Mensagem 01 - 04 - 15

No dia de aflição, minhas mãos buscam a Deus!

No salmo 77 o salmista nos faz rezar a partir dos momentos difíceis da vida, naquela certeza da qual nos fala São Paulo: "Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos!” (2Cor 4,8).

No meio das aflições somos levados a pensar que Deus nos esqueceu (6-11):

Eu reflito sobre os tempos de outrora, *
e dos anos que passaram me recordo;
meu coração fica a pensar durante a noite, *
e de tanto meditar, eu me pergunto: –

Será que Deus vai rejeitar-nos para sempre? *
E nunca mais nos há de dar o seu favor?
Por acaso, seu amor foi esgotado? *
Sua promessa, afinal, terá falhado?

Será que Deus se esqueceu de ter piedade? *
Será que a ira lhe fechou o coração?
Eu confesso que é esta a minha dor: *
'A mão de Deus não é a mesma: está mudada!'

Porém, a sagrada recordação das maravilhas de Deus na nossa vida, na história da humanidade e na natureza tem o poder de ressuscitar a nossa fé e esperança, o que nos ajuda a vencer os momentos ruins e não afundamos no desespero (12-21):

Mas, recordando os grandes feitos do passado, *
vossos prodígios eu relembro, ó Senhor;
eu medito sobre as vossas maravilhas *
e sobre as obras grandiosas que fizestes.

São santos, ó Senhor, vossos caminhos! *
Haverá deus que se compare ao nosso Deus?
Sois o Deus que operastes maravilhas, *
vosso poder manifestastes entre os povos.
Com vosso braço redimistes vosso povo, *
os filhos de Jacó e de José.

Quando as águas, ó Senhor,vos avistaram, *
elas tremeram e os abismos se agitaram
e as nuvens derramaram suas águas, †
a tempestade fez ouvir a sua voz, *
por todo lado se espalharam vossas flechas.

Ribombou a vossa voz entre trovões, †
vossos raios toda a terra iluminaram, *
a terra inteira estremeceu e se abalou.

Abriu-se em pleno mar vosso caminho †
e a vossa estrada, pelas águas mais profundas; *
mas ninguém viu os sinais dos vossos passos.
Como um rebanho conduzistes vosso povo *
e o guiastes por Moisés e Aarão.

É importante recordar as maravilhas de Deus na nossa vida pessoal, familiar e comunitária. A fé não é um ato isolado como que se limitasse ao aqui e agora e o resto não importa. Ela abarca o passado, o presente e o futuro.

Jesus, ao assumir a nossa natureza e condição humana, assumiu também nossas dificuldades, dores, aflições e sofrimentos, menos o pecado. E nos ensinou s superar tudo isso confiando no amor de Deus que nunca nos abandona, e abandonando-nos em suas mãos.

É isto meus irmãos e irmãs: quando fazemos a sagrada recordação do amor de Deus que nunca nos abandona, abandonamo-nos confiantemente nas suas mãos como uma criança se joga sem nenhum medo nos braços do seu pai. É isto a fé: um jogar-se nas mãos de Deus em meio às aflições.

Em meio às aflições nunca nos esqueçamos de Deus, porque Ele nunca se esquece de nós! Como o salmista rezava: “No dia de aflição, minhas mãos buscam a Deus!”

Como também rezava o Servo Sofredor, figura profética de Jesus Nosso Senhor: "O Senhor é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado!” (Is 50,7)

No meio das aflições, recorde o amor de Deus que nunca lhe abandonou e abandone-se em suas mãos: “No dia de aflição, minhas mãos buscam a Deus!”