso esforço. É preciso
que queiramos, mas, na verdade, a conversão é fruto do Espírito Santo. Como
dizia Santo Agostinho: “É o próprio Deus quem opera em nós o querer e o fazer!”
É fundamental para a nossa salvação que desejemos, aspiremos, supliquemos com
insistência e acolhamos o Espírito Santo. Ele é a nossa única esperança. Sem a
Graça de Deus não podemos fazer nada, nem mesmo nos converter. (Jo 5,5)
Salvação pela fé
Em um mundo atormentado pelo pecado, niilismo,
secularismo e ditadura do relativismo, urge confessar, anunciar e celebrar, no
Hoje da nossa história pessoal, familiar e comunitária, a Boa Nova de Jesus, a
verdadeira alegria da humanidade, para que todos se tornem seus discípulos e
tenham a vida em seu Nome. Porque “não há salvação em nenhum outro, pois não
existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens, pelo qual tenhamos de ser
salvos!” (Atos 4,12) e “todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo!”
(Rm 10,13)
Jesus é a Salvação
(Mt 1,21; Lc 2,30; Rm 8,1)
Graças ao misericordioso coração do nosso Deus, o
Sol Nascente veio nos visitar, para iluminar os que vivem nas trevas e na
sombra da morte, para guiar nossos passos no caminho da paz. (Lc 1,78-79; Is
9,1-6) Na declaração "DOMINUS IESUS", sobre a unicidade e a
universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja, o Cardeal Ratzinger,
Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, confessava:
Deve,
portanto, crer-se firmemente como verdade de fé católica que a vontade
salvífica universal de Deus Uno e Trino é oferecida e realizada de uma vez para
sempre no mistério da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus. Neste
sentido, pode e deve dizer-se que Jesus Cristo tem para o género humano e para
a sua história um significado e um valor singulares e únicos, só a Ele
próprios, exclusivos, universais, absolutos. Jesus é, de facto, o Verbo de Deus
feito homem para a salvação de todos. Recebendo esta consciência de fé, o
Concílio Vaticano II ensina: “O Verbo de Deus, por quem todas as coisas foram
feitas, encarnou, a fim de, como homem perfeito, salvar a todos e recapitular
todas as coisas. O Senhor é o fim da história humana, “o ponto para o qual
tendem os desejos da história e da civilização”, o centro da humanidade, a
alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações. É aquele a quem
o Pai ressuscitou dos mortos, exaltou e colocou à sua direita, constituindo-O
juiz dos vivos e dos mortos”. “Precisamente esta singularidade única de Cristo
é que Lhe confere um significado absoluto e universal, pelo qual, enquanto está
na História, é o centro e o fim desta mesma História: “Eu sou o Alfa e o Ómega,
o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22,13).
Sem fé é impossível
agradar a Deus (Hb 11,6)
Após o passo inicial da conversão, o modo pelo qual
damos permissão para Deus nos salvar é a fé. Pela razão sabemos que Deus existe
e cremos na sua existência. Até os demônios sabem que Ele existe. Mas somente
pela obediência da fé permitimos o Deus Eterno entrar na nossa história e nos
colocamos totalmente sob o seu senhorio de salvação e dentro do seu Reino. (Mc
1,15)
A fé, enraizada na Palavra de Deus e resumida no
Credo da Igreja Católica, parece pouco, mas é tudo. Esta é a nossa vitória, a
nossa fé! (1Jo 5) Por isso ela é tão atacada por todos os lados. Por isso o
homem doente, desde Adão, faz de tudo para viver como se Deus não existisse e
como se fosse capaz de se salvar sozinho. E esta continua sendo a grande
tentação do homem moderno. Querer ser Deus. Querer viver sem Deus e prescindir
daquele que Ele enviou para nos salvar, Jesus Cristo. Muitas seitas e
ideologias apregoam justamente isso, e muitos, infelizmente, caem nesta ilusão.
Por isso o mundo inventa tantas crendices, superstições e mentiras. Tudo para
embaraçar a mente humana e tirar o foco da fé. Por isso os demônios mentem e
confundem, porque eles sabem quem é Jesus e a necessidade da fé para ter a vida
no único Caminho que conduz para a Salvação.
Permanecem a fé, a esperança e o amor. O amor está
acima de tudo, mas tudo começa pela fé. A profissão de fé livre e consciente
coloca o homem na presença de Jesus Salvador e em um processo permanente de
conversão, cura e libertação. Não se deve deixar para amanhã o que podemos
fazer hoje. A fé em Jesus Salvador deve ser professada Hoje, aqui e agora, e
tudo mais será acrescentado. Hoje é o tempo favorável. Hoje é o dia da
Salvação! “Pois se você confessa com a sua boca
que Jesus é o Senhor, e acredita com o seu coração que Deus o ressuscitou dos
mortos, você será salvo. É acreditando com o coração que se obtém a justiça, e
é confessando com a boca que se chega à salvação.” (Rm 10,9)
O
horizonte da salvação
O
cristão vive na tensão escatológica do “já” e do “ainda não”. “Já” fomos salvos
por Jesus. Mas “ainda não” fomos completamente salvos, pois estamos a caminho e
podemos tropeçar. O mal “já” foi vencido na sua raiz. Mas “ainda” existem
frutos ruins espalhados no mundo. Satanás “já” foi amarrado. Mas “ainda”
consegue ter poder sobre quem dele se aproxima. Por isso em cada Santa Missa o
sacerdote reza logo após o Pai Nosso: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e
dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre
livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto vivendo a
esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. E o povo exclama com fé e
esperança: “Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!” O Reino de Deus é
o horizonte da nossa esperança e o destino final da história. A vitória é
certa. Por caminhos que só Deus conhece, a Divina Providência está em ação, e
no dia certo o mal será completamente destruído, a verdade prevalecerá e o amor
vencerá. Até lá, vamos cooperando com Deus e teremos como morada eterna o Reino
do Céu. Quem ajudar a construir o Reino terá parte no Reino. Aquele que
perseverar até o fim, este será salvo! Desta forma, Deus “já” decretou a
vitória final. Mas “ainda” cada pessoa em particular deve escolher se fica com
Ele ou com Satanás. Eis a tensão escatológica da história até a segunda vinda
de Cristo.
O
Reinado de Deus iniciou desde quando Jesus Cristo foi gerado no ventre de Maria
por obra do Espírito Santo. O mesmo Reinado continua se expandindo em cada
pessoa que, a exemplo de Maria, aceita Jesus na sua vida através da fé e do
batismo, e persevera na esperança. Onde o Reinado de Deus acontece a vida floresce,
pois Jesus Cristo veio para que todos tenham a vida plena que começa nesta
terra e se prolonga por toda eternidade. Com Jesus em nosso meio, o Reino de
Deus já começou e continua se expandindo cada vez mais. Só não foi
completamente estabelecido sobre a face da terra logo na sua primeira vinda
porque o Pai Celeste é misericordioso e deseja que mais e mais pessoas possam
se converter e acolher a graça da salvação. Para isso, o Evangelho deve ser
anunciado (At 1,6-11) e todas as pessoas devem ser batizadas. (Mt 28,19) Se o
Reino de Deus tivesse sido completamente implantado logo na primeira vinda de
Cristo, até nós não teríamos tido o tempo suficiente para acolher a salvação. O
Pai Celeste é sábio em tudo o que faz e os seus desígnios são sempre certos e
insondáveis! (Rm 11,33-36)
Desde
quando Jesus subiu ao céu, começamos a viver o último período da história, os
chamados últimos tempos. Este é o tempo da Igreja que, assistida pelo Espírito
Santo, continua na história a missão salvífica de Jesus. Entre a primeira vinda
e a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, este tempo que estamos vivendo
é o tempo do Kairós, o tempo favorável para a nossa salvação! Não há outra
chance. Ao acolhermos a salvação que Jesus nos oferece, que é Ele mesmo,
participaremos do Reino de Deus. Mas se lhe fechamos o coração, também não
seremos dignos de entrar no seu Reino de Salvação. O Pai Celeste amou tanto o
mundo que enviou o seu Filho único para salvá-lo, não para condená-lo. Quando
acreditamos em Jesus, somos salvos. Mas se o rejeitamos, por culpa própria,
fazemos a escolha da nossa própria condenação. (Jo 3) Também, se renegamos
Jesus diante dos homens, também Ele nos renegará diante do Pai Celestial. De
igual forma, se não o reconhecemos, acolhemos e servimos nos pobres e
marginalizados, também Ele não nos acolherá no Reino dos Céus.
Na
sua primeira vinda Jesus não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo. No
Último Dia, porém, quando Ele retornar repentinamente cheio de glória,
estabelecerá o Juízo Universal e implantará definitivamente o Reino de Deus
sobre a face da terra. “O dia do Senhor chegará como um ladrão à noite. Quando
as pessoas disserem: ‘Estamos em paz e segurança’, então de repente a ruína
cairá sobre elas, como as dores do parto para a mulher grávida, e não
conseguirão escapar” (1Tes 5,2). A Igreja será arrebatada para a glória. As
portas do inferno não prevalecerão sobre ela. O mundo, com todas as suas
imundícies, será destruído. Satanás, que já é um derrotado pela Cruz, será
totalmente eliminado. Os bons serão separados dos maus, os salvos dos
condenados.
Bento
XVI, na Encíclica Spe Salvi, continua a nos ensinar: “No grande Credo da
Igreja, a parte central – que trata do mistério de Cristo a partir da sua
geração eterna no Pai e do nascimento temporal da Virgem Maria, passando pela
cruz e a ressurreição até ao seu retorno – conclui com as palavras: ‘... de
novo há de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos’. Já desde os
primeiros tempos, a perspectiva do Juízo influenciou os cristãos até na sua
própria vida quotidiana enquanto critério segundo o qual ordenar a vida
presente, enquanto apelo à sua consciência e, ao mesmo tempo, enquanto
esperança na justiça de Deus. A fé em Cristo nunca se limitou a olhar só para
trás nem só para o alto, mas olhou sempre também para frente, para a hora da
justiça que o Senhor repetidas vezes preanunciara. Este olhar para diante
conferiu ao cristianismo a sua importância para o presente.”
A
esperança que nasce da fé faz ver o futuro. De modo que “a fé é um modo de já
possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se
vêem”. (Hb 11,1) Vemos que, com a destruição do Maligno e de todo o seu
principado, também desaparecerão todos os outros males e surgirão “um novo céu
e uma nova terra”. João vislumbrou tudo isso numa visão concedida por Deus na
profecia do Apocalipse: “O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já
não existe. Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma
Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu marido. Nisso,
saiu do trono uma voz forte. E ouvi: ‘Esta é a tenda de Deus com os homens. Ela
vai morar com eles. Eles serão o seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu
Deus. Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá
morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!’
Aquele que está sentado no trono declarou: ‘Eis que faço novas todas as
coisas’. O vencedor receberá esta herança: eu serei o Deus dele, e ele será meu
filho. Quanto aos covardes, infiéis, corruptos, assassinos, imorais,
feiticeiros, idólatras, e todos os mentirosos, o lugar deles é o lago ardente
de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap 21,1ss)
Revela-nos
ainda o Senhor Jesus: “Eis que venho em breve, e comigo trago o salário para
retribuir a cada um conforme o seu trabalho. Eu sou o Alfa e o ômega, o
Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. Felizes aqueles que lavam suas roupas
para terem poder sobre a árvore da Vida, e para entrarem na Cidade pelas
portas. Vão ficar de fora os cães, os feiticeiros, os imorais, os assassinos,
os idólatras, e todos os que amam ou praticam a mentira.” (Ap 22,12-15)
O
mundo na Bíblia não se refere à natureza que Deus criou. Mundo é tudo aquilo
que é imundície e também tudo aquilo que se fecha para Graça da Salvação e tem
o Diabo como príncipe. Este mundo e o Maligno têm pavor da segunda vinda de
Cristo, pois este será o dia da sua completa destruição. Entretanto, aqueles
que vivem na fé e perseveram no amor, esperam com alegria a chegada do seu
Senhor e Salvador, pois “Deus não nos destinou para a sua ira, e sim para a
salvação através de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual morreu por nós a fim de
que, acordados ou dormindo, fiquemos unidos a ele.” (1Tes 5,9s)
Quando
a promessa está para ser cumprida, a esperança se transforma em expectativa.
“Marana tha! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20)
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Lc 19,1-10):
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2º Dia (Rm 7,14-25):
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3º Dia (2Cor
5,14-21): ____________
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4º Dia (2Cor 5,1-10):
____________
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5º Dia (Lc 1,67-80):
____________
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6º Dia (1Jo 5,1-12):
____________
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7º Dia (1Tes 5,1-11):
____________
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2º Encontro ____/
____/ ____
Igreja, sacramento universal de salvação
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): Col 1,13-20
20:00h – Reflexão
Mediante a fé e o batismo, a pessoa é
simultaneamente associada a Jesus Cristo e, em Jesus Cristo, à sua Igreja.
Porque a Igreja é mais que uma instituição social. Ela é o Corpo Místico de
Cristo, e Ele, a sua Cabeça. (1Cor
12,27; Rom 12,5; Col 1,18; Ef 1,22-23) Cabeça e Corpo são inseparáveis. O
Cristo Total não é só Jesus, mas Jesus e sua Igreja. A Igreja somos nós, que
professamos a fé em Jesus Salvador e fomos batizados. Então, e isto com certeza
é uma grande honra que Deus nos dá, nós somos o Corpo Místico de Cristo e, com
Ele, por Ele e para Ele, cooperamos diretamente na salvação da humanidade.
O
filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua
morte e ressurreição, remiu o homem e transformou-o em nova criatura (cfr. Gál.
6,15; 2 Cor. 5,17). Pois, comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de
todos os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o Seu Corpo.
É
nesse corpo que a vida de Cristo se difunde nos que crêem, unidos de modo
misterioso e real, por meio dos sacramentos, a Cristo padecente e glorioso. Com
efeito, pelo Baptismo somos assimilados a Cristo; «todos nós fomos baptizados
no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo» (1 Cor. 12,13). Por este rito
sagrado é representada e realizada a união com a morte e ressurreição de
Cristo: «fomos sepultados, pois, com Ele, por meio do Baptismo, na morte»; se,
porém, «nos tornámos com Ele um mesmo ser orgânico por morte semelhante à Sua,
por semelhante ressurreição o seremos também (Rom. 6, 4-5). Ao participar
realmente do corpo do Senhor, na fracção do pão eucarístico, somos elevados à
comunhão com Ele e entre nós. «Porque há um só pão, nós, que somos muitos,
formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão» (1 Cor. 10,17). E
deste modo nos tornamos todos membros desse corpo (cfr. 1 Cor. 12,27), sendo
individualmente membros uns dos outros» (Rom. 12,5).
E
assim como todos os membros do corpo humano, apesar de serem muitos, formam no
entanto um só corpo, assim também os fiéis em Cristo (cfr. 1 Cor. 12,12).
Também na edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e de
funções. É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua
riqueza e as necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja (cfr. 1 Cor.
12, 1-11). Entre estes dons, sobressai a graça dos Apóstolos, a cuja autoridade
o mesmo Espírito submeteu também os carismáticos (cfr 1 Cor. 14). O mesmo
Espírito, unificando o corpo por si e pela sua força e pela coesão interna dos
membros, produz e promove a caridade entre os fiéis. Daí que, se algum membro
padece, todos os membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras,
todos se, alegram (cfr. 1 Cor. 12,26).
A
cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n 'Ele foram
criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e todas n'Ele
subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogénito
de entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cfr. Col.
1, 15-18). Pela grandeza do Seu poder domina em todas as coisas celestes e
terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e acção, enche todo o corpo
das riquezas da Sua glória (cfr. Ef. 1, 18-23).
Todos
os membros se devem conformar com Ele, até que Cristo se forme neles (cfr. Gál.
4,19). Por isso, somos assumidos nos mistérios da Sua vida, configurados com
Ele, com Ele mortos e ressuscitados, até que reinemos com Ele (cfr. Fil. 3,21;
2 Tim. 2,11; Ef. 2,6; Col. 2,12; etc.). Ainda peregrinos na terra, seguindo as
Suas pegadas na tribulação e na perseguição, associamo-nos nos seus sofrimentos
como o corpo à cabeça, sofrendo com Ele, para com Ele sermos glorificados (cfr.
Rom. 8,17).
É
por Ele que «o corpo inteiro, alimentado e coeso em suas junturas e ligamentos,
se desenvolve com o crescimento dado por Deus» (Col. 2,19). Ele mesmo distribui
continuamente, no Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios,
com os quais, graças ao Seu poder, nos prestamos mutuamente serviços em ordem à
salvação, de maneira que, professando a verdade na caridade, cresçamos em tudo
para Aquele que é a nossa cabeça (cfr. Ef. 4, 11-16 gr.).
E
para que sem cessar nos renovemos n'Ele (cfr. Ef. 4,23), deu-nos do Seu
Espírito, o qual, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o
corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres compararem a Sua acção à que o
princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano. (Lumem Gentiun, 7)
Nós somos a Igreja, o Corpo Místico de
Cristo. Nós fazemos parte do Cristo Total. Disso resulta que não podemos
brincar de Igreja, pulando de seita em seita, porque a Igreja Verdadeira não é
fundação humana, mas divina, e uma vez da Igreja, também não podemos ser do
mundo, porque mundo e Igreja são duas realidades completamente distintas e
separadas entre si.
A Igreja Católica Apostólica Romana é
um projeto nascido no coração do Pai Celeste desde os tempos de Abraão, foi
fundada por Jesus sobre a rocha da fé professada por Pedro e nasceu cheia de
vida, santidade e dons no dia de Pentecostes, sob o manto maternal e a
intercessão de Nossa Senhora. Todas as outras Igrejas foram fundadas por homens
e mulheres ao longo da história. A Igreja Católica, porém, foi fundada por
Jesus Cristo, e por isso as portas do inferno nunca irão prevalecer sobre ela.
Cristo,
mediador único, estabelece e continuamente sustenta sobre a terra, como um todo
visível, a Sua santa Igreja, comunidade de fé, esperança e amor, por meio da
qual difunde em todos a verdade e a graça. Porém, a sociedade organizada
hierarquicamente, e o Corpo místico de Cristo, o agrupamento visível e a
comunidade espiritual, a Igreja terrestre e a Igreja ornada com os dons
celestes não se devem considerar como duas entidades, mas como uma única
realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano e divino. Apresenta por
esta razão uma grande analogia com ó mistério do Verbo encarnado. Pois, assim
como a natureza assumida serve ao Verbo divino de instrumento vivo de salvação,
a Ele indissoluvelmente unido, de modo semelhante a estrutura social da Igreja
serve ao Espírito de Cristo, que a vivifica, para o crescimento do corpo (cfr.
Ef. 4,16).
Esta
é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e
apostólica; depois da ressurreição, o nosso Salvador entregou-a a Pedro para
que a apascentasse (Jo. 21,17), confiando também a ele e aos demais Apóstolos a
sua difusão e governo (cfr. Mt. 28,18 ss.), e erigindo-a para sempre em «coluna
e fundamento da verdade» (I Tim. 3,5). Esta Igreja, constituída e organizada
neste mundo como sociedade, é na Igreja católica, governada pelo sucessor de
Pedro e pelos Bispos em união com ele, que se encontra, embora, fora da sua
comunidade, se encontrem muitos elementos de santificação e de verdade, os
quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade
católica.
Mas,
assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição,
assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens
os frutos da salvação. Cristo Jesus «que era de condição divina... despojou-se
de si próprio tomando a condição de escravo (Fil. 2, 6-7) e por nós, «sendo
rico, fez-se pobre» (2 Cor. 8,9): assim também a Igreja, embora necessite dos
meios humanos para o prosseguimento da sua missão, não foi constituída para
alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a humildade e abnegação, também
com o seu exemplo. Cristo foi enviado pelo Pai « a evangelizar os pobres... a
sarar os contritos de coração» (Luc. 4,18), «a procurar e salvar o que
perecera» (Luc. 19,10). De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os
afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que
sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas
necessidades, e intenta servir neles a Cristo. Enquanto Cristo «santo,
inocente, imaculado» (Hebr. 7,26), não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor. 5,21),
mas veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr. 2,17), a Igreja, contendo
pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de
purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.
A
Igreja «prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das
consolações de Deus», anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha
(cfr. Cor. 11,26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo
a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto
internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até
que por fim se manifeste em plena luz. (Lumem Gentiun, 8)
Igreja e mundo
Entre a primeira e a segunda vinda de
Cristo, este tempo que estamos vivendo, o tempo favorável para a salvação de
todos, é o tempo da Igreja. Porque depois deste tempo já não haverá outro, mas
somente a eternidade. Para aqueles que forem salvos na barca de Pedro, uma
eternidade de salvação no Reino dos Céus: “Eu te digo que és Pedro e sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja. E as portas do inferno nunca prevalecerão
contra ela”. (Mt 16) Para aqueles que rejeitaram Jesus e preferiram o mundo,
uma eternidade de condenação no inferno. Deus não é ruim. Apenas dá a cada um,
o que cada um escolheu para si. Deus é Justo e Fiel. “O Filho de Deus não veio
para condenar o mundo, mas para salvá-lo. Quem acredita nele, é salvo. Que não
acredita, já está condenado”. (Jo 3)
Vemos pois que, enquanto peregrino na
história, o cristão não é do mundo, mas da Igreja. Jesus dizia que nos tirou do
mundo para ele. O habitat sobrenatural dos seus discípulos chama-se Igreja, a
comunidade dos santos, ou seja, dos consagrados, aqueles que foram separados do
mundo para Deus. Com pesar lamentamos o que às vezes acontece: o mundo entra na
Igreja e suja, enquanto que a Igreja é que sempre deveria iluminar e fermentar
o mundo com os valores do Evangelho. Mas mesmo assim, isto não mata a verdade
de que Igreja e mundo são duas coisas distintas e nunca deveriam se misturar,
como a água e o óleo.
O que vem a ser o mundo na Bíblia
Sagrada? O mundo não é a natureza bonita criada por Deus. O mundo também não é
aquilo que é realmente bom e ético na sociedade. Mundo é tudo aquilo que é
imundo, sujo, diabólico e fechado para a Graça de Deus. A Igreja dá as mãos ao
que é bom na sociedade. Mas sempre deve se fechar para aquilo que não presta e
que se contrapõe ao Evangelho. Porque uma coisa é a Igreja, outra coisa é o
mundo, cujo príncipe é Satanás.
Igreja e Reino de Deus
Sendo o Corpo Místico de Cristo,
portanto, participante da Graça, vida e missão de Jesus, a Igreja é sacramento
universal da salvação no meio do mundo. Como sacramento, a Igreja é, a seu modo,
sinal eficaz da Graça de Deus, “ex opere operato”. Por caminhos que só a Divina
Providência conhece, aonde a Igreja é estabelecida, Jesus se faz presente de
forma eclesial e continua realizando o seu ministério Salvífico em benefício de
toda humanidade. O Evangelho vai sendo anunciado, as pessoas vão se convertendo
e formando comunidades de fé, esperança e amor, as bênçãos vão sendo
derramadas, os demônios sendo expulsos, as maldições sendo destruídas e as
trevas vão sendo dissipadas. Apesar das fraquezas dos membros, os quais sempre
precisam se converter para continuar no caminho da salvação, a Igreja é o Corpo
Místico de Cristo e a sua alma é o Divino Espírito Santo. Por isso, a presença
da Igreja sempre abala as estruturas do inferno e do mundo, e destrói as
sepulturas da morte. Desta forma, o crescimento da Igreja favorece a expansão
do Reino de Deus sobre a face da terra. “A Igreja, enriquecida com os dons de
seu Fundador e observando fielmente seus preceitos de caridade, humildade e
abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus, de
estabelecê-lo em todos os povos e deste Reino constitui na terra o germe e o
início. Entrementes ela, enquanto cresce paulatinamente, anela pelo Reino
consumado e com todas as suas forças espera e suspira unir-se ao seu Rei na
glória.” (Lumen Gentium, 6)
O Reino de Deus é vida plena para
todos. É paz, justiça e alegria no Espírito Santo, assim como era no paraíso,
antes do pecado e de Satanás entrarem na história da humanidade. Na sua
primeira vinda Jesus inaugurou este Reino e deixou a sua Igreja para continuar
a sua missão. Tudo o que a Igreja vive e faz está em função da construção do
Reino de Deus até que ele seja completamente estabelecido. Então a humanidade
retornará ao paraíso perdido e haverão “novos céus e nova terra”.
Por ser sacramento universal da
salvação, a Igreja é “princípio, sinal e instrumento” do Reino de Deus. Uma vez
inaugurado, o Reino de Deus só vai ser completamente instaurado na segunda
vinda de Cristo, mas com a nossa participação. Se o homem cooperou no estrago
do paraíso original no qual Deus colocou nossos primeiros pais, é justo que ele
também coopere na sua recuperação. O Deus que nos criou sozinho decidiu não nos
salvar sozinho, já dizia Santo Agostinho. Quanto mais a Igreja evangeliza e faz
o bem no meio da humanidade, mais ela sinaliza, constrói e apressa a vinda do
Reino de Deus.
Embora Igreja e Reino de Deus sejam
duas realidades distintas, o Reino de Deus é muito superior e a abrange, a
Igreja possui uma importância especial porque é Obra de Deus, foi fundada por
Jesus, vive do Espírito Santo e é sinal deste Reino sobre a face da terra. Por
isso a condição para entrar no Reino de Deus é antes entrar na Barca de Pedro
pela fé e o batismo. Tal qual como Nova Arca de Noé, a Barca de Pedro salva do
naufrágio universal e conduz infalivelmente ao porto seguro do Reino de Deus.
Em meio à confusão de Igrejas fundadas por aí, e dada a importância da Igreja
Católica fundada por Jesus, urge se identificar e viver assim: Meu nome é
CRISTÃO e meu sobrenome é CATÓLICO.
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Mt 16,13-20):
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2º Dia (Ap 22,12-15):
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3º Dia (Col 1,13-20):
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4º Dia (Ef 1,15-23):
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5º Dia (1Cor
12,12-21): ____________
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6º Dia (Jo 1,10-13):
____________
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7º Dia (Mt 22,1-14):
____________
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3º Encontro ____/
____/ ____
Tempo da Igreja, tempo do Discipulado 1
x 1
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): 2Tm 2,1-7
20:00h – Reflexão
Estamos nos últimos tempos. Jesus
fundou a Igreja para continuar a sua missão ao longo da história até o advento
definitivo do Reino de Deus. Por isso, este tempo que estamos vivendo, além de
ser favorável para a nossa salvação, também é tempo de evangelização. Devemos
colocar em prática a metodologia missionária que Paulo ensinou a Timóteo:
Discipulado 1 x 1: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que está em
Cristo Jesus. O que de mim ouviste na presença de muitas testemunhas, confia-o
a homens fiéis, que sejam idôneos para ensiná-lo a outros”. (2Tm 2,1-2) Um
discípulo pesca e forma outro discípulo da melhor maneira possível. Este, por
sua vez, pesca e forma outro discípulo, e assim por diante.
Urge evangelizar com a metodologia do
Discipulado 1 x 1 para que o Reino de Deus se estenda por toda terra e as
pessoas sejam salvas. Porque enquanto estamos trabalhando pelo Reino de Deus e
bem da humanidade, Satanás tem os obreiros da maldade desviando as pessoas do
Caminho da Salvação, destruindo as famílias, espalhando o erro pelo mundo,
incentivando para os vícios e jogando todos no inferno.
Ei, psiu! Evangelizar mesmo, não ficar
só na intenção. Porque os obreiros da maldade não perdem tempo e Jesus mesmo
disse que muitas vezes os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos
da luz! Mas ele não disse isso para cruzarmos os braços e justificar a nossa
acomodação e preguiça. Muito pelo contrário. Ele fez esta exortação para nos
colocarmos de prontidão, amar o próximo e calçar as sandálias da missão. Porque
se muitas vezes os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz,
então, mais do que espertos e cheios de maquinações, Jesus quer que nós, os
filhos da luz, sejamos sábios e ajudemos na salvação da humanidade com
discernimento e criatividade.
Discipulado 1 x 1: Jesus quer
qualidade. Que sejamos realmente seus discípulos. Mas Jesus também quer
quantidade. “Ide pelo mundo e evangelizai todas as criaturas. Fazei que todos
os povos se tornem meus discípulos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo!” (Mt 19,29)
Lembre-se que você não é um pobre
coitado, um “Zé Ninguém”. Você é cristão, discípulo de Jesus, membro do Corpo
Místico de Cristo, templo do Espírito Santo. Você é uma bênção e é chamado por
Deus para ser uma bênção na vida de outras pessoas. Por isso, coloque em
prática as suas capacidades, testemunhe Jesus pelo seu exemplo de vida, convide
alguém para o Siloé, ministre a Palavra de Deus para uma pessoa com a ajuda dos
Temários do DJC. Partilhe os seus dons e através de você a graça de Deus vai
alcançar outras pessoas. Seja um canal. É Deus mesmo quem vai fazer a sua obra
na vida de alguém. Apenas, seja um canal da graça de Deus. “O Deus que criou tudo
sozinho, decidiu não salvar o mundo sozinho.” (Santo Agostinho)
Deus quis precisar de você. Deus confia
em você. Deus conta com você! Deus não chama os capacitados. Capacita aqueles
que escolheu!
A
caridade da evangelização
O homem é salvo pela fé em Jesus e na
esperança. A fé e a esperança dependem da pregação do Evangelho!
Pois se você confessa com a sua boca
que Jesus é o Senhor, e acredita com o seu coração que Deus o ressuscitou dos
mortos, você será salvo. É acreditando com o coração que se obtém a justiça, e
é confessando com a boca que se chaga à salvação. De fato, a Escritura diz:
“Todo aquele que acredita nele, não será confundido.” Não há distinção entre
judeu e grego, pois ele é o Senhor de todos, rico para com todos aqueles que o
invocam. Porque todo aquele que invoca o nome do Senhor, será salvo.
Ora, como poderão invocar aquele no
qual não acreditaram? Como poderão acreditar, se não ouviram falar dele? E como
poderão ouvir, se não houver quem o anuncie? Como poderão anunciar se ninguém for
enviado? Como diz a Escritura: “Como são belos os pés daqueles que a anunciam o
Evangelho!” A fé depende, portanto, da pregação, e a pregação é o anúncio da
palavra de Cristo. (Rm 10,9-15.17)
A alegria de termos sido salvos
impulsiona-nos para anunciar Jesus, porque “não há salvação em nenhum outro,
pois não existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens, pelo qual tenhamos
de ser salvos!” (Atos 4,12) e “todo aquele que invocar o Nome do Senhor será
salvo!” (Rm 10,13) Somente Jesus Salvador pode estender a mão e dar o favor da
sua Graça que redime, cura, liberta e batiza no Espírito Santo todos aqueles
que o invocam e depositam nele a sua esperança.
“A maior obra de caridade é
precisamente a evangelização, ou seja, o serviço da Palavra. Não há acção mais
benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão
da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo
no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral
da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica
Populorum Progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de
desenvolvimento.” (Papa Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2013)
Nunca esquecer esses quatro pontos
fundamentais:
1 – Convidar, motivar e acolher para
evangelizar. Nunca é demais convidar e acolher. Todos discípulos podem ajudar.
Discipulado 1x1!
2 - Evangelizar com unção, parresia,
compaixão e marketing. Todo sacrifício vale a pena, porque é a salvação das
pessoas que está em jogo.
3 - Ministrar o Evangelho da Salvação e
o batismo no Espírito Santo. Jesus concentrou a sua missão neste ponto. Sem o
batismo no Espírito Santo tudo fica na carne e na letra que mata. Sem o batismo
no Espírito Santo, o trabalho todo é desperdiçado!
4 - Quem vivencia a Graça da Salvação
precisa de um lugar favorável para continuar caminhando, crescendo e
evangelizando. Sempre motivar a pessoa para caminhar no Discipulado de Jesus
Cristo (Siloé e Fraternidades Cristãs).
O
Batismo no Espírito Santo
No dia de Pentecostes apareceram então
umas como línguas de fogo e pousaram sobre Maria e os discípulos reunidos em
oração no cenáculo. Todos ficaram cheios do Espírito Santo. Pareciam como que embriagados
e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
(At 2)
Já Moisés desejava que todos os homens
recebessem o Espírito do Senhor (Nm 11,29). Desde os tempos dos profetas,
sabia-se que o grande dom dos tempos messiânicos seria o derramamento do
Espírito de Deus que reaviva e faz nova todas as coisas (Ez 37,1ss; Joel
3,1ss). Ao falar da essência da missão de Jesus, o maior dos profetas, João
Batista, dizia que Ele veio para batizar no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,7-12).
E o próprio Jesus, no exercício do seu ministério, conduzia todos para o
batismo (Mt 28,19; At 1,8).
Jesus salva a pessoa que professa a fé
nele de forma concreta, através do batismo trinitário, que é um sacramento
único e irrepetível (Mt 28,19) e continua salvando através de um batismo, por
assim dizer, pentecostal, que é sempre renovado no decorrer da caminhada (At
1,8). Este Batismo Pentecostal, que é uma nova efusão do Espírito Santo, Jesus
realizou tanto no Pentecostes Solene de Jerusalém (At 2), como em muitos outros
pentecostes relatados no livro dos Atos dos Apóstolos e em outros escritos do
Novo Testamento.
No exercício da nossa missão de
evangelizar os já batizados, devemos continuar fazendo o mesmo que Jesus fez.
Anunciar o Evangelho da Salvação e sempre ministrar o batismo pentecostal no
Espírito Santo. Deus mesmo vai fazendo a sua obra no decorrer da caminhada, de
efusão em efusão. “Através do que se denomina, precisamente, “batismo do
Espírito”, tem-se experiência da unção do Espírito Santo na oração, de seu
poder no ministério pastoral, de seu consolo na provação, de sua guia nas
decisões. Antes ainda que na manifestação dos carismas, é assim como se lhe
percebe: como Espírito que transforma interiormente, dá o gosto do louvor a
Deus, abre a mente à compreensão das escrituras, ensina a proclamar Jesus como
“Senhor” e dá o valor de assumir tarefas novas e difíceis, no serviço de Deus e
do próximo”. (Fr. Raniero, Pregador do Papa)
Dadas as considerações, é importante o
Discipulado de Jesus Cristo sempre ministrar o Reavivamento no Espírito Santo,
mesmo que de forma personalizada. Maiores informações nos subsídios próprios.
O
DJC existe para evangelizar
O Discipulado de Jesus Cristo (DJC) é
um movimento católico de evangelização. Ou seja, o DJC existe no seio da Igreja
para evangelizar, para ajudá-la na construção do Reino de Deus sobre a face da
terra. Nossa vocação e missão é SER e FORMAR discípulos de Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo.
É importante que cada discípulo que
caminha no DJC faça a sua parte, sempre evangelizando onde estiver, com quem
estiver e como puder. Só não pode ficar parado. É importante todos, crianças,
jovens e adultos, solteiros e casados, colocarem em prática a metodologia
paulina do Discipulado 1 x 1.
Mas temos que ter um foco: convidar as
pessoas para o Siloé e motivá-las para caminharem nas Fraternidades Cristãs.
Então elas serão evangelizadas, curadas e batizadas no Espírito Santo.
Continuarão crescendo na vida cristã-batismal e frutificando, conforme Jesus
dizia no Evangelho de João: “Meu Pai é glorificado quando vocês são meus
discípulos e produzem muitos frutos!” (15,5) Quem semeia muito, colhe muito.
Quem semeia pouco, colhe pouco!
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (2Tm 2,1-7):
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2º Dia (Rm 10,9-17):
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3º Dia (At 3,11-26):
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4º Dia (At 4,23-31):
____________
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5º Dia (At 11,19-26):
____________
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6º Dia (At 14,1-28):
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7º Dia (At 16,1-15):
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4º Encontro ____/
____/ ____
Livrai-nos do mal
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): Mc 9,14-29
20:00h – Reflexão
Até o advento definitivo do Reino de
Deus, enquanto peregrina na história, a Igreja, como “princípio, sinal e
instrumento” deste Reino, trava um verdadeiro combate espiritual contra as
forças do mal. Por isso precisamos meditar sobre o que a fé nos ensina acerca
do mal, a fim de podermos evitá-lo e vencê-lo. “Conhecereis a Verdade e a
Verdade vos libertará!”, exortava Jesus aos primeiros cristãos. Seguimos nosso
estudo com o Papa Paulo VI, ele que viveu após o Concílio Vaticano II, que foi
um Novo Pentecostes para a Igreja, momentos de grandes confusões e perseguições
de todos os tipos, tendo os demônios como principais artífices.
xxx
Atualmente, quais são as maiores
necessidades da Igreja? Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou
até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele
mal, a que chamamos Demônio.
Antes de esclarecermos o nosso
pensamento, convidamos o vosso a abrir-se à luz da fé sobre a visão da vida
humana, visão que, deste observatório, se alarga imensamente e penetra em
singulares profundidades. E, para dizer a verdade, o quadro que somos
convidados a contemplar com realismo global é muito lindo. É o quadro da
criação, a obra de Deus, que o próprio Deus, como espelho exterior da sua
sabedoria e do Seu poder, admirou na sua beleza substancial (cf. Gn 1,10 ss.).
Além disso, é muito interessante o
quadro da história dramática da humanidade, da qual emerge a da redenção, a de
Cristo, da nossa salvação, com os seus magníficos tesouros de revelação, de
profecia, de santidade, de vida elevada a nível sobrenatural, de promessas
eternas (cf. Ef 1,10). Se soubermos contemplar este quadro, não poderemos
deixar de ficar encantados (Santo Agostinho, Solilóquios); tudo tem um sentido,
tudo tem um fim, tudo tem uma ordem e tudo deixa entrever uma
Presença-Transcendência, um Pensamento, uma Vida e, finalmente, um Amor, de tal
modo que o universo, por aquilo que é e por aquilo que não é, se apresenta como
uma preparação entusiasmante e inebriante para alguma coisa ainda mais bela e
mais perfeita (cf. ICor 2,9; Rm 8,19-23). A visão cristã do cosmo e da vida é,
portanto, triunfalmente otimista; e esta visão justifica a nossa alegria e o
nosso reconhecimento pela vida, motivo por que, celebrando a glória de Deus,
cantamos a nossa felicidade.
Ensinamento Bíblico
Esta visão, porém, é completa, é exata?
Não nos importamos, porventura com as deficiências que se encontram no mundo,
com o comportamento anormal das coisas em relação à nossa existência, com a
dor, com a morte, com a maldade, com a crueldade, com o pecado, numa palavra,
com o mal? E não vemos quanto mal existe no mundo especialmente quanto à
moral, ou seja, contra o homem e, simultaneamente, embora de modo diverso,
contra Deus? Não constitui isto um triste espetáculo, um mistério
inexplicável? E não somos nós, exatamente nós, cultores do Verbo, os cantores
do Bem, nós crentes, os mais sensíveis, os mais perturbados, perante a
observação e a prática do mal? Encontramo-lo no reino da natureza, onde muitas
das suas manifestações, segundo nos parece, denunciam a desordem. Depois,
encontramo-lo no âmbito humano, onde se manifestam a fraqueza, a fragilidade, a
dor, a morte, e ainda coisas piores; observa-se uma dupla lei contrastante,
que, por um lado, quereria o bem, e, por outro, se inclina para o mal, tormento
este que São Paulo põe em humilde evidência para demonstrar a necessidade e a
felicidade de uma graça salvadora, ou seja, da salvação trazida por Cristo (Rm
7); já o poeta pagão Ovidio tinha denunciado este conflito interior no próprio
coração do homem: “Video meliora proboque, deteriora sequor”(Ovídio Met.7,
19). Encontramos o pecado, perversão da liberdade humana e causa profunda da
morte, porque é um afastamento de Deus, fonte da vida (cf. Rm 5,12) e, também,
a ocasião e o efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente
obscuro e inimigo, o Demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma
eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma
realidade terrível, misteriosa e medonha.
Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos
e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência desta realidade; ou
melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas
as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudo-realidade, como uma
personificação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas
desgraças.
O problema do mal, visto na sua
complexidade em relação à nossa racionalidade, torna-se uma obsessão.
Constituí a maior dificuldade para a nossa compreensão religiosa do cosmo. Foi
por isso que Santo Agostinho penou durante vários anos: “Quaerebam unde malum,
et non erat exitus”, procurava de onde vinha o mal e não encontrava a
explicação. (Confissões, VII,5 ss)
Vejamos, então, a importância que
adquire a advertência do mal para a nossa justa concepção; é o próprio Cristo
quem nos faz sentir esta importância. Primeiro, no desenvolvimento da história,
haverá quem não recorde a página, tão densa de significado, da tríplice
tentação? E ainda, em muitos episódios evangélicos, nos quais o Demônio se
encontra com o Senhor e aparece nos seus ensinamentos (cf. Mt 1,43)? E como não
haveríamos de recordar que Jesus Cristo, referindo-se três vezes ao Demônio
como seu adversário, o qualifica como “príncipe deste mundo” (Jo 12,31; 14,30;
16,11)? E a ameaça desta nociva presença é indicada em muitas passagens do Novo
Testamento. São Paulo chama-lhe “deus deste mundo” (2Cor 4,4) e previne-nos
contra as lutas ocultas, que nós cristãos devemos travar não só com o Demônio,
mas com a sua tremenda pluralidade: “Revesti-vos da armadura de Deus para que
possais resistir às ciladas do Demônio. Porque nós não temos de lutar (só)
contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, contra os Dominadores deste
mundo tenebroso, contra os Espíritos malignos espalhados pelos ares” (Ef
6,11-12).
Diversas passagens do Evangelho
dizem-nos que não se trata de um só demônio, mas de muitos (cf. Lc 11,21; Mc
5,9), um dos quais é o principal: Satanás, que significa o adversário, o
inimigo; e, ao lado dele, estão muitos outros, todos criaturas de Deus, mas
decaídas, porque rebeldes e condenadas; constituem um mundo misterioso
transformado por um drama muito infeliz, do qual conhecemos pouco (cf. DS 800).
O Inimigo Oculto
Conhecemos, todavia, muitas coisas
deste mundo diabólico, que dizem respeito à nossa vida e a toda a história
humana. O Demônio é a origem da primeira desgraça da humanidade; foi o tentador
pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com
aquela falta de Adão, o Demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual
só a redenção de Cristo nos pode libertar.
Trata-se de uma história que ainda hoje
existe: recordemos os exorcismos do batismo e as freqüentes referências da Sagrada
Escritura e da Liturgia ao agressivo e opressivo “domínio das trevas” (Lc
22,53). Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos,
portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e que ainda
atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na
história humana.
Deve-se recordar a significativa
parábola evangélica do trigo e da cizânia, síntese e explicação do ilogismo que
parece presidir às nossas contrastantes vicissitudes: “Inimicus homo hoc fecit”
(Mt 13,2). É o assassino desde o princípio… e “pai da mentira”, como o define
Cristo (cf. Jo ,44-45); é o insidiador sofista do equilíbrio moral do homem.
Ele é o pérfido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós através dos
sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica, ou de desordenados
contatos sociais na realização de nossa obra, para introduzir neles desvios,
tão nocivos quanto, na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou
psíquicas, ou às nossas profundas aspirações instintivas.
Este capítulo, relativo ao Demônio e ao
influxo que ele pode exercer sobre cada pessoa, assim como sobre comunidades
inteiras sociedades, ou sobre acontecimentos, é um capitulo muito importante da
doutrina católica, que deve ser estudado novamente, dado que hoje o é pouco.
Algumas pessoas julgam encontrar nos estudos da psicanálise ou da psiquiatria,
ou em práticas evangélicas, no principio da sua vida pública, de espiritismo,
hoje tão difundidas em alguns países, uma compensação suficiente. Receia-se
cair em velhas teorias maniqueístas, ou em divagações fantásticas e
supersticiosas. Hoje, algumas pessoas preferem mostrar-se fortes, livres de
preconceitos, assumir ares de positivistas, mas depois dão crédito a muitas
superstições de magia ou populares, ou pior, abrem a própria alma – a própria
alma batizada, visitada tantas vezes pela presença eucarística e habitada pelo
Espírito Santo – às experiências licenciosas dos sentidos, às experiências
deletérias dos estupefacientes, assim como às seduções ideológicas dos erros na
moda, fendas estas por onde o maligno pode facilmente penetrar e alterar a
mentalidade humana.
Não quer dizer que todo o pecado seja
devido diretamente à ação diabólica; mas também é verdade que aquele que não
vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao
influxo do “mysterium iniquitatis”, ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e
que torna problemática a alternativa da nossa salvação.
A nossa doutrina torna-se incerta,
obscurecida como está pelas próprias trevas que circundam o Demônio. Mas a
nossa curiosidade, excitada pela certeza da sua doutrina múltipla, torna-se
legitima com duas perguntas: Há sinais da presença da ação diabólica e quais
são eles? Quais são os meios de defesa contra um perigo tão traiçoeiro?
A ação do Demônio
A resposta à primeira pergunta, requer
muito cuidado embora os sinais
do
Maligno às vezes pareçam tornar-se evidentes (Tertuliano, Apologia, 23).
Podemos admitir a sua atuação sinistra onde a negação de Deus se torna
radical, sutil ou absurda; onde o engano se revela hipócrita, contra a
evidência da verdade; onde o amor é anulado por um egoísmo frio e cruel; onde o
nome de Cristo é empregado com ódio consciente e rebelde (cf. ICor 16,22;
12,3); onde o espírito do Evangelho é falsificado e desmentido; onde o
desespero se manifesta como a última palavra, etc. Mas é um diagnóstico
demasiado amplo e difícil, que agora não ousamos aprofundar nem autenticar; que
não é desprovido de dramático interesse para todos, e ao qual até a literatura
moderna dedicou páginas famosas. O problema do mal continua a ser um dos
maiores e permanentes problemas para o espírito humano, até depois da resposta vitoriosa que Jesus Cristo dá a
respeito dele.
“Sabemos – escreve o evangelista São
João – que todo aquele que foi gerado por Deus guarda-o, e o Maligno não o
toca” (IJo 5,19).
A defesa do Cristão
A outra pergunta, que defesa, que
remédio, há para combater a ação do Demônio, a resposta é mais fácil de ser
formulada, embora seja difícil pô-la em prática. Poderemos dizer que tudo
aquilo que nos defende do pecado nos protege, por isso mesmo, contra o inimigo
invisível. A graça é a defesa decisiva. A inocência assume um aspecto de
fortaleza. E, depois, todos devem recordar o que a pedagogia apostólica
simbolizou na armadura de um soldado, ou seja, as virtudes que podem tornar o
cristão invulnerável (cf. Rm 13,13; Ef 6,11-14-17; lTs 5,8). O cristão deve ser
militante; deve ser vigilante e forte (lPd 5,8); e algumas vezes, deve recorrer
a algum exército ascético especial, para afastar determinadas invasões
diabólicas; Jesus ensina-o, indicando o remédio “na oração e no jejum” (Mc
9,29). E o apóstolo indica a linha mestra que se deve seguir: “Não te deixes
vencer pelo mal; vence o mal com o bem” (Rm 12,21; Mt 13,29).
Conscientes, portanto, das presentes
adversidades em que hoje se encontram as almas, a Igreja e o mundo,
procuraremos dar sentido e eficácia à usual invocação da nossa oração
principal: “Pai nosso… livrai-nos do mal”.
Papa Paulo VI,
In L’Osservatore Romano, 24/11/1972
20:30h – Caminhada
Discipular
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Mc 9,14-29):
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2º Dia (Gn 3,1-24):
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3º Dia (Sb 1,1-15):
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4º Dia (Sb 2,1-24):
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5º Dia (Jo 12,20-36):
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6º Dia (2Cor 4,1-6):
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7º Dia (Lc 22,1-6):
____________
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5º Encontro ____/
____/ ____
A tríplice aliança do mal no mistério da
iniquidade
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): Ap 13; ou Sl 33; ou Mt 24,15-28
20:00h – Reflexão
A profecia do Apocalipse possui uma
linguagem simbólica, mas muito por dentro das realidades da história. Enfoca o
presente com raízes no passado, visão de futuro e noção de conjuntura
sócio-política-econômica. Em vez do profeta ser um alienado fanático ou um
charlatão, que perde tempo em prever bobagens, tipo coisas sem sentido, sua fé
é autenticamente cristã, possui um senso crítico aguçado e, a partir da
Revelação Divina, sabe esclarecer os seus leitores, ajudando-os a focar os
problemas reais que devem ser enfrentados. O profeta verdadeiro esclarece a
realidade para que a mesma seja transformada segundo o projeto revelado por
Deus. Por isso o profeta é sempre um homem do futuro. Sempre está para além do
seu tempo, denunciando, anunciando e construindo o mundo novo.
No nosso estudo de hoje, ao falar do
pacto das três entidades do mal (Dragão, Besta marinha e Besta terrestre), João
compreende que tudo na história está intimamente relacionado e interligado. O
mal existente na história também tem uma origem espiritual que deve ser sempre
considerada. O Inimigo da humanidade é o pensador que planeja tudo a curto,
médio e longo prazo; organiza suas instituições e ideologias como fortes
estruturas a serviço da morte e coloca espécies inteligíveis na mente dos seus
obreiros (falsos profetas) para que saibam agir estrategicamente e com
esperteza, inclusive fazendo mal uso dos talentos naturais que Deus lhe
concedeu, ao ponto do próprio Jesus chegar a dizer que muitas vezes os filhos
das trevas são mais espertos do que os filhos da luz. Isso porque,
infelizmente, muitas vezes os filhos da luz não fazem bom uso das suas
capacidades e elas atrofiam.
Por isso, longe da nossa fé dever ser
cega, fechada para toda realidade sócio-política-econômica que está a nossa
volta, a profecia do Apocalipse nos ensina que ela deve ser luz, luz da vida,
ao ponto de clarear a nossa mente para que possamos enxergar e agir no hoje da
história com sabedoria e discernimento estratégico. Como fermento na massa, sal
da terra e luz do mundo, os cristãos devem ser protagonistas na história. Devem
testemunhar a fé e agir na cultura, na política, na educação, nas organizações
civis e sociais, sempre semeando os valores do Evangelho para que o Reino de
Deus avance e seja definitivamente estabelecido. O maior problema não é a ação
dos maus, mas a omissão dos bons!
Com essas primeiras considerações
queremos enfatizar que a profecia do Apocalipse é muito profunda e atual. E que
a escolha de João por este tipo de linguagem simbólica foi fruto do seu
discernimento estratégico. Os cristãos primitivos estavam sendo muito
perseguidos por poderes hostis ao Evangelho. João mesmo já era prisioneiro na
Ilha de Patmos, “por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus” (Ap
1,9). De um lado precisava animar, alertar e orientar os cristãos. De outro não
poderia se arriscar desnecessariamente, pois colocaria em risco a sua própria
vida e a de seus leitores, sobretudo se fosse constatado o crime de
lesa-majestade e traição ao Império Romano. De alguma forma conseguiu ajuda de
uma pessoa anônima para enviar a sua profecia escrita com uma linguagem simbólica
desconhecida pelos perseguidores, mas que os cristãos conheciam muito bem,
visto que os símbolos foram retirados do Antigo Testamento. Naquele tempo de
tribulação, tudo precisava ser estrategicamente planejado, pois os poderes
hostis tinham toda uma articulação para vigiar, espionar e prender. O certo é
que João conseguiu o seu objetivo e ainda hoje a profecia do Apocalipse
continua ajudando a discernir a história, com fé e senso crítico. “Conhecereis
a Verdade e a Verdade vos libertará!” (Jo 8,32)
As três entidades do mal
Na linguagem apocalíptica “tudo ou
quase tudo tem valor simbólico: os números, as coisas, as partes do corpo e até
as personagens que entram em cena. Ao descrever em visão, o vidente traduz em
símbolos as idéias que Deus lhe sugere. Para entendê-lo, devemos, por isso,
aprender a sua técnica e retraduzir em idéias os símbolos que ele propõe, sob
pena de falsificar o sentido da sua mensagem” (Bíblia de Jerusalém).
Na profecia do Apocalipse (capítulo 13)
encontramos três entidades do mal que mantém entre si uma aliança muito forte
contra o bem da humanidade. Vamos falar brevemente de cada uma dessas entidades
de acordo com o seu poder representado na quantidade ordenada de cabeças,
chifres e diademas.
A primeira entidade maligna em poder é
o Dragão (Ap 13,2). Ele possui sete cabeças, dez chifres e sete diademas. É a
antiga Serpente chamada de Diabo e Satanás, o mais poderoso entre todos os
demônios e que engana o mundo inteiro (Ap 12,3.9).
Depois a profecia fala da Besta marinha
de dez chifres, sete cabeças e sete diademas. Foi delegada pelo Dragão com
poder e grande autoridade (Ap 13,1-2). Representa Império Romano de então e todas as forças
existentes no mundo (partidos políticos, regimes de governo, instituições e
ideologias a favor da morte) que se opõem ao projeto de Jesus, perseguem a
Igreja e promovem a guerra.
A Besta marinha recebe o poder de
Satanás e age em nome dele. Tudo aquilo que não presta no mundo, que gera a
morte e a idolatria, tem o próprio Diabo e seus anjos agindo por detrás.
Infelizmente, todo aquele cujo nome não está escrito no livro da vida adora a
Besta e ao Dragão, e a seguem com suas maldades e blasfêmias contra Deus. Aqui
está a perseverança e a fé dos cristãos: não adorar e nem seguir o Dragão e sua
Besta. Concretamente, não adorar Satanás nem nada daquilo que está a serviço
dele no meio do mundo (Ap 13,10).
Por fim, João também recebeu a visão
profética de uma segunda Besta. Uma Besta terrestre com dois chifres, que
parece cordeiro (para enganar), mas tem a voz do dragão (Ap 13,11). Esta
segunda Besta é subdelegada pela primeira Besta, engana os habitantes da terra
com sinais, exerce o poder da primeira Besta quando está na presença dela e
marca com o seu número (666) aqueles que lhe adoram, seguem e obedecem.
666 é o nome codificado de um ser
humano cheio de maldade, mentira e ódio que se opõe frontalmente a Cristo Jesus
e ao seu Reinado de Salvação (v. 18). Portanto, a segunda Besta, que está
serviço da primeira Besta e do Dragão é o Anticristo, também chamado de Falso
Profeta (Ap 16,13; 19,20; 20,10).
Desta forma, para conseguir o seu
intento e cumprir com a missão recebida, o Anticristo (Besta terrestre) promove
toda uma perseguição civil, estrutural e sócio-econômica contra os filhos e
filhas de Deus. Faz “com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres
e escravos recebam uma marca (666) na mão direita (ação) ou na fronte
(pensamento), para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o
nome da Besta ou o número do seu nome” (Ap 13,16-17).
O Anticristo (666) é um ser humano
poderoso e muito mal (Ap 13,18). Ele já está agindo, mas vai se revelar
completamente nos finais dos tempos, por ocasião da grande apostasia. Por isso
o profeta diz: é necessário muito discernimento para decifrar o nome escondido
atrás do número 666. Isto porque no decorrer da história o Anticristo pode ir
se encarnando em várias pessoas até se manifestar plenamente nos fins dos
tempos.
No tempo em que João estava
transmitindo a profecia, lá pelos anos 100 da nossa era, o Anticristo era o
imperador romano, sobretudo Nero, o primeiro e o pior dos piores. “Em grego e
em hebraico cada letra tinha um valor numérico segundo o lugar no alfabeto. O
número de um nome é o total de suas letras. Aqui ‘666’ seria César-Neron (em
letras hebraicas)” (Bíblia de Jerusalém). Nero maltratou ferozmente os cristãos
e fez de tudo para acabar com o cristianismo. Exigia ser adorado como Deus,
tocou fogo em Roma de propósito e colocou a culpa nos seguidores de Jesus. Após
muita morte e destruição de comunidades cristãs foi iniciada toda uma
perseguição que se prolongou nos reinados dos seus sucessores.
Mas porque João não dizia
explicitamente que o Anticristo era o maldoso Imperador César Nero?
- Um, porque os cristãos da época já podiam
identificar com muita facilidade que era ele ou o atual imperador romano.
- Dois, porque se os cristãos podiam
entender o símbolo, não havia necessidade de João, já prisioneiro, arriscar ser
acusado de lesa-majestade e ser imediatamente condenado à morte.
- Três, porque Nero enquanto indivíduo
iria morrer, mas a força oculta da iniquidade iria permanecer agindo na
história, e de tempos em tempos haveria de se “encarnar” em outras pessoas.
Por isso, de tempos em tempos, é
necessário discernir quem é o principal Anticristo do momento e quando vier a
grande apostasia, quando ele se manifestar completamente, Deus também vai dar o
discernimento espiritual para identificá-lo. É neste mesmo sentido que São João
fala que já vieram muitos anticristos (1Jo 2,18), e que inclusive alguns saíram
do meio da própria Igreja seguindo a linha de Judas Iscariotes, para “que
ficasse claro que nem todos eram dos nossos” (1Jo 2,19). E João exortava para
que ficassem unidos em Jesus para quando o Anticristo se manifestar totalmente,
todos estejam seguros e sejam vitoriosos (1Jo 2,28).
Cristãos, não podemos ser bestas, pois
não somos da Besta, mais do Senhor Jesus! Por isso, no hoje da nossa história,
sob a luz do Apocalipse, sem nenhum tipo de reducionismo, você poderia identificar
aqueles que estão a serviço do Dragão, da Besta marinha (partidos políticos,
instituições e ideologias do mal) e da Besta terrestre (o homem mal, o
Anticristo)?
Sem nenhum tipo de fanatismo, a rede
mundial de computadores (internet) e toda estrutura de informática, chips,
tecnologias e instituições que promovem o mal não poderiam realmente perseguir
os direitos civis dos cristãos, inclusive impedindo-os de comprar e vender, de
ir e de vir, de falar e de calar, de agir conforme a fé e a consciência, que
são direitos básicos de qualquer ser humano? Nos dias de hoje já estão
acontecendo perseguições porque a pessoa quer viver como cristã no trabalho, na
escola e na sociedade em geral? ... A visão do Apocalipse tem muito a nos
ajudar a enxergar!
O mistério da iniquidade
São Paulo também falava aos cristãos de
Tessalônica nesta mesma perspectiva do Anticristo que já está agindo, mas que
ainda vai se manifestar totalmente. O Apóstolo se referia a esta realidade
chamando-a de mistério da iniquidade: “Não se deixem enganar de nenhum modo!
Primeiro deverá chegar a apostasia. Depois aparecerá o homem ímpio, o filho da
perdição (o Anticristo): ele é o adversário que se opõe e se levanta contra
todo ser que se chama Deus ou é adorado, chegando até mesmo a sentar-se no
templo de Deus e a proclamar-se Deus. O mistério da impiedade já está agindo.
Falta apenas desaparecer aquele que o segura até agora. Só então se manifestará
o ímpio. O Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com
o esplendor da sua vinda. A vinda do ímpio vai acontecer graças ao poder de
Satanás, com todo tipo de falsos milagres, sinais e prodígios, e com toda a
sedução que a injustiça exerce sobre os que se perdem, por não se terem aberto
ao amor da verdade, amor que os teria salvo” (2Tes 2,3-10).
Algo retém o Anticristo, ou seja, não o
deixa se manifestar e agir totalmente. Acreditamos que seja Deus Pai, pois até
o Diabo só age enquanto e até onde ele permite. E Deus permitir o filho da
perdição agir não significa concordar. Ele permite porque respeita a liberdade
dos seres que criou, pois se ele fizer o contrário, estará caindo em
contradição. Deus é fiel e não pode desdizer-se. Mas cada um vai ser julgado de
acordo com o uso que fez da sua liberdade e consciência. Aqueles que preferirem
o Anticristo serão condenados, pois poderiam ter amado a verdade, mas por culpa
própria preferiram a mentira, ou seja, não fizeram por onde conhecer a verdade
e viver de acordo com ela.
Antes da segunda vinda de Cristo deverá
acontecer a grande apostasia (muitos abandonarão a fé e o verdadeiro Deus em
troca dos ídolos e coisas erradas) e o Iníquo, o Anticristo, o Malvado por
excelência vai se manifestar totalmente, tendo no seu corpo o número 666 pelo
qual Deus nos dará o discernimento para sabermos quem é ele. E neste momento,
“será destruído pelo Senhor Jesus” (2Tes 2,8).
Para que não sejamos levados na onda
diabólica da grande apostasia, o Apóstolo Paulo, antes mesmo da Profecia do
Apocalipse, já lembrava que o Anticristo “se apresentará com todo tipo de
milagres, sinais e falsos prodígios, com todo tipo de fraudes iníquas para os
que se perdem, porque não aceitaram o amor á verdade para salvar-se” (2Tes
2,10). Esta última exortação é muito importante. Quem só busca milagres, sinais
e prodígios em qualquer lugar, sem se comprometer de fato com amor de Deus e a
verdade, vai ser facilmente enganado. Porém, quem antes de tudo busca o reinado
de Deus na sua vida não será confundido, pois Jesus mesmo o apascentará e o
guardará. Dessa forma, é muito importante invocar sempre o reinado de Jesus e
perseverar na Igreja que ele fundou, pois ela é coluna e base da verdade e as
portas do inferno nunca irão prevalecer sobre ela. A Igreja Católica é a arca
da salvação. Quem nela estiver, como nos tempos de Noé, não perecerá.
xxx
CIC, 675 a 677 - Antes do advento de
Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos
crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o
mistério da iniqüidade sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer
aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da
verdade. A impostura religiosa suprema é o Anticristo, isto é, a de um
pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de
seu Messias que veio na carne.
Esta impostura anticrística já se
esboça no mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança
messiânica que só pode realizar-se para além dela, por meio do juízo
escatológico: mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação
do Reino vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de
um messianismo secularizado, intrinsecamente perverso.
A Igreja só entrará na glória do Reino
por meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em sua Morte e
Ressurreição. Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da
Igreja segundo um progresso ascendentes, mas por uma vitória de Deus sobre o
desencadeamento último do mal, que fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de
Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do
derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa.
CIC, 395 - O poder de Satanás não é
infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro
espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de
Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus
Cristo, e embora a sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e,
indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade,
esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a
história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um
grande mistério, mas “nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles
que o amam” (Rm 8,28).
xxx
A caminhada discipular é o seguimento
de Jesus de Nazaré na graça do Espírito Santo e sob a luz da fé católica. Por
isso precisamos considerar toda esta realidade da tríplice aliança do mal e o
mistério da iniquidade que já está em ação, procurando por diferentes meios e
diversas formas atrapalhar e destruir o projeto de Deus.
“Uma árdua luta contra os poderes das
trevas perpassa toda a história dos homens. Iniciada desde a origem do mundo,
vai durar até o último dia, segundo a Palavra do Senhor” (cf. Mt 24,13;
13,24-30; 35-43)” (Introdução do Ritual de Exorcismos da Igreja Católica
citando a Constituição Gaudium et spes,
do Concílio Vaticano II, n. 4). Os discípulos de Jesus são o principal alvo.
Pois desviando-os do caminho do Reino de Deus, conduzirá para a perdição e com
uma tacada só, ganhará muitas outras pessoas e cidades para si, que de outro
modo seriam evangelizadas e salvas. Precisamos permanecer na fé e no testemunho
de Jesus (Ap 13,10).
A profecia do Apocalipse, ontem como
hoje, gera fidelidade ao Evangelho, certeza da vitória final do Bem sobre o Mal
e discernimento estratégico, pois os cristãos não podem ser bestas. Tanto Paulo
como João receberam de Deus a certeza de que no final, todos aqueles que amaram
a Verdade e não aceitaram a marca da Besta terão o seu nome escrito no Livro da
Vida. De tal modo, por tudo isso, precisamos orar, vigiar e perseverar. Em
oração, vale discernir mais uma vez:
1 - Hoje, onde você percebe a ação de Satanás(Dragão) e seus
demônios?
2 – Hoje, que instituições (partidos políticos, regimes de
governo, grupos artísticos, meios de comunicação, seitas, organizações
diversas) são a primeira Besta a serviço de Satanás?
3 – Hoje, quem são a Besta terrestre (o Anticristo:
políticos, artistas, líderes religiosos, empresários, traficantes) a serviço da
primeira Besta?
4 – Hoje, já estamos vivendo os tempos de apostasia?
5 – Sem dizer o nome de ninguém, para ficar só no
discernimento e não no julgamento, quem você acha que já foi ferrado com a
marca do Anticristo (666)? Você de alguma forma já foi um pouco ferrado por
ele, lembrando que quem se deixa ferrar é porque não amou a Verdade e vai
responder por isso na segunda vinda de Cristo?
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Ap 13):
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2º Dia (2Tes 2,1-12):
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3º Dia (2Tes
2,13-17): ____________
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4º Dia (Mt 24,1-7):
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5º Dia (Mt 24,9-14):
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6º Dia (Rm 8,28-39):
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7º Dia (2Tm 4,1-5):
____________
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6º Encontro ____/
____/ ____
Orai e vigiai!
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): Ef 1,3-14; ou Tg 4,1-10
20:00h – Reflexão
Santo Agostinho dizia: “O diabo é um
cão amarrado com uma corda comprida; ele não consegue escapar. Já está amarrado
e derrotado. Desde que você não se aproxime do território dele, ele não
consegue te atacar”.
Isto significa que não devemos ter medo
dos demônios, mas de viver sem a graça de Deus, de ir aos poucos entrando no
seu território de trevas e maldição, ou deixar que ele ocupe na nossa vida o
lugar pertencente ao Bom Deus. O diabo não pode tudo, mas pode fazer tudo que
não presta na vida das pessoas que lhe dão consentimento ou que vão se
contaminando mesmo sem se darem conta. Água venenosa sempre mata, quer quem
saiba dela ou não. É disso que devemos ter medo: viver sem a graça de Deus e
abrir as portas para o inimigo agir na nossa vida.
Inteligente, o demônio não perde tempo
e vai criando culturas, ideologias e estruturas de morte que desvirtuam as
pessoas e as famílias, deturpam a verdade e os valores, acorrentam nas trevas
do pecado e no lamaçal da morte.
É preciso sempre levar esta realidade
do mal estruturado na sociedade, pois nem sempre o demônio age de forma isolada
ou repentina, mas muitas vezes de modo organizado e coletivo, tendo em vista
alcançar objetivos a curto, médio e longo prazos. Muitos não se dão conta dessa
ação organizada dos demônios e acabam caindo como presa no laço do caçador.
Nesse campo, além da oração, é muito necessária a vigilância com muita formação
humana e cristã.
E ao mesmo tempo, ir criando uma
verdadeira cultura cristã que se torne clima favorável para a pessoa crescer e
se desenvolver plenamente com os outros, tendo Deus como referência e os
valores ético-evangélicos como caminho a ser seguido. Ou seja, enquanto os demônios
vão gerando a cultura do inferno, a cultura da morte, devemos ir criando a
cultura do céu, a cultura da vida, para que hajam realmente novos céus e nova
terra. Isto implica, além do desenvolvimento individual, ajudar que nossas
famílias sejam verdadeiramente cristãs, comunidades de fé, esperança e amor
aonde as pessoas sejam acolhidas, abençoadas e evangelizadas, opções de lazer
sadios sem a necessidade de decair nas baixarias tão comuns do mundo de hoje em
dia, propaganda do bem em contraposição ás apologias do mal, testemunho de vida
cristã que inspire outras pessoas a também quererem ser cristãs, etc.
A
ação dos demônios
(Efésios 6,10-20)
Antes de tudo precisamos diferenciar os
três tipos ações:
- Natural: ação da natureza.
- Preternatural: ação dos anjos e
demônios. Podem fazer coisas além da natureza material, mas não além da sua
natureza angelical. Exemplo: demônio pode fazer levitar um objeto, transformar
algo instantaneamente, mas não pode criar nada do nada. Deus, porém, pode criar
do nada.
- Sobrenatural: ação exclusiva de Deus.
Somente Ele é Onipotente (pode tudo), Onisciente(sabe tudo) e Onipresente(está
presente simultaneamente em todos lugares).
Dadas essas explicações acima, é
possível fazer pacto com demônio. E existem pessoas por aí que o fazem. Mas ele
não pode tudo. Tem gente que pede riqueza e se decepciona, pois o demônio
definitivamente não pode tudo. Ele até dar a entender que pode tudo. O próprio
Jesus foi tentado por ele. Mas é só engano. Ele macaqueia Deus, mas não é Deus.
O grande poder do pacto com o demônio é fazer a pessoa pensar que já está
condenada, faça o que quiser. É difícil fazer uma pessoa que firmou um pacto
com demônio continuar sendo livre como antes. Porém, é assim, pois o demônio
fica dizendo pra ela que de hora em diante é sua escrava. Mas a verdade é que
se a pessoa se arrepender, o pacto se desfaz e volta à aliança com Deus.
Os demônios podem:
- Provocar enfermidade mental, enviando
tantas espécies inteligíveis que desequilibram a pessoa.
- Também podem provocar doença no
corpo.
- Dar visões místicas falsas (como
supostas aparições da Virgem Maria não reconhecidas pela Igreja).
- Causar pesadelos.
- Influenciar nossos pensamentos,
embora não possam ler nossa mente, mas só adivinhar o que pensamos pelos sinais
exteriores que vamos expressando.
- Como víamos anteriormente, os
demônios também podem realizar coisas extraordinárias além das leis naturais,
mas não podem fazer milagres. E a profecia do Apocalipse nos lembra que nos
finais dos tempos haverá pessoas que farão prodígios pela obra do demônio, a
fim de enganar os fiéis e desviar do verdadeiro Deus.
Lembrar sempre: nada é causado pelo
demônio, até que se prove o contrário. Quando algo acontece e depois de séria
investigação e longo discernimento não sabemos as causas, e os males vão
surgindo repentinamente ou vemos claramente que a pessoa está sendo desviada da
salvação, então devemos tratar como sendo ação do demônio. A pessoa tem
terrores noturnos e o psiquiatra não encontra nenhuma causa na sua mente ou na
sua história; alguém diz que tem visões místicas, mas percebemos que nem é
doente mental e nem se trata de uma graça de Deus; vem uma doença no corpo sem
nenhuma razão científica. Depois que se reza para expulsar os demônios a
solução aparece ou vai aparecendo aos poucos, isso indica que era uma ação do
maligno.
Malefício: operação que alguém realiza
para prejudicar o outro com ajuda do demônio (matar, ir mal nos negócios, ser
possuído, ficar doente). Existem
instrumentos maléficos que são usados, e que são vomitados no exorcismo. O que
faz/encomenda o malefício será o primeiro prejudicado! Nunca se invoca o
demônio em vão! Se a maldição foi lançada, o único jeito de destruí-la é fazer
o contrário: rezar e pedir a benção, a proteção e a libertação.
Feitiço: operação feita para conseguir
algo de positivo com ajuda de demônios. Que alguém se enamore por quem o fez,
que os negócios caminhem bem... Mas o demônio não pode tudo. Apenas tenta.
Então ele se apodera do feiticeiro ou da vítima etc
Os demônios também podem se unir e
concentrar seus esforços para influenciar uma sociedade. Com certeza, os
demônios ajudaram o desconhecido Hitler a chegar ao poder na Alemanha, berço da
Segunda Guerra Mundial. Eles nunca são neutros em política!
Mas o lado do bem tem os anjos e muitas
pessoas de oração que destroem os planos das trevas. Monastérios e pessoas
orantes são as forças invisíveis que combatem o poder do inferno neste mundo.
Somente os demônios sabem como a oração é terrível para eles. Na Igreja os
ascetas são os mais odiados por ele, mas que os exorcistas e os pastores, pois
a oração do asceta dá-se na cruz.
Devemos zelar pela nossa qualidade de
vida, que só é possível em Cristo Jesus. Ele veio para que todos tenham vida, e
vida em abundância. O maligno só vem para mentir, matar e destruir. Sua ação
preternatural sempre é para a desgraça da humanidade. Que adianta ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma no inferno por toda eternidade? Que adianta
até ter muito dinheiro amaldiçoado e não gozar da verdadeira alegria e da
verdadeira paz? Que adianta promover sua família nas questões materiais e
provocar a fome, a violência e a miséria do restante da sociedade, além de
deixar toda uma herança de maldição que irá estrangular os seus descendentes de
geração em geração?
A ação do maligno nunca é isolada ou só
para agora. Ele sabe prever o futuro por conjecturação e pode muito bem enganar
agora para lucrar depois. É neste sentido que devemos orar e vigiar sempre,
pois o diabo sempre está a nos rodear e a nos atacar aqui e agora, mas com
conseqüências terríveis às vezes para outras pessoas distantes no espaço aonde
nos encontramos ou no tempo que estamos vivendo.
Tentação
(Tiago 1,13-15)
Nós nos comunicamos por palavras,
gestos e sinais. Os demônios comunicam-se entre si e com a gente por
pensamentos puros, ou seja, por espécies inteligíveis telepáticos(sem
precisar de sinais ou de linguagem). Da mesma forma como conversamos e nos
organizamos entre nós, os demônios também dialogam e se organizam entre si
através desses pensamentos puros.
Mas os demônios não são Deus. Por
isso... Não são onipotentes (não podem tudo), nem onipresentes (embora se
locomovam velozmente = potestades dos ares) e nem são oniscientes (não sabem de
tudo, conhecem o futuro não por visão, mas só por conjecturação =
supercompudador).
A tentação é a situação em que a
vontade tem que escolher entre duas opções, sabendo que uma opção é boa e outra
má, porém se sente atraída para a última. Não peca por falta de inteligência,
não peca por ignorância, mas porque escolheu mesmo o mal. O mal pode ter até
aparecido como bem, mas no final, sabe-se que o mal é mal mesmo. E quem mesmo
assim o abraça, comete um pecado livre e consciente.
Muitas tentações vêm de nós mesmos, mas
muitas outras vêm dos demônios. O demônio nos tenta colocando espécies
inteligíveis (pensamentos, imagens ou sentimentos) dentro de nós, sem que nos
demos conta na maioria das vezes. Exemplo: leitura de um livro contra a fé
produz tentações conta a fé. Se a tentação aparece logo de repente, foi uma
espécie inteligível que o demônio colocou dentro de nós. As tentações sem causa
razoável, intensas e persistentes tendem a proceder do demônio. Exemplo: desejo
de blasfemar diante das imagens sagradas ou no momento de oração.
Diante da tentação, repeli-la logo. Não
dialogar com ela Uma vez iniciado o diálogo com pós e contras precisamos de
muita força para repeli-la, e o espírito maligno é mais inteligente que nós. O
demônio nos pode introduzir pensamentos, imagens e recordações (espécies
inteligíveis), mas não pode introduzir-se em nossa vontade. Podemos ser
tentados, mas ao final fazemos o que queremos. Quando vem a tentação, repelir,
não dialogar e nem se desesperar. Então quem se desespera é o demônio!
O demônio é um ser inteligente, não
nenhuma força ou energia. Por isso a tentação tende a ser um diálogo. Se a
pessoa resiste a considerar a tentação essa não será realizada, não logrará
êxito. O demônio pode estar ao nosso lado durante muito tempo, analisando e nos
conhecendo e tentando-nos, atacando-nos em nosso ponto mais fraco. Por ser
extraordinariamente pragmático, ou seja, sabe quando tem suas possibilidades de
êxito, tenta somente quando sabe que tem alguma possibilidade.
Se ele sabe que uma pessoa não vai
cometer um pecado grande, pode tentar a um pecado pequeno. Se sabe que nem isso
vai conseguir, pode tentar para uma pequena imperfeição. Sabe que tentar um
asceta a gula é perda de tempo, então pode tentar a exagerar no jejum (uma
pequena imperfeição que nem pecado é). E se vê que por esse caminho terá êxito,
começará a tentar que se exceda no jejum de um modo que mais favoreça sua
soberba ou de um modo que seja pior para sua a saúde. Outro exemplo: é sabido que
não tem sentido tentar uma monja para que deixe a oração, o que vê com melhor
possibilidade é tentá-la para que prolongue o tempo de oração em detrimento do
trabalho do dia-a-dia que tem obrigação de fazer.
Em outras ocasiões o demônio atua de
maneira mais realista e procura conseguir que a alma creia que já não tem que
obedecer seu confessor, já que é um homem menos espiritual que ela mesma. O
demônio não tenta de qualquer maneira, mas analisa e ataca onde vê que tem
alguma possibilidade. E no geral, ele tem alguma possibilidade onde justamente
o homem virtuoso crê que tem menos possibilidade.
Todo mundo está sujeito a tentação. E
mesmo que possamos resisti-la, é importante pedir a Deus que nos livre do mal.
Por isso Deus colocou o anjo da guarda para que as inspirações malignas sejam
compensadas pelas inspirações do bem. Além disso, se alguém ora, a tentação
desaparece. A oração cria em primeiro lugar uma barreira contra a tentação,
pois nossa vontade e nossa inteligência se centram em Deus. E se insistirmos, o
demônio não resistirá e fugirá.
Processo que produz a morte da alma:
“Antes, cada qual é tentado por sua própria concupiscência, que o arrasta e
seduz. Em seguida, a concupiscência concebe o pecado e o dá à luz; e o pecado
uma vez maduro, gera a morte” (Tg 1,14-15).
O pecado não se produz sem motivos, nem
de súbito, nem é algo que surge abruptamente diante de nós sem que tenhamos
culpa, uma vez que há todo um processo:
as paixões
gestação do pecado
dá-se a luz o pecado
pecado recomeça uma gestação
dá-se a luz a morte
A imagem de uma mulher gestando em seu
ventre durante meses uma criança é a imagem da pessoa que gesta a iniqüidade em
seu interior. O pecado aparece em um dado momento. Mas esse pecado se produz,
vem à luz porque antes houve uma gestação.
O pecado resulta em mais pecado,
reproduz-se, aumenta em quantidade, muda qualitativamente, transformando-se em
faltas piores. Se o primeiro pecado teve um processo anterior, o pecado que se
deixa nascer também começa um processo, o qual leva à morte: a morte da alma. E
a morte da alma leva à morte eterna.
A alma invadida pelo pecado é como uma
alma morta, pois não tem vida sobrenatural dentro de si. E se alma morta decide
permanecer até o final nesse estado de corrupção, está destinada à morte
eterna, à condenação. Conhecer tudo isso nos leva a valorizar ainda mais a ação
sobrenatural da graça divina, os sacramentos, que em qualquer momento desse
processo (enquanto ainda não ocorre a morte eterna) pode vivificar a alma. O
perdão de Deus não é somente perdão, mas vivificação.
Por isso a confissão é mais importante
que o exorcismo!
Influência
e Infestação
(1 Pedro 5,5-11)
A influência demoníaca pode ser externa
ou interna.
A influência externa é mais fraca visto
que, ao atuar do lado de fora, o demônio tem mais dificuldade para agir sobre o
corpo (quando muito produz calafrios, sensação de ter algo colado a si), sobre
a mente (pode gerar só pequenas lembranças, imaginações e pensamentos, sombras
e pesadelos) e sobre o espírito da pessoa. O demônio também pode mover coisas
no local, provocar ruídos ou odores. Isso pode ser percebido inclusive por
outras pessoas.
Na tentação o demônio vai e vem. Na
influência externa o demônio está vez ou outra ao lado da vítima. Mesmo que ela
mude de lugar, o demônio a acompanha.
Já na influência interna o demônio tem
mais poder, pois ele age por dentro infundindo no espírito da pessoa a sensação
de desespero. Também pode provocar visões ou sensações que só são vistas pela
pessoa influenciada. Às vezes também pode mover ligeiramente alguma parte do
corpo. Porém, quando esta influência interna atinge o seu grau máximo,
transforma-se em possessão e o demônio, em determinados momentos, se apodera do
corpo do possesso, de tal maneira que ele não consegue resistir e muitas vezes
até perde a consciência.
A influência interna também pode
provocar determinadas doenças no corpo ou na mente, influenciando potências da
alma, gerando aflições e induzindo a determinados vícios ou pensamentos
obsessivos.
A possessão, mais rara, tem uma
manifestação mais clara. Já a influência, embora mais corriqueira, é mais
difícil de discernir se é algo do demônio, da própria pessoa ou da natureza. E
quanto menor a influência fica mais difícil de discernir. Por isso, o certo é
rezar pela pessoa, orientar para que também se fortaleça espiritualmente e
caminhe em paz, pois se for alguma influência demoníaca (que acontece com mais
freqüência que a possessão), ela já está no caminho da libertação, e se não
for, não tem problema, pois a oração nunca é perdida. É importante sempre rezar
porque, se for realmente uma influência externa ou interna, só a oração
conseguirá resolver o problema, nunca a ciência ou a medicina. E quanto mais a
pessoa estiver na graça de Deus, mais protegida estará contra toda influência
do mal!
Na influência externa a pessoa nunca dá
nenhum sinal. Ela só sente “algo estranho”, pois o demônio está fora.
Já na influência interna a pessoa
também dá sinais com o corpo, embora de modo mais rápido que nos casos de
possessão: as mãos se movimentam na hora da oração de libertação, ou começa a
ter vontade de vomitar, ou sente dor numa determinada parte do corpo, etc. Ou
seja, a pessoa, sente um demônio dentro de si quando se ora por ela. E quando é
libertada, sente que esse espírito mal vai subindo e que sai pela boca.
A infestação é o fenômeno no qual um
demônio possui um lugar. Pode mover coisas à vontade e provocar ruídos e
cheiros. Na tentação, influência externa ou interna e possessão ele acompanha a
vítima. Na infestação ele permanece no lugar. Essa é a diferença.
A causa freqüente da infestação costuma
ser a prática de ritos de crenças ocultas ou satânicas. E para acabar com a
infestação, também existem orações específicas no ritual de exorcismos.
Quando um possesso vai até o sacerdote,
pode-se orar e comprovar a manifestação do demônio. No caso da infestação, não
ocorre nada no momento da oração, de modo que o sacerdote depende dos
depoimentos das pessoas que vêm fenômenos estranhos no local para saber se é
infestação ou não. Então o sacerdote reza, mas também ensina o pessoal a
continuar rezando, usando água benta e suplicando a proteção de Deus. Às vezes
as pessoas pedem a ajuda do padre, mas elas mesmas não cultivam a sua própria
vida de oração!
Além das infestações demoníacas, também
podem ocorrer num determinado lugar a manifestação de almas do purgatório com
forma humana, em silêncio e com aparência terrível. Diferentes dos demônios,
tais almas não movem nada e nem produzem ruídos, e desaparecem sem mais nem
menos. Elas na verdade só querem orações, pois estão precisando muito. Então
devemos fazer a caridade de rezar missas por elas e o fenômeno desaparece.
Possessão
(Marcos 5,1-20)
A possessão é o fenômeno pelo qual um
espírito do mal reside em um corpo e em determinados momentos pode falar e se
mover por meio desse mesmo corpo, sem que a pessoa possa evitá-lo. O espírito
do mal não reside na alma, permanecendo esta livre e incapaz de ser possuída.
Só o corpo é suscetível de possessão.
Principais sinais de possessão:
- Incômodo, horror, moléstia, ira,
fúria, blasfêmias e insultos diante do sagrado ou objetos religiosos.
- Perda de consciência e mudança de
personalidade com manifestações de ira e ódio. Depois não recorda nada.
- Emerge uma segunda personalidade com
caráter maligno na pessoa, com uma voz cheia de ódio. É comum as pupilas
ficarem para cima e para baixo, deixando os olhos brancos. Os músculos da face
e das mãos ficam tensos.
- Fora das crises, a pessoa leva uma
vida completamente normal. Isso mostra que não é um delírio, não é uma doença.
- Em alguns casos, expõem coisas que
parecem alucinações sensoriais (expõem que, esporadicamente, vêem sombras,
sentem uma sensação estranha em alguma parte do corpo ou ouvem grunhidos). Pelo
contrário, não ouvem vozes internas, nem sentem que algo lhes corre abaixo da
pele.
Possessão é síndrome demoniopática de
dissociação da personalidade. Não é uma doença psíquica nem mental. Pelo seu
conjunto de sintomas específicos, é completamente diferente da esquizofrenia,
psicose, esquizóide e epilepsia, e também da desordem de transe de dissociação.
Existem doenças psíquicas em que o próprio doente pensa ser um demônio ou diz
ouvir vozes dele. Ás vezes porque leu livros sobre o assunto, assistiu
programas de tv e pode imitar tudo, ou porque o meio em que vive diz logo que é
algo do demônio, e isso só piora a situação. Porém, fora esses casos, existem
as possessões, só basta que as diferenciemos de quando for uma doença psíquica,
para então poder ministrar o exorcismo.
Doença da dupla personalidade: causa
natural, pode ser curada com a ciência psiquiátrica, não tem fenômenos
extraordinários. Já a possessão: é causada pelo demônio, normalmente quando se
participa de rituais ocultos, só desaparece com oração e não com a psiquiatria,
e algumas vezes têm fenômenos extraordinários: demônio entende qualquer idioma
independentemente da idade ou inteligência do possesso, possesso tem muita
força física por muito tempo, fala idiomas que nunca estudou, levita...
Após ouvir uma pessoa, pra ter certeza
se é possessão ou não, deve-se orar e abençoá-la por algum tempo. Se está
possessa mesmo, começará a crispar as mãos, o rosto ficará tenso, fechará os
olhos, levantará as pálpebras. Na continuação da oração, começará a gritar ou a
falar com uma voz maligna. Às vezes pode ser riso maligno, ou bufos. Há casos
que não tem transe. O possesso abre os olhos e fala. Sua voz é maligna e
agoniada, ordenando que pare a oração. Porém, mesmo sem transe, ao voltar a si
não recordará nada. Em outros casos, apenas a pessoa fica com olhos brancos e
não se move, pode só agitar as mãos e corpo levemente. Trata-se de demônios
mudos. Porém, ao começar o ritual do exorcismo a pessoa entrará em transe.
O demônio pode usar truques para
esconder sua presença no possuído e enganar o exorcista, querendo que ele
acredite que não há possessão, como por exemplo, dizer que aquilo é só uma
doença, que é tolice aquela oração que está sendo feita pra expulsá-lo.
Demônios ocultos: se escondem numa
pessoa e não se manifestam de modo algum. A pessoa sente força estranha, pode
experimentar fenômenos preternaturais, mas os demônios resistem a oração e não
se manifestam. Então, o sacerdote deve orar muito pela pessoa, às vezes durante
semanas ou meses, pois só desta forma os demônios vão sendo sacados para fora
aos poucos.
Ações do sacerdote para saber se a
pessoa está possessa: ora com concentração, abençoa a pessoa e depois de um
tempo ordena com autoridade, pois ao demônio não se pede nada: In nomine Iesu, exorcizo-te; In nomine Iesu,
dic nomem tuum; In nomine Iesu, si es hic, manifesta-te. Mas como há muitos
tipos de demônios, convém que o sacerdote se encomende a Deus para que o
ilumine e não seja enganado.
Causas da possessão: pacto com demônio,
cultos satânicos, ritos de crenças ocultas, oferecimento da criança pelos pais
a Satanás, maldição/malefício feito por alguém pra prejudica outrem. A
possessão nunca é contagiosa. Só fica possesso quando se abre uma porta de
acesso para o demônio entrar.
Uma coisa é o pecado e outra é a
possessão. Por isso a possessão só atinge o corpo e nunca a alma. Já o pecado
atinge a alma e se não for perdoado, vai gerando a morte eterna. Porém, se a
pessoa livremente abriu uma porta, cometeu um pecado!
O demônio sempre deseja fazer sofrer.
Por isso ele possui uma pessoa, mesmo correndo o risco de ser desmascarado e
expulso.
Deus permite as possessões por quatro
motivos:
- Mostra a verdade da religião
católica; no exorcismo se manifesta o poder de Deus e da Igreja. Quem participa
de um exorcismo glorifica a Deus. O demônio sem querer ajuda a evangelizar!
- É punição para pecadores: quem pecou,
aprende a buscar uma vida nova sem o maligno. A possessão maltrata.
- É benefício espiritual para os bons:
aqueles que sem culpa ficaram possuídos crescem na espiritualidade e ficam mais
fortes ainda depois da libertação. A possessão é provação. Marthe Robin, grande
mística francesa, e Sta. Gemma Galgani foram possessas!
- Produz saudáveis lições para os
homens: a manifestação do mal nos faz ver por contraste a existência dos
espíritos; a beleza, a bondade, a misericórdia, o poder e a justiça de Deus; e
que no final o mal sempre é derrotado, a verdade se manifesta e o amor vence.
Além disso, Deus permite porque
respeita a liberdade dos espíritos sem corpo ou com corpo(homens), mesmo quando
usada para o mal. Se Deus não respeitasse esta liberdade, então ele mesmo
estava anulando o que criou. E uma vez que deu a existência, não volta atrás,
embora esta existência possa ir para o inferno!
Para o Pe. Fortea, as almas dos condenados
também podem possuir uma pessoa. Pois alguns possuídos dizem em transe que não
são demônios, mas falecidos condenados ao inferno. E mesmo que sejam ordenados
que falem a verdade em nome de Jesus, revelam outras mentiras, mas seguram esta
afirmação.
xxx
Para
cada fenômeno demoníaco há uma oração específica:
- Para a tentação, o mandatum.
- Para a influência externa, aumento do
tempo de oração da própria pessoa para que os demônios se afastem.
- Para a influência interna, a oração
de libertação.
- Para a possessão, o exorcismo da
pessoa (Só o sacerdote autorizado pelo Bispo pode ministrar o exorcismo
ritual).
- Para a infestação, a bênção (de
exorcismo) da casa...
- Para a ação maligna numa comunidade,
apostolado ou lugar amplo como cidade ou região, a dimicatio.
Do
livro Suma Daemoniaca,
Pe.
Fortea.
Adaptado
por Pe. Marcos Oliveira
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Tg 4,1-10):
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2º Dia (Ef 6,10-20):
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3º Dia (Tg 1,12-15):
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4º Dia (1Pd 5,5-11):
____________
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5º Dia (Mc 5,1-20):
____________
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6º Dia (Mc 7,24-30):
____________
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7º Dia (Lc 9,1-6):
____________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7º Encontro ____/
____/ ____
A Igreja vive
da Eucaristia
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): Jo 6
20:00h – Reflexão
Formamos
um único corpo (Igreja) porque partilhamos o único Pão (Eucaristia). E
partilhamos o único Pão porque recebemos o mesmo batismo e professamos a mesma
fé católica.
Jesus
tem “dois corpos”:
- Corpo sacramental
é a Eucaristia: João 6.
- Corpo Místico é a
Igreja (1Cor 12,27; Rom 12,5; Col 1,18; Ef 1,22-23). “Alegremo-nos, portanto, e
demos graças por nos termos tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo.
Compreendeis, irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como
cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos
Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós somos os membros, o
homem inteiro é constituído por Ele e por nós. A plenitude de Cristo é,
portanto, a Cabeça e os membros. O que significa isto: a Cabeça e os membros?
Cristo e a Igreja.” (Santo Agostinho)
A
verdade de fé sobre os dois corpos de Cristo se desdobra em muitas outras e
interferem profundamente na nossa vida e missão cristã.
- Ao mesmo tempo
que o cristão não pode estar desligado de Cristo, também não pode viver
desligado da Igreja e da Eucaristia. Pois não há divisão no único Cristo Jesus.
O contrário, dizer que é cristão, mas não é Igreja, e que não precisa da
Eucaristia, é uma grande contradição performativa.
- Quem salva é
Jesus. Ele é o único Mediador entre o Pai e a humanidade. Mas Jesus está
onipresente na Eucaristia e na Igreja. O corpo é inseparável da Cabeça. Desta
forma, não podemos viver sem a Eucaristia e a Igreja. Rejeitar a ambas, é
rejeitar Jesus, e portanto, a salvação.
- Como membros do
Corpo de Cristo pela fé e o batismo, estamos também interligados uns aos outros
como os ramos unidos ao tronco da videira. Desta forma, para além dos limites
geográficos e dos tempos, somos uma só Igreja Católica Apostólica Romana em
todos os recantos da terra, mas também no purgatório e no céu. Na terra,
podemos interceder pelas almas do purgatório. Por sua vez, no céu, Nossa
Senhora, os Anjos e os Santos também podem interceder por nós. A Igreja é pela
graça de Deus uma grande “comunhão dos santos” como professamos no Credo.
- Não há
concorrência entre os dois corpos de Cristo, mais íntima cooperação e
interpenetração. Ao mesmo tempo que a Igreja celebra a Eucaristia, a Eucaristia
faz a Igreja. “A eucaristia é a culminância e a fonte de toda a vida da Igreja,
o sacramento da união dos seres humanos com Deus e entre si. Na santa ceia, o
Senhor se torna presente na história da maneira mais completa, congregando o
seu povo: é a eucaristia que faz a Igreja. Simultaneamente, na celebração da
eucaristia a Igreja invoca o Dom de Deus, abrindo-se para recebê-lo, com a
humilde acolhida de louvor: é a Igreja fazendo a eucaristia.” (Bruno Forte)
A
Eucaristia é o Santíssimo Sacramento. Ela está no centro dos outros seis sacramentos
da mesma forma como está no centro da própria Igreja. Desta forma, toda vida
cristã e eclesial deve ser uma vida eucarística. De modo que, ao falar da
importância da Eucaristia para a vida e missão da Igreja, como princípio, sinal
e instrumento do Reino de Deus sobre a face da terra, também estamos falando,
mesmo que indiretamente, da importância de todos os outros seis sacramentos.
xxx
A
Eucaristia edifica a Igreja
O
Concílio Vaticano II veio recordar que a celebração eucarística está no centro
do processo de crescimento da Igreja. De facto, depois de afirmar que « a
Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente
no mundo pelo poder de Deus », querendo de algum modo responder à questão sobre
o modo como cresce, acrescenta: « Sempre que no altar se celebra o sacrifício
da cruz, no qual “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (1 Cor 5, 7), realiza-se
também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo
tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só
corpo em Cristo (cf. 1 Cor 10, 17) ».
Existe
um influxo causal da Eucaristia nas próprias origens da Igreja. Os evangelistas
especificam que foram os Doze, os Apóstolos, que estiveram reunidos com Jesus
na Última Ceia (cf. Mt 26, 20; Mc 14, 17; Lc 22, 14). Trata-se de um detalhe de
notável importância, porque os Apóstolos « foram a semente do novo Israel e ao
mesmo tempo a origem da sagrada Hierarquia ». Ao oferecer-lhes o seu corpo e
sangue como alimento, Cristo envolvia-os misteriosamente no sacrifício que iria
consumar-se dentro de poucas horas no Calvário. De modo análogo à aliança do
Sinai, que foi selada com um sacrifício e a aspersão do sangue, os gestos e as
palavras de Jesus na Última Ceia lançavam os alicerces da nova comunidade
messiânica, povo da nova aliança.
No
Cenáculo, os Apóstolos, tendo aceite o convite de Jesus: « Tomai, comei [...].
Bebei dele todos » (Mt 26, 26.27), entraram pela primeira vez em comunhão
sacramental com Ele. Desde então e até ao fim dos séculos, a Igreja edifica-se
através da comunhão sacramental com o Filho de Deus imolado por nós: « Fazei
isto em minha memória [...]. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em minha
memória » (1 Cor 11, 24-25; cf. Lc 22, 19).
A
incorporação em Cristo, realizada pelo Baptismo, renova-se e consolida-se
continuamente através da participação no sacrifício eucarístico, sobretudo na
sua forma plena que é a comunhão sacramental. Podemos dizer não só que cada um
de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós. Ele
intensifica a sua amizade connosco: « Chamei-vos amigos » (Jo 15, 14). Mais
ainda, nós vivemos por Ele: « O que Me come viverá por Mim » (Jo 6, 57). Na
comunhão eucarística, realiza-se de modo sublime a inabitação mútua de Cristo e
do discípulo: « Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós » (Jo 15, 4).
Unindo-se
a Cristo, o povo da nova aliança não se fecha em si mesmo; pelo contrário,
torna-se « sacramento » para a humanidade, sinal e instrumento da salvação
realizada por Cristo, luz do mundo e sal da terra (cf. Mt 5, 13-16) para a
redenção de todos. A missão da Igreja está em continuidade com a de Cristo: «
Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós » (Jo 20, 21). Por isso,
a Igreja tira a força espiritual de que necessita para levar a cabo a sua
missão da perpetuação do sacrifício da cruz na Eucaristia e da comunhão do
corpo e sangue de Cristo. Deste modo, a Eucaristia apresenta-se como fonte e
simultaneamente vértice de toda a evangelização, porque o seu fim é a comunhão
dos homens com Cristo e, n'Ele, com o Pai e com o Espírito Santo.
Pela
comunhão eucarística, a Igreja é consolidada igualmente na sua unidade de corpo
de Cristo. A este efeito unificador que tem a participação no banquete
eucarístico, alude S. Paulo quando diz aos coríntios: « O pão que partimos não
é a comunhão do corpo de Cristo? Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo
muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão » (1 Cor
10, 16-17). Concreto e profundo, S. João Crisóstomo comenta: « Com efeito, o
que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o
recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De facto, tal
como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não
se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu
devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos
reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo ». A argumentação é
linear: a nossa união com Cristo, que é dom e graça para cada um, faz com que,
n'Ele, sejamos parte também do seu corpo total que é a Igreja. A Eucaristia
consolida a incorporação em Cristo operada no Baptismo pelo dom do Espírito
(cf. 1 Cor 12, 13.27).
A
acção conjunta e indivisível do Filho e do Espírito Santo, que está na origem
da Igreja, tanto da sua constituição como da sua continuidade, opera na
Eucaristia. Bem ciente disto, o autor da Liturgia de S. Tiago, na epiclese da
anáfora, pede a Deus Pai que envie o Espírito Santo sobre os fiéis e sobre os
dons, para que o corpo e o sangue de Cristo « sirvam a todos os que deles
participarem [...] de santificação para as almas e os corpos ».(43) A Igreja é
fortalecida pelo Paráclito divino através da santificação eucarística dos
fiéis.
O
dom de Cristo e do seu Espírito, que recebemos na comunhão eucarística, realiza
plena e sobreabundantemente os anseios de unidade fraterna que vivem no coração
humano e ao mesmo tempo eleva esta experiência de fraternidade, que é a
participação comum na mesma mesa eucarística, a níveis que estão muito acima da
mera experiência dum banquete humano. Pela comunhão do corpo de Cristo, a
Igreja consegue cada vez mais profundamente ser, « em Cristo, como que o
sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de
todo o género humano ».
Aos
germes de desagregação tão enraizados na humanidade por causa do pecado, como
demonstra a experiência quotidiana, contrapõe-se a força geradora de unidade do
corpo de Cristo. A Eucaristia, construindo a Igreja, cria por isso mesmo
comunidade entre os homens.
O
culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da
Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. A
presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa –
presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho –
resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramental e
espiritual. Compete aos Pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular
o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento
e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas.
É
bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo
predilecto (cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração.
Se actualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela « arte da
oração », como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em
diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo
presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs,
fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio!
Desta
prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo
numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de
Ligório, que escrevia: « A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos
sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais
útil para nós ». A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua
celebração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber
na própria fonte da graça. Uma comunidade cristã que queira contemplar melhor o
rosto de Cristo, segundo o espírito que sugeri nas cartas apostólicas Novo
millennio ineunte e Rosarium Virginis Mariæ, não pode deixar de desenvolver
também este aspecto do culto eucarístico, no qual perduram e se multiplicam os
frutos da comunhão do corpo e sangue do Senhor.
João
Paulo II
Ecclesia
de Eucharistia
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Ex 16,1-35):
______________
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2º Dia (2Rs 19,1-8):
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3º Dia (Jo 6,35-49):
____________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4º Dia (Jo 6,51-59):
____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5º Dia (Jo 6,60-71):
____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6º Dia (Lc 22,14-23):
____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7º Dia (1Cor
11,17-34): ____________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8º Encontro ____/
____/ ____
A Eucaristia na
História da Salvação
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante):
20:00h – Reflexão
“A Eucaristia, nossa santificação”, do Frei
Raniero Cantalamessa, Paulus Editora, é o meu livro do momento. Aliás, foi um
presente que ganhei de Dom José Antonio, nosso arcebispo.
Na primeira meditação, Frei Raniero enquadra o
mistério da Santa Ceia no conjunto da História da Salvação. Deus revelou-Se aos
homens no contexto de uma História, a qual, a partir do seu objetivo e da sua
finalidade, é chamada “História da Salvação”.
Dentro da história visível e documentada do mundo,
desenvolve-se pois uma outra história, cujo fio condutor não são, como sucede
na história humana, as guerras e as pazes, ou as invenções do homem, mas as
“invenções” de Deus, as mirabilia Dei (maravilhas da salvação), as intervenções
maravilhosas e benévolas de Deus.
Todas as operações realizadas por Deus fora de Si
mesmo (ad extra), da Criação até à Parusia (segunda vinda de Cristo), fazem
parte dessa História.
A Eucaristia ocupa toda História da Salvação. A
Eucaristia é paralela à História da Salvação: toda a História da Salvação está
presente nela, e a Eucaristia está presente em toda a História da Salvação.
Como numa gota de orvalho da manhã se vê refletido todo o firmamento, assim na
Eucaristia se espelha o inteiro arco da História da Salvação.
A Eucaristia está presente em três modos diversos
dos tempos que distinguimos na História da Salvação: Está presente no Antigo testamento como
figura. Está presente no Novo Testamento
como acontecimento. E está presente no
tempo da Igreja, este em que nós vivemos, como sacramento. A figura antecipa e prepara o acontecimento, o
sacramento “prolonga” e atualiza o acontecimento.
1. As figuras da Eucaristia
Todo o Antigo Testamento era uma preparação da
Ceia do Senhor: Maná (Ex 16,4ss; Jo 6,31ss), sacrifício de Melquisedec que
ofereceu pão e vinho(Gn 14,18; Sl 110,4; Hb 7,1ss), sacrifício de Isaac.
Já a partir da noite da saída do Egito, Deus
contemplava a Eucaristia, já pensava em dar-nos o Cordeiro. “Eu verei o sangue
– diz Deus – e passarei adiante” (Ex 12,13), ou seja, farei com que “façais
Páscoa”, poupar-vos-ei e vos salvareis. Os Padres da Igreja perguntavam-se, a
este ponto, acerca do que é que Deus via de tão precioso nas casas dos hebreus,
para “passar adiante” e dizer ao seu anjo para não ferir, e respondiam: via o
Sangue de Cristo, via a Eucaristia!
Santo Tomás de Aquino se perguntava: “Qual é então
a força da realidade (ou seja, da Páscoa cristã), se já a simples figura dela
era causa de salvação?” Por isso ele chegou a chamar os ritos do Antigo
testamento de sacramentos da antiga lei.
2. A Eucaristia enquanto acontecimento
Chegamos então à plenitude dos tempos. A
Eucaristia não já está presente como figura, mas como realidade.
A grande novidade está incluída nesta exclamação
do Apóstolo: “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”(1Cor 5,7). Por isso, a
Eucaristia pode ser chamada “o mistério antigo e novo: antigo pela
prefiguração, novo pela realização”(Melitão de Sardes).
Em que consiste então, propriamente, o
acontecimento que funda a Eucaristia e que realiza a nova Páscoa? Os Evangelhos
dão-nos duas respostas diversas, mas complementares. Conjuntamente, permitem ter
uma visão mais compreensiva do mistério, como uma coisa vista de dois ângulos
diversos: a imolação no templo e a ceia nas casas.
O Evangelista João olha de preferência para o
momento da imolação. Para ele a Páscoa cristã – e portanto, a Eucaristia – é instituída
na cruz, no momento em que Jesus, verdadeiro Cordeiro, é imolado.
João estabelece um sincronismo singular. Mostra
uma aproximação “temporal”, de um dia e de uma hora exatos, e uma aproximação
“espacial” em direção a Jerusalém, até que estes dois momentos convergem e se
entrecruzam no Calvário, na tarde de 14 de Nisan, precisamente no momento em
que, no templo, começava a imolação dos cordeiros pascais. Também, como
acontecia com tais cordeiros, em Jesus também não foi quebrado nenhum osso (Ex
12,46; Jo 19,36).
Os outros três evangelistas sinóticos (Mateus,
Marcos e Lucas) olham de preferência para a Ceia. É na Ceia, precisamente na
instituição da Eucaristia, que se cumpre, na opinião dos três, a passagem da
antiga para a nova Páscoa.
Eles dão grande relevo à preparação da Última Ceia
pascal celebrada por Jesus antes de morrer (Lc 22,11). Poderíamos dizer que a
Ceia dos sinóticos contém já o acontecimento pascal da imolação de Cristo, como
a ação simbólica antecipa, por vezes, nos profetas, o acontecimento anunciado.
O quebrar da bilha por Jeremias(19,1ss) ou o
deitar-se no chão de Ezequiel(4,4), não é uma simples ilustração didática do
anúncio oral, é uma prefiguração criadora da realidade futura a que se devia
seguir imediatamente a realização. A esta luz, o gesto que Jesus faz na Última
Ceia, partindo o pão e instituindo a Eucaristia, é a suprema ação simbólica e
profética da História da Salvação.
A imolação que João enxerga na Cruz é, então, o
mesmo acontecimento fundamental que os outros três evangelistas percebem na
Última Ceia: a morte e a ressurreição.
O acontecimento que funda, ou institui, a
Eucaristia é a morte e a ressurreição de Cristo, o seu “dar a vida para
retomá-la de novo”.
João acentua o momento da imolação real (a Cruz).
Os sinóticos acentuam o momento da imolação mística (a Ceia). Santo Efrém
dizia: “Na Ceia Jesus imolou-Se a Si mesmo; na cruz foi imolado por outros”.
Chamamos-lhe “acontecimento” porque é qualquer
coisa acontecida historicamente, um fato único no tempo e no espaço, acontecido
uma só vez e irrepetível: “Cristo manifestou-Se uma vez por todas, no fim dos
tempos, para abolir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo”(Hb 9,26).
Mas não se trata de simples “acontecimentos”.
Estes acontecimentos têm uma razão, um “porquê”, que constitui como que a alma
desses acontecimentos, e que é o amor. A Eucaristia nasce do amor; tudo se
explica com este motivo: porque nos amava. “Cristo amou-nos e entregou-Se a
Deus por nós, como oferta e vítima, como perfume agradável” (Ef 5,2).
Poderíamos continuar a falar longamente do
acontecimento da cruz, da qual brota a Eucaristia, e cuja riqueza jamais
esgotaríamos.
Em relação a grande história do mundo, neste
acontecimento tão pequeno existe tanta energia que nele repousa a própria salvação
deste mundo. Por analogia, lembramos o átomo que, apesar de tão pequeno, possui
uma imensa energia.
3. A Eucaristia enquanto Sacramento
Neste tempo da Igreja em que vivemos, a terceira
fase da História da Salvação, a Eucaristia está presente como sacramento, nos
sinais do pão e do vinho, intituído por Jesus na Última Ceia com estas
palavras: “Fazei isto em memória de Mim”.
Aqui temos História e Liturgia. Como
acontecimento, aconteceu uma só vez, mas como sacramento, renova-o
periodicamente. Acontecimento e
Sacramento não estão em contraste entre si, como se o Sacramento fosse ilusório
e só o acontecimento fosse verdadeiro.
De fato, aquilo que a História afirma que
aconteceu na realidade, o Sacramento renova-o frequentemente no coração dos
fiéis. A Missa renova o acontecimento da cruz celebrando-o (não repetindo-o!) e
celebra-o renovando-o (não somente recordando-o!).
A palavra, na qual se realiza hoje o maior
consenso ecumênico, é porventura o verbo representar, entendido no sentido de
re-apresentar, ou seja, de tornar de novo presente. Graças ao Sacramento da Eucaristia,
tornamo-nos, misteriosamente, contemporâneos do acontecimento.
O Espírito Santo é quem atualiza o acontecimento
da morte e ressurreição de Jesus, que fundou a Eucaristia. Se celebrarmos
também nós, – como fez Jesus na Cruz – a nossa Missa “na companhia do Espírito
Santo”, Ele dará um recolhimento novo às nossas celebrações. Fará
verdadeiramente de nós – como pedimos no cânone da Missa – “uma oferenda
permanente” agradável a Deus!
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa,
Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 5-20
Resumido por Pe. Marcos Oliveira
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
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2º Dia ( ): ____________
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3º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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5º Dia ( ): ____________
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6º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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9º
Encontro ____/ ____/ ____
A Eucaristia faz a Igreja mediante a
consagração
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h – Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante):
20:00h – Reflexão
No primeiro capítulo do livro “A Eucaristia, nossa
santificação” Frei Raniero considerou o Santíssimo Sacramento na história da
Salvação, na qual ele está presente, sucessivamente, como figura(Antigo
Testamento), como acontecimento(Novo Testamento) e como sacramento(tempo este
da Igreja que estamos vivendo).
Agora, mais do que dizer que a Eucaristia está no
centro da Igreja, enfoca-se que a Eucaristia faz a Igreja!
Há dois sacramentos que constroem a Igreja: O
Batismo e a Eucaristia.
Enquanto o Batismo constrói a Igreja em extensão,
em número, a Eucaristia fá-la crescer com intensidade, qualitativamente, porque
a transforma cada vez mais em profundidade à imagem da sua Cabeça, Cristo.
A Eucaristia dentro da Igreja é como o fermento na
massa (Mt 13,33). De vários modos a Eucaristia faz a Igreja: mediante a
consagração, comunhão, contemplação e mediante a imitação.
1. “Partiu o pão”
Ofereçais vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Este é o vosso culto autêntico (Rm 12,1).
São Paulo diz isso lembrando-se sem dúvida nenhuma
daquelas palavras de Cristo na Última Ceia: “Tomai e comei: isto é o meu corpo
entregue em sacrifício por vós”. São Paulo está querendo dizer: façam o mesmo
que Jesus fez.
Jesus mesmo disse: “Fazei isto em memória de mim”.
Jesus não dizia repetir só os seus gestos, mas fazer a substância que ele fez,
oferecer também o nosso corpo como Ele ofereceu o dele.
Olhemos com olhos novos o momento da consagração
eucarística, porque agora sabemos, como diz Santo Agostinho, que “é também o
nosso mistério que se celebra no altar”.
2. “Tomai, todos, e comei...”
Como é que também devemos fazer “nossas” estas
palavras?
Antes eu fechava os olhos, inclinava a cabeça,
procurava isolar-me... Mas depois que compreendi que somos um só com Jesus
Ressuscitado, já não fecho os olhos na hora da consagração. Olho para os irmãos
e dirigindo-me a eles, digo como Jesus: Tomai, todos, e comei: isto é o meu
corpo.
Santo Agostinho dizia também: “Toda a cidade
redimida, ou seja, a assembléia comunitária dos santos é oferecida a Deus como
sacrifício universal pela mediação do sumo sacerdote que na paixão Se ofereceu
a Si mesmo por nós na forma de servo, para que fôssemos o corpo de uma Cabeça
tão excelsa. A Igreja celebra este mistério no sacramento do altar bem
conhecido dos fiéis; nele é mostrado que, naquilo que se oferece, é ela mesma
que se oferece”.
Há dois corpos de Cristo sobre o altar: está o seu
corpo real (o corpo “nascido” de Maria Virgem) e está o seu corpo místico, que
é a Igreja. Não há nenhuma confusão entre duas presenças que são bem diversas,
mas também nenhuma divisão.
A Eucaristia faz a Igreja, fazendo da Igreja uma
Eucaristia!
A santidade do cristão deve realizar-se segundo a
“forma” da Eucaristia; deve ser uma santidade eucarística.
3. “Isto é o meu corpo, isto é o
meu sangue”
Se na eucaristia estamos também nós, e nos
dirigimos aos irmãos, dizendo: “Isto é o meu corpo, tomai todos e comei. Isto é
o meu sangue, tomai, todos, e bebei”, temos que saber o que é corpo e sangue
para saber o que oferecemos.
Na Bíblia corpo não indica um componente do homem,
mas o homem todo enquanto vida vivida num corpo.
Sangue é a sede da vida, o derramamento dele significa morte.
Sangue é a sede da vida, o derramamento dele significa morte.
A Eucaristia é o mistério do corpo e do sangue do
Senhor, ou seja, da vida e da morte do Senhor!
O que oferecemos juntamente com Jesus, na Missa?
Oferecemos também nós o que Jesus ofereceu: a vida e a morte. Com a palavra corpo doamos tudo o que
constitui concretamente a vida que trazemos neste corpo: tempo, saúde,
energias, capacidades, afeto, porventura um só sorriso.
Com a palavra sangue oferecemos a morte. Não
necessariamente o martírio, mas tudo aquilo que desde agora, prepara e antecipa
a morte: humilhações, insucessos, doenças que imobilizam, limitações devidas à
idade, à saúde, tudo o que nos “mortifica”.
Logo que saímos da Missa, nos esforcemos por
realizar o que dissemos. Se assim não for, tudo fica palavra vazia, mentira
até.
Uma mãe de família celebra sua Missa com toda uma
participação pessoal no momento da consagração. Depois vai pra para casa e
começa o seu dia feito de mil pequenas coisas. A sua vida é literalmente
fragmentada, fracionada como a hóstia consagrada; mas não é coisa pequena o que
ela faz: é uma eucaristia juntamente com Jesus. Assim também com a freira, com
os sacerdotes... Como Jesus permanece uno na fração do pão, assim uma vida
gasta deste modo é unitária, não é dispersiva e aquilo que a torna unitária é o
fato de ser eucaristia! Um mestre espiritual dizia: “De manhã, na Missa, eu sou
sacerdote e Jesus é vítima; ao longo do dia, Jesus é sacerdote e eu vítima”.
Graças à Eucaristia já não há vidas inúteis!
4. “Vem para o Pai!”
O segredo está em oferecer-se completamente, não
reservando nada para si. Tudo aquilo que alguém reserva para si perde-se,
porque não se possui senão aquilo que se oferece.
“Senhor, tudo o que há, no Céu e na Terra, é
vosso. Desejo consagrar-me a Vós, por uma oblação voluntária, e ser perpetuamente
vosso. É, pois, na simplicidade do meu coração, que eu me ofereço a Vós neste
dia, para ser eternamente vosso escravo, para Vos servir e para me imolar à
vossa glória. Recebei este sacrifício, que Vos faço de mim, junto com o do
vosso precioso Corpo, que vos ofereço, hoje, na presença dos anjos, que a ele
assistem, invisilvemente, a fim de que seja para salvação minha e de todo o
povo”. (Imitação de Cristo).
Como ter força para esta oferta total de si mesmo?
A resposta é: o Espírito Santo! Jesus ofereceu-se a Si mesmo graças a um
“Espírito eterno”(Hb 9,14). O Espírito Santo está na origem de cada movimento
de doação de si mesmo.
Santo Inácio de antioquia, para convencer os
cristãos de Roma a nada fazer para impedir o seu martírio, confia-lhes um segredo:
“Há dentro de mim uma água viva que murmura e diz: Vem para o Pai”. É a voz
inconfundível do Espírito de Jesus que, regressando ao Pai, agora pode dizer
também ao seu discípulo: Vem, oferece-te comigo!
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São
Paulo, pp. 21-36 Resumido por Pe. Marcos Oliveira
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
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2º Dia ( ): ____________
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3º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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5º Dia ( ): ____________
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6º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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10º Encontro ____/
____/ ____
A Eucaristia faz a Igreja mediante
a comunhão
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante):
20:00h – Reflexão
Um filósofo ateu disse: “O homem é aquilo que
come”. Pretendia dizer que no homem não existe diferença qualitativa entre
matéria e espírito, que tudo nele se reduz à componente material. Mais
uma vez, aconteceu que um ateu deu, sem o saber, a melhor formulação aplicada a
um mistério cristão. Graças à Eucaristia, o cristão é verdadeiramente aquilo
que come. “A nossa participação no corpo e sangue de Cristo nada mais pretende
senão tornar-nos naquilo que comemos” (São Leão Magno).
“Como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo
Pai, assim aquele que Me come viverá por mim” (Jo 6,57). Isto significa que
quem come o corpo de Cristo vive d’Ele, ou seja, em força da vida que provém
d’Ele, e vive para Ele, para a sua glória, para o seu amor, para o seu
Reino.
Padres da Igreja: o princípio vital mais forte
assimila o que é mais fraco. Jesus diz ao que O recebe: “Não será tu que Me
assimilarás, Eu é que te assimilarei” (Sto. Agostinho). Enquanto o alimento material se torna aquele
que o come, aqui acontece o contrário: o Pão da Vida é ele mesmo vivo e por
isso vivem aqueles que o recebem. É o pão da vida que faz movimentar quem dele
se alimenta. “Que me come viverá por Mim”.
Dizer que Jesus Eucarístico nos assimila a si,
quer dizer, concretamente, que ele torna nossos sentimentos, desejos e
pensamentos semelhantes aos seus (Fl 2,5).
Como o coração no corpo, Jesus é o coração do seu Corpo Místico. Ao
coração chega de todas as partes o sangue venoso, empobrecido de elementos
vitais e cheio de tóxicos. Nos pulmões este sangue é como que queimado com
oxigênio e assim regenerado, enriquecido e restituído pelo coração a todos os
organismos. Todo sangue venoso do mundo flui para a Missa. Na comunhão, o
indivíduo lança todos os pecados e Jesus dá sangue puro, sangue novo, “medicina
de imortalidade” (Sto. Inácio de Antioquia). Por isso se diz na Escritura: “O
sangue de Cristo... purificará das obras da morte a nossa consciência” (Hb
9,14;); “purifica-os de todo o pecado” (1Jo 1,7). A Eucaristia é o
coração da Igreja e num sentido muito mais real do que costumamos pensar!
1. Comunhão com o corpo e o sangue de Cristo (1 Cor 10, 16)
Corpo e sangue, biblicamente falando, quer dizer
toda a vida de Cristo, sua vida e sua morte. Corpo é a vida vivida no corpo. Na
Eucaristia,corpo significa Cristo na sua condição de servo, pobreza, cruz; que
trabalhou, sofreu, rezou no meio de nós. Sangue também é uma realidade
concreta, melhor, um acontecimento concreto: indica a morte, a morte violenta,
a morte sacrifical expiatória. (Ex 24,8)
Ao comungarmos, portanto, o corpo e o sangue de
Cristo, revivemos e partilhamos toda a sua experiência de vida. Unimos o hoje
da nossa vida, os momentos felizes ou tristes que também passamos, aos momentos
que Jesus viveu. Tudo isso não por uma ficção mental, mas porque Jesus existe e
está vivo na Eucaristia.
2. Quem se une ao Senhor forma um só Espírito com Ele (1Cor 6,17).
A força da comunhão eucarística reside
precisamente nisto; nela nós nos tornamos um só espírito com Jesus e este único
espírito é o Espírito Santo! No nascimento é o Espírito que dá Jesus ao mundo.
Na morte, é Jesus quem dá ao mundo o Espírito Santo. Na consagração, o Espírito
dá-nos Jesus. Na comunhão, Cristo dá-nos o Espírito.
O Espírito Santo é aquele que realiza a nossa
intimidade com Deus (São Basílio). O Espírito Santo é a “nossa própria comunhão
com Cristo” (Sto. Irineu).
Na comunhão Jesus dá agora o Espírito Santo. Deste
modo Jesus torna-nos participantes da sua unção espiritual. Ao redor da mesa
eucarística realiza-se a “embriaguez sóbria do Espírito”.
O efeito da embriaguez é sempre fazer o homem sair
de si mesmo. Na embriaguez material (vinho, droga) o homem sai de si para
abaixo da razão, para o nível animal... Na embriaguez espiritual sai para viver
acima da própria razão, para o horizonte de Deus. Cada comunhão deveria
terminar num êxtase (não tanto no sentido dos fenômenos místicos extraordinários,
mas no sentido paulino de “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”).
Eucaristia é o sacramento do amor (Sto. Tomás de
Aquino). O amor é a única realidade, graças à qual dois seres vivos distintos
podem unir-se para formar uma só coisa. O Espírito é chamado a própria comunhão
com Cristo por que Ele é o próprio Amor de Deus. Eu comungo plena e
definitivamente com Cristo que comungou comigo, somente quando consigo
dizer-lhe, com simplicidade e sinceridade de coração, como Pedro: “Senhor, Tu sabes
que eu te amo!” (Jo 21, 16).
3. “Eu neles e Tu em Mim”: a comunhão com o Pai
Mediante Jesus e o seu Espírito, na comunhão
eucarística nós alcançamos também o Pai. Os Três são inseparáveis. Devido à
pericorese (É o
inter-relacionamento eterno que existe entre os três divinos: Pai, Filho e
Espírito Santo. Cada pessoa vive da outra, com a outra, pela outra e para a
outra. É uma comunidade unida, de amor, de ação) das Pessoas divinas, em cada uma
estão presentes também as outras duas. A Trindade toda está na
Eucaristia!
Entramos, portanto, numa comunhão misteriosa, mas
profunda, com a Trindade inteira: com o Pai, mediante Jesus Cristo, no Espírito
Santo.
4. Deus colocou o seu corpo nas nossas mãos
Que fazemos nós com o Corpo de Cristo? Muitas
vezes estamos até distraídos, e isto é usar de violência para com Ele.
“A Humanidade estremeça, o Universo inteiro trema
e o Céu exulte quando, sobre o altar, nas mãos do sacerdote, está o Cristo
Filho de Deus vivo. Vede, irmãos, a humildade de Deus e abri-lhe os vossos
corações; humilhai-vos também vós, para que Ele vos exalte” (S. Francisco de
Assis).
Creio que se trata de uma graça salutar para um
cristão passar por um período de tempo em que tem medo de se aproximar da
comunhão... A pregação da Igreja não deveria ter receio de usar por vezes a
linguagem de Hb 12,18-24!!! Conhecemos o aviso que ressoava no cristianismo
primitivo, no momento da comunhão: “Quem é santo aproxime-se, quem não o é
arrependa-se!” (Didaqué 10).
São João Crisóstomo, tendo de lidar com uma população
inclinada, também ela, a levar as coisas com leviandade, não fala nunca da
comunhão eucarística, que não utilize o adjetivo ‘terrível’: “Os mistérios da
Igreja são terríveis; e terrível é o altar!” (S. João Crisóstomo); “Terrível e
inefável é a comunhão dos santos mistérios” (S. João Crisóstomo).
5. A comunhão com o corpo de
Cristo que é a Igreja
Na Eucaristia realiza-se também uma comunhão
horizontal, ou seja, com os irmãos. 1Cor 10,16-17: comunhão com corpo de
Cristo, mas fala também de corpo místico, que é a Igreja.
Os primeiros cristãos sentiam-se unidos na fração
do pão (At 2,42). Não se pode ter um pão se os grãos de trigo não são moídos...
Para sermos o corpo místico de Cristo, também temos que ser moídos. E nada
melhor para nos moer do que a caridade fraterna, especialmente pra quem vive em
comunidade: suportarem-se uns aos outros apesar das diferenças de caracteres,
de pontos de vista , etc.
É nos dito na Missa: “O corpo de Cristo”. E nós
dizemos: Amém! Dizemos amém ao corpo santo de Jesus nascido da Virgem, mas
também ao corpo místico que é a Igreja, que são concretamente, os irmãos que
estão a nossa volta, na vida ou na mesa eucarística. Não podemos separar os
dois corpos, e aceitar um e rejeitar o outro.
Não nos custará muito dizer amém aos irmãos,
talvez à maioria, mas sempre haverá um que nos faz sofrer, por culpa dele ou
nossa. Dizer amém neste caso é mais difícil, mas esconde uma graça especial.
Quando queremos fazer uma comunhão mais íntima com Jesus, ou precisamos de um
perdão ou uma graça especial, este é o melhor modo de o conseguir: acolher
Jesus, na comunhão, juntamente com aquele irmão. Dizer mesmo: “Jesus, hoje
recebo-vos juntamente com o fulano... hospedo-o juntamente contigo no meu
coração, fico feliz se Vós o trazeis convosco.” Este pequeno gesto agrada muito
a Jesus, porque Ele sabe que, para o fazermos, devemos morrer um pouco.
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa,
Raniero. Paulus, São Paulo, 2005, cap. III, pp.37-54 - Resumido por Pe. Marcos
Oliveira
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
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2º Dia ( ): ____________
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3º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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5º Dia ( ): ____________
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6º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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11º Encontro ____/
____/ ____
A Eucaristia,
comunhão no
Sangue de Cristo
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante):
20:00h – Reflexão
Continuamos a refletir neste capítulo sobre o
tema: “A Eucaristia faz a Igreja mediante a comunhão”. Falávamos até aqui da comunhão
em geral... Agora quero destacar a nossa atenção num aspecto especial dela: a
comunhão com o sangue de Cristo.
Um dia uma mulher me entregou um bilhete, no final
da Santa Missa: “Tomai, todos, e bebei, este é o cálice do meu sangue”. Por que
é que nós não podemos beber também o Sangue de Cristo, como Ele nos pediu?
Percebi que o pedido nascia de um desejo real pelo sangue de Cristo, não de um
espírito de contradição, e que era acompanhada de uma profunda humildade e amor
à Igreja.
Queremos com esta catequese encorajar a prática da
comunhão sob as duas espécies.
1. A comunhão sob as duas espécies
Dados históricos e teológicos: Jesus instituiu a
Eucaristia no sinal do pão e do vinho (Jo 6,53.55). Ao instituir a Eucaristia
disse: “Tomai e comei... Tomai, todos, e bebei”. Não disse: “alguns”, ou “quem
quiser”, mas sim “todos”. São Paulo também certifica-nos isso (1Cor 10,16).
Os Padres da Igreja também falavam bastante do
sangue nas catequeses eucarísticas. “Se mostrardes ao Maligno a língua embebida
no sangue ele não poderá resistir; se lhe mostrares a boca tingida de púrpura,
fugirá imediatamente como uma fera amedrontada. Queres conhecer a força deste
sangue? Repara donde ele brotou: do alto da cruz, do Lado do Senhor” (S. João
Crisóstomo).
Todo o amor e a reverência dos primeiros cristãos
para com o sangue de Cristo transparece do modo como iam recebê-lo. “Depois de
haveres comungado o corpo de Cristo vai receber o cálice do seu sangue. Não
estendas as mãos, mas inclina-te tomando o sangue de Cristo, diz Amém em sinal
de adoração e de veneração, e santifica-te tomando o sangue de Cristo” (S.
Cirilo de Antioquia)
Hoje Notamos que nos afastamos da fisionomia
original... Diversos fatores contribuíram para fazer da eucaristia o sacramento
do Corpo de Cristo, tais como, a comunhão dada aos fiéis apenas sob a espécie
do pão, o culto eucarístico fora da missa contribuiu involuntariamente para
isto, a exposição, a adoração e a bênção eucarística fazem-se apenas com a
Hóstia, na festa do Corpus Domini leva-se em procissão só o corpo de
Cristo... Com o tempo, por razões de
prudência, a praxe de comungar sob as duas espécies foi sendo abandonada, e a
comunhão do cálice reservada apenas ao celebrante.
De fato, “em cada um das espécies está contido
Cristo inteiro”. Mas S. Tomás de Aquino logo explica o limite deste princípio:
“É verdade – diz ele – que em cada uma das duas espécies está contido o Cristo
todo, mas segundo razões diversas. De fato, sob o sinal do pão, o corpo de
Cristo está presente ‘em força do sacramento’, isto é, em força das palavras de
Cristo, ao passo que o sangue está presente só ‘em força da natural
concomitância’, isto é, em força do fato pelo qual, onde está um corpo vivo, lá
necessariamente está também o seu sangue.”
O inconveniente surge quando as categorias
filosóficas do momento (“real concomitância”) prevalecem sobre as categorias
bíblicas, sobre a vontade de Cristo expressa na instituição da Eucaristia.
São Tomás lembra ainda que “Este sacramento é
celebrado em memória da Paixão do Senhor; mas a paixão de Cristo é expressa
melhor com o sangue do que com o corpo, e por isso seria melhor abster-se de
receber o corpo do que de receber o sangue”. “Ora – explica o mesmo santo
– nenhuma das duas espécies é supérflua. Em primeiro lugar, porque serve para
representar ao vivo a Paixão de Cristo, na qual o sangue foi separado do corpo;
em segundo lugar, porque é conforme à índole deste sacramento que sejam
oferecidos separadamente aos fiéis o corpo de Cristo como alimento e o sangue
como bebida”.
O que determinou o abandono definitivo, teórico e
prático, da comunhão no sangue de Cristo, foi como em muitos outros casos, a
reação à posição dos Reformadores protestantes. Nos dias atuais, O Concílio
Vaticano II reintroduziu a possibilidade da comunhão sob as duas espécies. A
comunhão sob as duas espécies não é só permitida, como também encorajada. “A
sagrada comunhão com maior plenitude a sua forma de sinal se for feita sob as
duas espécies” (Sacrossanctum concilium, n.º 55. E o novo Missal enumera catorze
casos em que a mesma é permitida.
Retomar a comunhão sob as duas espécies exige uma
catequese adequada que evidencie o significado do sangue de Cristo e a suscitar
o desejo dele. “Quero o pão de Deus que é a carne de Jesus Cristo, e como
bebida quero o seu sangue que é amor incorruptível!” (Sto Inácio de Antioquia)
2. O sangue na Bíblia: figura,
acontecimento e sacramento
(Nota do Pe. Marcos: figura aqui é um acontecimento do passado que aponta para uma realidade futura. Os cristãos, e o próprio Cristo Jesus, viam nos acontecimentos passados como que uma preparação para acontecimentos futuros, dentro de uma pedagogia de revelação que Deus Pai utilizou para ir comunicando a sua verdade salvífica aos poucos, visto que os homens precisavam ser preparados para poderem ir assimilando tudo aos poucos, etc).
Tema do sangue atravessa toda a Bíblia e alcança a
Eucaristia. A efusão do sangue de Cristo aparece-nos em primeiro lugar,
profeticamente prefigurada, depois historicamente realizada e por fim,
sacramentalmente renovada na Eucaristia.
Grandes figuras do sangue de Cisto no Antigo
Testamento: sangue do cordeiro pascal (Ex 12,7.13), o sangue da aliança com o
qual moisés aspergiu o povo aspersão -
(Ex 24,8), o sangue da purificação (Lv 16,1ss). O próprio Jesus cita
essas três figuras na instituição, utilizando expressões como “memorial”, “sangue
da nova aliança”, “para remissão dos pecados”.
A catequese apostólica segue essa linha (1Pd
1,18-19; Hb 9,12) e os Padres da Igreja também. Comentando Ex 12,13 “Ao ver o
sangue, Eu passarei adiante e vos protegerei”, um deles escreve: “Tu, ó Jesus,
protegeste-nos verdadeiramente da grande ruína. Estendeste paternalmente os
braços e escondeste-nos à sombra das tuas asas, derramando sobre a terra o teu
Sangue divino em libação cruenta por amor dos homens” (antiga homilia pascal).
Todo esse conjunto de figuras chega até nós, no
sacramento da Eucaristia. Mas com uma novidade importante, que constitui
precisamente a característica do sacramento. Em lugar da realidade, o sangue,
temos o sinal, o vinho. O vinho tem afinidade com o sangue. “Ele permite evitar
o horror natural provocado pelo sangue, embora conservando a eficácia do preço
da Redenção” (Sto. Ambrósio).
A transposição sangue-vinho também dá sentido a
palavra de Jesus: “o meu sangue é verdadeira bebida”, evoca o “vinho novo”, a
“embriaguez espiritual” (Sl 23,5; 104,15), fazendo assim da Eucaristia uma
antecipação do banquete escatológico do reino (Mc 14,25). “O sangue do Senhor e
o cálice da salvação apagam a lembrança do homem velho, fazem esquecer os
costumes de outrora e afastam a tristeza acumulada no coração devido aos
pecados cometidos, com a alegria do perdão divino” (S. Cipriano)
Graças à Eucaristia nos tornamos “consanguineos de
Cristo” (São Cirilo de Jerusalém), e num sentido mais remoto, também de Maria.
O que é que há no sangue, que justifique um lugar
tão relevante na religiosidade bíblica? O sangue não interessa na Bíblia na sua
crua realidade física, mas no sentido de que significava para o homem antigo a
sede da vida, ou seja, daquilo que há de mais sagrado e precioso no
mundo. O derramamento do sangue (em Jesus é o dele mesmo, não de um
animal ou de outra pessoa) é o sinal de um amor que não tem igual (Jo 15,13).
“Não foi a morte do Filho que agradou ao Pai, mas sim a sua vontade de morrer
espontaneamente por nós” (São Bernardo).
Devemos no entanto não reduzir o sangue de Cristo
a um puro símbolo, embora de uma realidade tão grande como é o amor. O sangue
de Cristo não representa apenas uma realidade espiritual – o seu amor, a sua
obediência – ; ele representa um acontecimento preciso, acontecido no tempo e
no espaço: “Cristo entrou de uma vez por todas no santuário, e não com o sangue
de carneiros e bezerros, mas com o seu próprio sangue, depois de conseguir para
nós uma libertação definitiva” (Hb 9,12). É daqui que lhe vem a sua força única
e transcendente. É sinal, mas também memorial! O sangue de Cristo atesta
que tudo foi cumprido.
3. “Todos nós bebemos de um só Espírito”
São Paulo diz que Deus predestinou Jesus para
servir de instrumento de expiação “mediante o seu próprio sangue” (Rm
3,25).
Ao levantar o cálice depois da consagração, sinto
a necessidade de proclamar mentalmente o poder do sangue de Cristo sobre as
situações de luta ou de pecado particularmente difíceis... Nada há no mundo
mais eficaz para opor à barreira ameaçadora das trevas e do mal! Se o anjo
exterminador, dizia São João Crisóstomo, vendo somente a figura do sangue nas
portas dos hebreus, receou e não entrou para ferir (Ex 12,23), quanto mais o
demônio vendo a realidade não fugirá para a longe?”
A comunhão no corpo de Cristo é já capaz de nos
fazer entrar na posse de toda a graça, se for acompanhada de fé viva no sangue
de Cristo. No entanto, a comunhão no cálice é o meio mais a adequado,
estabelecido pelo próprio Cristo, para participar nela, porque “significando-a,
causa-a”, como se diz de todos os sinais sacramentais.
Os pecados depositam-se no fundo da nossa
consciência como corpos mortos. Que alívio saber que há um jeito para nos
libertarmos desses pesos mortos que nos oprimem, e que ele está sempre à nossa
disposição na eucaristia. “O sangue de Cristo... purifica a nossa consciência
das obras mortas”(Hb 9,14). “Se todas as vezes que o sangue é derramado, é
derramado para o perdão dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que me perdoe
sempre os pecados. Eu que peco sempre, devo sempre dispor do remédio”.
Mas o sangue de Cristo não só tira o pecado,
também dá-nos o Espírito Santo.
São João notou uma relação estreita entre o
Espírito que Jesus “expira” na cruz, e a água e o sangue que logo depois brotam
do seu lado (1Jo 5,7), tanto que escreve: “São três que dão testemunho: o
Espírito, a água e o sangue”. Não há caminho mais seguro para receber o
Espírito Santo do que comungar, com fé, no sangue de Cristo.
Que fazer para voltar a dar ao sangue de Cristo o
lugar que lhe cabe na teologia e na piedade eucarística?
Propostas:
- Comunhão sob as duas espécies;
- Comunhão sob as duas espécies;
- Cálice transparente;
- Adoração eucarística diante do Corpo e do Sangue de Cristo, ou só
perante o Sangue;
- Procissão do Corpus Domini não só com o Corpo, mas também com o
Sangue.
Obs: todas práticas requerem autorizações próprias!
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa, Raniero, Paulus, São
Paulo, pp. 55-73 Resumido por Pe. Marcos Oliveira
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
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2º Dia ( ): ____________
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3º Dia ( ): ____________
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6º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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12º Encontro ____/
____/ ____
A Eucaristia faz
a Igreja mediante a contemplação
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante):
20:00h – Reflexão
Eucaristia e contemplação foram vistas, por vezes,
como duas vias distintas e quase paralelas à perfeição cristã.
1ª via: mistérica ou objetiva (dá primazia aos
sacramentos).
2ª via: mística ou subjetiva (primazia à
contemplação).
É chegado o momento de fazer a síntese. Os
sacramentos e a vida de oração não são duas vias diversas, mas interdependentes
e intimamente ligadas entre si.
Na base de tudo está a vida sacramental, pois nos
coloca de modo imediato e objetivo com a salvação em Jesus. Mas sozinha ela não
é suficiente para prosseguir na vida espiritual. É necessário que se junte à
vida sacramental uma vida interior de contemplação.
A contemplação é o meio com o qual recebemos, em
sentido pleno, os mistérios, o meio com o que os interiorizamos e nos abrimos à
sua ação, plasmando nossa vida interior: pensamentos, afetos, vontade e
memória. Depois que a vida divina sacramental ser assimilada na contemplação,
ela vai se exprimir também em ações, no exercício das virtudes, sobretudo a
caridade.
São Gregório: “São três os elementos que
manifestam e distinguem a vida do cristão: a ação, a palavra e o pensamento. O
primeiro deles é o pensamento, depois vem a palavra que abre e manifesta
mediante vocábulos o que foi concebido com a mente; depois, em terceiro lugar,
coloca-se a ação que traduz em fatos aquilo que alguém pensou. A perfeição da
vida cristã consiste na assimilação a Cristo plenamente, primeiro no âmbito
interior do coração, depois no âmbito exterior da ação”. Como não há ação
humana que não brote do pensamento (e se há, não tem valor, ou é muito
perigoso), assim não há virtude cristã que não brote da contemplação.
A contemplação é a via obrigatória para passar da
comunhão com Cristo na Missa, para a imitação de Cristo na vida. A via da
perfeição vai dos sacramentos à contemplação, e da contemplação à ação: um
único caminho de santidade!
1.
A memória constante de Cristo.
Para assimilarmos Jesus não basta comer o seu
corpo e beber o seu sangue. É necessário também contemplar esse mistério.
Existe uma grande afinidade entre Eucaristia e Encarnação.
Na Encarnação Maria concebeu o Verbo primeiro com
a mente do que com o corpo (Sto. Agostinho). Maria depois da Encarnação estava
cheia de Jesus, pensando nele, esperando-O. Ela é o modelo de contemplação
eucarística, pois assim deve se comportar o cristão depois de receber Jesus na
Eucaristia. Também ele deve acolher Jesus na sua mente depois de tê-lo acolhido
em seu corpo. Conceber significa acolher em si mesmo. Lembrarmo-nos de Cristo,
fazer memória d’Ele!
Jesus disse ao instituir a Eucaristia: “Fazei isto
em memória de Mim” (Lc 22,19). O memorial eucarístico tem um sentido teológico: lembrar Jesus ao Pai.
Lembrá-lo do que Jesus fez por nós e por ele perdoar-nos e abençoar-nos. No
Antigo Testamento o povo lembrava Deus dos seus servos Abraão, Isaac, Jacó, etc
Na Nova Aliança lembramos Jesus a Deus Pai. As orações eucarísticas são uma anamnese
(sobretudo a IV), isto é, fazem memória ao Pai de Jesus Cristo. Narram com uma
maravilhosa ingenuidade (como se o Pai não soubesse), aquilo que o seu Filho
disse e fez por nós.
Em sentido antropológico,
o memorial eucarístico consiste em recordar Jesus não ao Pai, mas a nós mesmos.
Devemos fazer da lembrança de Jesus a nossa alegria e a nossa força, como
Isaías dizia a Deus: “A nossa alma suspira pelo teu nome e pela tua
lembrança”(Is 26,8).
A recordação ao apresentar-se à mente, tem o poder
de catalisar todo o nosso mundo interior e encaminhá-lo para o objeto da
lembrança, sobretudo se este não é uma coisa, mas uma pessoa, e uma pessoa
amada. Quando uma mãe se lembra do seu bebê em casa, tudo dela voa para ele, um
ímpeto materno de ternura sai das suas vísceras e vela-lhe os olhos de
lágrimas. “Quando me lembro de Ti, no meu leito, passo vigílias a meditar em
Ti... à sombra das tuas asas, eu grito de alegria”(Sl 63,7).
A memória é uma das faculdades mais misteriosas e
mais grandiosas do espírito humano. Tudo que vimos e ouvimos está registrado
ali, um “seio” imenso que não ocupa espaço, prontos a acordar e a vir à luz
obedecendo a um simples sinal da vontade.
Para Sto. Agostinho a memória era sinal e vestígio
da SS. Trindade. “É grande esta faculdade da memória, imensamente grande, ó meu
Deus; é o íntimo imenso e infinito... Quem poderá tocar-lhe o fundo? Faz-nos
vir, de certo modo, vertigens... Desde o momento em que Vos conheci, Vós
habitais na minha memória e é aqui que Vos encontro quando me recordo e me
alegro em Vós”. Deus, que os céus dos céus não podem conter, está encerrado na
memória do homem!
Recordar (latim recordari = subir de novo ao
coração), não é atividade só do intelecto, mas também da vontade e do coração.
Recordar é pensar com amor. Jesus atribui ao Espírito Santo o fato de nos
podermos lembrar d’Ele (Jo 14,26).
Para realizar de verdade a transformação do nosso
coração, os Padres dizem que a contemplação dos mistérios de Deus deve ser
assídua. Como o fogo não queima o que só toca, um pensamento intermitente não
pode predispor o coração para nenhuma paixão; é necessário um certo tempo,
longo e contínuo (N. Cabasilas).
Devemos então desejar chegar ao ponto em que a
recordação de Jesus se insinue e circule através dos nossos pensamentos, como o
mel nos favos. E está ao alcance normal de todos! Muitas almas, mesmo aquelas
que vivem no mundo, fizeram essa experiência, pelo menos durante longos
períodos. (Não se pode pretender vir a ter, na terra, essa recordação contínua
de maneira permanente e inalterada).
Esta recordação, especialmente no começo, é
facilitada pela repetição mental, ou à flor dos lábios, de uma palavra, como a
invocação prolongada do nome de Jesus. É quase incrível a eficácia deste meio
tão simples. O motivo está em que o nome de Jesus não é apenas um “nome”; nele
se encerra o mistério e o poder da pessoa de Cristo. A invocação do nome de
Jesus serve, sobretudo, para matar ao nascer os pensamentos de orgulho, de
autocomplacência, de ira, os pensamentos impuros e, também, para potenciar os
bons pensamentos.
A repetição do nome de Jesus serve para quebrar o
fio do pensamento mau ou inútil e introduzir em nós “os sentimentos que havia
em Cristo Jesus” (Fl 16,23). Assim habitua-se a “pensar nas coisas de Deus, e
não nas coisas dos homens” (Mt 16,23) e o seu coração fica puro. O que de fato
mancha o nosso coração é, sobretudo, a procura de nós mesmos, da nossa glória.
Mas... o homem que contempla a Deus vira as costas
para si mesmo. Quem contempla não se contempla!
2. A adoração diante do SS.mo Sacramento
Uma primeira forma de contemplação eucarística é a
própria liturgia da Palavra da Missa. Ela sempre traz à memória um aspecto da
salvação e desta forma ilumina a Eucaristia, prepara a mesa do pão, suscita o
desejo, aumenta o sabor de Cristo, como aconteceu em Emaús.
Outra forma de contemplação eucarística é o tempo
dedicado à preparação e à ação de graças, antes e depois da comunhão. Mas a
forma por excelência é a adoração silenciosa diante do SS.mo Sacramento.
Pode-se mesmo contemplar Jesus-Eucaristia de longe, no sacrário da própria
mente, como fazia São Francisco.
Mas a contemplação feita na presença real de
Cristo, diante das Espécies que O contêm, acrescenta algo que nos ajuda. É como
lareira sempre acesa a nos aquecer na casa de Deus.
Mas se antes a piedade eucarística se desgastou
devido à rotina e ao ritualismo, é necessário agora retomá-la em forma
renovada, com ampla sensibilidade bíblica e litúrgica.
Estamos a descobrir que o corpo místico de Cristo,
que é a Igreja, não pode nascer e desenvolver-se senão junto ao seu corpo real,
que é a Eucaristia.
A Eucaristia faz a Igreja mediante a contemplação.
Estando calmos e silenciosos diante d’Ele, compreende-se melhor sua vontade,
põem-se de lado nossos projetos para dar lugar aos de Cristo.
Fotossíntese eucarística: as folhas verdes
absorvem certos elementos do ar que, sob a ação solar, são transformados em
alimentos pra planta, que cresce e frutifica depois. As almas eucarísticas são
como essas folhas verdes que ao contemplar o sol que é Cristo, fixam o alimento
que é o próprio Espírito Santo em benefício de toda grande árvore que é a
Igreja. (2Cor 3,18)
3. Eu olho para Ele e Ele olha
para mim
Contemplação eucarística é dádiva de saber
estabelecer um contato de coração a coração com Jesus na Hóstia e, através
dele, elevar-se ao Pai no Espírito Santo. E tudo isso o mais possível, no
silêncio exterior e interior.
O silêncio é o esposo predileto da contemplação. Ele a protege como o esposo a esposa... Contemplar é fixar-se intuitivamente na realidade divina (Deus, um seu atributo, um mistério da vida de Jesus). Na meditação procura-se a Verdade encontrada.
O silêncio é o esposo predileto da contemplação. Ele a protege como o esposo a esposa... Contemplar é fixar-se intuitivamente na realidade divina (Deus, um seu atributo, um mistério da vida de Jesus). Na meditação procura-se a Verdade encontrada.
Contemplação:
- “Um olhar livre, penetrante e imóvel” (Hugo de
S. Vítor).
- “Um olhar afetivo para com Deus” (S. Boaventura).
O camponês de Ars interrogado por S. João Maria
Vianey contemplava muito bem: “Nada; eu olho para Ele e Ele olha para mim!” A
contemplação de certas religiões orientais, como o Budismo, olham para o
“nada”. Nós olhamos para Jesus.
A contemplação eucarística reduz-se por vezes a
fazer companhia a Jesus, a ficar debaixo do seu olhar, dando-lhe a alegria de
nos contemplar também. Ela não é, pois, impedida pela aridez, quer esta seja
devida à nossa dissipação, quer seja permitida por Deus para nossa
santificação. Basta dar-lhe um certo sentido, renunciando também à nossa
satisfação resultante do fervor. Charles de Foucauld dizia: “A tua felicidade,
Jesus, basta-me!”
Por vezes a nossa adoração parece uma perda de
tempo... Pelo contrário, que força e que testemunho de fé está encerrado nela!
Jesus sabe que poderemos ir-nos embora e fazer centenas de outras coisas que
nos gratificariam muito mais, ao passo que, ficando ali, queimamos o nosso
tempo em pura perda. Quando não conseguimos rezar com a alma, podemos sempre
rezar com o nosso corpo, e aquilo é rezar com o corpo (embora a alma não esteja
ausente).
Contemplando a Eucaristia realiza-se a profecia:
“Olharão para aquele que trespassaram” (Jo 19,37). Aliás, essa contemplação é
ela mesma uma profecia, pois antecipa o que faremos para sempre no céu. No fim
cessarão a consagração e a comunhão, mas não cessará a contemplação! É isto o
que os santos já fazem no céu (Ap 5,1ss). Quando estamos diante do sacrário,
nós formamos já um coro único com a Igreja do Céu, eles na visão e nós na fé.
Quando Moisés desceu do Sinai seu rosto
resplandecia (Ex 34,29). Que o mesmo aconteça com a gente. Este será o dom mais
belo que poderemos oferecer aos irmãos, mesmo que não o saibamos como Moisés
também não sabia; e é bom que não saibamos que nosso rosto está
resplandecente.
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa,
Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 75-91
Resumido por Pe. Marcos Oliveira
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
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2º Dia ( ): ____________
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3º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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5º Dia ( ): ____________
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6º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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13º Encontro ____/
____/ ____
A Eucaristia faz a Igreja mediante
a imitação
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante):
20:00h – Reflexão
Na
narração da Última Ceia que S. Lucas e S. Paulo nos deixaram, encontramos o
mandamento de Jesus: “Fazei isto em memória de Mim”. Também na narração feita
por S. João encontramos um mandamento de Jesus: “Dei-vos o exemplo, vós deveis
fazer a mesma coisa que Eu fiz” (Jo13, 15). Embora estes mandamentos estejam de
acordo entre si, apresentam também uma diferença: no primeiro caso, trata-se de
“fazer memória”, e, portanto de algo que se refere à liturgia; no segundo caso,
trata-se de uma ação, ou seja, de algo que se refere à vida. É a mesma progressão
evangélica que nos impele, por isso, a passar da memória à imitação, da
contemplação eucarística à praxe eucarística.
A
cena descrita por S. João nos capítulos 13-17 não é uma ceia “pascal”. A ceia
pascal hebraica tinha lugar na tarde de 14 de Nissan, na qual, segundo S. João,
Jesus morre (Jo 18,28).
Mas o
que nos interessa é saber a razão pela qual S. João, na narração da Última
Ceia, não fala da instituição da Eucaristia, e fala antes, em seu lugar, do
lava-pés. O motivo verdadeiro é que, em tudo o que diz respeito à Páscoa e à
Eucaristia, S. João demonstra acentuar mais o acontecimento do que o
sacramento, ou seja, mais o significado do o sinal. Para ele, a nova páscoa não
começa tanto no Cenáculo, quando se institui o rito que a deve comemorar, mas
começa sobretudo na cruz, quando se cumpre o acontecimento que deve ser
comemorado. O evangelista impele-nos a passar da liturgia à vida, da memória à
imitação da Eucaristia.
1.
O significado do lava-pés
Eu, diz Jesus, dei-vos o exemplo. Deu-nos o
exemplo de quê?
Um dia em que eu relia a narração do lava-pés, impressionou-me a
afinidade profunda com o hino a Cristo da Carta aos Filipenses. Também ali
temos um convite à imitação: “Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em
Jesus Cristo; segue-se depois a descrição de que, sendo embora de condição
divina, “Se esvaziou a Si mesmo”, para assumir a “condição de servo”. Por outro
lado, o evangelista traduz em imagens plásticas e em gestos concretos o que em
Paulo é dito de um modo mais geral e explícito.
Trata-se sempre do mesmo tema que percorre todo o
Novo Testamento: Jesus, servo de Deus e dos homens.
No lava-pés, Jesus quis como que resumir todo o
sentido da sua vida, para que ficasse bem impresso na memória dos discípulos, e
um dia, quando pudessem compreender, compreendessem: “O que estou a fazer não o
podes compreender agora. Compreendê-lo-ás mais tarde” (Jo 13,7). Aquele gesto
nos diz que toda a vida de Jesus foi um lava-pés, isto é, um serviço aos homens.
Foi uma pró-existência, ou seja, uma existência vivida em favor dos outros.
Jesus deu-nos o exemplo de uma vida gasta pelos
outros, uma vida feita “pão partido para o mundo”. Com as palavras: “Vós deveis
fazer a mesma coisa que eu fiz”, Jesus institui a diakonía, ou seja, o serviço,
elevando-o a lei fundamental, ou melhor, a estilo de vida e modelo de todas as
relações na Igreja.
Jesus tinha dito a Pedro que haveria de
compreender depois, e de fato, depois, ou seja, depois da Páscoa – a Igreja não
deixa de falar de serviço e de o inculcar, por todos os meios, aos discípulos.
A própria doutrina dos carismas está toda orientada para o serviço; o serviço é
a alma e finalidade de qualquer carisma. São Paulo explicita essa doutrina em 1
Cor 12,7 e Ef 4,12. Também Pedro, ao recomendar a hospitalidade, escreve: “Cada
um viva segundo a graça (chárisma) recebida, colocando-a ao serviço (diakonía)
dos outros” (1 Pd 4,10). Carisma e ministério aparecem sempre ligados entre si.
Um carisma que não se explicita em serviço é como o talento enterrado, eu se
transforma em causa de condenação (Mt 25,25). A Igreja é carismática para
servir.
2.
O espírito de serviço
O serviço não é, em si mesmo, uma virtude. Em si
mesmo, o serviço é uma coisa neutra: indica uma condição de vida, ou um modo de
relacionar-se com os outros no seu trabalho, um ser na dependência de outrem.
Todos hoje falam de serviço; todos se dizem a serviço; dos que fazem qualquer
tarefa na sociedade, diz-se que prestam serviço, ou que está de serviço. Mas o
serviço de que fala o Evangelho é outra coisa. A diferença está toda nas
motivações e na atitude interior com que o serviço é feito. “Ele que tinha
amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13, 1). O serviço
não é uma virtude, mas nasce das virtudes e, em primeiro lugar, da caridade; é,
inclusive, a maior expressão do mandamento novo. O serviço é um modo de
manifestação da ágape, ou seja daquele amor que “não procura o seu próprio
interesse’ (1 Cor 13,5), mas o dos outros, que não é feito de procura, mas de
doação. É uma participação e imitação do agir de Deus.
Por isso, o serviço evangélico não é próprio do
inferior, do necessitado, de quem não tem, mas é próprio de quem possui, de
quem está no alto, de quem tem. Àquele a quem foi dado muito, muito será
pedido, no tocante a serviço (Lc 12,48). Por isso, Jesus diz que é sobretudo
“quem governa” que deve ser “como aquele que serve” (Lc 22,26) e quem é o
primeiro que deve ser “o servo de todos” (MC10,44). O lava-pés é “o sacramento da
autoridade cristã” (C. Spicp)
Juntamente com a gratuidade, o serviço exprime
outra característica da ágape divina: a humildade. Devemos prestar uns aos
outros o serviço de uma caridade humilde. Caridade e humildade, juntas, formam
o serviço evangélico.
“Aprendei de mim que sou manso e humilde de
coração” (Mt 11,29). O que fez Jesus para definir-se humilde? Abaixou-Se,
esvaziou-Se para servir! A partir do momento da Encarnação, não fez mais do que
descer, descer, até àquele ponto extremo, quando O vemos de joelhos, no ato de
lavar os pés aos apóstolos. Entendida
como abaixamento para servir – a humildade é realmente a via régia para
assemelhar a Deus e para imitar a Eucaristia na nossa vida. “Vede, irmãos, a
humildade de Deus e abri diante d’Ele os vossos corações; humilhai-vos também
vós, para que Ele vos exalte. De vós, nada guardeis para vós, para que vos
acolha a todos Aquele que Se dá de todo a vós” (São Francisco).
O fruto desta meditação deveria ser uma revisão
corajosa da nossa vida (hábitos, tarefas, horários de trabalho, planificação e
utilização do tempo) para ver se realmente é um serviço e se, neste serviço,
existe amor e humildade. O ponto fundamental é saber se servimos os irmãos ou
se nos servimos dos irmãos. Serve-se dos irmãos aquele que não age
desinteressadamente. Cristo não procurou agradar a Si mesmo! (Rm 15,3): esta é
a regra do serviço.
Para fazer o “discernimento dos espíritos”, ou
seja, das intenções que nos movem no serviço, é útil ver quais os serviços eu
fazemos de boa vontade, e os que procuramos evitar a todo custo. Ver, ainda, se
o nosso coração está pronto a abandonar – se no-lo for pedido – um serviço
nobre, que dá lustro, por outro humilde que ninguém apreciará. Os serviços mais
seguros são os que fazemos sem que ninguém, nem sequer quem o recebe se dê
conta, mas só o Pai que vê no segredo. São Paulo exorta: “Não vos deixeis levar
pela mania de grandeza, mas afeiçoai-vos às coisas modestas” (Rm 12,16).
Ao espírito de serviço opõe-se o desejo de
domínio, o costume de impor aos outros a própria vontade e o próprio modo de
ver e fazer as coisas. Resumindo: o autoritarismo. Muitas vezes, quem é
tiranizado por estas disposições não repara sequer nos sofrimento que provoca e
admira-se até ao ver que os outros não demonstram que apreciam seu “interesse”
e os seus esforços e faz até de vítima.
É muito possível que esse “alguém” sejamos mesmo
nós! Se nos vem uma pequena dúvida neste sentido, seria uma boa coisa que
interrogássemos sinceramente quem vive ao nosso lado e lhe déssemos a
possibilidade de se exprimir sem temor.
Ao espírito de serviço se opõe também o apego
exagerado aos próprios hábitos e comodidades. Em suma, o espírito de preguiça.
Não pode servir seriamente os outros, quem está sempre atento em contentar-se a
si mesmo, quem faz um ídolo do seu repouso, do seu tempo livre, do seu horário.
Todos os carismas estão em função do serviço; mas
de modo particular está o carisma de “pastores e mestres” (Ef 4,11), ou seja, o
carisma da autoridade. A Igreja é “carismática” para servi e é também
“hierárquica” para servir!
3.
O serviço do Espírito
Se
para todos os cristãos, servir significa “já não viver para si mesmos” (2Cor
5,15), para os pastores significa: “não apascentar a si mesmos”: “Ai dos
pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Os pastores não devem apascentar
o rebanho?” (Ez 34,2). Entre os discípulos de Jesus quem é Senhor deve servir.
“Não sejais como donos daqueles que vos foram confiados, mas como modelos para
o rebanho” (1Pd 5,3).
Para
os pastores, e enquanto pastores, é frequentemente sobre este ponto que se
decide o problema da conversão.
É
preciso imitar o agir de Deus. “Não há nada que caracteriza melhor o agir de
Deus do que o contraste entre a simplicidade dos meios e dos modos externos com
que opera e a grandiosidade dos efeitos espirituais que obtém” (Tertuliano). O
mundo precisa de aparato para agir e impressionar; Deus, não.
A
simplicidade exige que não nos coloquemos acima dos outros, mas nem sempre e
obstinadamente debaixo deles, para manter, duma maneira ou doutra, as
distâncias, mas que aceitemos, nas coisas ordinárias, ser como os outros. “Há
pessoas que têm humildade bastante para colocar-se sempre debaixo dos outros,
mas não para estar em igualdade com eles” (Manzoni). Por vezes, o melhor
serviço não consiste em servir, mas em deixar-se servir, como Jesus que, conforme
o momento aceitava os serviços que lhe prestavam – (Lc 7,38; Lc 8,2-3).
Há
outra coisa que é preciso dizer sobre o serviço dos pastores: o serviço aos
irmãos, por mais importante e santo que seja, não é a coisa principal nem
essencial; antes está o serviço a Deus. Jesus, é antes de mais, o “Servo de
Javé” e depois também o servo dos homens. A seus próprios pais lembrou isto,
dizendo: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). Ele
não hesitava em desiludir as multidões, vindas para ouvi-Lo e fazer-se curar,
deixando-as de repente, para Se retirar para lugares solitários a rezar (Lc
5,16). Também o serviço evangélico é tentado hoje pelo perigo da secularização.
Facilmente se aceita que todo serviço ao homem é serviço a Deus. São Paulo fala
de um serviço do Espírito (2Cor 3,8). O espírito de serviço deve exprimir-se,
nos pastores, através do serviço do Espírito!
Está
escrito que o sacerdote “é constituído para o bem dos homens nas coisas que se
referem a Deus” (Hb5,1). Quando surgiu pela primeira vez este problema na
Igreja, Pedro resolveu-o dizendo: “Não está certo que deixemos a pregação da
Palavra de Deus para servirmos a mesa... Nós poderemos dedicar-nos inteiramente
à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,2.4). Há pastores que, de fato,
voltaram ao serviço das mesas. Ocupam-se de toda a espécie de problemas e
desleixam o seu verdadeiro e insubstituível serviço. O serviço da Palavra exige
horas de leitura, estudo e oração. Um dos maiores reparos que hoje circulam nas
comunidades é este: uma pregação inadequada, vazia. Muitos saem da Missa
desgostosos com a homilia, empobrecidos em lugar de enriquecidos. “Os pobre e
indigentes procuram água, mas não a encontram” (Is 41,17). As pessoas pedem um
pão e é-lhes dado muitas vezes um escorpião, isto é, palavras vazias, gastas,
palavras que não sabem a Deus; ou então não lhe é dado nada.
“Vede,
o mundo está cheio de sacerdotes, e no entanto raramente se encontra quem
trabalhe na vinha do Senhor; comprometemo-nos com o ofício sacerdotal, mas não
cumprimos as obras que esse ofício comporta... Mergulhamos em tarefas terrenas,
e uma coisa é a que assumimos como o ofício sacerdotal, e outra a que mostramos
com os fatos” (São Gregório Magno).
4.
O serviço aos pobres
“Jesus
deu a sua vida por nós; por isso, nós também, devemos dar a vida pelos irmãos.
Se alguém possui bens deste mundo e, vendo seu irmão em necessidade, lhe fecha
o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos não amemos com a
língua, mas com obras e de verdade” (1Jo 3,16-18). “O bem-aventurado apóstolo
João quis claramente explicar-nos o mistério da Última Ceia” (Sto. Agostinho).
Trata-se de algo, que no pensamento de S. João, constitui um aspecto essencial
do mistério eucarístico. Jesus Cristo é, segundo o dogma da Igreja, “verdadeiro
Deus e verdadeiro homem”. Ora nós reconhecemos e proclamamos Jesus “verdadeiro
Deus” mediante a adoração eucarística. Mas como e com que gesto proclamaremos
concretamente a nossa fé em “Jesus homem”? Precisamente com o serviço aos pobres.
É necessário que a adoração se una a partilha. Aquele que proclamou sobre o
pão: “Isto é o meu corpo”, disse estas palavras também a respeito dos pobres.
Disse-as quando, falando daquilo que foi feito em favor dos que tinham fome,
dos que tinham sede, dos prisioneiros e dos que andavam nus, declarou
solenemente: “Foi a mim que o fizeste”; quando identificando completamente com
eles, disse: “Eu tinha sede, Eu era estrangeiro, doente, estava preso” (Mt
25,35ss).
No
pobre e no faminto não encontramos o mesmo gênero de presença de Cristo que se
tem no sinal do pão e do vinho; mas trata-se igualmente de uma presença “real”,
verdadeira, não fictícia ou imaginária, porque Jesus identificou-Se com eles.
Ele “instituiu” este sinal, como instituiu a Eucaristia. No pobre temos uma
presença passiva de Cristo, não ativa. Ele não é “um sinal eficaz da graça”,
como o é o sacramento; não produz a graça por si mesmo.
São
Leão Magno dizia que, a seguir à Ascensão de Jesus ao Céu, “tudo aquilo que era
visível em Nosso Senhor Jesus Cristo passou para os sinais sacramentais”. Este
princípio aplica-se também aos pobres e a todos que Jesus chama “os seus irmãos
mais pequeninos” (Mt 25,40).
A
Encarnação diz-nos que o Verbo Se fez “homem”, mas o mistério pascal diz-nos
também “que tipo de homem” o Verbo Se fez: um homem indefeso, condenado e
crucificado.
“Queres
honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja objeto de desprezo nos seus
membros, isto é, nos pobres” (S. João Crisóstomo).
Hoje
este dever de honrar a Cristo nos pobres apresenta-se de modo diverso,
comparado com o tempo de S. João Crisóstomo. Trata-se de abrir os olhos, antes
de mais sobre a situação de escandalosa injustiça existente no mundo, em que
menos de vinte por cento da população do mundo, gasta mais de oitenta por cento
dos recursos da terra. Tal qual na Idade Média, hoje necessitamos de uma
Cruzada: a Cruzada para libertar os templos vivos de Cristo que são os milhões
de pessoas que morrem de fome, ou de doença e de privações. Já não, por isso, o
sepulcro vazio de Cristo ou os lugares onde Ele passou, mas os seus sepulcros
vivos, onde Ele jaz agora e sofre. Esta seria uma “Cruzada” digna desse nome,
ou seja, digna de cruz de Cristo!
São
Paulo via impedimento em receber a Eucaristia, quando “um passa fome e outro,
pelo contrário, fica embriagado”. “De fato, quando vos reunis o que fazeis não
é comer a Ceia do Senhor. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado”
(1Cor 11,20-21). Dizer que isto “não é comer a Ceia do Senhor” é o mesmo que
dizer que esta não é já uma Eucaristia. É uma afirmação gravíssima, mesmo do
ponto de vista teológico, à qual não se presta porventura a devida atenção. A
ânsia de partilhar alguma coisa com quem tem necessidade, vivam eles perto ou
longe, deve fazer parte da nossa piedade e da nossa praxe eucarística.
Partilhar não significa, apenas, “dar” (pão, vestes, habitação) mas também
“visitar” (um preso, um doente, um idoso sozinho em casa...). Não é só dar
dinheiro, mas também dar o próprio tempo. Os pobres e os que sofrem não precisam
menos de solidariedade e de amor, do que de pão para comer e de vestes para se
cobrir. Jesus disse: “Pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me
tereis” (Mt 26,11). Isto é verdadeiro no sentido de que nem sempre podemos
comunicar com o corpo eucarístico de Cristo, ao passo que sempre podemos
comunicar com Ele através dos pobres. Todas as vezes que estivermos diante de
uma pessoa humana que sofre, temos de ouvir dentro de nós, com os ouvidos da
fé, a voz de Cristo que nos repete: “Este é o meu corpo”.
“Se
compreendestes isto, sereis felizes se o puserdes em prática” (Jo 13,17).
Também seremos felizes se não nos contentarmos apenas em saber que a Eucaristia
nos impele ao serviço e à partilha, mas se o pusermos em prática. A Eucaristia
não é só um mistério a consagrar, a receber, a contemplar e adorar, mas é
também um mistério a imitar.
A Eucaristia, nossa santificação. Cantalamessa,
Raniero, Paulus, São Paulo, pp. 93-112 Resumido por Edilma Santos – Conselheira
Geral do Discipulado de Jovens
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Anotações
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Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
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2º Dia ( ): ____________
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3º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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5º Dia ( ): ____________
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6º Dia ( ): ____________
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4º Dia ( ): ____________
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15º Encontro ____/
____/ ____
Maria, Mãe da Igreja
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo... Até aqui pode
ser todos juntos)
19:30h – Palavra de
Deus (proclamação e partilha orante): At 1,1-14; ou Ap 12; ou Lc 1,39-45
20:00h – Reflexão
Quando
nossos primeiros pais pecaram tentados por Satanás, Deus já havia prometido que
descendência da mulher iria esmagar a cabeça
da serpente. Logo após a queda da humanidade, a Misericórdia Divina já fazia o
primeiro anúncio da salvação. E Deus já pensava em Jesus Redentor. E Deus já
pensava em Maria, a Co-redentora!
Mulher
simples, mulher de fé confiante, Maria de Nazaré rezou como quem diz: “Sei em
quem coloquei a minha fé”. E Deus, como sempre fiel à sua Palavra, através de
Maria realizou a profecia: veio morar
entre nós e nos fazer o seu povo, e Ele, o nosso Único Deus.
Maria
de Nazaré, na aurora da salvação, viveu a confiança da fé quando o Anjo lhe
disse: “para Deus nada é impossível.” (Lc 1,37) “Na verdade, bendita sois vós
entre as mulheres, (Lc 1,42) pois transformastes em bênção a maldição de Eva, fazendo com que Adão abatido pela maldição, fosse por
vós erguido e abençoado. Na verdade. Bendita sois vós entre as mulheres, porque embora simples
mulher, vos tornastes verdadeiramente Mãe de Deus. Se aquele que nasceu de vós é realmente Deus feito homem, sereis com razão chamada Mãe de Deus, dando verdadeiramente à luz aquele
que é Deus.” (São Sofrônio)
Devemos
nos alegrar com Maria, pois, por Ela, o Senhor Jesus veio ficar conosco. Sim, o
filho de Maria é Emanuel, Deus conosco. Jesus Cristo nos fez seus irmãos. (Rm
8,29) O seu Deus é o nosso Deus. O seu Pai é o nosso Pai. Maria, a sua Mãe,
também é a nossa Mãe. Por ser nossa Mãe, ela nos acompanha com seu amor
maternal e intercede por nós junto a seu Filho Jesus.
Os
primeiros cristãos perseveravam na oração, com Maria, a Mãe de Jesus. (At 1,14)
E foi justamente nesta comunidade mariana que Deus derramou a plenitude do
Espirito Santo no dia de Pentecostes e a Igreja nasceu (At 2,1-4). O mesmo
Espírito que habitou plenamente a vida de Maria, agora é derramado
abundantemente sobre a Igreja. Como Maria, a Igreja de Jesus deve ser
totalmente disponível e acolhedora da Graça de Deus. Jesus nasceu de Maria. A
Igreja de Jesus também nasceu em uma comunidade mariana. Tudo isso é muito
significativo. Nada foi por acaso, foi proposital. Nada foi coincidência, foi
providência! Maria sempre ocupou um lugar especial ao lado de Jesus Cristo no
projeto salvífico de Deus, ontem, hoje e sempre!
É
importante observar que o início dos milagres de Jesus também contou com a presença e a intercessão de Maria nas bodas de Caná. (Jo 2,1-12) A Mãe
de Jesus continua intercedendo por nós,
a fim de nunca acabe na nossa vida o vinho da paz e da
alegria.
Maria
recebeu uma missão, a qual ela exerce com muito amor. Como não haveria de
obedecer a Deus se ela lhe diz prontamente: “Eis aqui a escrava do Senhor”?
Maria não existe na vida cristã por acaso. Nem deve ser para nós uma questão de
opção ou não. Foi do agrado do Pai Eterno fazer de Maria Mãe de Jesus e nossa
Mãe, pois somos irmãos de Jesus. O cristão sempre deve acolher a maternidade e a
intercessão de Maria na sua vida para agir conforme a vontade de Deus! Como
Mãe, na Graça do Espírito Santo, Maria nos gera para vida, e a vida é Jesus.
Cultivemos sempre uma sadia devoção por Nossa Senhora e aí estaremos realmente
seguindo o Caminho do Evangelho.
O papel de Maria em relação à
Igreja é inseparável da sua união com Cristo e decorre dela directamente. «Esta
associação de Maria com o Filho na obra da salvação, manifesta-se desde a
concepção virginal de Cristo até à sua morte» (527). Mas é particularmente
manifesta na hora da sua paixão: «A Bem-aventurada Virgem avançou na
peregrinação de fé, e manteve fielmente a sua união como Filho até à Cruz,
junto da qual esteve de pé, não sem um desígnio divino; padeceu acerbamente com
o seu Filho único e associou-se com coração de mãe ao seu sacrifício,
consentindo amorosamente na imolação da vítima que d'Ela nascera; e, por fim,
foi dada por mãe ao discípulo pelo próprio Jesus Cristo, agonizante na Cruz,
com estas palavras: "Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26-27)».
«Mas a função maternal de Maria para com os homens, de modo algum ofusca ou
diminui a mediação única de Cristo, mas antes manifesta a sua eficácia. Com
efeito, todo o influxo salutar da Virgem santíssima [...] deriva da abundância
dos méritos de Cristo, funda-se na sua mediação e dela depende inteiramente,
haurindo aí toda a sua eficácia». «Efectivamente, nenhuma criatura pode ser
equiparada ao Verbo Encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de
Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e
assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres
criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita
nas criaturas, uma cooperação variada, que participa dessa fonte única». (CIC)
xxx
Devoção
Mariana
A
Igreja, desde as suas origens, e sobretudo nos momentos mais difíceis,
contemplou com particular intensidade um dos acontecimentos da Paixão de Jesus
Cristo, referido a São João: "Junto
à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria, a mulher de
Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali de pé a sua mãe e o
discípulo que Ele amava, disse à mãe:
"Mulher, eis o teu filho!". Depois, disse ao discípulo: "Eis a tua mãe!". E, desde aquela
hora, o discípulo acolheu-a como sua" (Jo 19, 25-27). Ao longo da sua
história, o Povo de Deus experimentou esta doação feita por Jesus
crucificado: a doação da sua Mãe. Maria
Santíssima é verdadeiramente a nossa Mãe, que nos acompanha na nossa
peregrinação de fé, esperança e caridade rumo à união cada vez mais intensa com
Cristo, único salvador e mediador da salvação (cf. Const. Lumen gentium, 60 e
62).
Como
se sabe, no meu brasão episcopal, que é a ilustração simbólica do texto
evangélico acima citado, o mote Totus tuus está inspirado na doutrina de São
Luís Maria Grignion de Montfort (cf. Dom e mistério, págs. 38-39: Rosarium Virginis Mariae, 15). Estas duas
palavras exprimem a pertença total a Jesus por meio de Maria: "Tuus totus ego sum, et omnia mea tua
sunt", escreve São Luís Maria; e traduz:
"Eu sou todo teu, e tudo o que é meu te pertence, meu amável Jesus,
por meio de Maria, tua Santa Mãe" (Tratado sobre a verdadeira devoção,
233). A doutrina deste Santo exerceu uma profunda influência sobre a devoção
mariana de muitos fiéis e sobre a minha própria vida. Trata-se de uma doutrina
vivida, de grande profundidade ascética e mística, expressa com um estilo vivo
e fervoroso, que usa com frequência imagens e símbolos. A partir do tempo em
que São Luís Maria viveu, a teologia mariana contudo desenvolveu-se muito,
sobretudo mediante o contributo decisivo do Concílio Vaticano II. Por
conseguinte, hoje, deve ser lida novamente e interpretada à luz do Concílio a
doutrina monfortina, que conserva de igual modo a sua substancial validade.
Com
esta Carta dos escritos de São Luís Maria, que nos ajudam nestes momentos
difíceis a alimentar a nossa confiança na meditação da Mãe do Senhor.
Ad
Iesum per Mariam
São
Luís Maria propõe com singular eficiência a contemplação amorosa do mistério da
Encarnação. A verdadeira devoção mariana é cristocêntrica. Com efeito, como
recordou o Concílio Vaticano II, "a Igreja, meditando piedosamente na
Virgem, e contemplando-a à luz do Brasao Pontificio de Joao Paulo II_.jpgVerbo
feito homem, penetra mais profundamente, cheia de respeito, no insondável
mistério da Encarnação" (Const. Lumen gentium, 65).
O
amor de Deus mediante a união a Jesus Cristo é a finalidade de qualquer devoção
autêntica, porque como escreve São Luís Maria Cristo "é o nosso único
mestre e deve instruir-nos, o nosso único Senhor do qual devemos depender, a
nossa única Cabeça à qual devemos permanecer unidos, o nosso único modelo com o
qual nos devemos conformar, o nosso único médico que nos deve curar, o nosso
único pastor que nos deve alimentar, o nosso único caminho que nos deve
vivificar e o nosso único tudo, em todas as coisas, que nos deve
satisfazer" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 61).
A
devoção à Santa Virgem é um meio privilegiado "para encontrar Jesus
Cristo, para o amar com ternura e para o servir com fidelidade" (Tratado
sobre a verdadeira devoção, 62). Este desejo central de "amar com
ternura" é imediatamente dilatado numa fervorosa oração a Jesus, pedindo a
graça de participar na indizível comunhão de amor que existe entre Ele e a sua
Mãe. A relatividade total de Maria a Cristo, e, n'Ele, à Santíssima Trindade, é
antes de mais experimentada na observação:
"Todas as vezes que pensas em Maria, Maria louva e honra contigo a
Deus. Maria é toda relativa a Deus, e eu chamá-la-ia muito bem a relação de
Deus,que existe unicamente em relação a Deus, o eco de Deus, que não diz e não
repete a não ser Deus. Se dizes Maria, ela repete Deus. Santa Isabel louvou
Maria e proclamou-a bem-aventurada porque acreditou. Maria o eco fiel de Deus entoou: Magnificat anima mea Dominum: a minha alma louva ao Senhor. Aquilo que
Maria fez naquela ocasião, repete-o todos os dias. Quando é louvada, amada,
honrada ou recebe algo, Deus é louvado, Deus é amado, Deus recebe pelas mãos de
Maria e em Maria" (Tratado sobre a verdadeira devoção,225).
É
ainda na oração à Mãe do Senhor que São Luís Maria exprime a dimensão
trinitária da sua relação com Deus:
"Saúdo-te Maria, Filha predileta do Pai eterno! Saúdo-te Maria, Mãe
admirável do Filho! Saúdo-te Maria, Esposa fidelíssima do Espírito Santo!"
(Segredo de Maria, 68). Esta tradicional expressão, já usada por São Francisco
de Assis (cf. Fontes Franciscanas, 281), mesmo contendo níveis heterogéneos de
analogia, é sem dúvida eficaz para exprimir de certa forma
a peculiar participação
de Nossa Senhora na
vida da Santíssima Trindade.
São
Luís Maria contempla todos os mistérios da Encarnação que se realizou no
momento da Anunciação. Assim, no Tratado sobre a verdadeira devoção, Maria é
apresentada como "o verdadeiro paraíso terrestre do Novo Adão", a
"terra virgem e imaculada" pela qual Ele foi plasmado (n. 261). Ela é
também a Nova Eva, associada ao Novo Adão na obediência que repara a
desobediência original do homem e da mulher (cf. ibid., 53; Santo Ireneu Adversus
haereses, III 21, 10-22, 4). Por meio desta obediência, o Filho de Deus entra
no mundo. A mesma Cruz já está misteriosamente presente no momento da
Encarnação, no momento em que Jesus é concebido no seio de Maria. Com efeito, o ecce
venio, da Carta
aos Hebreus (cf. 10, 5-9) é o
acto primordial da obediência do Filho ao Pai, aceitação do seu Sacrifício
redentor "quando entra no mundo".
"Toda
a nossa perfeição escreve São Luís Maria Grignion de Montfort consiste em ser
conformes, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Por isso, a mais perfeita de
todas as devoções é incontestavelmente a que nos conforma, une e consagra mais
perfeitamente a Jesus Cristo. Mas, sendo Maria a criatura mais conforme a Jesus
Cristo, tem-se como resultado que, entre todas as devoções, a que consagra e
conforma mais uma alma a nosso Senhor é a devoção a Maria, sua Mãe santa, e que
quanto mais uma alma estiver consagrada a Maria, tanto mais estará consagrada a
Jesus Cristo" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 120). Dirigindo-se a
Jesus, São Luís Maria exprime como é maravilhosa a união entre o Filho e a
Mãe: "Ela é de tal forma
transformada em ti pela graça, que não vive mais, não existe mais: és
San_Luigi_Maria-Grignion-da_Montfort.jpgunicamente Tu, meu Jesus, que vives e
reinas nela... Ah! se conhecêssemos a glória e o amor que tu recebes nesta
maravilhosa criatura... Ela está tão intimamente unida... De facto, ela ama-te
mais ardentemente e glorifica-te mais perfeitamente do que todas as outras
criaturas juntas" (Ibid.,63).
Maria,
membro eminente do Corpo místico e Mãe da Igreja
Segundo
as palavras do Concílio Vaticano II, Maria "é saudada como membro eminente
e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na
caridade" (Const.Lumen gentium, 53). A Mãe do Redentor é também redimida
por ele, de maneira única na sua Imaculada Conceição, e precedeu-nos naquela
escuta crente e cheia de amor da Palavra de Deus que nos torna bem-aventurados
(cf. ibid., 58). Também por isso, Maria "está intimamente unida à
Igreja: a Mãe de Deus é a figura (typus)
da Igreja, como já ensinava Santo Ambrósio, isto é, na ordem da fé, da caridade
e da união perfeita com Cristo. De facto, no mistério da Igreja, que é também
chamada justamente mãe e virgem, a Bem-Aventurada Virgem Maria é a primeira,
dando de modo eminente e singular o exemplo de virgem e de mãe" (Ibid.,
63). O próprio Concílio contempla Maria como Mãe dos membros de Cristo (cf.
ibid., 53; 62), e assim Paulo VI a proclamou Mãe da Igreja. A doutrina do Corpo
místico, que exprime de maneira mais forte a união de Cristo com a Igreja, é
também o fundamento bíblico desta afirmação. "A cabeça e os membros
pertencem à mesma mãe" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 32),
recorda-nos São Luís Maria. Neste sentido, dizemos que, por obra do Espírito
Santo, os membros estão unidos e conformados com Cristo Cabeça, Filho do Pai e
de Maria, de tal modo que "qualquer verdadeiro filho da Igreja deve ter
Deus como Pai e Maria como Mãe" (Segredo de Maria, 11).
Em
Cristo, Filho unigénito, somos realmente filhos do Pai e, ao mesmo tempo,
filhos de Maria e da Igreja. Com o nascimento virginal de Jesus, de certa forma
é toda a humanidade que renasce. À Mãe do Senhor "podem ser aplicadas, de
maneira mais verdadeira de quanto São Paulo as aplica a si mesmo, estas
palavras: "Meus filhos, por quem
sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme entre vós" (Gl 4,
19). Dou à luz todos os dias os filhos de Deus, enquanto não estiver formado
neles Jesus Cristo, meu Filho, na plenitude da sua idade"(Tratado sobre a
verdadeira devoção, 33). Esta doutrina encontra a sua expressão mais bela na
oração: "Oh! Espírito Santo,
concede-me uma grande devoção e uma grande inclinação para Maria, um apoio
sólido sobre o seu seio materno e um recurso assíduo à sua misericórdia, para
que, nela, tu possas formar Jesus dentro de mim" (Segredo de Maria, 67).
Uma
das expressões mais nobres da espiritualidade de São Luís Maria Grignion de
Montfort refere-se à identificação do fiel com Maria no seu amor por Jesus, no
seu serviço a Jesus.
Meditando
o conhecido texto de Santo Ambrósio: A
alma de Maria esteja em cada um para glorificar o Senhor, o espírito de Maria
esteja em cada um para exultar em Deus (Expos. in Luc., 12, 26: PL 15, 1561), ele escreve: "Como é feliz uma alma quando... está
totalmente arrebatada e guiada pelo espírito de Maria, que é um espírito doce e
forte, zeloso e prudente, humilde e corajoso, puro e fecundo" (Tratado
sobre a verdadeira devoção, 258). A identificação mística com Maria está
totalmente dirigida para Jesus, como se S Luis G Montfort.jpgexprime na
oração: "Por fim, minha querida e
amadíssima Mãe, se for possível, faz com que eu não tenha outro espírito a não
ser o teu para conhecer Jesus Cristo e os seus desejos divinos; que não tenha
outra alma a não ser a tua para louvar e glorificar o Senhor; que não tenha
outro coração a não ser o teu para amar Deus com caridade pura e ardente como
tu" (Segredo de Maria, 68).
A
santidade perfeição da caridade
A
Constituição Lumen gentium recita ainda:
"Mas, ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já
aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (cf. Ef 5, 27), os fiéis
ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso
levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a
família dos eleitos" (n. 65). A santidade é perfeição da caridade, daquele
amor a Deus e ao próximo que é o objecto do maior mandamento de Jesus (cf. Mt
22, 38), e é também o maior dom do Espírito Santo (cf. 1 Cor 13, 13). Assim,
nos seus Cânticos, São Luís Maria apresenta sucessivamente aos fiéis a
excelência da caridade (Cântico 5), a luz da fé (Cântico 6) e a firmeza na
esperança (Cântico7).
Na
espiritualidade monfortina, o dinamismo da caridade é expresso especialmente
através do símbolo da escravidão do amor a Jesus a exemplo e com a ajuda
materna de Maria. Trata-se da comunhão plena na kenosis de Cristo; comunhão
vivida com Maria, intimamente presente nos mistérios da vida do Filho.
"Não há nada entre os cristãos que faça pertencer de maneira mais absoluta
a Jesus Cristo e à sua Santa Mãe como a escravidão da vontade, segundo o
exemplo do próprio Jesus Cristo, que assumiu as condição de escravo por amor a
nós formam servi accipiens e da Santa Virgem, que se considerou serva e escrava
do Senhor. O apóstolo honra-se do título de servus Christi. Várias vezes, na
Sagrada Escritura, os cristãos são chamados servi Christi" (Tratado sobre
a verdadeira devoção, 72). De facto, o Filho de Deus, que veio ao mundo em
obediência ao Pai na Encarnação (cf. Hb 10, 7), humilhou-se depois fazendo-se
obediente até à morte, e morte de Cruz (cf. Fl 2, 7-8). Maria correspondeu à
vontade de Deus com o dom total de si, corpo e alma, para sempre, desde a
Anunciação até à Cruz, e da Cruz até à Assunção.
Certamente,
entre a obediência de Cristo e a obediência de Maria existe uma assimetria
determinada pela diferença ontológica entre a Pessoa divina do Filho e a pessoa
humana de Maria, do que deriva também a exclusividade da eficiência salvífica
fontal da obediência de Cristo, da qual a sua própria Mãe recebeu a graça para
poder obedecer de modo total a Deus e assim colaborar com a missão do seu
Filho.
Por
conseguinte, a escravidão de amor deve ser interpretada à luz do admirável
intercâmbio entre Deus e a humanidade no mistério do Verbo encarnado. É um
verdadeiro intercâmbio de amor entre Deus e a sua criatura na reciprocidade da
doação total de si. "O espírito desta devoção... é tornar a alma interiormente
dependente e escrava da Santíssima Virgem e de Jesus por meio dela"
(Segredo de Maria e o Papa Joao Paulo II.jpgMaria, 44). Paradoxalmente, este
"vínculo de caridade", esta "escravidão de amor" torna o
homem plenamente livre, com a verdadeira liberdade dos filhos de Deus (cf.
Tratado sobre a verdadeira devoção, 169). Trata-se de se entregar totalmente a
Jesus, respondendo ao Amor com que Ele nos amou primeiro. Qualquer pessoa que
viver neste amor pode dizer como São Paulo:
"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).
A
"peregrinação da fé"
Na
Novo millennio ineunte escrevi que "se alcança Jesus unicamente pelo
caminho da fé" (n. 19). Foi precisamente este o caminho seguido por Maria
durante toda a sua vida terrena, e é o caminho da Igreja peregrina até ao fim
dos tempos. O Concílio Vaticano II insistiu muito sobre a fé de Maria,
misteriosamente partilhada pela Igreja, pondo em realce o itinerário de Nossa
Senhora desde o momento da Anunciação até ao momento da Paixão redentora (cf. Const.
Lumen gentium, 57 e 67; Carta enc. Redemptoris Mater, 25-27).
Nos
escritos de São Luís Maria encontramos a mesma ênfase sobre a fé vivida pela
Mãe de Jesus num caminho que vai da Encarnação até à Cruz, uma fé na qual Maria
é modelo e tipo da Igreja. São Luís Maria expressa-o com riqueza de imagens
quando expõe ao seu leitor os "efeitos maravilhosos" da perfeita
devoção mariana: "Portanto, quanto
mais ganhares a benevolência desta venerável Princesa e Virgem fiel, tanto mais
o teu comportamento de vida estará inspirado pela fé pura. Uma fé pura,
portanto não te preocuparás minimamente de quanto é sensível e extraordinária.
Uma fé viva e animada pela caridade, que te fará agir unicamente com motivo do
amor puro. Uma fé firme e inabalável como uma rocha, que te fará permanecer
firme e constante no meio de furacões e de tempestades. Uma fé laboriosa e
penetrante que, como misteriosa chave polivalente, te fará entrar em todos os
mistérios de Jesus Cristo, nos fins últimos do homem e no coração do próprio Deus.
Uma fé corajosa, que te fará empreender e concretizar sem hesitações coisas
grandes para Deus e para a salvação das almas. Por fim, uma fé que será a tua
chama ardente, a tua vida divina, o teu tesouro escondido da Sabedoria divina e
a tua arma omnipotente, com a qual esclarecerás todos os que são tíbios e têm
necessidade do ouro ardente da caridade, darás de novo vida aos que morreram
por causa do pecado, comoverás e perturbarás com as tuas palavras suaves e
fortes os corações de pedra e os cedros do Líbano e, por fim, resistirás ao
demónio e a todos os inimigos da salvação"(Tratado sobre a verdadeira
devoção, 214).
Como
São João da Cruz, São Luís Maria insiste principalmente sobre a pureza da fé e
sobre a sua essencial e muitas vezes dolorosa obscuridade (cf. Segredo de
Maria, 51, 52). É a fé contemplativa que, renunciando às coisas sensíveis ou
extraordinárias, penetra nas profundezas misteriosas de Cristo. Assim, na sua
oração, São Luís Maria dirige-se à Mãe do Senhor dizendo: "Não te peço visões ou revelações, nem
gostos ou delícias, mesmo só espirituais... Aqui na terra, eu quero que me
pertença unicamente o que tu quiseres, isto é:
crer com fé pura sem nada provar ou ver" (ibid., 69). A Cruz é o
momento culminante da fé que Maria tem, como escrevi na Encíclica Redemptoris
Mater: "Maria participa mediante a
fé no mistério desconcertante desse despojamento... Isso constitui, talvez, a
mais profunda "kenosis" da fé na história da humanidade" (n.
18).
Sinal
de esperança certa
O
Espírito Santo convida Maria a "reproduzir-se" nos seus eleitos,
alargando até eles as raízes da sua "fé invencível", mas também da
sua "firme esperança" (cf. Tratado sobre a verdadeira devoção, 34). O
Concílio Vaticano II recordou quanto segue:
"A Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é
imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro, assim também,
na terra, brilha Joao Paulo II em Lourdes.jpgcomo sinal de esperança segura e
de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do
Senhor (Const.Lumen gentium, 68). Esta dimensão escatológica é contemplada por
São Luís Maria sobretudo quando fala dos "santos dos últimos tempos",
formados pela Virgem Santa para levar à Igreja a vitória de Cristo sobre as
forças do mal (cf. Tratado sobre a verdadeira devoção, 49-59). Não se trata de
modo algum de uma forma de "milenarismo", mas do sentido profundo da
índole escatológica da Igreja, ligada à unicidade e universalidade salvífica de
Jesus Cristo. A Igreja espera a vinda gloriosa de Jesus no fim dos tempos. Como
Maria e com Maria, os santos são na Igreja e para a Igreja, para fazer
resplandecer a sua santidade, para alargar até aos confins do mundo e até ao
fim dos tempos a obra de Cristo, único Salvador.
Na
antífona Salve Regina, a Igreja chama a Mãe de Deus "nossa
Esperança". A mesma expressão é usada por São Luís Maria a partir de um
texto de São João Damasceno, que aplica a Maria o símbolo bíblico da âncora
(cf. Hom. 1ª in Dorm. B.V.M.: PG 96,
719): "Nós unimos as almas a ti,
nossa esperança, como a uma âncora firme. A ela afeiçoaram-se em maior medida
os santos que se salvaram e fizeram afeiçoar os outros, para que perseverassem
na virtude. Portanto, bem-aventurados, infinitamente bem-aventurados os
cristãos que hoje se mantêm unidos a ela fiel e totalmente como a uma âncora
firme" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 175). Através da devoção a
Maria, o próprio Jesus "alarga
o coração com uma
santa confiança em
Deus, fazendo com que ele seja
visto como Pai e inspirando um amor terno e filial" (Ibid., 169).
Juntamente
com a Virgem Santa, com o mesmo coração de mãe, a Igreja reza, espera e
intercede pela salvação de todos os homens. São as últimas palavras da
constituição Lumen gentium:
"Dirijam todos os fiéis instantes súplicas à Mãe de Deus e mãe dos
homens, para que ela, que assistiu com as suas orações aos começos da Igreja,
também agora, exaltada sobre todos os anjos e bem-aventurados, interceda, junto
de seu Filho, na comunhão de todos os santos, até que todos os povos, tanto os
que ostentam o nome cristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se reúnam
felizmente, em paz e harmonia, no único Povo de Deus, para glória da santíssima
e indivisa Trindade" (n. 69).
João
Paulo II,
8
de Dezembro de 2003
20:30h – Caminhada
Discipular (Avisos, encaminhamentos)
Após
a Opção Fundamental, caso você queira Estagiar como Discípulo Servidor no Corpo
de Apostolado do DJC, faça o pedido por escrito ao Acompanhante Local através
do seu Discipulador. Porém, você também poderá continuar caminhando normalmente
como Discípulo de Jesus e ajudando o DJC a evangelizar.
20:45h – Oração final
21:00h –
Aniversariantes / Avisos / Despedida / Graça e Paz!
Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia (Gn 3,14-15):
______________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2º Dia (Lc 1,26-56):
____________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3º Dia (Lc 2,25-52):
____________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4º Dia (Jo 2,1-12):
____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5º Dia (Jo 19,25-27):
____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6º Dia (At 1,12-14):
____________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4º Dia (Ap 12,1-18):
____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Encontro Conclusivo
____/ ____/ ____
Dimensão da
Eclesialidade
17:00h – Santa
Missa (para quem estiver na Sede do DJC)
18:00h – Devoção
Mariana (para quem estiver na Sede do DJC)
18:30h –
Ambientação
19:00h – Oração
inicial (Em nome do Pai... louvor e súplica ao Espírito Santo)
19:30h – Palavra de
Deus:
20:00h – Reflexão
20:30h – Oração no
Espírito Santo
21:00h – Avisos / Aniversariante / Despedida / Encerramento / Graça e
Paz!
A sua caminha continua
no Temário da Revelação Divina
Anotações
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________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Meditação
Orante
da
Palavra de Deus
1º Dia ( ): ______________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2º Dia ( ): ____________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3º Dia ( ): ____________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4º Dia ( ): ____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5º Dia ( ): ____________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6º Dia ( ): ____________
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7º Dia ( ): ____________
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